A data marca o retorno de brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial (Págs. 9 a 10)
Esquadrilha da Fumaça é reconhecida como bem Cultural Imaterial (Págs. 11 e 12)
www.fab.mil.br I Ano XLVII I Nº 07 I Julho, 2023A edição de julho do Notaer traz como matéria de capa os 150 anos do nascimento de Alberto Santos Dumont, Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira, comemorado no dia 20 de julho.
Outra data importante, que ganhou destaque em uma de nossas páginas, foi o Dia do Veterano da Força Aérea Brasileira (FAB), celebrado em 16 de julho. O ano de 1945 marcou o retorno daqueles que lutaram nos céus da Itália durante a Segunda Guerra Mundial.
Nesta publicação, você também confere sobre o reconhecimento da Esquadrilha da Fumaça como bem cultural imaterial pelo Comando da Aeronáutica, e a importância do simpósio das Aviações e da Infantaria para os Cadetes da Academia da Força Aérea (AFA).
O exemplar destaca, ainda, o trabalho realizado pelo Exercício de Campanha de Emprego de Logística, Saúde e Intendência Operacional (EXCELSIOR), no Amazonas. O Exercício foi uma mobilização da FAB para o
atendimento especializado em saúde às comunidades ribeirinhas do Rio Negro.
Por fim, o Notaer também traz informações da Operação Ágata – Comando Conjunto Uiara, além do encerramento da Operação Yanomami, após quatro meses de sua atuação.
Boa leitura! Brigadeiro do Ar Adolfo Aleixo da Silva Junior Chefe do CECOMSAER
A publicação no Instagram da FAB com o vídeo do KC-390 Millennium foi destaque nas mídias sociais.
A publicação alcançou cerca de 243 mil contas e obteve mais de 26 mil curtidas.
A FAB divulga em suas mídias sociais produtos elaborados pelo Centro de Comunicação Social da Aeronáutica (CECOMSAER) e pelos elos do Sistema de Comunicação Social da Aeronáutica.
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Há 150 anos, no dia 20 de julho, nascia um dos maiores ícones da aviação mundial, um brasileiro que revolucionou o mundo com suas invenções: Alberto Santos Dumont, Pai da Aviação e Patrono da Aeronáutica Brasileira.
O homem que inspira os integrantes da Força Aérea Brasileira até hoje persistiu em seus projetos e inventos, mesmo enfrentando desafios e descrença. Ganhou
reconhecimento por seus voos pioneiros em balões e dirigíveis, que o levaram a conquistar diversos recordes e prêmios, mas foi com o mais pesado que o ar que ele realmente revolucionou a história da aviação.
E, por isso, em especial no Sesquicentenário de seu nascimento, rendemos homenagens à sua vida, sua obra e seus valores.
No mesmo mês em que celebramos o aniversário
de Santos Dumont, comemoramos também o Dia do Veterano da Força Aérea Brasileira, data escolhida para que traduzíssemos todo o respeito que temos pelos nossos antecessores. A data de 16 de julho representa o dia do retorno ao Brasil dos militares que lutaram nos céus da Itália durante a Segunda Guerra mundial, em 1945. É um dia marcado por legado, tradição e história.
Da mesma maneira, San-
tos Dumont nos deixou um legado de coragem, determinação e inovação. Ele mostrou ao mundo que é possível superar os desafios e alcançar grandes feitos, desde que se tenha perseverança e dedicação. Sua história é um exemplo para todos nós e deve ser lembrada e celebrada sempre.
Tenente-Brigadeiro do Ar Marcelo Kanitz Damasceno Comandante da Aeronáutica
Seu dia mais feliz foi quando, em 12 de julho de 1901, percebeu que resolveu o problema de dirigibilidade aérea, elevando a sua brilhante trajetória. Em 1903, Santos Dumont construiu o dirigível N° 9, considerado o aeróstato mais popular do aviador, tendo sido uma aeronave muito utilizada para sobrevoar as ruas de Paris. Foi com esse balão que, pela primeira vez, uma criança foi transportada pelo aeronauta e que uma mulher pilotou um dirigível. Ainda em 1903, o Pai da Aviação ergueu o dirigível Nº 10, apelidado por ele mesmo de “dirigível ônibus”, pois nele
foram confeccionados lugares para que fossem transportadas mais pessoas, lançando assim a ideia de transporte aéreo de passageiros.
Após o sucesso com balões e dirigíveis, Santos Dumont partiu para outra linha de pesquisa: queria, então, voar com um veículo mais pesado que o ar. O aviador construiu um sistema de cabos inclinados para testar a dirigibilidade do 14-Bis: um inovador simulador de voo. Foi no dia 7 de setembro de 1906 que o 14-Bis deu um primeiro salto no ar, mas faltou potência. Já em 23 de outubro, com um
motor Antoinette de 50 HP, o 14-Bis voou, decolando, mantendo-se no ar por uma distância de 60 metros, a três metros de altura, e aterrissou. Era o primeiro voo homologado do “mais pesado que o ar” para uma multidão de testemunhas eufóricas no campo de Bagatelle, em
Após o sucesso do 14Bis e da popularidade dos irmãos Wright na Europa, Santos Dumont ressurgiu com um invento que iria não
só colocá-lo novamente em destaque nos jornais e diante do público francês mas também modificar o novo mercado aeronáutico que começava
a despontar. Em 1909, ele voou em seu avião Demoiselle, uma das primeiras aeronaves ultraleves do mundo, que se tornou um sucesso comercial.
Paris. No dia seguinte, toda a imprensa francesa louvou o feito histórico, o triunfo de um obstinado brasileiro que, pelo feito, conquistou o prêmio Archdeacon, oferecido pelo Aeroclube da França. Por esse motivo, se comemora em 23 de outubro o Dia do Aviador.
O pequeno e lindo "Demoiselle" encantou a todos e passou a ser produzido em série por várias fábricas.
Assim, Santos Dumont se tornou uma celebridade internacional e continuou a trabalhar em aviões, tendo feito muitas outras contribuições importantes para a Aviação. O Demoiselle foi o primeiro avião esportivo do mundo, que o próprio Santos Dumont usava como veículo de passeio e chegava a transportá-lo em seu carro, como uma bagagem especial. Foi com ele também que o inventor brasileiro fez o último voo da sua vida, em janeiro de 1910.
Legado, tradição e história. Valores que definem os veteranos, militares que contribuíram, com muita dedicação e profissionalismo, para o engrandecimento e a construção de projetos que perduram até os dias atuais na Força Aérea Brasileira (FAB).
A Diretriz do Comando da Aeronáutica (DCA) Nº 11-127/2020 estabelece os procedimentos e as responsabilidades para a efetivação do dia 16 de julho como o Dia do Veterano da Força Aérea Brasileira, pois, em 1945, marcou o retorno daqueles que lutaram nos céus da Itália durante a Segunda Guerra mundial.
A medida tem como objetivo reconhecer homens e mulheres que vestiram o azul aeronáutico com honra e dedicação, de modo a valorizar os profissionais que labutaram em prol do engrandecimento da FAB ao longo de toda a sua história.
O termo “Veterano”, por sua vez, é comumente utilizado para designar alguém experiente e, especificamente no meio militar, uma pessoa que serviu por muitos anos nas Forças Armadas. A palavra também tem a conotação de uma pessoa experiente ou de notório saber. Tais homens e mulheres colocaram em evidência o Patriotismo, a Disciplina, o Comprometimento, o Profissionalismo e a Integridade, que se tornaram princípios que norteiam a Instituição.
Para celebrar a data, será realizada, entre os dias 10 a 17 de julho, a Semana dos Veteranos 2023, na sede da Base de Recepção de Veteranos (BREVET), no Campo dos Afonsos, no Rio de Janeiro (RJ). O evento contará com palestras, gastronomia, apresentações da Banda da Base Aérea dos Afonsos (BAAF), atividades culturais, serviços imobiliários,
de saúde, estética e identificação, além de visita guiada ao MUSAL.
A iniciativa é uma parceria da Diretoria de Administração da Aeronáutica (DIRAD), por meio da Base de Recepção de Veteranos (BREVET), e da Diretoria de Administração do Pessoal, por meio da Subdiretoria de Veteranos e Pensionistas (SDVP).
No ciclo de palestras, diversos temas serão trabalhados, entre eles “Plano de Saúde da Aeronáutica” (DIRAP), “Educação Financeira para Veteranos”, “Longevidade Saudável” (Instituto de Longevidade MAG), “Alzheimer: Mitos e Verdades”, “Envelhecimento Ativo e Saudável”, “Apresentação sobre o Sistema de Assistências aos Veteranos e Pensionistas da Aeronáutica” e “Produtos e serviços oferecidos pela CFIAE aos militares da ativa, Veteranos e seus pensionistas”.
A abertura dos portões e o início dos atendimentos nos estandes ocorrerão às 9h de segunda-feira (10/07). A marcante oficina de “Contos da Caserna”, já presente em outros Encontros de Veteranos, também estará no evento e promete trazer ainda mais emoção. A atividade é voltada para o resgate das próprias histórias desses grandes exemplos, que ajudaram a moldar os valores da FAB, em todos os seus períodos e estruturas, até os dias atuais.
O Secretário de Econo -
mia, Finanças e Administração da Aeronáutica (SEFA), Tenente-Brigadeiro do Ar Ricardo Augusto Fonseca Neubert, destacou a importância do evento. “A Semana dos Veteranos 2023 tem por objetivo congregar, em um ambiente que traz à memória os bons tempos da caserna, aqueles militares que dedicaram parcela significativa de suas vidas à FAB, oferecendo atividades que englobam palestras, serviços de saúde, atividades culturais e serviços de identificação”, pontuou. Na segunda-feira, dia 17/07, para encerrar o Encontro, será realizada uma cerimônia militar no Hangar Tenente Lucena, localizado na BAAF.
no Campo dos Afonsos (RJ), realizou, no dia 24/05, o III Encontro de Veteranos. Na ocasião, o Brigadeiro do Ar Clóvis de Athayde Bohrer, de 99 anos, destacou que a cerimônia traz um sentimento de valorização para aqueles que contribuíram de alguma forma para o cresci-
mento da FAB. “Fico feliz pelo reconhecimento por parte da nossa instituição, do trabalho daqueles que contribuíram para que a nossa Força Aérea fosse o que é hoje. Isso demonstra que a nossa Força não está ausente do passado dessas pessoas que ajudaram a construí-la”, disse.
Bomba, desfolhado, break, looping, tonneau reverso e coração.... responsável por essas e muitas outras incríveis manobras aéreas,
Ten JOR Eniele Santos tica, por meio do Instituto Histórico-Cultural da Aeronáutica (INCAER).
o Esquadrão de Demonstração Aérea, o EDA – também conhecido como Esquadrilha da Fumaça –, recebeu oficialmente o reconhecimento como bem cultural imaterial pelo Comando da Aeronáu-
O anúncio destaca a relevância histórica e cultural dessa emblemática Unidade Aérea, que há décadas en -
canta e emociona o público com suas impressionantes performances aéreas. Além disso, coloca o esquadrão no mesmo patamar que outros patrimônios imateriais, tais como Campo dos Afonsos, Ópera do Danilo, Campo Parnamirim e Reunião Decenal de Turma.
O reconhecimento da Esquadrilha da Fumaça como bem cultural imaterial é resultado de um extenso processo de valorização e preservação da memória da aviação no Brasil. O EDA, fundado em 1952, tem desempenhado um papel fundamental na promoção da cultura aeronáutica, além de representar um símbolo de orgulho nacional.
Ao longo dos anos, a Esquadrilha da Fumaça tem se destacado por suas apresentações de precisão, habilidade e coragem. Com suas manobras complexas e sincronizadas, os sete pilotos do EDA demonstram um elevado grau de profissionalismo e técnica, encantando plateias em todo o país e no exterior.
O reconhecimento como bem cultural imaterial atribui à Esquadrilha da Fumaça um status oficial de importância histórica e cultural. Isso implica na valorização e preservação de suas tradições, práticas e conhecimentos, bem como na promoção de atividades educativas e de divulgação relacionadas à equipe.
O Comandante do Esquadrão, Coronel Aviador
Daniel Garcia Pereira, expressou sua gratidão pelo reconhecimento e desta -
cou que este é, sem dúvida, um dos maiores reconhecimentos já recebidos pela Esquadrilha da Fumaça em seus 71 anos de história. “Como Comandante, sinto-me privilegiado por fazer parte deste Esquadrão que, certamente, prosseguirá por muitos anos abrilhan -
tando os olhos de quem assiste às demonstrações da Fumaça, levando cultura aeronáutica e a imagem da Força Aérea Brasileira por onde passa", disse.
Ainda segundo o oficial, tal reconhecimento fortalece a importância histórica e cultural da equipe, abrindo
novas oportunidades para a preservação e divulgação de seu legado. "O reconhecimento oficial nos permite preservar nossa história, compartilhá-la com o público e inspirar futuras gerações de pilotos e entusiastas da aviação”, afirmou.
Celular de Intendência (UCI).
A Força Aérea Brasileira (FAB) realizou o Exercício de Campanha de Emprego de Logística, Saúde e Intendência Operacional (EXCELSIOR) no Estado do Amazonas. Essa foi uma ação do Comando da Aeronáutica (COMAER), de caráter ostensivo, que só foi possível devido ao esforço conjunto do Destacamento de Apoio à Comissão de Aeroportos da Região Amazônica (DACO-MN), do Grupamento de Apoio Logístico de Campanha (GALC), do Hospital de Campanha (HCAMP), do Escalão Móvel de Apoio (EMA), do Grupo de Segurança e Defesa de Manaus (GSD-MN) e da Unidade
O Exercício foi uma mobilização da FAB para o atendimento especializado em saúde às comunidades das margens do Rio Negro, no distrito de Moura, entre os dias 26 e 28/05, e em Barcelos, no período de 31/05 a 04/06. Foram contabilizados 5.300 atendimentos, nas especialidades de ortopedia, pediatria, ginecologia, clínica médica, dermatologia, proctologia, emergência, fisioterapia, neurologia e odontologia. Além disso, o HCAMP também realizou exames preventivos de câncer no colo de útero, com resultados em tempo real; exames laboratoriais e de imagem (raio-x e ultrassonografia); e assistência social
e religiosa. Também foram distribuídos 14.769 medicamentos, que foram doados pelo Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Saúde do Estado do Amazonas e pela Secretaria de Saúde Municipal de Barcelos.
A Ação Cívico-Social (ACISO) contou com a atuação de mais de cem militares de Intendência, das áreas da
saúde, operacional e de segurança e defesa envolvidos no transporte, logística e operação das balsas e prestação de serviços na região.
Neste Exercício, a FAB transportou, por meio de balsas, a maior estrutura ao longo de anos, sendo o maior comboio em extensão, com 146 metros de comprimento e 1000 toneladas deslocadas.
Ten JOR Gabrielle VarelaIntendente Gilson Alves Almeida Junior, essa foi uma oportunidade de fortalecer as capacidades logísticas, de saúde e de intendência, as quais são fundamentais para o funcionamento de qualquer força militar. “Reconhecemos que a assistência às comunidades ribeirinhas do norte do Brasil é de relevante importância, e nosso compromisso com o bem-estar de nossa população não se limita apenas aos nossos militares, mas se estende a todos os cidadãos. Ressalto ainda o recurso humano, que são os militares subordinados ao nosso Comando-Geral do Pessoal:
equipe da saúde, da assistência religiosa, da assistência social, dentre outros. Eles foram fundamentais para o sucesso da nossa missão”, pontuou.
Para a Comandante do Hospital de Campanha, Major Médica Neurologista
Carla Isabel dos Santos Silvestre, foi um desafio estar à frente de uma operação tão importante. “A dedicação e o espírito de corpo de nossa equipe do HCAMP nos motivam no cumprimento de nossa missão, que é levar saúde onde for necessário,” disse. “Todos os militares chegaram motivados e empenhados para fazer o máximo que podiam, sem hora pra terminar”, completou.
A senhora Erica Sousa, mãe de quatro crianças, foi atendida pelos militares do HCAMP e elogiou o atendimento recebido. "Já tinha um ano que não tínhamos atendimento de saúde. Sou grata à Força Aérea por trazer o Hospital de Campanha à nossa comunidade de Moura", declarou.
"A gente precisava desse apoio. Tenho uma filha que precisa de atendimento médico por alguns problemas que tem. Então, foi uma coisa muito boa que aconteceu para a nossa comunidade," afirmou Patrícia da Silva Almeida, que expressou gratidão por ter recebido os atendimentos de saúde perto de casa.
A indígena Suzana Kepropeteri Yanomami foi atendida no HCAMP em Barcelos, e, por meio do tradutor, falou sobre a atenção recebida. "Muito feliz pelo atendimento que estão fazendo na área da saúde. Agradeço a prioridade aos povos indígenas. É um privilégio ter esse atendimento para nós", expressou.
A FAB também realizou doação para crianças ribeirinhas de mais de quinhentas peças de roupas e acessórios feitos, em parte, de fardas militares descaracterizadas. A iniciativa é uma parceria com a ONG “Dress a Girl”, que customiza shorts, vestidos, bonecas e tiras com laços.
FOTOS: SARGENTO FIGUEIRA/ CECOMSAERAs Forças Armadas, sob a coordenação do Ministério da Defesa, realizaram de 12/05 a 02/06 a Operação Ágata – Comando Conjunto Uiara, na faixa de fronteira Brasil, Peru e
Colômbia, em cooperação com agências governamentais e órgãos federais, estaduais e municipais. O objetivo da ação foi combater crimes transfronteiriços e ambientais, além de intensificar a presença do Estado brasileiro na região.
A Força Aérea Brasileira (FAB) atuou com ações de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR) e Transporte Aéreo Logístico (TAL) em prol do alcance dos objetivos estratégicos, operacionais e táticos definidos no Teatro de Opera -
ções Amazônico. Para isso, foram empregadas as aeronaves R-99, C-105 Amazonas, SC-105 Amazonas, P-95 Bandeirulha e A-29 Super Tucano, que atuaram na prevenção e repressão dos crimes de contrabando, descaminho, narcotráfico, exploração mineral e garimpos ilegais, praticados na faixa de fronteira.
O Chefe do Centro Conjunto de Operações Aeroespaciais (CCOA), Brigadeiro do Ar Francisco Bento Antunes Neto, destacou a importância da operação para o controle de atividades ilegais na região de fronteira.
Ten JOR Susanna Scarlet“A Operação Ágata Uiara é crucial para promover a presença do Estado na região norte do país, contando com o apoio das aeronaves e equipamentos de vigilância em conjunto com as demais Forças Singulares e agências governamentais. A operação reafirma o compromisso da FAB com a soberania do país, destacando o papel das forças armadas na integração, defesa e controle do território nacional”, afirmou o Oficial-General.
NAS FRONTEIRAS
Os rios Negro e Solimões são modais primários de transporte logístico na Amazônia, portanto, as medidas de emprego do poder militar adotadas na Operação Uiara foram essenciais para interromper o fluxo de material ilegal no local, inutilizando garimpos irregulares e combatendo a contaminação do meio ambiente por dragas de exploração mineral.
Durante a operação, por meio de um voo de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR), foi identificada uma
pista de pouso não homologada no município de Barcelos (AM). Equipes da Marinha do Brasil (MB), do Exército Brasileiro (EB) e da FAB enviaram tropas ao local, onde foi encontrada uma aeronave camuflada, coberta por galhos e folhas de árvore, em um acampamento provisório com aproximadamente 400 quilos de entorpecentes: cocaína, skunk e maconha.
Uma equipe do Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento (PARA-SAR) abriu uma clareira de 20 metros na floresta para que a aeronave H-60L (Black Hawk) pousasse em segurança com os 14 operadores especiais a bordo, dentre eles dois Policiais Federais.
O Chefe do Estado-Maior Conjunto, General de Brigada Ricardo Moussallem, falou sobre a ação empregada na Operação. “O emprego do poder aeroespacial na situação de incertezas da região de floresta é essencial para assegurar o sucesso da operação de combate a ilícitos e garantir a segurança da tropa no terreno”, destacou o Oficial-General.
ado com aeronaves de asas rotativas.
Maj Av Fábio Bazilius a cor da água mudou completamente.
No dia 27/06, as Forças Armadas divulgaram um relatório com os resultados das ações na Terra Indígena Yanomami (TIY). Durante uma coletiva de imprensa realizada em Boa Vista (RR), foram apresentados números positivos que apontam uma enorme redução das atividades ilegais de garimpo na região, além de um grande esforço de ajuda humanitária aos indígenas. Nesse contexto, a Força Aérea Brasileira (FAB) contribuiu com grande peso ao disponibilizar aeronaves de transporte, de reconhecimento, de caça e de asas rotativas (helicópteros), auxiliando em todos os escopos de prevenção e repressão realizados em total cooperação interagências. De igual forma, a Marinha do Brasil (MB) e o Exército Brasileiro (EB) vêm realizando ações preventivas e repressivas com foco nos delitos transfronteiriços e ambientais, na faixa de fronteira terrestre e nas águas interiores, tendo também atu-
Pela manhã, um sobrevoo nas áreas dos garimpos, com aeronaves C-98 Caravan, mostrou a efetividade das ações de combate à mineração ilegal. Tais áreas já se encontram em processo de recuperação natural. Após 4 meses sem a degradação ambiental causada pelo garimpo, as áreas afetadas possuem vegetação em crescimento. Além disso,
Esse registro está em paralelo com um levantamento efetuado pela Polícia Federal nas últimas semanas, que revelou que a interrupção do avanço do garimpo de fato aconteceu. Entre o período observado, de 6 de maio a 8 de junho, não foi registrado nenhuma ocorrência de novos garimpos e desmatamentos. Isso aconteceu, principalmen-
te, pelo estrangulamento do apoio logístico nas estradas, que contou com ações coordenadas com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), nos rios e no espaço aéreo, o que limita a ação dos garimpeiros e inviabiliza as operações ilegais.
Essa foi a primeira vez, desde o início desse tipo de monitoramento, em agosto de 2020, que se observa a ausência de alertas de garimpos por um período tão longo de tempo.
Em 30 de janeiro de 2023, por meio do Decreto nº 11.405, que dispõe sobre medidas para enfrentamento da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) e de combate ao garimpo ilegal na TIY, a serem adotadas por órgãos da administração federal, as Forças Armadas passaram a prestar ajuda humanitária aos indígenas no Estado de Roraima com maior intensidade, além de apoiar outras Instituições, como a Polícia Federal e o IBAMA. A Força Aérea Brasileira ficou responsável, além de prover inteligência, pelo Transporte Aéreo Logístico (TAL) nas operações, oferecendo como
principais meios as aeronaves C-105 Amazonas e KC-390 Millennium, que dispõem de rampas para a execução de lançamento de cestas básicas com paraquedas. Além delas, também estão envolvidas as aeronaves C-98 Caravan e os helicópteros H-36 Caracal para os demais desdobramentos de transporte até os locais mais remotos. A Marinha do Brasil também disponibilizou os helicópteros UH-15 e UH-12, e o Exército Brasileiro os helicópteros HM-1 e HM-2, além de também prover inteligência. Com todos esses meios aéreos, foram distribuídas 23.438 cestas básicas em ação humanitária aos indígenas
da TIY, com mais de 600 toneladas de material transportado. O esforço logístico alcançou números históricos, com mais de 1.000 lançamentos de cargas efetuados desde o início das operações. Também foram transportados mais de 270 indígenas, além de 96 que foram socorridos em missões de Evacuação Aeromédica (EVAM). No total, mais de 1.800 pessoas foram transportadas, também levando em consideração os militares e todo o efetivo envolvido, em mais de 5.200 horas de voo. Todo esse esforço pode mostrar o comprometimento da Forças Armadas e de todas as Instituições no atendimento aos indígenas da TIY.
No mês de maio, os conflitos entre os garimpeiros e os indígenas passaram a ser evidentes, ocasionando mortes e violência dos dois lados. Com a escalada da crise, uma nova ação de governo instituiu o Decreto nº 11.575, de 21 de junho de 2023, que versa sobre a ampliação do escopo da atuação do Ministério da Defesa, tornando as ações mais repressivas e incluindo novos poderes aos militares no combate às ações ilegais. Nesse contexto, a partir da semana passada, além do apoio de TAL e de inteligência aos demais órgãos e agências envolvidas, as Forças Armadas passaram a realizar ações preventivas e repressivas contra delitos transfronteiriços e ambientais, na faixa de fronteira terrestre e nas águas interiores, por meio da promoção de ações de patrulhamento, de revista de pessoas, veículos terrestres, embarcações e aeronaves, e de prisões em flagrante delito, entre outras.
Dessa forma, a Força Aérea Brasileira mantém a vigilância do espaço aéreo com aeronaves de Alarme Aéreo
Antecipado ou AEW (do inglês Airborne Early Warning), ou seja, pelas aeronaves radar E-99, e de caça A-29 Super Tucano, executando ações de inteligência e de interceptação de aeronaves ilícitas, promovendo um controle do espaço aéreo de maneira eficaz. A Marinha do Brasil ficou responsável pela fiscalização dos rios, com seus navios de patrulha, e ações repressivas frente aos garimpos ilegais, e o Exército Brasileiro, de igual forma, atua frente às atividades de mineração e crimes ambientais, além de proporcionar proteção em solo às operações, tudo isso em um ambiente interagências.
Com isso, desde o início das operações, em fevereiro, foram destruídos 19 garimpos ilegais, reduzindo em 90% o número de voos clandestinos na Terra Indígena Yanomami. Nesse contexto, as Forças Armadas, em ação conjunta com agências do Governo Federal, causaram prejuízo de R$ 30,9 milhões em ações contra o garimpo ilegal na TIY, incluindo a destruição/apreensão de 112 balsas, 41 embarcações e aeronaves,
415 motores e máquinas de minério, 42 toneladas de cassiterita, 90 geradores e 39 armas de fogo, dentre outros itens. O Chefe do Estado-Maior Conjunto da Operação Ágata Fronteira Norte, Brigadeiro do Ar André Gustavo Fernandes Peçanha, comentou sobre o êxito das operações. “Em um ambiente de enormes desafios, como o clima e a dificuldade de acesso por rios ou estradas, as Forças Armadas realizaram um trabalho árduo para atender a todos os objetivos propostos, como o transporte de cestas básicas, as evacuações aeromédicas e o combate aos garimpos ilegais. Para isso, as aeronaves de inteligência, de transporte e de caça, bem como os helicópteros, tiveram fundamental importância para o sucesso e o alcance dos resultados aqui apresentados”, ressaltou o Oficial-General. Como conclusão final, todos os dados apresentados mostram uma drástica redução das atividades ilegais, comprovando a efetividade na sinergia entre as Forças Armadas e os demais órgãos e agências envolvidos nas operações.
Ano após ano, a Academia da Força Aérea (AFA), localizada em Pirassununga (SP), realiza o Simpósio das Aviações e da Infantaria. O evento, que já está em sua 20ª edição, tem o objetivo de ampliar os conhecimentos dos Cadetes do Curso de Formação de Oficiais Aviadores e de Infantaria, futuros Oficiais da Força Aérea Brasileira (FAB).
O Chefe da Subchefia de Preparo de Operações Aéreas (SPOA), Brigadeiro do Ar Alessandro Cramer, fala sobre relevância do Simpósio para os Cadetes. “Para o Comando de Preparo (COMPREP) este tipo de interação é muito
importante, para podermos passar todo conhecimento para os Cadetes e a progressão operacional da carreira que irão seguir”, concluiu.
O Comandante da Academia da Força Aérea, Brigadeiro do Ar Marcello Lobão Schiavo, explica sobre a importância do Simpósio para os Cadetes da Aviação e de Infantaria e as oportunidades oferecidas. “Esse tipo de evento é de grande valia para a AFA, pois é a oportunidade que o Cadete do 4º ano, que falta pouco tempo para se formar, tem contato com a Unidade Aérea em que vai servir, as diferentes aviações, os diferentes ramos da Infantaria e unidades de defesa aérea. É a oportunidade de conversar com os Comandan -
tes das unidades, e, dessa maneira, conhecer melhor ou até ajudar a fazer um melhor processo decisório de qual carreira irá seguir”, explicou.
O Chefe da Subchefia de Preparo de Operações Terrestres do Comando de Preparo, Brigadeiro de Infantaria Alexandre Okada, comentou sobre a dimensão do encontro para os Cadetes e para o COMPREP. “O tradicional Simpósio serve para que os alunos conheçam a concepção do emprego da Infantaria, as perspectivas futuras, as experiências que irão realizar, compreendam um pouco mais o que a FAB pode ofertar, o que reserva o futuro, quais as atividades, quais ações de Força Aérea
irão contribuir, o que irão fazer na Infantaria da Força Aérea, principalmente com relação às operações especiais, a parte de defesa aeroespacial, segurança e defesa, salvamento e resgate”, completou.
O evento conta com representantes dos Esquadrões de Inteligência, Vigilância e Reconhecimento (IVR), Caça, Asas Rotativas, Busca e Salvamento, Transporte e das Unidades de Infantaria. Outro destaque da programação é a exposição de aeronaves pertencentes a esquadrões das diversas aviações da FAB, para que os Cadetes possam conhecer cada uma delas, bem como manter contato com os pilotos e tripulação.
O Tenente de Infantaria
Tadeu de Pádua da Silva, do Grupo de Segurança e Defesa de Manaus (GSD-MN), comentou sobre o significado da atividade. “Durante o Simpósio, os Cadetes podem ter um contato direto com os idealizadores da doutrina de Infantaria na FAB. Desse modo, há a possibilidade de esclarecimento de várias dúvidas e desmistificação de receios em relação à escolha de localidade para servir pós-formação, além de expor como será a vida de cada militar em sua área de atuação: Operações Especiais, Autodefesa de Superfície ou Artilharia Antiaérea. Portanto, o evento torna os Cadetes de Infantaria mais ambientados do contexto de seu próprio quadro, facilitando suas escolhas futuras dentro das fileiras da Força Aérea Brasileira”, declarou.
O atual Líder do Corpo de Cadetes da Aeronáutica, o Cadete Aviador Kleyber Augusto Pedrotti, falou sobre as expectativas e a importância desse contato com as Unidades de Defesa Aérea. “Para nós, participar do Simpósio das Aviações e de Infantaria é algo fun -
damental, dada a nossa proximidade com as Aviações e Unidades de Defesa a qual vamos seguir após sair da Academia. Com o Simpósio, conseguimos ter um contato muito melhor com a missão que iremos realizar e poderemos fazer a melhor escolha para a carreira que iremos seguir aqui dentro da FAB”, disse.
Acesse o QR Code ao lado e confira detalhes da última edição do Simpósio das Aviações e da Infantaria.