ORDEM DO DIA DA AVIAÇÃO DE ASAS ROTATIVAS
BRASÍLIA, 03 DE FEVEREIRO DE 2023
A operação de asas rotativas na Força Aérea Brasileira teve seu início em 1953, com a chegada de três aeronaves H-13D, mas foi em 03 de fevereiro de 1964 que um ato de bravura, abnegação e coragem de uma tripulação brasileira deixaria seu legado na história de tão valorosa aviação.
Na ocasião, durante uma missão de paz da ONU, militares brasileiros pousaram um helicóptero H-19 na Região de Katanga, no sul da República Democrática do Congo, a fim de resgatar integrantes de outra aeronave que havia realizado um pouso de emergência.
Em meio a disparos de grupos rebeldes locais, poeira e ruídos dos motores, missionários e tripulantes embarcaram no helicóptero da FAB e foram retirados daquela região subsaariana, sem que ninguém fosse deixado para trás. O feito ficou conhecido como a primeira missão real de resgate desse tipo de aviação e mostrou, ao mundo, os valores e a operacionalidade dos militares da FAB.
Esse ato se perpetuou ao longo do tempo e permitiu com que a coragem e o destemor dos nossos tripulantes da aviação de asas rotativas, aliados ao desenvolvimento da tecnologia e de novos conhecimentos, colocassem nossa Força Aérea no nível de profissionalismo e desempenho hoje encontrados.
Depois dos já citados modelos H-13 e H-19, veio o versátil e robusto UH-1H que, ao longo de 51 anos de operação na FAB, se destacou na participação de inúmeras missões humanitárias e de busca e salvamento, entre elas: o resgate de vítimas do terremoto no Peru, em 1970; das enchentes em Santa Catarina, nos anos de 1974, 1982 e 2008; e do resgate de vítimas do Varig 254, em 1989, e do Gol 1907, em 2006, este considerado o pior acidente da história da aviação brasileira.
As lições aprendidas em tantas missões históricas e marcantes permitiram o desenvolvimento de táticas, técnicas e procedimentos que foram, aos poucos, aperfeiçoados com a chegada de aeronaves mais modernas, como o H-60L Black Hawk e o H-36 Caracal.
Tais vetores trouxeram consigo capacidades para a realização de missões de busca e salvamento, infiltração, transporte aéreo logístico, combate a qualquer tempo e em qualquer hora, utilizando-se de equipamentos modernos, como os
Óculos de Visão Noturna (NVG) e Foward Looking Infra Red(FLIR), que deram mais agilidade e precisão à Aviação de Asas Rotativas.
Para maximizar ainda mais a versatilidade da referida aviação, em 2022, a FAB iniciou a operação de reabastecimento em voo (REVO) em aeronaves de Asas Rotativas, colocando o Brasil dentro de um seleto grupo de países com tal capacidade.
A importância desse treinamento é a perspectiva de uma atuação mais rápida e eficiente, aumentando a característica de alcance da FAB em uma situação de resgate dentro do território nacional, em terra ou em mar, ou mesmo em uma situação de resgate em combate (CSAR).
Visando trazer maior eficiência na formação dos nossos pilotos e desde cedo adaptá-los ao atual cenário de emprego, em agosto do ano passado, a FAB, em ação conjunta com a Marinha do Brasil, assinou contrato de aquisição de 12 helicópteros H-125 novos, especificamente para a formação operacional de nossos pilotos. Essas aeronaves serão equipadas com glass cockpit duplo e compatíveis com o uso de Óculos de Visão Noturna, substituindo eficientemente os valorosos H-50 Esquilo.
Dessa forma, mantenhamos o espírito altivo para defender e integrar o território nacional nos mais distantes rincões deste país,
assim como tem sido feito, atualmente, na Força Tarefa para o enfrentamento da Crise Humanitária na Terra IndígenaYanomami, onde os rotores tem sido fundamentais para a interiorização de alimentos, medicamentos e equipes médicas parao socorro das famílias indígenas.
Parabéns aos homens e mulheres, tripulantes e mantenedores da nossa gloriosa Aviação de Asas Rotativas.
AOS ROTORES! O SABRE!
Tenente-Brigadeiro do Ar Sergio Roberto de ALMEIDA Comandante de Preparo