Antebellum

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Uma família de escravos na Geórgia. Negros escravizados eram, em meados da década de 1850, cerca de 14% da população total dos Estados Unidos.

Antebellum é uma palavra latina que significa "antes da guerra". Na história do Sul dos Estados Unidos, o período antebellum se deu desde o final da Guerra de 1812 até o começo da Guerra Civil Americana em 1861. O "sul antes da guerra" (ou Antebellum South) foi caracterizado pela expansão e uso da escravidão nos Estados Unidos e a cultura sulista que cercou esta instituição. À medida que a era avançava, os intelectuais e líderes do sul gradualmente mudaram sua visão e retratação da escravidão como uma instituição embaraçosa e temporária para uma defesa desse sistema como um bem positivo e criticaram duramente o nascente movimento abolicionista.[1]

A economia sulista era em grande parte baseada em plantações e dependente de exportações. A sociedade era estratificada, desigual e percebida pelos imigrantes como carente de oportunidades. Consequentemente, a base manufatureira ficou atrás dos estados não escravistas no Norte. A desigualdade de riqueza cresceu à medida que os grandes proprietários de terras recebiam a maior parte dos lucros gerados pelos escravos, o que também ajudava a consolidar seu poder como classe política.[2]

Conforme o país expandia-se para o oeste, a propagação da escravidão tornou-se uma questão importante na política nacional, posteriormente transbordando para uma guerra civil. Nos anos seguintes, este período foi profundamente romantizado por revisionistas históricos para proteger três afirmações centrais: que os Estados Confederados lutaram por uma causa heróica, que as pessoas escravizadas eram felizes e satisfeitas em sua condição e que a escravidão não foi a causa primária da guerra.[3] Esse fenômeno continuou a influenciar o racismo, papéis de gênero e as atitudes religiosas no Sul e, em menor grau, no resto do país, até os dias atuais.[4][5]

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências
  1. «The Southern Argument for Slavery [ushistory.org]». www.ushistory.org. Consultado em 7 de novembro de 2021 
  2. Conrad, Alfred H.; Meyer, John R. (1958). «The Economics of Slavery in the Ante Bellum South». Journal of Political Economy. 66 (2): 95–130. JSTOR 1827270. doi:10.1086/258020 
  3. King, Connor. «Lost Cause Textbooks: Civil War Education in the South from the 1890s to the 1920s». Consultado em 16 de julho de 2021 
  4. Cox, Karen L. (2019). Dixie's daughters : the United Daughters of the Confederacy and the preservation of Confederate culture. John David Smith [edição de 2019 com novo prefácio] ed. Gainesville [Flórida]: [s.n.] ISBN 978-0-8130-6413-0. OCLC 1054372624 
  5. Wilson, Charles Reagan (2009). Baptized in blood : the religion of the Lost Cause, 1865-1920 2009 ed. Athens, Ga.: University of Georgia Press. ISBN 978-0-8203-4072-2. OCLC 758389689