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FAMÍLIA PLAN E JADA

Na hora de decidir ter filhos, é preciso levar em conta alguns critérios

YVÁN BALABARCA CÁRDENAS e VICTORIA MARTINEZ TEJADA

Todos aguardavam na sala, até que a tensão deu lugar ao choro da criança que acabara de nascer. Aqueles que ajudaram no parto se aproximaram e, com um sorriso, anunciaram à família reunida: “É uma linda menina!” Apenas os que presenciam o esperado nascimento de um bebê podem descrever a alegria que essa notícia traz.

Deus fez os seres humanos com a capacidade de procriar (Gênesis 1:28). Desde a criação, deu ao homem e à mulher a ordem para povoar a Terra, que acabava de sair de Suas mãos e estava perfeita, com recursos disponíveis e com a perspectiva de vida eterna.

Antes do pecado, o plano era que eles pudessem ter lhos que se convertessem em adoradores. Homens e mulheres que louvassem ao Senhor com a perfeita simetria da santidade e o caráter santo daqueles que, em seu livre-arbítrio, escolheriam o caminho da adoração e obediência ao Santo dos santos.

No entanto, os primeiros pais da humanidade decidiram se rebelar contra Deus, comendo do fruto proibido, única coisa que lhes havia sido vedada, sucumbindo, assim, ao engano de Satanás (Gênesis 3:1-7). Desde então, as coisas mudaram bastante. Os lares se tornaram o centro do ataque do mal, e se dividiram entre aqueles que servem a Deus e aqueles que O negam, rebelando-se diante de Sua autoridade e resistindo ao Seu amor. Nesse contexto do grande con ito, as famílias aos poucos deixaram de formar homens e mulheres piedosos, capazes de ser éis administradores dos recursos que Deus deixou na Terra, transformando-se em pessoas que buscam seus próprios interesses.

Mudan A Completa

Chegamos aos nossos dias com uma população estimada em 8 bilhões de habitantes, de acordo com a ONU. Milhões deles vivem com até US$ 1,90 por dia. Para piorar, em 2020, devido ao impacto da Covid19 na economia, houve uma nova onda de desemprego, e a pobreza aumentou nesse período. Felizmente, os números mostram que os índices de pobreza começaram a melhorar novamente, assim como vinha ocorrendo antes da crise sanitária (link.cpb.com.br/2c10ba).

Por outro lado, em 2020 nasceram 17 pessoas a cada mil habitantes. Isso mostra um grande contraste com o ano de 1963, quando registrou-se 36 nascimentos a cada mil habitantes (link.cpb.com.br/04290b). A taxa de natalidade tem diminuído década após década, tendência que tem sido in uenciada, entre outros fatores, pela previsão de uma futura falta de recursos naturais. Com base em cálculos de uma ONG chamada Global Footprint Network, a WWF divulgou que os recursos disponíveis para todo o ano de 2022 foram consumidos até o m de julho. Ou seja, o consumo desenfreado tem levado o mundo a esgotar os recursos do planeta, acumulando dé cits a cada ano (link.cpb.com.br/ed7755).

É por isso que organizações em todo o mundo vêm desenvolvendo, há décadas, uma estratégia global para diminuir os nascimentos no mundo. Mas será que isso colide com a ordem bíblica de povoar a Terra? Vamos analisar isso com cuidado!

Planeje Com Aten O

Quando Deus deu essa ordem, a Terra estava vazia. Na Nova Terra, conforme lemos na Bíblia, os seres humanos não continuarão a se reproduzir, pois Deus deixou claro que lá os seres humanos serão como os anjos, e não haverá mais casamento

Cura Para Os Traumas

Nem tudo na vida sai conforme o planejado. Há situações que fogem do nosso controle e deixam cicatrizes. A violência é uma marca profunda e injustificável. Mas Deus não quer que você carregue esse peso pelo resto da vida. Ele está pronto a oferecer alívio. O exemplo deixado por Jesus foi o de perdoar quem ofende e esperar que haja uma mudança de conduta. Perdoar significa reconhecer a necessidade de estender ao outro aquilo que Deus estendeu a todos os seres humanos: uma oportunidade de recomeço (Colossenses 3:13, Efésios 4:32). Se você foi vítima de abusos e maus-tratos na maternidade, peça ajuda a Deus para viver uma nova vida livre dos traumas e ressentimentos, além de buscar ajuda psicológica.

E se você é um(a) profissional da área obstétrica e escolheu trabalhar em favor do outro, não permita ser a fonte de sofrimento de alguém. A vida é uma dádiva sagrada e deve ser respeitada e protegida.

(Marcos 12:25). Isso nos leva a re etir que talvez não seja uma questão de ter muitos lhos como antes, mas de planejar a família que desejamos ter e que podemos manter com dignidade e condições estáveis.

Os lhos são um presente de Deus (Gênesis 4:1; 33:5), e, na cultura hebraica, por exemplo, era uma grande bênção que a mulher estéril desse à luz (Salmo 113:9; 1 Samuel 1:6-8; Lucas 1:7).

É Ele que forma os lhos no ventre materno (Salmo 139:13-16) e os conhece antes mesmo de nascerem (Gálatas 1:15). Isso é muito interessante, porque Deus quer que os lhos sejam uma bênção no lar. E deseja que as famílias sejam felizes e desfrutem de plena comunhão entre si e com Ele.

Por outro lado, existem textos que recomendam que algumas pessoas permaneçam solteiras para se dedicar aos interesses de Deus (1 Coríntios 7:7, 8, 27, 32, 34; Mateus 19:12). Então, pela lógica, essas pessoas não deveriam se preocupar em ter descendentes. Sendo assim, existem pessoas que, por amor ao Senhor, decidiram não se casar. À luz da Bíblia, existem as duas recomendações: uma para se casar (1 Coríntios 7:9) e outra, de acordo com o dom que tenha recebido, para car solteiro e, portanto, não ter lhos.

No entanto, aqueles que já estão casados devem planejar ter os lhos que possam manter e cuidar, de acordo com as forças e benefícios que seu trabalho pode oferecer, tomando o cuidado de não negligenciar seu lar. Os métodos de planejamento

POIS TU FORMASTE O MEU INTERIOR, TU

ME TECESTE NO VENTRE DE MINHA MÃE.

GRAÇAS TE DOU, VISTO QUE DE MODO ASSOMBROSAMENTE MARAVILHOSO

ME FORMASTE; AS TUAS OBRAS SÃO ADMIRÁVEIS, E A MINHA ALMA O SABE

MUITO

BEM. (SALMO 139:13, 14)

familiar são uma excelente opção (sempre em conversa com um médico ou especialista) para planejar o nascimento dos lhos e, assim, contar com recursos e energia para acompanhar seu desenvolvimento.

Gravidez N O Planejada

Quando se fala em uma gravidez não planejada na adolescência ou em qualquer outra época da vida, em maior ou menor grau, existem alguns riscos, como falta de acompanhamento médico adequado, ocorrência de pré-eclâmpsia (hipertensão arterial especí ca da gravidez) e eclâmpsia (forma grave da doença), fístula obstétrica, trauma devido a uma perda. Sem falar no medo, na ansiedade, no estresse, nos problemas familiares nos casos de abuso/estupro e até na rejeição do bebê.

Estando casados, o momento ideal para se ter um bebê dependerá basicamente de dois aspectos: o biológico, aquele em que a mulher apresenta boa saúde e menores riscos, e o social. Estudos mostram que, a cada ano que o casal adia a gravidez, seus rendimentos aumentam em 10% (link.cpb. com.br/aed435). Então, seria recomendável que o casal planejasse seu primeiro lho no momento em que sua renda fosse compatível com os gastos familiares.

Quanto mais lhos o casal deseja ter, mais planejamento isso exige. Pelo fato de a gestação acabar afetando a vida pro ssional da mulher de forma mais intensa, é necessário que o homem entenda e assuma o desa o de crescer econômica e socialmente.

Assim, do ponto de vista cristão, é melhor planejar uma família que possa ser mantida feliz, de acordo com o plano maravilhoso de Deus.

YVÁN BALABARCA CÁRDENAS é doutor em Educação Familiar; VICTORIA MARTINEZ TEJADA é doutora em Educação. Eles dirigem o Ministério da Família de uma das sedes administrativas da Igreja Adventista nos Estados Unidos