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Nutrição e Suplementação para Ganho de Desempenho Físico e Esportivo

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A editora e os autores deste livro não mediram esforços para assegurar dados corretos e informações precisas. Entretanto, por ser a Medicina uma ciência em permanente evolução, recomendamos aos nossos leitores recorrer à bula dos medicamentos e a outras fontes fidedignas – inclusive documentos oficiais –, bem como avaliar cuidadosamente as recomendações contidas neste livro em relação às condições clínicas de cada paciente.

Organizad O res

João Carlos Bouzas Marins

Professor de Educação Física pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Mestre em Biociências da Atividade Física pela UFRJ.

Doutor em Bases Fisiológicas da Nutrição Humana pela Universidad de Murcia, Espanha. Doutor em Atividade Física e Saúde pela Universidad de Granada, Espanha.

Pós-doutorado na Universidad Politécnica de Madrid, Espanha.

Professor Titular da Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Atua na Área de Fisiologia do Exercício, com Ênfase em Recursos Ergogênicos

Nutricionais na Performance Humana.

Pesquisador nas Áreas de Atividade Física e Saúde, Termografia, Respostas Cardíacas no Exercício, Testes Físicos e Nutrição Esportiva.

Diretor do Laboratório de Performance Humana (LAPEH) da UFV.

Foi bolsista produtividade do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em duas ocasiões. Também já foi Coordenador de Área na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG).

Mariana de Melo Cazal

Graduada em Nutrição.

Mestre em Ciência da Nutrição e Doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), com Foco de Estudo nas Diferentes Formas de Abordagem Nutricional Pré-exercício.

Professora Adjunta do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Campus de Governador Valadares, MG. Pesquisadora na Área de Nutrição Aplicada ao Esporte e Ciência de Alimentos.

Possui Experiência em Atendimento Nutricional para Praticantes de Atividade Física e Atletas.

Foi Professora de Nutrição Esportiva para Graduação e Especialização em Instituições de Ensino Privado.

Nutrição e Suplementação para Ganho de Desempenho Físico e Esportivo

Copyright © 2023 Editora Rubio Ltda.

ISBN 978-65-88340-49-3

Todos os direitos reservados.

É expressamente proibida a reprodução desta obra, no todo ou em parte, sem autorização por escrito da Editora.

Produção

Equipe Rubio

Capa

Bruno Sales

Imagens de capa

 iStock.com/Eugeniusz Dudzinski/Maria Tebryaeva

Diagramação

Estúdio Castellani

CIP‑BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO

SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

N97

Nutrição e suplementação para ganho de desempenho físico e esportivo / organizadores João Carlos Bouzas Marins, Mariana de Melo Cazal ; colaboradores

Alex de Andrade Fernandes ... [et al.]. – 1. ed. – Rio de Janeiro : Rubio, 2023.

552 p. ; 24 cm.

Inclui bibliografia e índice

ISBN 978-65-88340-49-3

1. Atletas – Nutrição. 2. Esportes. 3. Suplementos dietéticos. 4. Aptidão física –Aspectos nutricionais. I. Marins, João Carlos Bouzas. II. Cazal, Mariana de Melo. III. Fernandes, Alex de Andrade.

23-84114

CDD: 613.2024796

CDU: 613.2:796.071.2

Meri Gleice Rodrigues de Souza – Bibliotecária – CRB-7/6439.

Editora Rubio Ltda.

Av. Franklin Roosevelt, 194 s/l. 204 – Centro

20021-120 – Rio de Janeiro – RJ

Telefone: +55(21) 2262-3779

E-mail: rubio@rubio.com.br www.rubio.com.br

Impresso no Brasil

Printed in Brazil

Colaboradores

Alex de Andrade Fernandes

Graduado em Educação Física (Licenciatura e Bacharelado) pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Mestre em Educação Física pela UFV.

Doutor em Ciências do Esporte pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG)

– Campus Avançado Ipatinga.

Alisson Gomes da Silva

Graduado em Educação Física pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

Mestre e Doutor Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Professor do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico na Escola Preparatória de Cadetes do Ar (Epcar).

Ana Luiza Machado Dias

Bacharel em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Licenciada em Educação Física pela Fundação

Presidente Antônio Carlos de Ubá (Fupac/Ponte Nova).

Especialista em Gestão do Cuidado em Saúde da Família pela Universidade Federal de Minas

Gerais (UFMG) e em Saúde do Adulto com Ênfase em Doenças Crônicas Degenerativas pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Andrês Valente Chiapeta

Graduado em Fisioterapia pela Universidade Católica de Petrópolis (UCP), RJ.

Pós-graduado Lato Sensu em Ergonomia pela Universidade Gama Filho (UGF), RJ.

Mestre em Ciências da Educação Física pela Universidad de Matanzas, Cuba.

Doutor em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Professor do Curso de Fisioterapia no Centro Universitário de Viçosa (Univiçosa), MG.

Bárbara Pereira da Silva

Graduada em Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Mestre e Doutora em Ciência da Nutrição pela UFV.

Doutorado Sanduíche (01/2019 – 08/2019) como Pesquisadora Visitante no Centro de Agricultura e Saúde Robert W. Holley, da Cornell University, Ithaca, NY, EUA.

Professora do Departamento de Nutrição e Saúde da UFV.

Bárbara Ramos Vieira

Bacharel e Licenciada em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Especialista em Fisiologia e Treinamento Aplicados a Academias e Clubes pela Universidade Gama Filho (UGF).

Mestre em Educação Física pela UFV.

Carlos Magno Amaral Costa Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Especialista em Treinamento Desportivo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Mestre em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Doutor em Ciências do Esporte pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Professor do Curso de Educação Física do Instituto Federal do Sudeste de Minas Gerais

– Campus Rio Pomba (IF Sudeste MG).

Ceres Mattos Della Lucia Graduada em Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Mestre e Doutora em Ciência da Nutrição pela UFV.

Pós-doutorado em Nutrição Experimental na Universidade de Utah, EUA.

Professora do Departamento de Nutrição e Saúde da UFV.

Ciro José Brito

Licenciado e Bacharel em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Mestre em Ciência da Nutrição pela UFV.

Doutor em Educação Física pela Universidade

Católica de Brasília (UCB).

Pós-doutorado em Ciência da Atividade Física pela Universidad Politécnica de Madri, Espanha.

Professor Adjunto da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Clara dos Reis Nunes

Graduada em Biologia pela Universidade

Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF).

Graduada em Nutrição pelo Centro Universitário Redentor (UniRedentor), RJ.

Especialista em Análises Clínicas e Gestão de Laboratórios pela Faculdade de Medicina de Campos (FMC), RJ.

Mestre e Doutora em Produção Vegetal/ Tecnologia de Alimentos, com Ênfase em Química de Alimentos, pela UENF.

Professora dos Cursos de Saúde na Faculdade Metropolitana São Carlos (FAMESC) em Bom Jesus do Itabapoana (RJ).

Coordenadora do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da FAMESC.

Deise Félix Quintão Corrêa

Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Pediatra pelo Hospital da Baleia.

Intensivista Pediátrica pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (FHEMIG).

Médica Horizontal na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e no Ambulatório de Doenças Complexas do Hospital Infantil São Camilo Unimed (HISCU), MG.

Diretora Técnica do Hospital Infantil João Paulo II (HIJPII).

Gerente Médica da Pediatria do Complexo Hospitalar de Urgência da FHEMIG.

Denise Félix Quintão

Graduada em Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Mestre em Ciência da Nutrição pela UFV. Especialista em Nutrição Esportiva pela Universidade Gama Filho (UGF), RJ.

Professora Efetiva do Curso Técnico em Nutrição e Dietética do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG), Campus São João Evangelista.

Duílio Teixeira Soares Júnior

Graduado em Farmácia e Bioquímica pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Doutor e Mestre em Bioquímica Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Especialista em Análises Clínicas pela Faculdade Internacional Signorelli (FIS).

Professor e Coordenador do Curso de Pósgraduação no Centro Universitário de Viçosa (Univiçosa) e Analista Clínico na UFV.

Elenice de Sousa Pereira

Bacharel, Mestre e Doutoranda em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Licenciada em Educação Física pela UFV, Campus Florestal.

Integra o Grupo de Estudos e Pesquisa em Cineantropometria, Desenvolvimento Humano e Saúde (GEPCiDeHS), da UFV.

Felippe Cardoso

Graduado em Educação Física (Licenciatura e Bacharelado).

Mestre e Doutor em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Professor Colaborador do Curso de Bacharelado em Educação Física da Faculdade de Viçosa (FDV), MG.

Professor Colaborador do Curso de Licenciatura e Bacharelado da Faculdade do Futuro (FAF). Professor Substituto da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Guilherme Machado

Bacharel, Mestre e Doutor em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Especialista em Futebol pela UFV.

Hamilton Henrique Teixeira Reis Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Mestre e Doutor em Educação Física pelo Programa de Pós-graduação Associado UFV – Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Henrique Bueno Américo

Graduado e Mestre em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Analista de Desempenho das Categorias de Base no Futebol do Clube de Futebol Regatas do Flamengo.

Isabela de Souza Almeida

Graduada em Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), com Especialização na Área de Nutrição Esportiva.

Atua profissionalmente com Orientação Nutricional a Atletas e Praticantes na Área de Fitness.

Israel Teoldo da Costa Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Mestre em Educação Física pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Doutor em Ciências do Desporto pela Faculdade de Desporto na Universidade do Porto, Portugal.

Pós-doutorado em Sports Science pela Brunel University London.

Professor Associado do Departamento de Educação Física da UFV.

Coordenador do Curso de Pós-graduação Lato Sensu em Futebol e do Núcleo de Pesquisa e Estudos em Futebol da UFV.

Membro do Comitê de Desenvolvimento do Futebol da Federação Paulista, de Futebol e Consultor da Confederação Brasileira de Futebol e da Confederação Sul-americana de Futebol.

Juliano Magalhães Guedes

Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), MG.

Mestre em Educação Física pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Área de Concentração Esporte e Exercício.

Doutor em Ciências da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Juscélia Cristina Pereira

Graduada (Licenciatura e Bacharelado) em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Mestre em Aspectos Biodinâmicos do Movimento Humano pelo Programa de Pós-graduação em Educação Física Associado pela UFV/ Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Doutora em Educação Física pela Universidade de Brasília (UnB).

Professora de Educação Física do Ensino

Básico, Técnico e Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Triângulo Mineiro (IFTM), Campus Paracatu.

Karoline Ottoline Marins

Graduada em Medicina pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), com Área de Interesse em Nutrição Esportiva, Atividade Física e Saúde.

Manuel Sillero Quintana

Licenciado em Educação Física pela Universidad Politécnica de Madrid (UPM), Espanha.

Doutor em Ciências da Atividade Física e do Esporte pela UPM.

Professor Titular da UPM.

Diretor do Laboratório de Termografia na UPM. Cofundador da ThemoHuman.

Marcelo Odilon Cabral de Andrade Graduado (Bacharelado e Licenciatura) e Mestre em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Especialista em Futebol pela UFV.

Mário Flávio Cardoso de Lima Graduado em Nutrição pela Universidade Federal de Goiás (UFG).

Especialista em Medicina do Esporte e Atividade Física pela Faculdade Estácio de Sá (Unesa).

Mestre em Ciência da Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Doutor em Saúde pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Nutricionista nos Ambulatórios de Nutrição do Hospital Universitário da UFJF.

Maurício Gattás Bara Filho

Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Mestre e Doutor em Educação Física pela Universidade Gama Filho (UGF).

Doutorado Sanduíche em Psicologia Del Deporte pela Universidad de Las Palmas de Gran Canaria (ULPGC).

Professor Titular da UFJF.

Miguel Araújo Carneiro Júnior

Bacharel, Licenciado e Mestre em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Doutor em Ciências Fisiológicas pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES).

Professor Adjunto do Departamento de Educação Física da UFV.

Patrícia Rodrigues Ferreira

Graduada em Nutrição com pela Universidade

Presidente Antônio Carlos (Unipac), MG.

Especialista em Nutrição Humana e Saúde pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), MG. Mestre em Produção Vegetal com Ênfase em Ciência e Tecnologia dos Alimentos pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). Doutora em Ciência e Tecnologia de Alimentos pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Coordenadora de Nutrição e Professora dos Cursos de Saúde do Centro Universitário Estácio de Sá de Juiz de Fora. Nutricionista, Atua na Área de Nutrição Esportiva, Nutrição Humana e Saúde.

Paula de Freitas Barbosa Graduada em Nutrição pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), com Período de Intercâmbio na Scienze della Nutrizione Umana, Itália.

Mestre em Educação Física pelo Programa de Pós-graduação Associado da UFV/Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Rafael Pires da Silva

Graduado e Mestre em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Doutor em Ciências pela Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE-USP).

Pesquisador Colaborador no Grupo de Pesquisa em Fisiologia Aplicada e Nutrição – Laboratório de Investigação Médica da USP.

Renata Aparecida Rodrigues de Oliveira Graduada (Bacharelado e Licenciatura).

Mestre e Doutora em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG. Professora do Curso de Educação Física do Centro Universitário Governador Ozanam Coelho (Unifagoc), MG.

Renato Miranda

Graduado em Educação Física pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Mestre em Educação Física pela Universidade Gama Filho (UGF).

Doutor em Educação Física/Psicologia do Esporte pela UGF.

Professor Titular da UFJF.

Robson Bonoto Teixeira

Graduado em Educação Física (Bacharelado e Licenciatura) pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Mestre em Atividade Física e Saúde pelo Programa de Pós-graduação Associado da UFV/ Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Doutor em Atividade Física e Saúde pela UFV. Profissional de Educação Física da Equipe Núcleo Ampliado de Saúde da Família-Viçosa, MG.

Rodrigo Miranda

Bacharel em Educação Física pelo Instituto

Luterano de Ensino Superior (ILES/ULBRA).

Mestre e Doutorando em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Salvador Zamora Navarro

Licenciado e Doutor em Farmácia pela Universidad de Granada (UGR), Espanha.

Professor Emérito da Universidad de Murcia, Espanha.

Pós-doutorado na Universidade de Newcastle, Reino Unido.

Diretor do Departamento de Fisiologia e Farmacologia Universidad de Murcia, Espanha. Fundador do Grupo de Investigação em Nutrição da Universidad de Murcia, Espanha.

Samuel Ângelo Ferreira Oliveira

Bacharel em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Mestre em Educação Física pelo Programa de Pós-graduação Associado da UFV/Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Samuel Gonçalves Almeida da Encarnação Graduado em Educação Física pelo Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais, Campus Rio Pomba (IFRP). Mestre em Atividade Física e Saúde pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Wanessa A. Lopes da Silva Graduação Sanduíche em Ciências do Desporto pela Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa, Portugal.

Bacharel, Licenciada e Mestre em Educação Física pela Universidade Federal de Viçosa (UFV), MG.

Dedicatória

Dedico esta obra a todas as pessoas que ajudaram a construir meu conhecimento na área de recursos ergogênicos, em especial com enfoque nutricional, como meus professores e orientadores Salvador Zamora Navarro, Estélio Dantas e Maurício Leal Rocha. Aos meus orientados e voluntários nos estudos experimentais, sem os quais as pesquisas simplesmente não existiriam. Aos pesquisadores com quem compartilhei momentos de reflexão, análise e discussão de resultados de inúmeras teses de doutorado e dissertações de mestrado em que fui o orientador ou estive na banca.

Especial dedicatória ao meu núcleo familiar mais íntimo – meus pais, Ruy e Josefa, incansáveis estimuladores para seguir evoluindo no processo do crescimento do saber; minha esposa, Nádia, que deu suporte e apoio de forma incansável; e minhas filhas, Nathália e Karoline, que cresceram vendo o pai abrir mão do tempo familiar em prol das horas destinadas à ciência.

À minha mãe, Dalva, pelo exemplo de força e resiliência, por ser fonte de amor incondicional e presença de Deus em minha vida.

Ao meu pai, Waldir, pelo exemplo de luta e determinação, por ser suporte e incentivo em toda a minha trajetória acadêmica.

Agradecimentos

À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig), ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), pelos inúmeros projetos financiados, bolsas e auxílios obtidos ao longo dos 32 anos de trabalho como professor da Universidade Federal de Viçosa (UFV). Sem essa colaboração, os estudos desenvolvidos no Laboratório de Performance Humana (LAPEH) da UFV não seriam possíveis.

À Editora Rubio por acreditar no conteúdo científico deste livro. Que possa ser fonte disseminadora do conhecimento gerado e desenvolvido dentro da UFV.

Aos voluntários que participaram dos estudos, sem os quais o processo de construção do conhecimento não seria possível. Aos orientados de graduação, iniciação científica, mestrado e doutorado, que efetivamente trabalharam nas ideias, sempre de forma responsável, com bom humor e entrega nas tarefas repassadas, possibilitando a realização das pesquisas em seu dia a dia no LAPEH ou nos estudos de campo.

Aos diversos colegas de trabalho, especialmente da UFV, ao participarem como coautores de muitos artigos que se tornaram a base do conhecimento para este livro. Aos 39 colaboradores desta obra, que, sem exceção, aceitaram participar de imediato, auxiliando na construção de um texto de qualidade.

Aos meus orientados Renata Aparecida e Robson Bonoto, pela revisão geral do texto, ajudando a melhorar a redação e aprimorar a obra.

Por último, a Deus e sua energia positiva a me guiar no caminho da sabedoria, pelos livramentos dos percalços da vida, pela tranquilidade nos momentos de tensão, por me dar forças para seguir adiante apesar das dificuldades, e por sempre manter meus “anjos da guarda” atentos.

A Deus, por estar sempre ao meu lado e permitir a realização de mais este sonho.

Ao professor João Bouzas, pelo convite para participar da organização desta obra, além dos ensinamentos construídos durante todos esses anos na área de Nutrição Esportiva e, sobretudo, por apoio, atenção, dedicação e incentivo incansáveis. Seus ensinamentos serão eternos e, sem dúvida, foram imprescindíveis à minha formação e ao meu crescimento profissional.

À família do Laboratório de Performance Humana (LAPEH), pela convivência, troca de conhecimentos e ideias, que me fizeram evoluir durante o mestrado e o doutorado.

À Universidade Federal de Viçosa (UFV), excelência em ensino, pesquisa e extensão, por todas as oportunidades concedidas desde a época da graduação.

Aos colaboradores que participaram da elaboração desta obra, pelo empenho para a construção de um livro de qualidade.

À equipe da Editora Rubio, pela atenção, pelo empenho e pela prontidão na produção e publicação deste livro.

Mariana de Melo Cazal

Apresentação

Esta obra compreende o momento de amadurecimento de uma linha de pesquisa criada na Universidade Federal de Viçosa (UFV) em 1991, relacionada aos recursos ergogênicos, com especial atenção aos nutricionais, voltados para a melhora da performance ou a aceleração da recuperação após exercício.

Ao longo de 32 anos de estudos, foram inúmeros os trabalhos sobre o tema, desde pesquisas mais simples, apenas com questionários, até investigações com análises metabólicas elaboradas, o que ajudou a entender o fenômeno do exercício submetido aos estímulos ergogênicos.

O livro foi elaborado com a participação de diversos colaboradores especialistas em várias áreas, que, em algum momento, tiveram relação acadêmica ao longo dessa jornada na construção do conhecimento. Eles elaboraram um conteúdo de enfoque científico e didático, de modo a auxiliar no entendimento de como certas estratégias ergogênicas, sobretudo as nutricionais, podem ser empregadas de forma ética, legal e saudável. As informações aqui se baseiam em muitos estudos feitos em laboratórios da UFV, sendo este um diferencial. Também são pautadas em evidências científicas

consolidadas por diretrizes internacionais que dão suporte às recomendações.

Esta obra pode ser utilizada como livro didático na graduação de estudantes de Nutrição, Educação Física e Medicina, bem como na atualização de profissionais dessas áreas que atuam no esporte e no acompanhamento de praticantes de atividades físicas de cunho não competitivo, mas que queiram melhorar seu rendimento, assim como por atletas.

Está dividido em quatro partes. A primeira fornece uma visão global sobre os recursos ergogênicos, apresentando a gama de possibilidades nas áreas nutricional, fisioterápica, fisiológica, farmacológica, tecnológica e psicológica, bem como uma nova técnica de monitoramento do atleta, denominada termografia.

A segunda parte trata da abordagem nutricional específica que deve ser adotada em três momentos: antes, durante e depois do exercício. É importante considerar que cada um desses momentos requer recomendações específicas, devendo haver análise detalhada em cada uma delas; afinal, o mesmo alimento ou recurso ergogênico nutricional que pode ser recomendado antes do exercício pode ser contraindicado durante a atividade.

A terceira parte aborda vários suplementos nutricionais que são consumidos de maneira mais frequente por atletas e praticantes de atividades físicas. O conteúdo apresenta sempre os fundamentos fisiológicos para a suplementação, além de momento adequado, dosagem recomendada, efeitos ergogênicos e ergolíticos esperados, e implicação prática do seu consumo.

A última parte apresenta um enfoque nutricional voltado para algumas das principais modalidades esportivas praticadas no Brasil, como futebol, vôlei, judô, maratona e provas de velocidade em atletismo, mountain bike e natação. Acreditamos que, de certa forma, isso ajude a

entender a abordagem nutricional aplicada, podendo ser adaptada para outros esportes que guardem semelhanças quanto aos aspectos fisiológicos.

Desse modo, este livro visa fazer o leitor se apoderar de uma visão científica pautada em estudos desenvolvidos no Brasil, além de base documental científica consolidada. O texto foi elaborado buscando apresentação didática e de fácil compreensão para o leitor. Por isso, esperamos que desfrutem da leitura e que possam aplicar as informações aqui descritas, a fim de melhorar sua prática profissional.

Os Organizadores

Sumário 1 Tipos e Características de Recursos Ergogênicos . . . . . . . . . . . . . 1 João Carlos Bouzas Marins 2 Recursos Ergogênicos Nutricionais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13 João Carlos Bouzas Marins 3 Estratégias Fisioterapêuticas como Ação Ergogênica 23 Andrês Valente Chiapeta  Miguel Araújo Carneiro Júnior 4 Estratégias Fisiológicas para Ação Ergogênica 39 Samuel Gonçalves Almeida da Encarnação  João Carlos Bouzas Marins 5 Agentes Farmacológicos como Recursos Ergogênicos no Esporte 51 Miguel Araujo Carneiro Júnior  Ana Luiza Machado Dias  Duílio Teixeira Soares Júnior 6 Recursos Tecnológicos Aplicados nos Esportes Coletivos 65 Israel Teoldo  Felippe Cardoso  Guilherme Machado  Marcelo Cabral  Rodrigo Miranda 7 Estratégias Psicológicas como Ação de Recursos Ergogênicos: Exemplo da Autoeficácia 83 Renato Miranda  Maurício Gattás Bara Filho 8 Termografia no Esporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 Alex de Andrade Fernandes  Alisson Gomes da Silva  Carlos Magno Amaral Costa  Hamilton Henrique Teixeira Reis  Manuel Sillero Quintana  João Carlos Bouzas Marins Parte I Tipos de Recursos Ergogênicos
9 Estratégias Ergogênicas Nutricionais que Antecedem o Exercício Físico .............................................. 109 Paula de Freitas Barbosa  Mariana de Melo Cazal  João Carlos Bouzas Marins 10 Estratégias Ergogênicas Nutricionais para “Durante” o Exercício Físico 123 Karoline Ottoline Marins  João Carlos Bouzas Marins 11 Estratégias Ergogênicas Nutricionais para Recuperação do Exercício Físico ........................................... 145 Denise Félix Quintão  João Carlos Bouzas Marins Parte II Ações Nutricionais e Ergogênicas Parte III Recursos Ergogênicos Nutricionais 12 Antioxidantes no Exercício Físico e sua Ação Ergogênica 169 Patrícia Rodrigues Ferreira  Clara dos Reis Nunes 13 Aminoácidos de Cadeia Ramificada: Uso e Controvérsias 187 Ceres Mattos Della Lucia  Bárbara Pereira da Silva  João Carlos Bouzas Marins 14 Arginina ..................................................... 197 Wanessa A. Lopes da Silva  João Carlos Bouzas Marins 15 Beta‑alanina como Recurso Ergogênico para o Exercício e o Esporte 207 Rafael Pires da Silva 16 Bicarbonato de Sódio: Indução da Alcalose Extracelular como Estratégia Ergogênica para o Esporte 235 Rafael Pires da Silva 17 Cafeína ..................................................... 257 Hamilton Henrique Teixeira Reis  Juscélia Cristina Pereira  João Carlos Bouzas Marins 18 L‑carnitina ................................................... 277 Elenice de Sousa Pereira  João Carlos Bouzas Marins 19 Creatina ..................................................... 289 Paula de Freitas Barbosa  João Carlos Bouzas Marins 20 Glutamina como Potencial Recurso Ergogênico para o Esporte 301 Juliano Magalhães Guedes  Paula de Freitas Barbosa  João Carlos Bouzas Marins
21 Beta hidroxi beta metilbutirato como Potencial Recurso Ergogênico ......................................... 311 Bárbara Ramos Vieira  João Carlos Bouzas Marins 22 Óxido Nítrico ................................................ 321 Andrês Valente Chiapeta 23 Probióticos 329 Denise Félix Quintão  Deise Félix Quintão Corrêa 24 Waxy Maize 347 Mário Flávio Cardoso de Lima 25 Whey Protein ................................................ 355 Isabela de Souza Almeida  Mário Flávio Cardoso de Lima  João Carlos Bouzas Marins 26 Falsos Recursos Ergogênicos Nutricionais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 371 Mariana de Melo Cazal Parte IV Ações Nutricionais e Ergogênicas Aplicadas nos Esportes 27 Recursos Ergogênicos Nutricionais no Atletismo (Provas de Velocidade) 381 Robson Bonoto Teixeira  João Carlos Bouzas Marins  Mariana de Melo Cazal 28 Recursos Ergogênicos Nutricionais no Futebol 395 João Carlos Bouzas Marins  Mariana de Melo Cazal  Henrique Bueno Américo 29 Recursos Ergogênicos Nutricionais no Judô .................. 409 Ciro José Brito  João Carlos Bouzas Marins  Renata Aparecida Rodrigues de Oliveira 30 Recursos Ergogênicos Nutricionais na Prova de Maratona .... 427 João Carlos Bouzas Marins  Mariana de Melo Cazal  Salvador Zamora Navarro 31 Recursos Ergogênicos Nutricionais em Provas de Mountain Bike (Cross‑country Olímpico) ................................ 455 Paula de Freitas Barbosa  João Carlos Bouzas Marins 32 Recursos Ergogênicos Nutricionais em Provas de Velocidade na Natação 473 Juliano Magalhães Guedes  Paula de Freitas Barbosa  João Carlos Bouzas Marins 33 Recursos Ergogênicos Nutricionais no Vôlei 497 Samuel Ângelo Ferreira Oliveira  Paula de Freitas Barbosa  João Carlos Bouzas Marins Índice 509

CADERNo CoR

A B

(B)

A B

FIGURA 8.1 (a e B) Imagens termográficas de membros inferiores com equilíbrio térmico (a) e outra com diferenças térmicas importantes Fonte: imagens da base de dados do Laboratório de Performance Humana (LAPEH) da Universidade Federal de Viçosa (UFV). FIGURA 8.2 (a e B) Imagens termográficas de membros inferiores com equilíbrio térmico (a) e outra com diferenças térmicas importantes (B) de um jogador de futebol de categoria de base Sub 13 Fonte: imagens da base de dados do Laboratório de Performance Humana (LAPEH) da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

TP máx.= 34,8ºC

TP mín.= 32,3ºC

TP méd. = 33,2ºC

IMC <20

TP máx. = 33,3ºC

TP mín. = 29ºC

TP méd. = 30,7ºC IMC >30

TP máx. = 34,2ºC

TP mín. = 29,7ºC

TP méd. = 31,8ºC

IMC entre 20 e 25

FIGURA 8.3 (a a C) Comportamento da temperatura da pele na região abdominal entre três sujeitos com diferentes faixas de índice de massa corporal (IMC) e gordura abdominal: IMC <20 (a). IMC entre 20 a 25 (B) e IMC >30 (C)

Fonte: imagens da base de dados do Laboratório de Performance Humana (LAPEH) da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

A
B
C

7h: 31,4°C 11h: 32,4°C

15h: 33,6°C 19h: 33,3°C 23h: 32,8°C

7h: 28,8°C 11h: 29,6°C 15h: 31,6°C 19h: 30,9°C 23h: 30,5°C

FIGURA 8.5 (a e B) Média da temperatura da pele (ºC) de mulheres das regiões corporais de interesse anteriores e posteriores nos diferentes períodos do dia

7h: 32,4°C 11h: 32,8°C

33,0°C

33,1°C

15h:

19h:

33,4°C

33,3°C

Fonte: adaptada de Costa, 2012.22

32,0°C

31,7°C

32,1°C 7h: 30,3°C

19h:

33,5°C 7h: 30,4°C

33,2°C 7h: 31,4°C

31,7°C

32,0°C

31,7°C

31,9°C

31,5°C

31,9°C

31,7°C 7h: 31,0°C

7h: 32,6°C 11h: 33,5°C 15h: 34,6°C 19h: 34,2°C 23h: 33,5°C 7h: 31,5°C 11h: 32,8°C 15h: 33,8°C 19h: 33,6°C 23h: 33,2°C 7h: 31,5°C 11h: 32,0°C 15h: 33,2°C 19h: 32,9°C 23h: 32,3°C 7h: 30,9°C 11h: 31,8°C 15h: 33,1°C 19h: 32,7°C 23h: 32,6°C 7h: 28,4°C 11h: 29,1°C 15h: 30,9°C 19h: 30,8°C 23h: 31,4°C 7h: 29,1°C 11h: 30,2°C 15h: 31,9°C 19h: 31,5°C 23h: 31,0°C 7h: 30,8°C 11h: 31,5°C 15h: 32,2°C 19h: 32,1°C 23h: 31,6°C 7h: 30,9°C 11h: 31,6°C 15h: 32,2°C 19h: 32,2°C 23h: 31,6°C 7h: 28,9°C 11h: 30,2°C 15h: 31,9°C 19h: 31,5°C 23h: 30,9°C 7h: 28,0°C 11h: 28,7°C 15h: 30,7°C 19h: 30,4°C 23h: 31,1°C 7h: 31,1°C 11h: 31,7°C 15h: 32,9°C 19h: 32,5°C 23h: 31,8°C 7h: 30,6°C 11h: 31,7°C 15h: 33,0°C 19h: 32,5°C 23h: 32,3°C A 7h: 31,5°C 11h: 32,5°C 15h: 33,8°C 19h: 33,5°C 23h: 32,9°C 7h: 28,9°C 11h: 29,7°C 15h: 32,0°C 19h: 31,3°C 23h: 31,0°C 7h: 31,1°C 11h: 32,0°C 15h: 33,1°C 19h: 32,7°C 23h: 32,6°C 7h: 30,5°C 11h: 31,5°C 15h: 32,5°C 19h: 32,0°C 23h: 31,8°C 7h: 28,5°C 11h: 29,8°C 15h: 31,7°C 19h: 31,3°C 23h: 31,2°C 7h: 29,8°C 11h: 30,7°C 15h: 31,8°C 19h: 31,5°C 23h: 31,4°C 7h: 29,6°C 11h: 30,6°C 15h: 31,3°C 19h: 30,9°C 23h: 30,8°C 7h: 29,5°C 11h: 30,7°C 15h: 31,3°C 19h: 30,8°C 23h: 30,7°C 7h: 29,7°C 11h: 30,7°C 15h: 31,7°C 19h:
23h:
7h: 28,0°C 11h: 29,6°C 15h: 31,5°C 19h: 31,2°C 23h: 31,0°C 7h: 30,0°C 11h: 30,9°C 15h: 32,2°C 19h: 31,7°C 23h: 31,5°C
31,4°C
31,4°C
B
7h: 32,7°C 11h: 33,2°C 15h: 33,3°C 19h: 33,3°C 23h: 33,3°C 7h: 32,7°C 11h: 32,6°C 15h: 32,8°C 19h: 33,0°C 23h: 33,1°C 7h: 31,7°C 11h: 32,1°C 15h: 32,7°C 19h: 32,6°C 23h: 33,1°C 7h: 27,8°C 11h: 28,9°C 15h: 30,3°C 19h: 30,5°C 23h: 32,2°C 7h: 30,2°C 11h: 31,1°C 15h: 31,7°C 19h: 31,5°C 23h: 31,4°C 7h: 31,3°C 11h: 32,0°C 15h: 32,2°C 19h: 32,4°C 23h: 32,0°C 7h: 31,4°C 11h: 31,9°C 15h: 32,0°C 19h: 32,3°C 23h: 32,1°C 7h: 30,2°C 11h: 30,9°C 15h: 31,6°C 19h: 31,4°C 23h: 31,3°C 7h: 27,5°C 11h: 28,5°C 15h: 29,8°C 19h: 30,2°C 23h: 31,9°C 7h: 32,5°C 11h: 32,5°C 15h: 32,6°C 19h: 32,8°C 23h: 32,9°C 7h: 32,6°C 11h: 32,0°C 15h: 32,6°C 19h: 32,4°C 23h: 32,8°C A 7h: 32,8°C 11h: 33,1°C 15h: 33,3°C 19h: 33,3°C 23h: 33,4°C 7h: 32,9°C 11h: 33,4°C 15h:
23h:
11h:
15h:
19h:
23h:
15h:
19h:
23h:
11h:
15h:
19h: 32,1°C 23h: 32,4°C 7h: 27,6°C 11h: 29,1°C 15h: 30,6°C 19h: 30,4°C 23h: 31,6°C 7h: 31,0°C 11h: 31,7°C 15h:
19h:
23h:
7h:
11h:
15h:
Fonte: adaptada de Costa, 2012;22 Costa et al., 2018.23 19h:
33,5°C
30,8°C
31,2°C
31,1°C
31,2°C
32,1°C
33,0°C
30,9°C
31,7°C
31,8°C
32,0°C
11h:
15h:
19h:
23h:
11h:
15h:
19h:
23h:
11h:
15h:
19h:
23h:
11h:
15h:
19h:
23h:
23h: 31,8°C 11h:
7h: 30,8°C 15h: 30,9°C 19h: 30,7°C 23h: 30,9°C
31,6°C
31,8°C
31,9°C
31,9°C 7h: 27,5°C
29,1°C
30,5°C
30,4°C
31,6°C
7h: 31,0°C
31,3°C
30,5°C
23h:
B
7h: 32,9°C
11h:
33,3°C
33,3°C
33,4°C
FIGURA 8.6 (a e B) Média da temperatura da pele (ºC) de homens das regiões corporais de interesse anteriores e posteriores nos diferentes períodos do dia

FIGURA 8.7 (a a C) Imagens termográficas coletadas da visão anterior: após 30min de repouso em am biente controlado (a). Após 60min de exercício de corrida em esteira e intensidade moderada (B). Após 60min de recuperação (C)

Fonte: adaptada de Fernandes et al., 2016.32

FIGURA 8.8 (a a C) Imagens termográficas coletadas da visão posterior: após 30min de repouso em am biente controlado (a). Após 60min de exercício de corrida em esteira e intensidade moderada (B). Após 60min de recuperação (C)

Fonte: adaptada de Fernandes et al., 2016.32

A B C 37°C 25°C
C
25°C
A B
37°C

FIGURA 8.9 (a a F) Imagens termográficas em exercício de remoergômetro na região de tronco e mem bros superiores em repouso, em exercício máximo e submáximo, além da recuperação (Rec.) após 30min de atividade

Fonte: imagens da base de dados do Laboratório de Performance Humana (LAPEH) da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

A
Repouso
B C
Pós-T 2.000m Rec. 30 min
D E
Repouso
F
Pós-exercício moderado 45min Rec. 30min

FIGURA 8.10 (a a C) Comportamento da TP em exercício de remoergômetro na região de membros infe riores em repouso, em exercício máximo e submáximo

Fonte: imagens da base de dados do Laboratório de Performance Humana (LAPEH) da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

FIGURA 8.11 Comportamento da TP em exercício de remoergômetro na região de membros inferiores em repouso, em exercício submáximo ao longo de 45min, além da recuperação (Rec.) após 10min de atividade

Fonte: imagens da base de dados do Laboratório de Performance Humana (LAPEH) da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Repouso A B
C
Pós-T 2.000m Pós-exercício moderado 45min Pós-aquec. Após 15minApós 25minApós 35minApós 45minRec. 10min Repouso

FIGURA 8.12 (a a C) Comportamento da TP de membros inferiores de uma mulher na condição de repou so, após 20min de um treinamento de força de legpress e após 24h de sua realização

Fonte: imagens da base de dados do Laboratório de Performance Humana (LAPEH) da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

FIGURA 8.13 Termogramas de um participante nos momentos pré exercício, após 40min de exercício e com 5min de recuperação passiva, nas três condições experimentais

Fonte: imagens da base de dados do Laboratório de Performance Humana (LAPEH) da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

30,63 0,74ºC ± (27,9 a 32,4º) A B 30,88 0,42ºC ± (29,3 a 32,6ºC) C 32,37 0,64*ºC ± (29,8 a 34,9ºC)
Face anterior Face posterior Face anteriorFace posterior Face anterior Face posterior Face anterior Face posterior Face anteriorFace posterior Face anterior Face posterior Face anterior Face posterior Face anteriorFace posterior Face anterior Face posterior Sem vent o Pouco vent o Muito vent o Pré-exercício 40min exercício 5min recuperação passiva

A B C

FIGURA 8.14 (a a C) Imagens termográficas coletadas imediatamente após a realização de teste submá ximo (a), após 15min de repouso em ambiente controlado (B) e após 30min de recuperação (C)

Fonte: imagens da base de dados do Laboratório de Performance Humana (LAPEH) da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

A B C

FIGURA 8.15 (a a C) Imagens termográficas coletadas imediatamente após a realização de teste submá‑ ximo (a), após 15min de repouso em ambiente controlado (B) e após 30min de recuperação (C)

Fonte: imagens da base de dados do Laboratório de Performance Humana (LAPEH) da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

A B C

A B C

FIGURA 8.16 (a a C) Termogramas na visão anterior: 24h antes do jogo (a). 24h após o início do jogo (B). 48h após o início do jogo, observados em Fernandes et al. (2017)45 (C) FIGURA 8.17 (a a C) Termogramas na visão posterior: 24h antes do jogo (a), 24h após o início do jogo (B) e 48h após o início do jogo (C), observados em Fernandes et al. (2017)45

FIGURA 8.18 (a e B) Imagem termográfica de um atleta de futebol Sub 20 após duas partidas consecu tivas de futebol separadas por intervalo de três dias entre elas. 24h após o primeiro jogo (a) e 24h após o segundo jogo (B)45

FIGURA 8.20 (a a C) Imagens de termografia: antes de uma lesão do joelho direito de um jogador de futebol (a), seis dias após a lesão (B) e na fase de recuperação após 11 dias de intervenção cirúrgica e fisioterápica (C)

Fonte: imagens da base de dados do Laboratório de Performance Humana (LAPEH) da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

A B
A B C

Parabéns! Você está bem hidratado

Atenção! Você não está bem hidratado

Cuidado! Você está desidratado

F IGURA 9.6 Indicadores pela coloração da urina sob a condição de hidratação proposta por Armstrong et al. (1994)31

1 2 3 4 5 6 7 8
42° 41° 40° 39° 38° 37° 36° 35° 34° 33° 32° 31° 30° 29° 28° 27° 26° 25° 24° 23° 22° 25% 30% 35% 40% 45% 50% 55% 60% 65% 70% 75% 80% 85% 90% 95% 100% 48 50 52 55 57 59 62 64 66 68 71 73 75 77 80 82 22 23 24 25 26 27 28 29 30 32 33 34 36 37 39 40 42 43 45 46 22 23 24 25 26 27 29 30 32 33 34 36 37 39 40 42 44 45 47 48 22 23 24 26 27 28 30 31 33 34 36 37 39 40 42 44 45 47 49 51 22 24 25 27 28 29 31 32 34 35 37 39 40 42 44 45 47 49 51 53 23 25 26 27 29 30 32 33 35 37 38 40 42 44 45 47 49 51 53 55 24 25 27 28 30 31 33 35 36 38 40 41 43 45 47 49 51 53 55 57 25 26 28 29 31 32 34 36 37 39 41 43 45 47 49 51 53 55 57 59 25 27 28 30 32 33 35 37 39 40 42 44 46 48 50 52 55 57 59 61 26 28 29 31 33 34 36 38 40 42 44 46 48 50 52 54 56 59 61 64 27 28 30 32 34 35 37 39 41 43 45 47 49 51 54 56 58 61 63 66 27 29 31 33 34 36 38 40 42 44 46 48 51 53 55 58 60 63 65 68 28 30 32 34 35 37 39 41 43 45 48 50 52 54 57 59 62 65 67 70 29 31 34 34 36 38 40 42 45 47 49 51 54 56 59 61 64 66 69 72 30 32 33 35 37 39 41 43 46 48 50 53 55 58 60 63 66 68 71 74 30 32 34 36 38 40 42 45 47 49 52 54 57 59 62 65 67 70 73 76 31 33 35 37 39 41 43 46 48 50 53 55 58 61 63 66 69 72 75 79
FIGURA 10.2 Índice de estresse térmico (Humidex) em Celsius/umidade relativa do ar

FIGURA 10.3 Comportamento da temperatura irradiada da pele aferida por termografia em exercício de bicicleta estacionária a 50% a 60% de intensidade, em ambiente com estresse térmico baixo, fluxo de vento (3,7 a 4,2m/s) em repouso, nas parciais de 10, 20, 30 e 40min de exercício e aos 10min de re cuperação sem vento

Fonte: adaptada de Oliveira, 2017.49

A
B
FIGURA 30.4 (a e B) Exemplo de placas de sal ao final de uma sessão de treinamento de 3h de atividade
Repouso 10min 20min30min 40min 10min de recuperação Com vento Sem vento
Fonte: imagem do arquivo pessoal do Dr. João Carlos Bouzas Marins.
1 Tipos e Características de Recursos Ergogênicos 1 2 Recursos Ergogênicos Nutricionais 13 3 Estratégias Fisioterapêuticas como Ação Ergogênica 23 4 Estratégias Fisiológicas para Ação Ergogênica 39 5 Agentes Farmacológicos como Recursos Ergogênicos no Esporte . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 6 Recursos Tecnológicos Aplicados nos Esportes Coletivos 65 7 Estratégias Psicológicas como Ação de Recursos Ergogênicos: Exemplo da Autoeficácia 83 8 Termografia no Esporte 87
Parte I Tipos de recursos ergogênicos

1 Tipos e Características de Recursos Ergogênicos

Q introdução

A busca por estratégias que visem à melhora do rendimento físico ocorre há muitos séculos. Existem, por exemplo, relatos históricos bem documentados de que, na cultura grega, havia recomendações de certos tipos de alimentos que deveriam ser consumidos para aprimorar o desempenho de atletas nos Jogos Olímpicos da Antiguidade.1,2 Da mesma forma, na cultura romana, os gladiadores e soldados deveriam ter determinado padrão alimentar antes das guerras para melhorar as habilidades de guerreiros.3 Em algumas culturas indígenas, o consumo de certos chás e a inalação de ervas também faziam parte da cultura local para aumentar o rendimento.1,4,5 Durante a Segunda Guerra Mundial, o uso de anfetaminas foi estimulado pelos soldados com o claro objetivo de aumentar a capacidade de resistência em combate.2 Isso torna claro que a busca por superar os limites físicos não é um fenômeno contemporâneo, é da própria natureza humana.

Com os Jogos Olímpicos da época moderna, desde os primeiros eventos existem relatos de atletas que consumiram “produtos milagrosos”, principalmente em provas como maratona, ciclismo e levantamento de peso olímpico (LPO).1

Contudo, após a Segunda Guerra Mundial, quando o esporte foi utilizado como meio de propaganda de viés político, surgiram com muita frequência estratégias, principalmente farmacológicas, que visavam desenvolver o rendimento do atleta de modo totalmente artificial, ou seja, a saúde era o que menos importava. Assim, esteroides anabólicos e testosterona foram amplamente utilizados para aumentar o ganho de potência muscular, fator determinante em provas anaeróbicas. Somente em 1962, antes dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 1964, O Comitê Olímpico Internacional iniciou uma proposta de combate ao doping, dando origem aos primeiros controles do tipo nos Jogos Olímpicos da Cidade do México, em 1968.1 Ao longo das últimas décadas, dezenas de atletas foram “pegos” por uso de estratégias proibidas, perdendo suas medalhas e seus recordes. Atualmente, a Agência Mundial Antidoping (WADA; do inglês, World Anti-Doping Agency) possui uma estrutura tecnológica que conta com o apoio de governos e do esporte em geral na tentativa de promover o “jogo limpo”, o que tem dificultado que o sucesso de um atleta ocorra por meios artificiais.

É possível conceituar recurso ergogênico (RE) como: “uma ação ou estratégia que busca

Capítulo

Estudos com realização de biopsia muscular encontraram fortes evidências do aumento de GM com esse tipo de estratégia (Figura 1.4), o que, na prática, originou o folclore da “noite de massas” na véspera de uma competição de longa distância. Isso, de fato, não deixa de ser uma conduta correta, mas na realidade deveria ser nos três dias que antecedem a prova e se chamar “dias de massa”.

Essa manipulação dietética apresentava como benefício maior capacidade atlética de forma lícita, aumentando a capacidade temporal e/ou de intensidade do exercício; em contrapartida, provocava alguns efeitos indesejáveis em alguns atletas, tais como:

 Mioglobinúria.

 Alterações no eletrocardiograma (ECG).

 Desconforto gástrico.

 Dores torácicas.

 Aumento da massa corporal.

 Alterações na palatabilidade.

Segundo Liebman & Wilkinson (1996),9 outros sintomas também podem aparecer, como hipoglicemia, irritabilidade e fadiga crônica. Cabe destacar ainda que essa manipulação aguda nas duas fases propostas compreende uma ruptura completa do padrão alimentar habitual do atleta, o que pode afetar seu estado anímico. Por último, é importante ressaltar que esse tipo de estratégia não pode ser mantido por muito tempo, já que pode provocar carências nutricionais importantes.

A estratégia apresentada nas Figuras 1.2 e 1.3 foi amplamente empregada até o início dos anos 1980. Sherman et al. (1981)10 realizaram um experimento que comprovou não haver a necessidade da fase de manipulação dietética dos primeiros três dias, sendo, assim, menos agressiva para o atleta.10 Eles mantiveram a dinâmica de exercícios conforme a programação inicial (Figura 1.4), mas utilizaram apenas a fase aguda da sobrecarga de

Nutrição e Suplementação para Ganho de Desempenho Físico e Esportivo 4
180 160 140 120 100 80 60 40 20 0 Tempo em minutos (m in ) GM inicial, g/100g de músculo GM-0,5 GM-2,0 GM-4,0 Dieta
Dieta normal
pobre em CHO
Dieta rica em CHO
FIGURA 1.4 Modelo teórico das concentrações de glicogênio muscular (GM) esperadas com base em ma nipulação dietética de carboidratos (CHo) Fonte: elaborada pelo autor.

6

Recursos Tecnológicos Aplicados nos Esportes Coletivos

Q introdução

A segunda metade do século XX foi marcada pelo rápido desenvolvimento tecnológico, que resultou no surgimento de novas ferramentas e equipamentos em diversas áreas das ciências.1 No âmbito desportivo, isso também se fez presente na medida em que os profissionais ligados à ciência e à práxis buscaram instrumentos que permitissem conhecer, controlar e melhorar a performance coletiva e individual.2 Neste capítulo, serão destacadas importantes ferramentas tecnológicas utilizadas no contexto esportivo para controle e avaliação de jogadores e equipes de esportes coletivos.

Q recursos tecnológicos e seu contributo para a avaliação tática de esportistas e equipes

Nos esportes coletivos, a análise e a avaliação da componente tática requerem enfoques distintos, bem como abordagens advindas de diversas áreas do conhecimento.3 Assim, uma vez que o comportamento e o desempenho de atletas de jogos esportivos são influenciados por diversos fatores, a observação e a interpretação da natureza dessas modalidades,

além de avaliação e controle das habilidades táticas dos atletas, tornam-se imperativos para o aumento da eficiência da organização coletiva e o desenvolvimento das capacidades individuais desses esportistas.4,5 Dessa forma, a proposição de novos conceitos e a concepção de métodos e tecnologias para a análise e a avaliação dos aspectos táticos inerentes aos esportes coletivos têm contribuído decisivamente para a evolução do estudo da tática no esporte.

Tecnologia aplicada à análise de jogo em esportes coletivos

A análise de jogo – compreendida como observação, registro e interpretação da performance no ambiente competitivo de determinada modalidade esportiva – tem como propósito fornecer informações a treinadores e investigadores sobre os aspectos relacionados às características marcantes que definem o desempenho de atletas e equipes, possibilitando controle, aperfeiçoamento e prognóstico da prática esportiva.6

Na esfera dos jogos esportivos coletivos, a aplicação da análise de jogo como modo de investigação e controle da componente tática

Capítulo
Israel Teoldo da Costa  Felippe Cardoso  Guilherme Machado  Marcelo Odilon Cabral de Andrade  Rodrigo Miranda

de esportistas nas diferentes modalidades. Em contrapartida, outras técnicas de avaliação cognitiva in vitro são realizadas a partir de avaliações computacionais. Essas avaliações são utilizadas para quantificar, de forma fidedigna, a performance de esportistas em diferentes tarefas psicológicas por meio de computadores.67,68 Para isso, essas avaliações utilizam tanto tarefas específicas de cada modalidade esportiva (p. ex., teste com cenas de movimentações de esportistas), quanto tarefas gerais que se aplicam às modalidades em questão (p. ex., teste geral de inteligência).69 As técnicas de avaliação computacionais se apresentam como uma alternativa de avaliação acessível para quantificar o desempenho cognitivo de esportistas.

A seguir, destacaremos algumas técnicas in vitro realizadas a partir de avaliações computacionais, como o mobile eye tracking e o sistema de Viena (SV).

Mobile Eye Tracking

O mobile eye tracking é um equipamento de rastreamento ocular que permite avaliar a visão central e o comportamento pupilar do indivíduo (Figura 6.1). O equipamento integra um sistema de câmeras montadas em um par de óculos que age detectando dois aspectos:

 Comportamento da pupila.

 Reflexão da córnea.

Essas medidas, quando cruzadas com as imagens do ambiente em um software, permitem identificar, precisamente, o local para onde o indivíduo está direcionando o seu olhar, assim como as variações do comportamento pupilar. Nos esportes, a importância da visão central sobre o rendimento tem sido bastante estudada.70-72 De acordo com pesquisas, o canal óptico é responsável pela obtenção de aproximadamente 90% das informações do ambiente.73 Esse dado demonstra a importância das informações visuais para a performance de esportistas.74

Na literatura, muitos estudos que avaliam a visão central têm adotado a estratégia de busca visual como uma variável relevante para o estudo da tomada de decisão de esportistas. A estratégia de busca visual pode ser definida como a capacidade em buscar informações do ambiente a partir de movimentações oculares a fim de direcionar o foco visual.72 Em outras palavras, a estratégia de busca visual diz respeito à capacidade em procurar e selecionar as informações relevantes no ambiente.

O mobile eye tracking fornece algumas medidas importantes para avaliação das estratégias de busca visual, sendo elas:

 Fixação visual (incluindo a duração e o local da fixação).

 Movimentos sacádicos.

 Movimentos de perseguição.

 Reflexo vestíbulo-ocular.

Nutrição e Suplementação
de Desempenho Físico e Esportivo 72
para Ganho
FIGURA 6.1 Mobile eye trackin

Capítulo 8 Termografia no Esporte

Q introdução

O avanço tecnológico tem proporcionado importantes contribuições para a área do treinamento desportivo. Com o auxílio de instrumentos, como monitores de frequência cardíaca (FC), dispositivos de sistema de posicionamento global (GPS; do inglês, global positioning system), fotocélulas e tapetes de contato, preparadores físicos e treinadores conseguem monitorar as respostas fisiológicas, a demanda física e o desempenho de atletas ao longo de um período de treinamentos e competições.1 Dessa forma, as informações obtidas nesse processo favorecem o melhor controle do treinamento, o que, consequentemente, contribui para aprimorar o desempenho esportivo e, sobretudo, prevenir lesões.

Nesse cenário, a termografia infravermelha (TI) se destaca como uma tecnologia emergente com potencial de aplicação em diferentes segmentos do esporte.2 É uma técnica que detecta o calor irradiado pela superfície corporal e permite mensurar a temperatura da pele (TP) em tempo real, de modo não invasivo, totalmente seguro e sem contato físico com o avaliado.3 Ao incluir avaliações do tipo na rotina de treinamento, é possível traçar um

perfil termográfico geral e local de atletas e obter informações sobre funções fisiológicas relacionadas à TP tanto em repouso quanto em exercício.2,4

Uma das principais aplicações da TI na área esportiva é como ferramenta de prevenção e monitoramento de lesões, já que fatores como sobrecarga de treinamento e processos inflamatórios e degenerativos podem alterar o padrão de TP local.4 Destaca-se também seu emprego para monitorar a eficiência das respostas termorregulatórias durante e após o exercício,5-8 bem como para obter informações sobre o estado de recuperação muscular após treinamentos e competições.9,10

O objetivo deste capítulo é apresentar, a profissionais do exercício, da saúde e do esporte, algumas possibilidades de emprego da TI como recurso tecnológico no âmbito desportivo. Inicialmente, serão explicados os princípios básicos da técnica e a base fisiológica do equilíbrio térmico bilateral. Na sequência, os seguintes assuntos serão abordados:

 Princípios básicos da termografia e base fisiológica da simetria térmica dos dimídios corporais.

 Aplicação da termografia como ferramenta para controle de carga de treinamento.

Alex de Andrade Fernandes  Alisson Gomes da Silva  Carlos Magno Amaral Costa  Hamilton Henrique Teixeira Reis  Manuel Sillero Quintana  João Carlos Bouzas Marins

 Emprego da termografia nos ambientes fisioterápico e clínico relacionado às lesões.

 Utilização dessa tecnologia no desenvolvimento de materiais esportivos.

Q Princípios básicos da termografia e base fisiológica da simetria térmica dos dimídios corporais

A termologia foi documentada como ciência médica por Hipócrates nos anos 400a.C., com o desenvolvimento da teoria da descoberta de doenças por meio de excessos de calor ou frio nos seguimentos do corpo. A partir do ano 1800, o cientista William Herschel descobriu a mensuração da temperatura pelo espectro de cores, o qual é chamado de infravermelho e faz parte do espectro eletromagnético – escala usada para classificar vários tipos de emissão de energia.11 Esse espectro eletromagnético passou a ser a base da técnica de termografia que se conhece hoje.

O estudo da temperatura tem diversas aplicações na Ciência. Por meio da imagem térmica, que capta a emissão de energia, é possível obter milhares de pontos de temperatura em tempo real de medição, o que possibilita, com a captura de uma única imagem, determinar a distribuição de temperatura do corpo analisado.12

A geração de imagens térmicas, chamada de TI, é uma técnica rápida para avaliação da TP 13,14 Além disso, o uso de alta resolução de imagem térmica pode fornecer informações interessantes sobre os ajustes do sistema termorregulatório do organismo.14

O corpo humano é homeotérmico, ou seja, autogerador e regulador dos níveis essenciais de temperatura para a sobrevivência. Sua temperatura interna (central) é relativamente estável; porém, os tecidos da superfície, principalmente a pele, pelo processo de vasodilatação e vasoconstrição de microvasos, produzem uma ampla faixa de variação, fazendo parte do processo regulatório. A geração de imagens térmicas tem sido usada para

estudar várias doenças nas quais a TP pode refletir a presença de inflamação nos tecidos subjacentes ou em que o fluxo sanguíneo é aumentado ou diminuído em função de alguma anormalidade clínica.12

Entre as aplicações recentes da TI, o uso para prevenção de lesões e doenças ortopédicas é destaque no esporte.4,15 O princípio básico da análise termográfica considera que, em estado fisiológico normal, as temperaturas são semelhantes entre os lados do corpo (dimídios esquerdo e direito), demonstrando simetria contralateral da TP 16 A simetria térmica é definida como o grau de similaridade entre duas regiões corporais de interesse (RCI), espelhadas nos eixos principais longitudinais do corpo humano, sendo idênticas em tamanho e posição.17 A temperatura periférica do corpo humano é dependente da transferência de calor do tecido e do fluxo sanguíneo. Isso permite estudar distúrbios neurológicos musculoesqueléticos18 que causam mudanças na geração e no transporte de calor corporal para a pele. Essas mudanças podem se manifestar como variações da simetria normal da temperatura lateral padrão encontrada em indivíduos saudáveis.17

A faixa aceitável de diferenças de temperatura entre uma RCI e seu dimídio correspondente, tanto em indivíduos não atletas quanto em atletas, ainda não foi totalmente estabelecida. Alguns autores sugeriram valores diferentes em não atletas, sendo 0,3°C,19 0,4°C20 ou 0,5°C.21 Em atletas, um valor de até 0,7°C4 como limite de assimetria já foi proposto. Cabe destacar que, em modalidades cíclicas, como natação e ciclismo, as diferenças bilaterais devem ser pequenas; contudo, atividades, como o tênis, causam normalmente assimetrias maiores no membro dominante. A Figura 8.1 A apresenta as imagens termográficas de um jogador de vôlei com total equilíbrio térmico, enquanto a Figura 8.1B, de outro jogador, possui diferenças térmicas bilaterais importantes.

A Figura 8.2 apresenta o perfil térmico de membros inferiores de um jogador de futebol Sub-13 em estado de equilíbrio (Figura 8.2A),

Nutrição e Suplementação para Ganho de Desempenho Físico e Esportivo 88

comparado a outro (Figura 8.2B) com evidente assimetria térmica na região anterior da perna direita e no joelho esquerdo, o que indicará um acompanhamento clínico por parte do médico e/ou fisioterapeuta, além de, provavelmente, exames de imagem mais elaborados para caracterizar o problema observado.

Importante destacar também que a simetria da temperatura dos dimídios corporais não é

afetada em razão do ritmo circadiano do controle termorregulatório, que determina as variações diárias da TP 22,23

Q Padrões termográficos da pele esperados em repouso

Diante das condições favoráveis do uso da imagem termográfica para o mapeamento corporal

CAPÍTUL o 8 Termografia no Esporte 89
A B
FIGURA 8.1 (a e B) Imagens termográficas de membros inferiores com equilíbrio térmico (a) e outra com diferenças térmicas importantes (B) (ver cad. cor)
A
Fonte: imagens da base de dados do Laboratório de Performance Humana (LAPEH) da Universidade Federal de Viçosa (UFV).
B
FIGURA 8.2 (a e B) Imagens termográficas de membros inferiores com equilíbrio térmico (a) e outra com diferenças térmicas importantes (B) de um jogador de futebol de categoria de base Sub 13 (ver cad. cor) Fonte: imagens da base de dados do Laboratório de Performance Humana (LAPEH) da Universidade Federal de Viçosa (UFV).

Nutrição e Suplementação para Ganho de Desempenho Físico e Esportivo

FIGURA 8.4 (a e B) Variação da termografia infravermelha ao longo de 24h na região das mãos e do tórax em homens

Fonte: adaptada de Costa et al., 2015.13

92 35,0 34,5 34,0 33,5 33,0 32,5 32,0 31,5 31,0 30,5 30,0 29,5 29,0 28,5 28,0 27,5 27,0 26,5 26,0 25,5 25,0 Temperatura °C 7h 11h15h 19h23h b,c,d,e b,c,d,e a,c,d,e a,c,d,e a,b,e a,b,e a,b,e a,b,e a,b,c,d a,b,c,d Mão esquerda Mão direita A 35,0 34,5 34,0 33,5 33,0 32,5 32,0 31,5 31,0 30,5 30,0 29,5 29,0 28,5 28,0 27,5 27,0 26,5 26,0 25,5 25,0 Temperatura °C 7h 11h15h 19h23h c,d,e b,c,d,e Abdominal Peitoral B a a a a a a a

Parte II ações nutricionais e ergogênicas

9 Estratégias Ergogênicas Nutricionais que Antecedem o Exercício Físico 109 10 Estratégias Ergogênicas Nutricionais para “Durante” o Exercício Físico 123 11 Estratégias Ergogênicas Nutricionais para Recuperação do Exercício Físico 145

9

Estratégias Ergogênicas Nutricionais que Antecedem o Exercício Físico

Q introdução

A nutrição adequada constitui o alicerce para o desempenho físico, fornecendo combustível para o trabalho biológico e potencializando-o durante o exercício. Por isso, a seleção criteriosa dos alimentos e dos horários das refeições, além de levar em conta a singularidade da atividade a ser praticada, as especificidades do evento (competição ou treinamento), as metas de desempenho, os desafios práticos e as preferências alimentares dos atletas,1-3 é elemento fundamental para se estabelecer um plano dietético correto para quem faz exercício. A nutrição pré-exercício, seja pré-treino ou pré-competição, tem como objetivo principal promover ótimo desempenho por meio da abordagem de vários fatores, como fornecimento de energia, abastecimento dos estoques de glicogênio muscular e hepático, hidratação e prevenção de possíveis desconfortos e desequilíbrios fisiológicos. Para o sucesso dessas abordagens, é imprescindível que haja um processo de experimentação e habituação do atleta. Além disso, o conhecimento dos alimentos, a criatividade e a experiência prática do esporte também se tornam contribuições valiosas.3-5

O objetivo deste capítulo é prover informações e recomendações práticas acerca da

nutrição adequada para as horas que antecedem o exercício, abordando fatores que, quando manipulados de maneira adequada, podem aumentar o desempenho, oportunizando, assim, um efeito ergogênico.

Q Fornecimento de energia e de macronutrientes

As recomendações nutricionais pré-exercício de macronutrientes têm como objetivo principal disponibilizar os substratos apropriados para atender os sistemas de energia a serem treinados ou utilizados durante o treino e/ou competição.3

Os carboidratos têm recebido grande atenção em razão de seu papel especial no desempenho e na adaptação ao treinamento. Eles proporcionam combustível-chave para o bom funcionamento do sistema nervoso central (SNC) – fundamental em esportes de elevada demanda cognitiva e técnica – e sustentam uma gama de exercícios por meio das vias oxidativa e anaeróbia láctica. Também estão envolvidos na preservação da massa magra, no metabolismo de gorduras, na habilidade motora e na concentração.2,3

No entanto, o armazenamento de carboidratos é relativamente limitado, e a redução nas

Capítulo
Paula de Freitas Barbosa  Mariana de Melo Cazal  João Carlos Bouzas Marins

FIGURA 9.2 Comportamento glicêmico médio em três situações de café da manhã (CM) imediatamente antes do seu consumo, após 30min em repouso e ao longo de 1h de exercício com 1h de duração a uma intensidade de 50% a 60% da frequência cardíaca máxima em esteira. CM tipo 0: em condições de jejum de 8 a 10h; CM tipo 1: consumo de alimentos sólidos e líquidos, totalizando 400kcal; CM tipo 2: consumo de 400mL de Gatorade®, totalizando 100kcal

A: CM tipo 0 versus 20min; B: CM tipo 1 versus 20mim; C: CM tipo 1 intra-análise; D: CM tipo 2 intra-análise; E: CM tipo 2 60 versus 20min; F: CM tipo 1 versus CM tipo 2 no tempo 0min.

Fonte: adaptada de Cocate & Marins, 2007.26

FIGURA 9.3 Comportamento glicêmico médio em três situações de café da manhã (CM) imediatamente antes do seu consumo, após 30min em repouso e ao longo de 1h de exercício com 1h de duração a uma intensidade de 50% a 60% da frequência cardíaca máxima em esteira. CM (fast): em condições de jejum de 8 a 10h;19 CM tipo 1 (BIG): consumo de alimentos sólidos e líquidos, totalizando 400kcal; CM tipo 2 (AIG): consumo de 400mL de Gatorade®, totalizando 100kcal

*P < 0,05 AIG e BIG significativamente diferente do fast.

†P < 0,05 AIG significativamente diferente do BIG e do fast

AIG: alto índice glicêmico; BIG: baixo índice glicêmico.

Fonte: adaptada de Altoé et al., 2013.19

Nutrição e Suplementação para Ganho de Desempenho Físico e Esportivo 116 130 120 110 100 90 80 70 mg/d L -60 -30 0204060 CM tipo 0 CM tipo 1 CM tipo 2 A B C D E F Tempo (min)
-60 -45 -30 -15 015304560 Período pós-prandial Exercícios AIG BIG BIG 10 8 6 4 Plasma glucose (m mol/ L –1 ) †

10 Estratégias Ergogênicas Nutricionais para “Durante” o Exercício Físico

Q introdução

A realização de um exercício físico no Brasil normalmente implica a produção de certa quantidade de suor, que, dependendo de alguns fatores internos, como idade e sexo, ou externos, como temperatura e umidade, pode variar entre 250mL e 3L por hora.1 O aporte de líquidos deve nortear-se por três eixos centrais de preocupação:

1. Antes do exercício físico.

2. Durante o exercício físico.

3. Depois de finalizado o exercício físico.

Em cada um desses momentos centrais (antes, durante e depois do exercício), os objetivos são diferentes. A hidratação realizada nos momentos que antecedem o exercício visa garantir que o praticante inicie sua atividade física com seus estoques de água corporal totalmente preservados (eu-hidratado). É muito comum observar, principalmente em atletas, que se inicie o treino em um estado de desidratação já existente,2 o que prejudicará a resposta termogênica durante o exercício.

Durante o exercício, é muito comum que a perda de líquido seja maior que o volume consumido. Assim, o objetivo principal é tentar evitar ao máximo que a desidratação imposta

pelo exercício atinja valores acima de 2% da massa corporal (MC), valor considerado crítico para se iniciar uma queda de rendimento.1,2

Ainda durante o exercício, o aporte de bebidas isotônicas, a depender do tempo e do tipo de atividade, representa estratégia fundamental, para manter os níveis de glicemia sanguínea em valores de normalidade e repor parte dos minerais perdidos, principalmente o sódio.

Finalizado o exercício, os objetivos se concentram em restaurar a homeostase hídrica o mais rápido possível e, juntamente com carboidratos (CHO), repor o glicogênio muscular e hepático, além de manter os níveis glicêmicos em níveis de normalidade. Atualmente, tem sido recomendado também, nessa fase, o consumo de proteínas para acelerar a recuperação tecidual (síntese de proteínas musculares).3 Este capítulo terá como foco central as ações ergogênicas nutricionais que podem ser executadas durante o exercício físico, com foco especial na hidratação.

Q Plano de trabalho para o desenvolvimento de estratégia de hidratação

Tem-se muito bem estabelecido que hidratação inadequada pode afetar negativamente o

Capítulo
Karoline Ottoline Marins  João Carlos Bouzas Marins

desempenho, tanto físico1,2,4 quanto mental.2 Evitar estado de desidratação implicará a capacidade de manter certo nível de performance. Existe uma infinidade de situações que ocorrem e que vão nortear planos completamente diferentes, sendo necessário estudo inicialmente minucioso dessas condições. Com base nessa análise, é possível estabelecer qual será a estratégia de hidratação a ser adotada. A Figura 10.1 apresenta uma lista de fatores que devem ser levados em conta.

A National Athletic Trainers’ Association2 e o ACSM (2016)4 apresentaram recomendações bastante interessantes sobreo tema de hidratação. Outros trabalhos, como de Racinais et al. (2015),5 Maughan & Shirreffs (2010),6 da Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte

(SBME, 2009)7 e da Federação Espanhola de Medicina do Esporte,8,9 também podem servir de base para uma análise mais aprofundada. Contudo, existem alguns pontos que as diretrizes não mencionam, mas que são importantes na hora de se estabelecer a estratégia de hidratação e que também serão abordados neste capítulo.

Um ponto a ser destacado refere-se à conscientização e à educação, pelo atleta ou praticante de exercício, de que se hidratar é fundamental.2 É razoavelmente frequente encontrar praticantes de atividades físicas não competitivas10 e atletas10-12 em ambiente de treino e/ou competição que simplesmente não se hidratam, gerando, assim, na maioria das vezes, um quadro de desidratação significante,

Elementos de análise

Características individuais

Sexo

Idade

Preferências

Hábito de consumo

Glândulas sudoríparas

Perda mineral

Perda hídrica

Características do exercício

Tempo de duração

Intensidade

Regras

Logística de apoio Competição ou treinamento Tipo de exercício

Condições ambientais Calor Umidade Índice de estresse térmico Vento Altitude

Estratégia de hidratação

Formas de intervenção

Intervalo de tempo entre as bebidas

Quantidade de bebida oferecida

Temperatura do líquido oferecido Tipo de bebida (água × isotônicos)

Eletrólitos

Necessidade de outros ingredientes

Bebidas isotônicas

Quantidade de carboidratos

Tipo de carboidratos

Quantidade de eletrólitos

Momento Antes Durante Depois

Nutrição e Suplementação para Ganho de Desempenho Físico e Esportivo 124
FIGURA 10.1 Elementos de análise a serem levados em conta no planejamento de uma estratégia de hidratação

Parte III recursos ergogênicos nutricionais

12 Antioxidantes no Exercício Físico e sua Ação Ergogênica 169 13 Aminoácidos de Cadeia Ramificada: Uso e Controvérsias 187 14 Arginina 197 15 Beta‑alanina como Recurso Ergogênico para o Exercício e o Esporte 207 16 Bicarbonato de Sódio: Indução da Alcalose Extracelular como Estratégia Ergogênica para o Esporte 235 17 Cafeína 257 18 L‑carnitina 277 19 Creatina 289 20 Glutamina como Potencial Recurso Ergogênico para o Esporte 301 21 Beta‑hidroxi‑beta‑metilbutirato como Potencial Recurso Ergogênico 311 22 Óxido Nítrico 321 23 Probióticos 329 24 Waxy Maize 347 25 Whey Protein 355 26 Falsos Recursos Ergogênicos Nutricionais 371

Capítulo 14 Arginina

Q introdução

O consumo de suplementos é frequente entre atletas e praticantes de atividade física e, em geral, na visão do consumidor, visa à melhora do desempenho e da estética. No entanto, a suplementação, mesmo seguindo as recomendações presentes nos rótulos dos produtos, não substitui alimentação equilibrada e saudável, bem como não descarta a orientação de um profissional de nutrição.1,2

Como ressaltou Pereira (2014),3 entre os suplementos mais utilizados estão:

 Maltodextrina.

 Proteína do soro do leite (Whey Protein).

 Creatina.

 Aminoácidos (de cadeia ramificada [BCAA], glutamina, alanina, arginina, entre outros).

Em meio a esse enorme acervo de possibilidades ergogênicas, a L-arginina (L-ARG) é utilizada para fins tanto terapêuticos quanto de melhora do desempenho físico, comercializada como suplemento alimentar.4,5

Para que uma substância ou um produto possa ser denominada(o) como recurso ergogênico, especialmente o nutricional, espera-se que deva efeitos positivos no organismo. Para

se evitar uma situação de doping involuntário, quando esses produtos são consumidos por atletas, é recomendável consultar a lista de produtos proibidos publicado anualmente pela Agência Mundial Antidoping (WADA; do inglês, World Anti-Doping Agency), o que pode ser consultado no site: https://www.wada-ama.org/en/prohibited-list.

Este capítulo visa elucidar os aspectos mais relevantes da L-ARG como possível agente ergogênico, abordando sua metabolização no organismo, sua relação com outros parâmetros fisiológicos (óxido nítrico [NO], síntese de proteínas e hormônio do crescimento [GH]), as modalidades que poderiam ter maior vantagem com a sua utilização e seus efeitos ergogênicos sobre o desempenho físico segundo os estudos científicos.

Q ação da L-arginina

A L-ARG é um aminoácido presente nos mamíferos, descoberto em 1895 por Hedin. Apresenta-se em diversas vias metabólicas do organismo humano, como no ciclo da ureia, e participa como precursora da creatina, do glutamato e da prolina. É também um substrato da biossíntese de NO, uma substância essencial

Wanessa A. Lopes da Silva  João Carlos Bouzas Marins

para vasodilatação, neurotransmissão, citotoxicidade e imunidade.6,7 A Figura 14.18 representa as vias metabólicas com influência da L-ARG.

A L-ARG é considerada essencial para crianças e não essencial para adultos. Isso porque, na infância, não há produção desse aminoácido pelo organismo, nem mesmo sob condições patológicas. Por isso, ela é chamada de condicionalmente essencial.2,9

Os rins são os principais órgãos responsáveis pela síntese endógena de L-ARG a partir da citrulina. A L-ARG constitui cerca de 5% a 7% de todo o conteúdo de aminoácidos consumidos em dieta tipicamente saudável, o que corresponde a 2,5 a 5g/dia.10 É encontrada em carnes (branca e vermelha) e oleaginosas. Entretanto, quando a produção endógena e a alimentação parecerem insuficientes, a suplementação é outra opção para aumentar os estoques de L-ARG. A seguir, serão detalhados os mecanismos metabólicos em que ela está envolvida.

L‑arginina e óxido nítrico

A L-ARG é convertida em NO e L-citrulina por meio da NOS (ver Figura 14.1). A isoforma de NO, conhecida como NO endotelial (eNOS), exerce importante papel na vasodilatação. O eNOS dilata as paredes dos vasos da musculatura lisa, aumentando, assim, o fluxo sanguíneo e o aporte de nutrientes que chegam

aos músculos e órgãos.11,12 Dessa forma, parece favorecer o indivíduo durante o exercício físico de caráter aeróbico (natação, ciclismo e corridas de média e longa duração) e anaeróbico (levantamento de peso olímpico, corridas de curta duração e treinamento resistido), reduzindo a fadiga.13

A disfunção endotelial está relacionada às doenças, como hipertensão arterial, aterosclerose, doença arterial coronariana e diabetes melito. Pode ainda estar associada a menor biodisponibilidade de NO para as células-alvo, o que é indicador da baixa expressão de eNOS.14

A maior ativação do eNOS ocorre pelo fluxo sanguíneo, ou shear stress, enquanto a menor ativação está relacionada à ação aumentada de marcadores pró-inflamatórios, como fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa), angiotensina II e lipoproteínas, desfavorecendo o aporte sanguíneo aos músculos quando em exercício.4,5 Assim, um dos benefícios da suplementação com L-ARG pode estar ligado ao ciclo do NO melhorado pelo aumento da disponibilidade dessa substância,14 o que garante possível opção ao atleta diabético, favorecendo-o em relação à maior chegada de suprimento de nutrientes aos músculos e órgãos mais ativos.

L‑arginina e síntese de proteínas

Angeli et al. (2007) 14 e Matsumoto et al. (2007) 15 creditaram o aumento da força

FIGURA 14.1 Visão geral do metabolismo da L‑arginina (L‑ARG) nos seres humanos. Síntese do óxido ní trico (No) e L‑citrulina a partir da L‑ARG pelo óxido nítrico sintase (1). Síntese da L‑ARG para L‑ornitina e ureia pela arginase (2). Descarboxilação da L‑ARG para agmatina pela arginina descarboxilase (3). Sínte se da L‑ARG para creatina por meio da L‑ARG glicina amidinotransferase (4)

Fonte: adaptada de Álvares et al., 2011.8

Nutrição e Suplementação
Ganho de Desempenho Físico e Esportivo 198
para
Ureia CO2 Agmatina L-ornitina L-citrulina Creatina NO 1 2 3 4 L-arginina

15

Beta‑alanina como Recurso Ergogênico para o Exercício e o Esporte

Q introdução

Uma alimentação equilibrada integra parte fundamental de um contexto global para comportamento saudável no mundo moderno, que também inclui, entre outros fatores, a redução do tempo sedentário e o aumento da atividade física.1,2 A associação entre nutrição e exercício é ainda mais relevante no esporte de alto rendimento, uma vez que pode ser fator decisivo no sucesso e, até mesmo, no fracasso de um programa de treinamento ou competição.3 Isso porque a articulação de componentes nutricionais e do treinamento físico se torna um desafio, pois são necessários ajustes finos da multiplicidade de fatores que envolvem:

 Cenário esportivo:

y Característica do exercício/modalidade.

y Números e períodos de competições.

y Deslocamentos/viagens.

 Dieta:

y Predileções pessoais.

y Disponibilidade do alimento.

y Fontes alergênicas ou irritantes.

 Ou ambos:

y Ajuste do gasto calórico.

y Acesso e reposição a fontes energéticas durante a competição.

No que se refere às características do exercício, é importante levar em consideração as demandas metabólicas envolvidas. Ou seja, o comportamento das vias predominantes no sistema de transferência de energia para a realização de determinada tarefa motora (ATP-CP*, glicolítico, oxidativo), fornecendo bases fundamentais para a escolha da melhor intervenção nutricional.4 Existem modalidades que são caracterizadas pela alta intensidade, de perfil anaeróbico bem característico, que podem ser:

 De forma contínua:

y Provas de 100 a 400m, no atletismo.

y Provas de 50 a 100m, na natação.

 De forma intercalada (exercício‑repouso‑ exercício):

y Lutas em geral.

y Tênis.

y Canoagem slalom.

y Fases agudas tanto no ciclismo de estrada quanto de mountain bike

A energia utilizada na ressíntese de adenosina trifosfato (ATP) para a realização dessas

* ATP-CP refere-se ao sistema dos fosfagênios; mecanismo de transferência de energia via ressíntese da molécula de adenosina trifosfato (ATP) pela hidrolise da fosfocreatina ou creatina-fosfato (CP).

Capítulo

atividades advém, em grande parte, de vias anaeróbicas,5-7 sobretudo, com aumento da taxa de utilização do glicogênio no músculo ativo e, consequentemente, acúmulo considerável de diversos metabólitos, entre eles:8,9

 Adenosina difosfato (ADP).

 Fosfato inorgânico (Pi).

 Íons H+ e [lactato]–.

A produção elevada desses metabólitos resultante do exercício intenso tem capacidade de inibir enzimas do sistema glicolítico,10 além de prejudicar diretamente (competição entre H+ e Ca++ pelo sítio da troponina) diversas etapas do processo contrátil e causar fadiga.11,12 Embora ainda haja controvérsia na literatura sobre o exato mecanismo de fadiga e os papéis desses metabólitos, existem diversas evidências in vivo demonstrando que a acidose intramuscular (via redução do pH – medida da concentração de ácidos/íons H+) é uma das principais causas da fadiga em exercícios de alta intensidade.13,14 Tendo em vista a importância da regulação do pH durante o exercício de alta intensidade, estratégias que contribuam para a manutenção do equilíbrio ácido-básico tornam-se potencialmente ergogênicas.

Neste capítulo, serão abordados os recursos ergogênicos nutricionais enquanto mecanismo físico -químico fundamental para a regulação do pH intracelular dentro dos valores fisiológicos.15 No centro dessa discussão está o tamponamento por peptídios e aminoácidos realizado pelas moléculas que apresentam grupos químicos imidazóis,16,17 em especial, a carnosina (beta-alanil-L-histidina), um dipeptídio intracelular citoplasmático encontrado em altas concentrações no músculo esquelético.18

Estimativas realizadas inicialmente por Harris et al. (2006)19 sobre a contribuição significativa da carnosina para a capacidade tamponante total do músculo19 despertaram a curiosidade para o entendimento dos possíveis fatores intervenientes na concentração de carnosina e, por sua vez, na melhora do controle ácido -básico.

A compreensão desses mecanismos, entretanto, não motiva apenas pesquisadores, mas

também atletas, treinadores e nutricionistas, que buscam o aprimoramento de seus programas de intervenção profissional e/ou científico. O interesse fica evidente, sobretudo, após achados de que o fornecimento exógeno da beta-alanina, um dos aminoácidos constituintes da carnosina, parece ser a maneira mais eficiente de melhorar a capacidade tamponante muscular decorrente do aumento das concentrações de carnosina,20,21 bem como os efeitos associados à melhora do desempenho esportivo.22

A seguir, serão apresentadas as particularidades e principais funcionalidades da carnosina e da beta-alanina, como:

 Fontes na dieta.

 Protocolos e segurança da suplementação.

 Efeitos ergogênicos sobre desempenho físico e esportivo.

 Efeitos colaterais.

 Entre outros.

e da beta-alanina

Estrutura, absorção e síntese

A carnosina pertence a uma família de dipeptídios histidil (dipeptídios contendo histidina) e é constituída pelos aminoácidos L-histidina e beta-alanina (Figura 15.1). A carnosina apresenta dois análogos metilados ao nitrogênio do anel aromático da L-histidina na estrutura (adição de CH3):15

1. Ofidina (também chamada de balenina).

2. Anserina.

Embora esses dipeptídios se distribuam bem entre as diferentes espécies, a anserina está mais presente em aves e peixes, enquanto a ofidina, em mamíferos marinhos e répteis, porém, até o momento, o único dipeptídio contendo histidina encontrado em tecidos humanos é a carnosina.23 Estima-se que o tecido muscular armazene a maior quantidade (>95%) de carnosina existente no corpo humano, algo

Nutrição e Suplementação para Ganho de Desempenho Físico e Esportivo 208
Q aspectos bioquímicos e metabólicos da carnosina

Endogenia Suplementação Dieta

FIGURA 15.1 Modelo esquemático da estrutura molecular, da disponibilidade e da síntese da carnosina e de seus aminoácidos precursores (beta‑alanina e L‑histidina)

Fonte: elaborada pelo autor.

em torno de 21mmol/kg de músculo seco* (5mmol/L de músculo úmido) no músculo esquelético, considerando um indivíduo saudável e com dieta não restritiva aos derivados proteicos.24 Embora a carnosina esteja presente em outros tecidos (cérebro, rins, coração) e com propriedades relevantes, sobretudo de forma promissora em ações terapêuticas e de saúde, teremos como foco principal neste capítulo apenas as particularidades relacionadas ao músculo esquelético humano.

Carnosina

Consumida na dieta, a carnosina é clivada no lúmen intestinal pela enzima carnosinase tecidual em seus aminoácidos constituintes (beta-alanina e L-histidina), que são posteriormente

* Músculo seco faz referência ao processo de desidratação da amostra de tecido antes da quantificação do analito, nesse caso, a carnosina.

absorvidos no jejuno e no ílio e transportados** pelos enterócitos até a corrente sanguínea.25 Entretanto, quantidade muito pequena de carnosina (~10%) é absorvida*** de forma intacta. Dessa fração intacta, parte é levada até tecidos específicos, que conseguem captá-la na forma íntegra, enquanto outra parte chega aos túbulos renais para ser excretada.26 No entanto, é provável que, alcançando o plasma, a carnosina seja clivada pela carnosinase sérica,27 pois suas concentrações sanguíneas são praticamente indetectáveis.28

Até o momento, evidências sugerem que o músculo esquelético não é capaz de captar a carnosina do meio extracelular nem produzir seus aminoácidos precursores, mas consegue sintetizá-la em reação catalisada pela enzima

** Transporte de beta-alanina realizado pela proteína ABAT0+ (aminobutirato aminotransferase).

*** Transporte de carnosina realizado pela proteína PEPT1 (trasportador de peptídios 1).

CAPÍTUL o 15 Beta - alanina como Recurso Ergogênico para o Exercício e o Esporte 209
Carnosina Síntese Síntese Beta-alanina L-histidina N H N OH O O H N HN 2 Ação tamponante pKa = 6,8 O HN 2 OH HN N NH 2 OH O

Beta-alanina dos alimentos

Estudos demonstram certa estabilidade da carnosina no processo de cocção, ao passo que temperaturas elevadas (75°C) não parecem degradar significativamente a concentração de carnosina.28 Por outro lado, a quantificação da beta-alanina nas fontes animais não apresenta a mesma estabilidade, podendo variar de acordo com a raça, a idade, e o sexo do animal, bem como se recebeu ou não tratamento hormonal. O mesmo corte, por exemplo, pode apresentar concentrações diferentes da carnosina e de seus análogos.

Em linha disso, a estimativa do conteúdo de beta-alanina nos alimentos até o momento tem como base os dados de Jones et al. (2011),54 que investigaram o conteúdo de dipeptídios imidazólicos (carnosina e anserina) em algumas poucas fontes alimentares de origem animal normalmente consumidas pela população (ver Figura 15.2).54 Dessa forma, é possível ter estimativa do consumo de beta-alanina na dieta dos indivíduos.54

Nesse sentido, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o Ministério da Saúde, realiza pesquisas de orçamentos

familiares (POF) que têm como um dos resultados o consumo habitual de diversos alimentos.55 Tomando como base a quantificação de dipeptídios histidínicos realizada por Jones et al. (2011)54 e as informações de consumo médio diário per capita de alimentos divulgadas pela POF (2008-2009),*55 é possível produzir uma estimativa da ingestão de beta-alanina na população brasileira. Gonçalves (2019)56 mostrou que, no Brasil, o consumo habitual elevado de peixes responde pela maior quantidade de beta-alanina na dieta das populações do Norte e do Nordeste (Figura 15.3).56 De modo semelhante, o maior consumo de carnes, peixes e aves entre adultos (18 e 59 anos de idade) justifica a maior concentração de beta-alanina na dieta em comparação aos adolescentes (10 a 17 anos de idade) e aos idosos (<60 anos de idade). Cabe destacar, entretanto, que o conhecimento da quantidade de beta-alanina na dieta se restringe atualmente

Nutrição e Suplementação para Ganho de Desempenho Físico e Esportivo 212
a pouquíssimos
0 200 400 600 800 1.000 (mg/100g)
* Dados mais atualizados da POF (2018-2019) sobre consumo alimentar não estavam completamente disponíveis até o envio deste capítulo para publicação.
Alimento Beta-alanina (mg/100g) Atum Cavala Camarão Carne bovina Carne de coelho Carne ovina Carne suína Coxa de frango Peito de frango Peito de peru 820 980 750 280 200 180 210 200 380 520 B A
FIGURA 15.2 (a e B) Contribuição média por grupo de animais (peixes, aves e carnes) do total de be‑ ta‑alanina nos alimentos (a). Estimativa da quantidade de beta‑alanina a partir do total de dipeptídios histidínicos em cada alimento específico (B) Fonte: elaborada pelo autor.
27 Recursos Ergogênicos Nutricionais no Atletismo (Provas de Velocidade) 381 28 Recursos Ergogênicos Nutricionais no Futebol 395 29 Recursos Ergogênicos Nutricionais no Judô 409 30 Recursos Ergogênicos Nutricionais na Prova de Maratona 427 31 Recursos Ergogênicos Nutricionais em Provas de Mountain Bike (Cross‑country Olímpico) 455 32 Recursos Ergogênicos Nutricionais em Provas de Velocidade na Natação 473 33 Recursos Ergogênicos Nutricionais no Vôlei 497
Parte IV ações nutricionais e ergogênicas aplicadas nos esportes

Recursos Ergogênicos Nutricionais no Futebol

Q introdução

O futebol, especialmente o profissional, diferencia-se das outras modalidades pela elevada quantidade de competições que os jogadores realizam durante uma temporada. Enquanto as equipes das principais competições da Europa chegam a disputar cerca de 50 jogos por temporada, as brasileiras, que atingem as fases finais das principais competições, podem chegar a 70 partidas em uma temporada. Em razão dessa quantidade elevada de jogos, a nutrição torna-se importante aliada para a manutenção da saúde e a recuperação do desgaste causado por treinamentos e jogos.1

O futebol apresenta uma característica intermitente, intercalando momentos de baixa intensidade com momentos de ações muito intensas, em que os jogadores percorrem em torno de 10km em uma partida, variando um pouco mais ou um pouco menos de acordo com a posição e a função.2 Dessa forma, eles utilizam tanto o sistema aeróbico quanto o anaeróbico, consumindo cerca de 3.700kcal em dias de partida e 3.000kcal em dias de treino.3

Alguns estudos têm evidenciado que o percentual de gordura dos jogadores varia entre 7% e 19%, em decorrência da heterogeneidade

no futebol, no qual as características dos jogadores variam muito de acordo com a posição em que jogam.4,5 Diante dessas individualidades, a comissão técnica pode estabelecer zonas-alvo para a composição ideal de cada atleta. Utilizando esse controle, podem-se evitar resultados indesejáveis, como o excesso de gordura ou até mesmo de musculatura, que pode causar prejuízo funcional para o desempenho em alguns casos.1

O aumento da intensidade dos jogos e da distância percorrida pelos jogadores nos últimos anos tem acarretado maior acúmulo de fadiga, aumentando o risco de doenças e lesões musculares.6,7 Sendo assim, para diminuir esse risco e acelerar o processo de recuperação, é necessário ingerir quantidade adequada de nutrientes antes, durante e depois do treino ou da competição.

Porém, enquanto nas outras modalidades os atletas treinam para estar mais bem preparados em determinados períodos da temporada, no futebol de elite, o período de competição é contínuo, sendo necessária uma regularidade em vez do pico de rendimento em competições específicas. Essa característica, adicionada às viagens e aos jogos duas vezes por semana, torna a recuperação desses atletas

Capítulo
28

CHO e tentar manter ao máximo a homeostase hídrica. A Figura 28.3 apresenta, de forma esquemática, como pode ser o planejamento de intervenção.

No processo de treinamento da estratégia de hidratação durante o jogo, diversas garrafas de isotônicos, copos de água ou bolsas de sacos plásticos (no início da partida podem estar quase ou completamente congelados) devem ser distribuídos em volta do campo. Isso será importante para que o atleta, durante algum momento de interrupção da partida por lesão, expulsão ou outro fator, tenha condições de pegar esse recipiente com rapidez e se hidratar ao longo da partida. A Figura 28.4 demonstra como isso pode ser distribuído.

Quanto à perda de minerais, o único que provavelmente demanda alguma atenção é o sódio. Ele deve estar presente nas bebidas isotônicas, para ajustar a palatabilidade e auxiliar na velocidade de captação da glicose no intestino pelo mecanismo de cotransporte.23 Impactos nas reservas corporais de sódio em geral são comuns com atividades sustentadas por 4h de exercício. Isso, no entanto, não acontece em uma partida. Contudo, podem ocorrer situações especiais, como jogos em ambiente de elevado estresse térmico, partidas com

prorrogação ou mesmo jogos seguidos com pouco tempo de recuperação. Logo, é interessante aporte maior de sal na dieta e após a partida, para minimizar o risco de hiponatremia.

Proteína

Apesar de a proteína ser fundamental para manter o balanço energético diário, durante a partida, não é aconselhável a ingestão de alimentos proteicos, de modo a evitar efeitos gastrintestinais. Entretanto, pouco antes de finalizar o treinamento, já pode-se iniciar o consumo de alimentos ricos em proteínas para otimizar os efeitos pós-exercício. Esse aporte deve estar programado para ocorrer aproximadamente nos 15min finais do treino. A estratégia, porém, é mais difícil durante as partidas, sendo necessário começar esse procedimento logo após o apito final.

Q recursos ergogênicos nutricionais após o jogo

No futebol profissional, não cabe a menor dúvida de que deve haver ação nutricional aguda logo após finalizada a partida, com aporte de CHO, proteínas e hidratação de forma imediata.

Nutrição e Suplementação para Ganho de Desempenho Físico e Esportivo 400
Ação
Saída de campo 3mL/kg de PC Isotônico ou Água + gel de CHO (20g) Retorno ao campo 3mL/kg de PC Isotônico ou Água + gel de CHO (30 a 40g) 15min
temporal no intervalo
FIGURA 28.3 Estratégia de planejamento de intervenção de hidratação e aporte energético para o inter valo de uma partida de futebol PC: peso corporal; CHO: carboidrato. Fonte: elaborada pelos autores.

Capítulo 31 Recursos Ergogênicos Nutricionais em Provas de Mountain Bike (Cross‑country Olímpico)

Q introdução

Nos últimos anos, é facilmente observável o crescimento da modalidade do mountain bike (MTB) no Brasil, sobretudo nas cidades do interior, tendo em vista que corresponde a uma modalidade de ciclismo típico para ser praticado em estradas rurais, bosques e florestas, na natureza.

Seus praticantes têm vários tipos de objetivos, que vão desde o recreativo e o turismo sustentável e ecológico, de condicionamento físico e socialização até a competição. As jornadas de treinamento costumam ser superiores a 60min e podem durar até 5h, o que exige uma abordagem nutricional especial.

O MTB possui características próprias que devem ser levadas em consideração. Primeiro, compreende uma modalidade que facilita o transporte de líquidos e de alimentos, diferentemente da corrida, pois a bicicleta tem área de suporte para recipientes, além da camisa com bolsos (que possibilitam o transporte de alimentos e líquidos) e das mochilas de líquidos. Isso facilita muito o suporte nutricional (líquido e energético) durante a atividade. Outro aspecto compreende a questão da higienização dos alimentos. Por ser praticado em área rural,

deve-se ter muito cuidado com a limpeza dos alimentos consumidos para se evitar intoxicação. Por último, por ser praticado em áreas de baixa densidade populacional, provavelmente haverá dificuldade de aquisição de alimentos no caminho, diferentemente do ciclismo de estrada, o que gera mais um elemento no planejamento.

Este capítulo traz informações relacionadas ao MTB, como os aspectos fisiológicos, características e aspectos nutricionais e os recursos ergogênicos nutricionais (REN) que podem ser oferecidos para tentar aprimorar a performance e/ou acelerar a capacidade de recuperação do atleta.

Q Mountain bike: aspectos fisiológicos

O MTB é uma modalidade esportiva que teve suas origens nos Estados Unidos, por volta dos anos de 1970, e pode ser subdividido em cross-country, downhill e provas por etapas. O cross-country mostra-se a forma popular mais disputada e a única considerada como modalidade olímpica.1,2

O MTB cross-country olímpico é um esporte praticado em estradas com vários desafios técnicos e trilhas acidentadas e montanhosas,

Paula de Freitas Barbosa  João Carlos Bouzas Marins

com terra, pedras, erosões, cascalhos, troncos e até trechos com lama. Isso demanda grande dispêndio de esforço e faz com que, na maioria das vezes, o esporte seja realizado em intensidade elevada e intervalada.2-4

Alguns estudos analisando a intensidade das provas por meio da frequência cardíaca (FC) concluíram que o MTB requer dos atletas sempre alta potência aeróbica. Assim, para sustentar a alta variação de intensidade durante uma prova, tanto o sistema aeróbico quanto o anaeróbico devem estar bem desenvolvidos.5-8

Segundo Lucas et al. (2010),2 a demanda energética do MTB competitivo depende do atrito da roda com o terreno, do efeito do ar e da elevação, podendo ainda ter duração próxima a 120min e, na maioria das vezes, ser realizado em torno de 90% da frequência cardíaca máxima (FCM). Segundo a União Internacional do Ciclismo (UCI; do inglês, Union Cycliste Internationale), as competições de MTB podem ser caracterizadas como evento tipicamente de endurance 2 A Figura 31.1 apresenta um exemplo do comportamento da FC durante um treino de MTB.

Em praticantes de MTB, assim como em outros esportes de endurance, são de grande importância:9-13

 Aporte nutricional adequado.

 Tipo, tempo e quantidade planejada de alimentos.

 Nível de hidratação.

 Uso de REN.

Eles também estão diretamente ligados ao bom desempenho esportivo.9-13 O crescimento do número de atletas de alto nível no MTB sem prévia orientação de profissionais em suas atividades físicas e o consumo alimentar e com uso indiscriminado de suplementos ergogênicos sem respaldo científico aumentam ainda mais a necessidade de discussão acerca do assunto.9

Q Características nutricionais de ciclistas de mountain bike

Por ser uma modalidade relativamente nova, em comparação ao ciclismo de estrada e outras modalidades, como a natação, observa-se escassez de informações científicas sobre o perfil nutricional de ciclistas de MTB. Estudo realizado por Rossi et al. (2010)14 com 12 desportistas de MTB, sendo todos do gênero masculino, com idade média de 31,2 ± 6,2 anos, observou que os atletas apresentavam consumo calórico médio de 2.657,90 ± 682,2kcal. O consumo encontrado de carboidratos (CHO) foi de 5,4 ± 1,9g/kg de peso corporal (PC); o de proteínas (PTN), de 1,64 ± 0,6g/kg de PC; e o de lipídios (LPD), de 1,2 ± 0,3g/kg de PC. Com relação aos micronutrientes, os

Nutrição e Suplementação para Ganho de Desempenho Físico e Esportivo 456
FIGURA 31.1 Comportamento da frequência cardíaca durante um treino de mountain bike Fonte: dados pessoais de um dos autores.

indivíduos apresentaram adequação de 91,8%; 169,5%, 67,3% para as vitaminas A, C e E, respectivamente, e 37,2% para ferro.

Outro estudo,15 realizado com 22 ciclistas de prova de longa duração, todos do gênero masculino e idade média de 34,73 ± 6,3 anos, observou consumo calórico médio de 2.277,77 ± 690,37kcal. Em comparação ao estudo anterior, os indivíduos apresentaram consumo inferior de CHO (3,37g/kg de PC), PTN (1,18g/kg de PC) e LPD (0,88g/kg de PC). Com relação aos micronutrientes, observaram-se inadequações na ingestão de:

 Vitaminas: C, D, B2, B9, B12 e K

 Minerais: magnésio, cálcio e potássio.

O estudo de García-Rovés et al. (2000)16 em seis ciclistas de estrada, com idade média de 27,03 ± 1,9 anos observou consumo calórico médio de 5.353,72 ± 406,31kcal em períodos de treinos de alta intensidade, com consumo de CHO, PTN e LPD, sendo, respectivamente, de 11,3 ± 0,9g/kg; 2,6 ± 0,3g/kg e 2,6 ± 0,5g/kg. O consumo dos minerais e vitaminas estava adequado no grupo estudado.

Com relação aos praticantes de MTB, em específico, outro estudo realizado em 60 indivíduos amadores revelou grande consumo de suplementos por esse público.9 Dos 78,33% dos entrevistados que afirmaram tomar suplementos, a maioria (68,3%) afirmou usar produtos à base de CHO, sendo os aminoácidos o segundo suplemento mais utilizado (56,6%).

O estudo destaca também que os indivíduos demonstraram necessitar de maiores orientações nutricionais para a adoção de uma boa estratégia de suplementação e nutrição.

O estudo de Cazal (2010),17 ainda com ciclistas de MTB, também relatou alto consumo de suplementos por parte dos ciclistas: 88,35% e 97,26% dos indivíduos relataram fazer consumo de suplementos durante o treinamento e a competição, respectivamente. O autor demonstrou, ainda, que a maioria dos indivíduos não apresentava indicações confiáveis desses suplementos, bem como fazia a utilização destes em substituição à alimentação.

O estudo de Castillo et al. (2010),18 com o objetivo de avaliar os hábitos alimentares da equipe nacional espanhola de MTB, observou que 66% dos indivíduos da categoria Júnior (CJ) apresentaram hábitos alimentares incorretos contra 36% dos indivíduos da categoria Elite (CE). Com relação ao número de refeições realizadas pelos atletas, 66% da CJ e 60% da CE faziam três refeições por dia, enquanto apenas 20% da CJ e 26,7% da CE faziam cinco refeições por dia. Além disso, 56% da CJ e 20% da CE faziam o consumo de fast-food. O estudo foi realizado com um total de 40 ciclistas (26 homens e 14 mulheres) de idade entre 15 e 34 anos e concluiu que os hábitos alimentares dos ciclistas da CJ da seleção espanhola de MTB são considerados inadequados, sendo significativamente melhor para o grupo CE, embora também existam aspectos básicos a serem aprimorados.

A partir dos estudos citados aqui, é possível inferir que praticantes, amadores e atletas de MTB podem apresentar problemas nutricionais relacionados ao consumo inadequado de calorias, macro- e micronutrientes e o consumo indiscriminado de suplementos esportivos. Os estudos demonstram, em geral, a grande necessidade de orientação e estratégias nutricionais adequadas para esses indivíduos.

Q aspectos nutricionais do mountaim bike

Tendo em vista as características fisiológicas da modalidade apresentada anteriormente, um atleta de MTB necessitará de considerável aporte energético, tendo o CHO como fonte principal de energia. Isso será fundamental para tentar fazer com que o atleta, sempre antes de treinar, tenha suas reservas de glicogênio muscular (GM) e hepático (GHep) sempre na capacidade máxima. Isso gera mais autonomia de tempo de exercício, além de estado de euglicemia, para adequada resposta não somente física, mas também mental.

O aporte proteico deverá ser suficiente para dar condições para recuperação tecidual

CAPÍTUL o 31 Recursos Ergogênicos Nutricionais em Provas de Mountain Bike ( Cross country Olímpico ) 457

Desidratação

Acidose

Esvaziamento do glicogênio muscular

Esvaziamento do glicogênio hepático

Depletação de reservas de PC

que, tanto baixas doses (1,5mg/kg-1) de cafeína quanto moderadas (2,8mg/kg-1), quando administradas em solução carboidratada a 6% nos momentos finais de uma prova de 120min, foram suficientes para aumentar o tempo de contrarrelógio dos ciclistas, com a dose moderada melhorando o desempenho em maior medida. Ainda sobre os benefícios do uso da cafeína em ciclistas, Caldwell et al. (2017),31 administrando doses de 3mg/kg-1 imediatamente após um evento de ciclismo de endurance (164km), nas próximas quatro manhãs (800h após) e

três tardes (1.200h após), concluíram que os atletas podem se beneficiar com a ingestão de cafeína nos dias seguintes após exercício árduo no sentido de aliviar sentimentos de dor e funcionalidades reduzidas.

Outro modo de utilização promissor da cafeína é o enxágue bucal com solução de cafeína. Segundo Kizzi et al. (2016),32 em estudo com praticantes de ciclismo, o enxágue bucal de solução a 2% de cafeína reduziu os prejuízos causados pela redução de GM, com melhora na potência de pico e potência média após

Nutrição e Suplementação para Ganho de Desempenho Físico e Esportivo 460
Fatores de fadiga no MB
Hipoglicemia
Hipertermia
Hiponatremia
metabólica
FIGURA 31.2 Principais fatores causais de fadiga do atleta de mountain bike MB: metabolismo basal; PC: fosfocreatina. Fonte: elaborada pelos autores.

Índice

a Ácido(s)

- beta-hidroxi-beta-metilbutírico, 160

- docosa-hexaenoico, 160

- eicosapentaenoico, 160

- graxos ômega-3, 160

- linoleico conjugado, 371

Acidose muscular reduzida, 291

Ações ergogênicas pré-exercício, 120

Agentes

- farmacológicos como recursos ergogênicos no esporte, 51

- mascarantes, 58

Água

- durante o exercício físico, 135

- na maratona, 437

Ajustes termorregulativos, 98

Álcool, 61

Altitude, 132

Amido ceroso, 348

Aminoácidos de cadeia ramificada, 120, 187

- consumo

- - antes do exercício, 190

- - ao longo do dia, 192

- - após o exercício, 191

- - durante o exercício, 190

- efeitos ergolíticos do consumo de, 193

- estratégias nutricionais de, 193

- histórico, 187

- metabolismo dos, 188

- momento de consumo e possíveis efeitos

ergogênicos, 190

- na maratona, 446

- na mountain bike, 466

- na natação, 483

- suplementos de, 193

Anabolismo muscular, 357

Análise de jogo, 65

Antioxidantes

- não enzimáticos, 175

- no exercício físico e sua ação ergogênica, 169

- no futebol, 404 Arginina, 197

- na natação, 484

- no judô, 417 Ativação

- da enzima xantina oxidase, 171

- do alvo da rampamicina em mamíferos, 359 Atletismo, 381 Aumento

- da massa corporal, 291

- dos estoques e da ressíntese de fosfocreatina e adenosina trifosfato, 291 Autoeficácia, 83 Avaliação

- da efetividade de um suplemento alimentar, 14

- da tomada de decisão, 68

- psicológica de esportistas e equipes, 71 B

Bebidas isotônicas

- cálcio e magnésio nas, 139

- concentração ideal de carboidratos em uma, 136

- durante o exercício físico, 135

- potássio nas, 139

- sódio nas, 138

- tipo de carboidrato que deverá compor uma, 136

Beta-alanina, 207, 210

- administração da, 215

- aspectos bioquímicos e metabólicos da, 208

- combinação com outras substâncias, 223

- como fator limitante da síntese de carnosina muscular, 214

- como recurso ergogênico para o exercício e o esporte, 207

- compostos multi-ingredientes, 225

- efeito(s)

- - da suplementação sobre o treinamento físico, 222

- - ergogênico(s), 218

- - - da suplementação em atletas e indivíduos treinados, 221

- - - em exercícios com duração

- - - - entre 1 e 4 minutos, 219

- - - - inferior a 1 minuto, 218

- - - - superior a 4 minutos, 220

- - ergolíticos, 225

- fonte e consumo na dieta, 211

- na mountain bike, 463

- na natação, 484

- no atletismo, 387

- no futebol, 403

- no judô, 416

- protocolo de suplementação de, 214

- segurança do uso oral da, 227

- suplementação de, 213

Beta-hidroxi-beta-metilbutirato, 311

- comercialização, 318

- e caquexia induzida por doenças degenerativas, 317

- e envelhecimento, 317

- efeitos

- - ergogênicos, 314

- - ergolíticos, 318

- histórico das pesquisas sobre, 312

- modos de consumo, 318

- na maratona, 447

- na natação, 479

- no atletismo, 390

- no judô, 415, 422

- para recuperação do exercício físico, 160

Beta2-agonistas, 55

Betabloqueadores, 61

Bicarbonato de sódio, 223, 235

- efeitos ergolíticos, 240

- mecanismo de ação, 236

- na natação, 486

- no atletismo, 389

- no judô, 421

- suplementação, 239

- - aguda baseada no pico sanguíneo do bicarbonato, 242

- - aguda padrão, 241

- - crônica, 242

- - e desempenho, 245

Biomarcadores para rastrear recuperação em atletas, 164

Bloqueadores beta-adrenérgicos, 61

C

Cafeína, 257

- antes do exercício físico, 120

- efeitos

- - ergogênicos da, 260

- - ergolíticos da, 266

- estratégia de suplementação, 271

- exercício de componente

- - aeróbico, 260

- - anaeróbico, 264

- histórico da utilização da comercialização, 258

- mecanismos de ação da, 258

- modalidades coletivas, 265

- na maratona, 448

- na mountain bike, 459

- na natação, 476

- no atletismo, 388

- no futebol, 398

- no judô, 421

- no vôlei, 505

- problemas gastrintestinais e, 267

- sistema

- - cardiovascular e, 266

- - nervoso central e, 270

Cálcio

- e magnésio nas bebidas isotônicas, 139

- no futebol, 405

Calor, 131

Câmaras e tendas hipobáricas, 46

Canabinoides, 59

Cápsula gelatinosa/tabletes de bicarbonato de sódio, 244

Características

- do exercício tempo de duração, 128

- individuais, 126

Carboidrato(s)

- com alto índice glicêmico, 150

- durante o exercício físico, 138

- e exercício, 348

- na maratona, 433

- - antes da atividade, 434

- na mountain bike, 468

- no atletismo, 382, 383

- no futebol, 396, 399, 401

- no judô, 414, 418, 420, 422

- no vôlei, 499, 503, 504

- para recuperação do exercício físico, 150

Carnitina, 277

Carnosina, 209

- aspectos bioquímicos e metabólicos da, 208

- como tampão de ácidos, 210

- fonte e consumo na dieta, 211

- funções da, 210

Carotenoides, 173, 176 Catalase, 175 Centro geométrico, 66 Centroide, 66 Citrato de sódio, 421 Citrulina na natação, 485 Coenzima q10, 372 Colostro, 372 Competição, 129 Comportamento térmico, 98 Composição dos líquidos, 152 Condições microbiológicas, 120 Consumo de água durante o exercício, 135 Corrente interferencial, 23 Corticotrofinas, 54 Creatina, 225, 289

- antes do exercício físico, 120

- efeitos ergolíticos, 296

- formas de comercialização da, 295

- na maratona, 445

- na mountain bike, 461

- na natação, 478

- no atletismo, 386

- no futebol, 403

- no judô, 419

- no vôlei, 502

- protocolos de administração, 296

- quinase, 172

Creatinina, efeitos ergogênicos, 289 Crioterapia, 26

- efeitos fisiológicos da, 26

- no esporte, 27

Cromo, 373 Cross-country olímpico, 455

Dano muscular, 172 Deficiência de l-carnitina, 280 Depuração da carnosina após a suplementação de beta-alanina (washout), 217

Diminuição da dor e do dano muscular e aceleração na recuperação, 316 Dinâmica de vida e estado de saúde do atleta, 18

Disfunção patelofemoral, 25 Diurese e cafeína, 268 Diuréticos, 58

Doping sanguíneo, 46 Dor muscular tardia, 192

Echinacea purpurea, 373 Efeitos ergolíticos, 16, 182

Eletroacupuntura, 23 Eletroestimulação, 23

- efeitos fisiológicos da, 24

- neuromuscular, 23

- no esporte, 24

Eletrólitos, 137

Elevação artificial da capacidade tamponante extracelular, 238

Equilíbrio ácido-básico e exercício, 236 Eritropoietina, 53 Espaço de jogo efetivo, 67

Espécies reativas de nitrogênio, 170 Esteroides anabólicos androgênicos, 52

Estimulação

- da síntese proteica pelo aumento do alvo da rapamicina em mamíferos, 315

- elétrica nervosa transcutânea, 23

- muscular russa, 23

Estimulantes, 58

Estratégia(s)

- alimentares, 177

- de hidratação, 123

- - durante o exercício, 133

- ergogênicas nutricionais

- - durante o exercício físico, 123

- - para recuperação do exercício físico, 145

- - que antecedem o exercício físico, 109

- fisiológicas para ação ergogênica, 39

- fisioterapêuticas como ação ergogênica, 23

- psicológicas como ação de recursos ergogênicos, 83 Estresse

- oxidativo, 169

- - e dano muscular, 172

- térmico, 131

Esvaziamento gástrico, 153

Exercício(s)

- físico em jejum, 113

- simulados do padrão esportivo, 250

F

Falsos recursos ergogênicos

nutricionais, 371

Fase anabólica de recuperação

tecidual, 191

Fatores de crescimento, 53

- semelhante à insulina I, 315

Ferro, 163

- no futebol, 404

Fisioterapia esportiva, 23

Flavonoides, 173, 176

Fontes de espécies reativas de oxigênio durante o exercício, 171

Força muscular, 247

Fornecimento de energia e de macronutrientes, 109

Futebol, 395

g

Ganho de força, 293

Ginseng, 374

Glândulas sudoríparas, 127

Glicerol

- antes do exercício físico, 120

- na maratona, 445

Glicocorticosteroides, 60

Glutamina, 163, 164, 301

- ação antioxidante, 304

- aumento na síntese

- - de neurotransmissores, 305

- - proteica, 305

- auxílio na recuperação muscular, 304

- concentração plasmática, 302

- definição, 302

- efeitos

- - ergogênicos, 303

- - ergolíticos, 306

- fontes nutricionais da, 306

Nutrição
Esportivo 510
e Suplementação para Ganho de Desempenho Físico e
d
e

- formas de comercialização da suplementação com, 307

- na maratona, 445, 450

- na mountain bike, 462

- na natação, 481

- no atletismo, 389

- no esporte, 302

- no judô, 415, 422

- no vôlei, 506

- sistema imunológico, 303

Glutationa peroxidase, 175

Gonadotrofina coriônica, 53

Guaraná, 374

H

Hábito(s)

- de consumo, 127

- e culturas nutricionais, 19

Hidratação, 118

- na mountain bike, 467

- no atletismo, 391

- no futebol, 398, 399, 402

- no judô, 418, 420, 422

- no vôlei, 503, 505

Hiper-hidratação, 119

Horário para recuperação do exercício

físico, 153

Hormônio(s)

- adrenocorticotrófico, 54

- do crescimento, 55

- luteinizante, 53

- peptídicos, 53

i

Idade, 20, 126

Inalação de oxigênio, 47

Indução da alcalose extracelular, 235

Ingestão(ões)

- adequadas (AI), 180

- dietética

- - de referência (DRI), 180

- - recomendada (RDA), 180

Inibidores de aromatase, 56

Insulina, 57, 217

Integridade de barreira intestinal, 340

Intensidade a realização de exercícios, 128

Intervalo de tempo entre as bebidas, 134

Intestino, 329

Ioimbina, 375

J

Judô, 409

K

Kinesio taping, 28

- efeitos fisiológicos da, 28

- no esporte, 29

L

L-arginina

- ação da, 197

- adaptações do consumo

- - em repouso, 199

- - no exercício, 201

- e aumento do hormônio do crescimento, 199

- e óxido nítrico, 198

- e síntese de proteínas, 198

- efeitos ergogênicos, 199

- fontes nutricionais de, 203

- modos de comercialização da, 204

- possíveis efeitos ergolíticos da, 203

L-carnitina, 277

- deficiência de, 280

- e exercício, 281

- fontes de, 285

- obtenção da, 279

- suplementação e consumo, 285

L-tirosina, 377

Lactato desidrogenase, 172 Liberação miofascial, 32

- efeitos fisiológicos da, 32

- no esporte, 33

Licopeno, 177

Logística de apoio, 129 Lombalgia, 33

Magnésio, 163

Maratona, 427

- aspectos

- - fisiológicos, 428

- - nutricionais da, 432

- características nutricionais em corredores de, 432 Massa corporal, 127 Massoterapia, 30

- efeitos fisiológicos da, 30

- no esporte, 31

Mecanismos de defesa antioxidantes endógenos, 173

Mel, 375 Mergulho, 132

Metabolismo dos antioxidantes, 173 Método

- de empilhamento, 52

- de pirâmide, 52 Microbiota

- dominante, 329

- residual, 329

- subdominante, 329

Micronutrientes na maratona, 439

Minerais

- na maratona, 439, 444

- na mountain bike, 464

- na natação, 487

- no judô, 411

- no vôlei, 500 Mitocôndria, 171

Mobile eye tracking, 72

Modalidades acíclicas em altitude, 44 Moduladores

- hormonais e metabólicos, 56

- seletivos do receptor de estrogênio, 56 Mountain bike, 455

- aspectos nutricionais do, 457

- características nutricionais de ciclistas de, 456

Narcóticos, 59 Natação, 473

- aspectos fisiológicos, 474 Necessidade(s)

- de velocidade de recuperação, 19

- médias estimadas (EAR), 180 Neutrófilos, 172 Nitrato(s)

- na maratona, 447

- no futebol, 399

Nitrogênio ureico, 164 Níveis

- de ferro, 164

- superiores de ingestão toleráveis (UL), 180

O

Objetivos nutricionais pós-exercício, 146 Óxido nítrico, 321

- consumo do, 324

- efeitos

- - ergogênicos do, 324

- - ergolíticos do, 326

- - fisiológicos do, 321

- fontes de ingestão e dosagem, 323

- no exercício físico, 322

P

Padrão(ões)

- térmicos

- - em exercício, 94

- - na recuperação, 99

- termográficos da pele esperados em repouso, 89

Perda

- de líquido, 128

- de minerais, 128 Período de treinamento, 19 Pólen de abelha, 376

Potássio

- durante o exercício físico, 138

- nas bebidas isotônicas, 139 Preferências, 127 Probióticos, 329

- definição e benefícios gerais, 333

- diminuição dos sintomas gastrintestinais, 340

- efeito(s)

- - antioxidante, 335

- - colaterais, 343

- impacto do exercício físico sobre o trato gastrintestinal e a microbiota, 330

- modulação do sistema imunológico e infecções, 336

- potencial impacto na microbiota intestinal dos atletas, 334 Proteína(s)

- na maratona, 436

- no atletismo, 384

- no futebol, 400, 402

- no judô, 419

- no vôlei, 499 Prova(s)

- de maratona, 427

- de velocidade, 381

- - na natação, 473

Q

Quantidade

- de bebida oferecida durante o exercício físico, 134

- recomendada dos macronutrientes e horário, 149

Radicais livres, 169, 170

Recuperação energética, 146 Recursos ergogênicos, 1

Índice 511
M
n
r

- aplicados ao judô, 409

- em provas de velocidade na natação, 473

- especiais no futebol, 403

- farmacológicos, 8, 52

- fisiológicos, 7

- fisioterápicos, 7

- nutricionais, 2, 13

- - aplicados no vôlei, 497

- - consumo de, 17

- - de uso contínuo no judô, 410, 413

- - de utilização em período de competição no judô, 420

- - em ambiente de treinamento e/ou competições para provas de velocidade na natação, 476

- - especiais antes de treinamento/ competição de atletismo, 388

- - especiais após treinamento/ competição de atletismo, 390

- - especial no judô, 419

- - momento de consumo dos, 20

- - na maratona, 441

- - na mountain bike, 455, 459

- - na prova de maratona, 427

- - no atletismo, 381

- - no futebol, 395

- - - antes do jogo, 396

- - - após o jogo, 400

- - - durante o jogo, 399

- - no vôlei, 498

- - posição da WADA sobre os, 17

- psicológicos, 10

- tecnológicos, 8

- - aplicados nos esportes coletivos, 65

- - e seu contributo para a avaliação psicológica de esportistas e equipes, 71, 76

Redução de dor muscular tardia pós-exercício, 160

Refeições que precedem o evento, 111

Regras, 129

Regulação

- renal, 237

- respiratória, 237

Repositores hidreletrolíticos, 488

Resistência de força, 247

Resposta

- imunológica, 161

- inflamatória, 192

Restauração

- da glicemia e do glicogênio, 146

- da homeostase hídrica, 152

- de eletrólitos, 155

- tecidual e hipertrofia, 156

Restrição de carboidrato, 113

Retardo da fadiga, 340 s

Saúde mental, 341

Secreção de insulina, 192

Sexo, 20, 126

Simetria térmica dos dimídios corporais, 88

Síndrome dolorosa miofascial, 33

Sistema(s)

- anaeróbico

- - aláctico, 474

- - láctico, 474

- bicarbonato, 238

- de defesa antioxidante, 173

- - endógeno, 174

- - exógeno, 176

- de Viena, 74

Sódio

- durante o exercício físico, 138

- nas bebidas isotônicas, 138 Solução aquosa de bicarbonato de sódio, 244

Substâncias

- não aprovadas, 52

- proibidas

- - dentro e fora da competição, 52

- - em competição, 58

- - em esportes específicos, 61

- relacionadas e miméticos, 53 Supercompensação de carboidratos, 113 Superóxido dismutase, 175

Suplementação

- com aminoácido de cadeia ramificada, 483

- com arginina, 485

- com beta-alanina, 484

- com beta-hidroxi-beta-metilbutirato, 480

- com bicarbonato, 487

- com cafeína, 477

- com citrulina, 486

- com creatina, 478

- com glutamina, 482

- com repositores hidreletrolíticos, 489

- com vitaminas/minerais, 488

- com Whey Protein, 481

- de beta-alanina, 213

- - associação com refeições, 217

- de bicarbonato de sódio, 239

- - e desempenho, 245

Suplementos

- de aminoácidos de cadeia ramificada, 193

- de antioxidantes, 180

- de Whey Protein, 364 Suprarregulação da expressão gênica de fator de crescimento semelhante à insulina I, 315 Supressão da proteólise pela inibição do sistema ubiquitin-proteasome, 315

T

Tacticup, 70

Tamponamento químico, 237 Taurina, 164

Tecnologia aplicada à análise de jogo em esportes coletivos, 65 Temperatura do líquido oferecido, 135

Tensões no esporte, 84

Terapias manuais, 28 Termografia, 87, 88

- como ferramenta de controle de carga de treinamento, 101

- empregada no ambiente fisioterápico relacionado às lesões, 103

- no desenvolvimento de materiais esportivos, 106

Termorregulação, 294

Tipo

- de bebida, 135

- de exercício, 129 Transfusão de sangue no esporte, 53 Treinamento, 129

- de modalidades cíclicas em altitude, 44

- em altitude, 39

- - adaptações

- - - hematológicas, 42

- - - musculares, 43

- - respostas

- - - agudas ao, 41

- - - crônicas ao, 42

- sofisticado para desempenho, 85 Tribulus terrestris, 376 Triglicerídios de cadeia média, 120, 140 Triptofano, 164

U Umidade, 131

V

Validação científica dos recursos ergogênicos nutricionais, 14 Vento, 131

Vigor, 341 Vitamina(s), 140, 173

- C, 177

- - na maratona, 443

- - no atletismo, 385

- D, 161

- - no atletismo, 386

- - no futebol, 403

- E, 177

- - no atletismo, 386

- na maratona, 440, 443

- na mountain bike, 464

- na natação, 487

- no atletismo, 385

- no judô, 411

- no vôlei, 499

Vôlei, 497

- aspectos fisiológicos do, 497

Volume do líquido, 152

W

Waxy maize, 347

- efeitos ergogênicos, 349

- fundamentos fisiológicos do, 348

- suplementos nutricionais de, 351

Whey Protein, 355

- aumento da força, 360

- breve histórico da utilização do, 356

- dosagem habitualmente empregada, 364

- efeitos

- - ergogênicos, 356

- - ergolíticos, 363

- melhora da sensibilidade à insulina, 361

- na maratona, 449

- na natação, 480

- neutralização de radicais livres, 362

- para recuperação do exercício físico, 160

- prevalência de consumo, 356

- redução

- - da gordura corporal, 362

- - do tempo de recuperação muscular, 360

- resposta imunológica, 362

- suplementos de, 364

Xantina oxidase, 171

Zinco, 163

Nutrição e Suplementação para Ganho de Desempenho Físico e Esportivo 512
X
z

Nutrição e Suplementação para Ganho de Desempenho Físico e Esportivo foi organizado com a participação de diversos colaboradores que elaboraram um conteúdo de enfoque científico e didático, de modo a auxiliar no entendimento de como certas estratégias ergogênicas, sobretudo as nutricionais, podem ser empregadas de forma ética, legal e saudável. As informações aqui se baseiam em muitos estudos feitos em laboratórios da Universidade Federal de Viçosa (UFV) – MG, sendo este um diferencial, e pautadas em evidências científicas consolidadas por diretrizes internacionais que dão suporte às recomendações.

O livro está dividido em quatro partes. A primeira parte fornece uma visão global sobre os recursos ergogênicos, apresentando a gama de possibilidades nas áreas nutricional, fisioterápica, fisiológica, farmacológica, tecnológica e psicológica, bem como uma nova técnica de monitoramento do atleta, denominada termografia. A segunda parte trata da abordagem nutricional específica que deve ser adotada em três momentos: antes, durante e depois do exercício. A terceira parte aborda vários suplementos nutricionais que são consumidos de maneira mais frequente por atletas e praticantes de atividades físicas. A quarta parte mostra um enfoque nutricional voltado para algumas das principais modalidades esportivas praticadas no Brasil, como futebol, vôlei, judô, maratona, mountain bike e provas de velocidade em atletismo e natação.

Esta obra pode ser utilizada como livro didático na graduação de estudantes de Nutrição, Educação Física e Medicina, bem como na atualização de profissionais dessas áreas que atuam no esporte e no acompanhamento de praticantes de atividades físicas de cunho não competitivo, mas que queiram melhorar seu rendimento, assim como por atletas.

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Áreas de interesse Nutrição Educação Física
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