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Histórias Irlandesas

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recontadas por Ana Maria Machado

Ilustrações de Laurent Cardon

hisTÓrias Irlandesas

HISTÓRIAS Irlandesas

Ilustrações

de Laurent Cardon

hisTÓrias

recontadas por Ana Maria Machado

Irlandesas

1 . a edição São Paulo – 2018

Copyright © Ana Maria Machado, 2018

Todos os direitos reservados à

EDITORA FTD S.A.

Matriz: Rua Rui Barbosa, 156 – Bela Vista – São Paulo – SP

CEP 01326-010 – Tel. (0-XX-11) 3598-6000

Caixa Postal 65149 – CEP da Caixa Postal 01390-970

Internet: www.ftd.com.br – E-mail: projetos@ftd.com.br

Diretora editorial Ceciliany Alves

Gerente editorial Isabel Lopes Coelho

Editor Estevão Azevedo

Editor especialista Luís Camargo

Preparadora Elisa Martins

Revisora Jane Pessoa

Editor de arte Daniel Justi

Editoração eletrônica Heidy Clemente

Projeto gráfico Sylvain Barré

Diagramador Três Design

Diretor de operações e produção gráfica Reginaldo Soares Damasceno

Ana Maria Machado é autora de mais de cem livros. É traduzida em 26 países. Em 2000, ganhou o Prêmio Hans Christian Andersen, considerado o Nobel da literatura infantil mundial. Em 2001, recebeu o maior prêmio literário nacional, o Machado de Assis. Em 2003, entrou para a Academia Brasileira de Letras. Em 2010, recebeu o Prêmio Príncipe Claus, na Holanda, concedido a artistas e intelectuais de reconhecida contribuição nos campos da cultura e do desenvolvimento.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Machado, Ana Maria

Histórias irlandesas / recontadas por Ana Maria Machado; ilustração Laurent Cardon. –1. ed. – São Paulo: FTD, 2018.

ISBN 978-85-96-01178-5

1. Contos – Literatura infantojuvenil I. Cardon, Laurent. II. Título.

17-07199

Índices para catálogo sistemático:

1. Contos : Literatura infantil 028.5

CDD-028.5

2. Contos : Literatura infantojuvenil 028.5

Salmão
Uma tradição vigorosa.....10 Os sapatos mágicos.....14
O
da Sabedoria.....33

O Caminho dos Gigantes.....42

Na terra de Tirnanogue.....61

A tradição literária irlandesa é uma das mais ricas e variadas do Ocidente. É admirável constatar que um país tão pequeno possa ter criado uma literatura tão vasta e influente, em que os escritores encarnam a voz da nação.

É possível que uma das origens remotas dessa força esteja no vigor de seus mitos, lendas e histórias tradicionais, mantidos vivos no relato oral e em sucessivos recontos. E no respeito que poetas sempre tiveram em sua sociedade, desde antes de surgir a literatura escrita.

Foi muito difícil escolher apenas estas poucas histórias, tantas e tão lindas são as fontes. São incontáveis as coletâneas, algumas organizadas por autores da importância de W. B. Yeats (1865-1939), ganhador do Prêmio Nobel de Literatura. Também as cotejei com textos de Campbell (1904-1987), Carleton (1794-1869), Curtin (1835-1906) e Una Leavy.

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Mas eu tinha que incluir algo do ciclo das fadas pequeninas e dos miúdos duendes chamados de leprechauns, um mundo tão característico das tradições mais antigas do país, com mais de 2 mil anos. E não podia deixar de fora os gigantes e bardos celtas, quase da mesma época, como Fionn Mac Cumhail, seu filho Oisin e os valentes guerreiros do bando dos Fianna, cujos feitos são contados no ciclo feniano, que se inicia no século III e cobre o período até o século V, quando começa a cristianização do país com São Patrício. Sua influência é tão viva que em sua homenagem foi batizado um movimento revolucionário do século XIX que lutava pela independência da Irlanda frente ao domínio britânico. E até uma Grande Sociedade no carnaval do Rio de Janeiro, de 1869 ao final do século XX, para acentuar seu lado de crítica política, escolheu o nome Fenianos, comprovando a força desse conjunto de histórias que tantos séculos depois chegou a um país que os Fianna nem desconfiavam que pudesse existir do outro lado do oceano.

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Algumas dessas histórias têm um componente cômico bem típico do humor irlandês. Outras falam de amores perdidos, heróis valentes, encantamentos, monstros misteriosos no fundo de lagos, castelos de pedra que o tempo converte em ruínas. Em seu conjunto, evocam diferentes paisagens desse país tão verde e belo, e de sua gente tão intensa e fascinante. Trazem-nos alguns tipos humanos muito interessantes, que nem sempre encontramos nas histórias e tradições de outros países. Mulheres sábias, por exemplo, capazes de ensinar muita coisa. Reis negociadores, dispostos a se entender sem se hostilizar — mas bons de briga, valentes e aguerridos quando necessário. Heróis que são poetas e estudam para isso.

E aveia, muita aveia, em mingaus e bolos. Ou um salmãozinho grelhado e bem cheiroso. Bom apetite.

Nas aldeias e cidadezinhas cercadas de campos muito verdes da Irlanda, entre bosques e pastagens cheias de carneiros, ou ao lado de riachos de águas saltitantes onde sempre há alguém tentando pescar uma truta ou um salmão, nunca falta um camponês disposto a contar alguma lenda ou aventura envolvendo fadas e leprechauns. Essa gente miúda das terras encantadas talvez seja o povo mais famoso das histórias de lá.

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