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PNLD 2023 - O3 - MD DETETIVE CECÍLIA E A ÁGUIA DE BRONZE

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MATERIAL DIGITAL DE APOIO À PRÁTICA DO PROFESSOR

Livro DO Professor

Elaborado por

Andréia Manfrin Alves

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FGV Editora, 2021 Detetive Cecília e a águia de bronze - Material digital de apoio à prática do professor 2a edição, 2021

Revisão

Michele Mitie Sudoh

Arquivo pessoal

Editoração eletrônica

Bétula Editorial

Material elaborado por Andréia Manfrin Alves, bacharel em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Didática do Ensino de Francês pela Sorbonne Université. Trabalha há 15 anos como revisora, preparadora, editora e tradutora de textos, e escreve materiais de apoio para livros de literatura há pelo menos cinco anos. É também atriz, locutora e contadora de histórias e adora envolver toda a sua formação prática e teórica no trabalho com textos em diferentes vertentes. A literatura infantojuvenil é a menina dos seus olhos.

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Sumário Carta ao professor e à professora........................................................................ 4 Propostas de atividades....................................................................................... 6 Pré-leitura................................................................................................................................. 7 Leitura..................................................................................................................................... 13 Pós-leitura............................................................................................................................... 16

Sugestões de conteúdos complementares........................................................ 20

Fábio Sgroi

Referências........................................................................................................ 22


Carta ao professor e à professora Os anos iniciais do Ensino Fundamental são de grande relevância para a formação leitora, já que nesse período o estudante passa a ter contato com uma grande diversidade de textos, livros e leituras que contribuem para a conquista gradativa de sua autonomia como leitor. A diversidade textual inclui desde textos descritivos e informativos (manuais, bulas, gráficos, tabelas, mapas, notícias de jornal etc.) até textos literários (poesia, teatro, narrativos). Muito além da relevância de trabalhar a prática da leitura, explorar a leitura literária em sala de aula contribui para o estímulo da criatividade e da imaginação, podendo auxiliar na formação de diferentes conhecimentos, além, é claro, de ser importante também como ferramenta de leitura para fruição, aspecto fundamental no processo de aprendizagem. A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), inclusive, aponta as práticas de leitura literária como uma das competências específicas de Língua Portuguesa, pois incentivam “o desenvolvimento do senso estético para fruição, valorizando a literatura e outras manifestações artístico-culturais como formas de acesso às dimensões lúdicas, de imaginário e encantamento” (BRASIL, 2018, p. 87). No entanto, os profissionais diretamente implicados na formação leitora dos estudantes (professores, educadores, mediadores de leitura, bibliotecários etc.) não são os únicos com papel significativo na formação desse leitor. A Política Nacional de Alfabetização (PNA) defende a participação ativa de familiares ou responsáveis nesse processo, pois eles contribuem com a chamada literacia familiar, que engloba experiências de linguagem, leitura e escrita em casa, com seus pais ou cuidadores. Nesse sentido, o material Conta pra mim: guia de literacia familiar, elaborado pelo Ministério da Educação, tem o objetivo de orientar e guiar os pais ou responsáveis em atividades que eles podem realizar com as crianças em casa, a fim de contribuir para que o processo de aprendizagem delas seja ainda mais significativo. A obra de Luis Eduardo Matta, Detetive Cecília e a águia de bronze, com ilustrações de Fábio Sgroi, é uma excelente opção para trabalhar o texto literário em sala de aula e a literacia familiar em casa. O livro traz como tema principal diversão e aventura, uma vez que o caráter investigativo da narrativa – cheio de suspense, emoção, investigação, mistério e coragem – estimula a imaginação e o envolvimento da criança com a leitura, tanto pelo trabalho com a linguagem quanto pelo desenvolvimento da narrativa. A história gira em torno de Cecília, Mariela e Bernardo, três crianças muito destemidas, que enfrentam uma situação conflituosa: o roubo misterioso de uma estátua de 4


Andréia Manfrin Alves

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FGV Editora

bronze que fazia parte da decoração do condomínio Quinta do Riacho, onde eles moram. A construção da narrativa é muito bem amarrada e traz elementos fundamentais do gênero narrativo investigativo, por exemplo: um mistério a ser desvendado, enigmas resolvidos por meio de raciocínio lógico, situações-limite envolvendo os protagonistas, o surgimento de diferentes suspeitos ao longo da narrativa, entre outros, tendo sempre a investigação como foco principal da história (OLIVEIRA, 2016). Por meio desse tipo de texto literário, é muito provável que os estudantes se envolvam com a narrativa, visto que os protagonistas têm características muito próximas às dos leitores dessa faixa etária. Além disso, o texto é bastante dinâmico e o enigma apresentado é instigante. O valor dessa obra não está apenas em sua capacidade de oferecer ao leitor um momento prazeroso de leitura, algo essencial para a fruição leitora, mas em sua riqueza de conteúdo, que oferece ao estudante a oportunidade de treinar o raciocínio lógico, expandir os conhecimentos sobre diversos assuntos e se colocar como um ser social, capaz de existir e interagir em sociedade. Para garantir que uma criança alcance a fruição literária, é necessário possibilitar que esse leitor em desenvolvimento tenha acesso não só às múltiplas manifestações linguísticas mas também às ferramentas das quais irá precisar para ler e compreender essa e qualquer outra obra. Pensando nisso, este material oferece propostas de atividades que podem ser trabalhadas em sala de aula e outras que podem ser encaminhadas aos pais ou responsáveis dos estudantes, garantindo que o processo de leitura do livro Detetive Cecília e a águia de bronze seja completo. Aproveite tudo o que esse livro pode lhe oferecer e explore as sugestões ao final deste material para expandir ainda mais a sua formação como docente. Boa leitura!


Propostas de atividades Realizar uma leitura mediada e atividades que expandam diretamente a leitura de um livro de literatura é importante para garantir o que criança se tornará um adulto leitor funcional. De acordo com a PNA, ler é compreender e, para compreender, é necessário ir além da decodificação de letras e palavras; é desenvolver habilidades essenciais para a plena fruição leitora de textos e do mundo (BRASIL, 2019b). A literatura é vasta e rica, o que significa que ela é mais do que simples ferramenta de alfabetização. Através do prazer pela leitura, a criança também se desenvolve como ser humano. Por esse motivo, as atividades pedagógicas com textos literários devem fazer parte do currículo escolar. Ler individualmente e coletivamente, discutir as nuances do texto, ampliar as histórias para além do que o livro registra, participar de atividades de compartilhamento de opiniões e percepções são atividades que podem ser trabalhadas e servem para ampliar a relação do leitor com o objeto livro. Este material propõe várias atividades que visam contribuir para a exploração de todas as competências necessárias para uma leitura significativa da obra Detetive Cecília e a águia de bronze, além de tornar a experiência de leitura do estudante muito mais prazerosa e completa. Para maximizar a fruição leitora dos alunos, as diversas atividades deste material foram organizadas em três etapas: Pré-leitura, Leitura e Pós-leitura. As atividades aqui sugeridas podem – e devem, sempre que necessário – ser ampliadas e adaptadas para corresponder às características da turma e aos objetivos pedagógicos planejados para o ano escolar. Você pode também, com base nessas atividades, desenvolver outras com temáticas que surgirem ao longo das aulas ou, ainda, propor parcerias com outras disciplinas, como Geografia, História e Arte, por exemplo, de modo a dar conta da interdisciplinaridade presente na narrativa. Sugerimos que, antes de propor qualquer uma das atividades, você faça uma leitura minuciosa do livro, mergulhe nas temáticas que ele traz à tona, explore os materiais complementares indicados no final deste material e realize pesquisas complementares quando considerar relevante a expansão ou o aprofundamento de algum dos conteúdos propostos. Não pretendemos, com este material, esgotar todas as possibilidades que o livro oferece, mas, sim, oferecer o suporte necessário para que você tenha um ponto de partida e orientações sobre o que pode ser trabalhado em sala de aula.

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Pré-leitura As atividades de pré-leitura visam proporcionar uma série de elementos significativos para a construção do sentido da obra a ser lida, contextualizando-a, explorando os aspectos de sua produção e as ilustrações, além de adentrar no gênero textual ao qual pertence, analisando suas características e contribuições para a literatura como um todo. A pré-leitura deve, acima de tudo, criar um ambiente acolhedor, que facilite o acesso do leitor ao texto, garantindo uma plena experiência de leitura. Para essa etapa, convidamos você, professor, a refletir acerca dessas questões, a fim de adquirir as bagagens necessárias para uma introdução rica da leitura. A seção Vamos falar sobre este livro?, disponível no final do livro do estudante, contém informações sobre o gênero, o autor e o ilustrador dessa obra que podem ser relevantes e lhe ajudar nesse momento.

Os gêneros literários O livro Detetive Cecília e a águia de bronze conta a história de como três crianças conseguiram desvendar o mistério por trás do roubo da estátua de águia que adornava a fonte do condomínio Quinta do Riacho, onde moram. Como comentamos anteriormente, a protagonista Cecília e seus dois amigos, Mariela e Bernardo, são personagens divertidos e de fácil identificação por parte dos leitores dessa faixa etária. Suas personalidades, seus anseios e seus medos guiam a narrativa por entre os mistérios, os perigos, as reviravoltas e as aventuras que preenchem o livro, criando uma atmosfera de tensão capaz de arrebatar os estudantes, capturando sua atenção e atiçando sua curiosidade. Essas são características fundamentais da literatura investigativa. No entanto, antes de adentrar nas especificidades desse tipo de narrativa, é importante dar um passo para trás, rumo aos gêneros iniciais da literatura: lírico, dramático e narrativo. Essas três categorias existem desde a antiguidade clássica, definindo as características, a estética e o propósito do texto, mas vale lembrar que não são definições absolutas, podendo haver interseções ou mesmo certos “afastamentos” dos padrões do gênero. O lírico inclui os textos que trazem expressão de sentimentos, emoções e percepções subjetivas por meio de linguagem poética e musicalidade das palavras; são os poemas e as prosas poéticas. Os textos dramáticos são aqueles destinados ao teatro (e, atualmente, também à televisão e ao cinema), compostos por ação e diálogo em forma de roteiro, acompanhados ou não de rubricas. Por fim, o gênero narrativo apresenta uma história com começo, meio e fim, composta por cinco elementos fundamentais: narrador (que 7


pode ser narrador-personagem, narrador-observador ou narrador-onisciente), personagens (protagonistas e secundários), tempo, espaço e enredo (ações e desenvolvimento de fatos que determinam a história que está sendo contada). Observando aspectos como a extensão do texto, o número de conflitos e personagens, o tempo e o espaço explorados, a forma textual, entre outros, é possível identificar o gênero textual de uma narrativa como romance, novela, conto, crônica, fábula e muitos outros. Os contos e as crônicas, por exemplo, são textos pequenos, com uma forma concisa, poucos personagens, um único conflito e mínimas variações de tempo e espaço. Possuem, portanto, formatos semelhantes, distinguindo-se entre si mais pelo conteúdo, uma vez que a crônica trata de reflexões sobre a vida cotidiana, enquanto o conto assume temáticas mais amplas e ficcionais. O romance é mais extenso, com um número de personagens maior e, normalmente, com mais variações de tempo e espaço. Os conflitos são múltiplos e bem desenvolvidos, podendo haver mais de uma narrativa paralela. A novela, por sua vez, está situada entre o conto e o romance, e, basicamente, possui uma extensão mediana, nem tão curta nem tão longa. Então, como distinguir a novela do conto ou do romance? Analisar o enredo pode ser a maneira mais fácil de responder a essa pergunta: se apresentar uma série de acontecimentos e uma pluralidade dramática, a obra já se afasta do conto, que gira em torno de um único conflito; se for um romance, apresentará uma pluralidade de histórias, personagens, tempos e espaços, seguindo um ritmo mais lento, com digressões e aprofundamento do enredo e dos personagens. Bem no meio, a novela apresenta um enredo mais acelerado do que o romance, focando nas ações das personagens, no tema principal da narrativa ou em ambos, ou, ainda, apresentando situações episódicas, que poderiam ocorrer de forma independente. O pensamento formalista russo contribui para a delimitação desse gênero intermediário: [...] a construção da novela implica o específico tratamento das fundamentais categorias da narração: na novela, a ação desenvolve-se normalmente em ritmo rápido, de forma concentrada e tendendo para um desenlace único [...] (REIS, 2002, p. 303).

Em Detetive Cecília e a águia de bronze, temos um conflito principal: o mistério por trás do roubo da estátua. O enredo se desenvolve por meio de conflitos menores, obstáculos pelos quais as crianças devem passar para desvendar o caso. Assim, por definição, a obra é comprida e complexa demais para ser um conto. Note, todavia, que não há um grande desenvolvimento da trama e dos personagens ou a existência de subtramas; a narrativa tem foco bem definido e não faz desvios, é objetiva e 8


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i Sgro Fábio

concentrada no conflito central e em seu desfecho. Considerando essas características, a obra também não é um romance. O gênero textual do livro, portanto, pode ser classificado como novela. No Brasil, esse gênero textual pode ser facilmente confundido com as populares telenovelas, mas é importante atentar para o fato de que essas produções televisivas são caracterizadas por diversos núcleos narrativos – histórias e tramas distintas –, ao contrário da novela literária a que nos referimos. Além disso, as telenovelas pertencem ao tipo dramático, uma vez que adotam o roteiro e a representação por imagens como formato. As diferenças de formato não significam, no entanto, que a novela literária se afaste completamente da telenovela. O gênero textual novela garante grande liberdade criativa ao autor, que pode optar por um texto de tamanho médio, com forte presença narrativa ou com nenhuma, dando-lhe caráter dramático, focado na ação e no diálogo. Isso aproxima esse gênero de produções televisivas, teatrais ou cinematográficas. O gênero textual novela pode abordar os mais diversos assuntos. Assim, de acordo com cada tema explorado, podemos encontrar subgêneros como: as antigas novelas sentimentais, que tratam do amor cortês e das relações humanas; as novelas históricas, ambientadas em um momento histórico específico, antigo ou recente, e com a presença de alguma personalidade do passado; ou, ainda, a novela policial ou de mistério – na qual se insere o nosso livro – com temáticas sobre crimes e investigações. Histórias centradas nessas temáticas são bem comuns atualmente, tanto para o público infantil e juvenil quanto para o público adulto, e podem vir em formatos de conto, novela e romance. Mas não foi sempre assim. As narrativas policiais ou de mistério se popularizaram no século XIX, com a publicação de Os assassinatos da rua Morgue (1841), de Edgar Allan Poe. Em geral, essas novelas (ou contos, ou romances) apresentam um herói (geralmente um detetive, inspetor ou delegado), um mistério a ser resolvido, oposições claras entre o bem e o mal, uma atmosfera de tensão e suspense, uso do raciocínio lógico nas resoluções, entre outros elementos que, por meio de instrumentos narrativos, promovem a captura da atenção do leitor e de um realismo que apenas pretende se assemelhar à realidade, sem se preocupar tanto com os limites do real. Essas características podem ser facilmente observadas em Detetive Cecília e a águia de bronze, com Cecília assumindo o papel de detetive, pronta para desvendar um crime. O


ambiente é descrito como se fosse semelhante à nossa realidade, sem eventos fantásticos ou surreais. Mesmo assim, o fato de um grupo de pré-adolescentes assumir a responsabilidade de investigar o crime e resolver o mistério, foge, certamente, um pouco da realidade. Além disso, é possível ainda encontrar todos os outros elementos que configuram a narrativa investigativa. Alguns nomes notáveis desse subgênero incluem Agatha Christie, Arthur Conan Doyle (criador do famoso detetive Sherlock Holmes), Edgar Allan Poe, Fernando Pessoa, Luis Fernando Verissimo, entre muitos outros.

Introdução ao tema Para incitar o interesse dos estudantes nesse momento de pré-leitura, você pode começar pelo elemento mais básico da literatura: os livros. Muitos livros infantojuvenis podem ser considerados novelas por sua simplicidade e agilidade narrativas, características que os tornam atrativos para essa faixa etária. Não deixe de explorar esse aspecto em sala de aula. Muitos estudantes podem já ter entrado em contato com essa forma de literatura; portanto, é interessante criar um espaço no qual possam compartilhar suas experiências de leitura. Proponha perguntas como: Vocês costumam ler livros além dos indicados na escola? Se não, têm vontade? Se sim, gostam dessa atividade? Por quê? Como se chamam os livros que já leram? Qual é o seu favorito? Do que fala a história? Quem é o autor? Permita que os estudantes façam observações ou tragam seus livros para a sala de aula, incentivando a participação e o compartilhamento entre os colegas. Lembre-se de assegurar que nenhum estudante se sinta excluído caso não tenha experiências extras com leitura, afinal você está ali para oferecer essa possibilidade. Por meio das respostas dos estudantes, você pode promover conversas agregadoras e criar bases para introduzir o gênero textual novela. Comece perguntando que tipo de texto eles já conhecem, depois levante as informações que já adquiriram durante a leitura de outros livros – seja em ambiente escolar, seja por conta própria. Introduza os gêneros textuais mais comuns (poema, teatro, romance, novela, conto, crônica) e peça que expliquem as diferenças entre eles. Auxilie nessa diferenciação sempre que for necessário, mas deixe que eles tentem explicar com suas próprias palavras. Destaque o gênero novela e as diferenças entre uma novela literária e uma telenovela. Não se esqueça de garantir a participação e o protagonismo dos estudantes nessa etapa. Após as discussões, proponha pesquisas sobre o gênero novela literária. O site Beduka tem um conteúdo bastante completo a respeito desse gênero textual, com 10


i Fábio Sgro

explicações objetivas e didáticas (disponível em: https://beduka.com/blog/materias/literatu ra/o-que-sao-novelas/. Acesso em: 8 out. 2021). Se achar adequado, você pode oferecer uma reflexão acerca dos gêneros com base na discussão que trouxemos no início deste material. Continue a exploração dos conhecimentos prévios dos estudantes apresentando a novela policial. Explique que se trata de uma narrativa centrada em crimes e investigação. Faça perguntas como: Vocês já conhecem esse tipo de história? Leram alguma? Como funciona uma narrativa de investigação? Conhecem algum autor ou personagem famoso por esse tipo de aventura? Nesse momento, você pode estabelecer um paralelo com filmes, seriados, desenhos animados ou até histórias em quadrinhos que também usam esse formato detetivesco, como Enola Holmes, Sherlock Holmes, Arsène Lupin, Inspetor Bugiganga, Scooby-Doo, D.P.A. (Detetives do Prédio Azul), As Aventuras de Tintim etc. Alguns desses detetives conhecidos são mencionados brevemente na seção Vamos falar sobre este livro?, que consta no final do livro do estudante. Ao escolher os personagens que apresentará, reflita acerca de quais obras você acredita que serão mais proveitosas para a experiência dos estudantes, considerando o papel da literatura na formação pessoal, social e acadêmica deles. Se possível, verifique se essas obras estão disponíveis em bibliotecas de sua região ou na internet, sempre certificando-se de que os livros digitais, filmes e desenhos disponibilizados não sejam pirateados. Essas trocas e pesquisas irão ajudar os estudantes a perceber a diversidade desse gênero textual e a identificar as características dele, além de ajudá-los a resgatar os conhecimentos prévios que já possuem sobre o gênero e o tema que serão abordados.

Encontrando pistas no livro Como forma de introduzir um clima investigativo, proponha aos estudantes que explorem o objeto livro como se eles também fossem detetives. Sugira que, nesse primeiro momento, antes de iniciarem a leitura do texto, eles observem com calma e atenção algumas pistas que o livro apresenta, como o título, a imagem da capa e o texto de quarta capa. Peça que, com base nisso, os alunos criem hipóteses a respeito da história. Ajude, fazendo perguntas como: Qual dos três personagens da capa é a Detetive Cecília? O que seria exatamente a águia de bronze? Qual é a relação entre os três personagens que aparecem na capa? E o que teria acontecido à águia de bronze? 11


Em seguida, passe para a exploração do mapa do condomínio Quinta do Riacho e pergunte se as hipóteses que eles levantaram anteriormente se mantêm, ou se eles têm outras considerações a fazer com base na observação do mapa. Deixe-os livres para fazer os comentários que quiserem e guie a conversa de acordo com as respostas deles. Depois, eles podem folhear o livro, observando as outras ilustrações do miolo. Mais uma vez, incentive-os por meio de perguntas: Quem deve ser o homem alto que aparece na ilustração da página 19? Pela forma como a menina da ilustração olha para ele, será que eles se conhecem? Em que tipo de espaço ou ambiente eles estão? Quem será que é a personagem da página 28? Será que é uma nova pessoa da história? Por que ela tem uma expressão assustada? E a senhora da ilustração da página 47, quem pode ser? Será que é parente de uma das crianças? Como é a expressão dela? Que sensações as imagens transmitem? Fale também sobre as expressões das personagens em todas as ilustrações do livro. Pergunte se na maior parte delas as personagens parecem estar assustadas, destemidas, maldosas, perigosas, boazinhas etc. É interessante que você reforce, sempre que necessário, que se trata de uma narrativa investigativa, para que as hipóteses dos estudantes sigam nessa linha. Essa exploração preliminar e o levantamento de hipóteses é uma etapa importante para o preparo da leitura, pois, segundo a professora e pesquisadora Angela Kleiman, quando o estudante se engaja em um diálogo com o texto, isso permite que ele estabeleça “relações entre seus conhecimentos prévios [...] e novos conhecimentos”, e, desse modo, desenvolva a capacidade de um dia “formular suas próprias hipóteses, com autonomia, além de revisá-las, se assim for necessário” (KLEIMAN, [20–]). Por fim, antes de propor a leitura efetiva do texto, explore com os estudantes também os títulos dos capítulos, que estão listados no sumário. Convide um estudante para ler em voz alta os títulos e pergunte à turma se é possível conhecer os acontecimentos da história ou prever seu desfecho por meio deles e por que acham que o sumário foi organizado dessa forma. Chame a atenção deles para o fato de que, em uma narrativa de investigação, os títulos não podem dar spoiler (revelação antecipada de informações) sobre o que vai acontecer na sequência, pois, dessa forma, corre-se o risco de o leitor conhecer o desfecho da narrativa antes de chegar ao final dela, o que faria a história perder um pouco da emoção. Esse conteúdo contempla as seguintes habilidades descritas na BNCC para o componente curricular Língua Portuguesa: EF15LP02, EF15LP04, EF15LP09, EF15LP10, EF15LP11 e EF15LP13.

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Leitura Utilizaremos a citação da professora e pesquisadora América dos Anjos Marinho para endossar a premissa de que a leitura literária é parte fundamental da formação do indivíduo leitor em sala de aula e também fora dela.

Fábio Sgroi

O texto literário é matéria criativa e “reveladora”, capaz de inquietar prazerosamente os educadores para o gosto da leitura, experiência esta que, naturalmente, eles podem promover junto aos estudantes e à comunidade, acentuando que a leitura de textos literários permeia todas as formas de conhecimento: a literatura está sempre voltada para a condição humana e a serviço da vida (MARINHO, 2005, grifo nosso.).

Consideramos o momento da leitura efetiva do texto como extremamente importante para o bom aproveitamento da obra e para dar mais sentido às propostas de atividades subsequentes. Como o livro é organizado em 15 capítulos relativamente curtos, você pode escolher entre fazer a leitura coletiva na íntegra em sala de aula, lendo de dois a três capítulos por dia, por exemplo, ou diversificar a dinâmica de leitura, que pode variar entre ler alguns capítulos em sala de aula e outros em casa, sempre estipulando um prazo para a leitura em casa e convidando os estudantes a falarem sobre os capítulos lidos, a fim de compartilhar suas impressões e esclarecer possíveis dúvidas. Se optar pela leitura coletiva, aproveite para chamar a atenção dos estudantes para a forma como os capítulos são organizados. Há sempre um final que incita o leitor a querer ler o próximo capítulo para descobrir a sequência dos acontecimentos, pois nada se conclui no final de cada um. Reforce que esse suspense é fundamental, especialmente em narrativas de mistério. Proponha também, ao longo da leitura, que os estudantes voltem ao mapa do condomínio, apresentado nas páginas 4 e 5 do livro, de modo a percorrerem os caminhos junto 13


com os personagens. Essa é uma boa forma de mergulhar no espaço da história e, consequentemente, se apropriar melhor dela. Na página 16, o narrador menciona que Cecília conhece os três mandamentos do bom detetive: “saber reconhecer pistas, ficar invisível quando necessário e perceber quando alguém estava mentindo”. Chame a atenção dos estudantes para esses mandamentos e peça que eles verifiquem, no decorrer da leitura, se Cecília e seus dois amigos seguem de fato esses mandamentos, dando exemplos da própria narrativa para comprovar suas respostas. Outra possibilidade interessante de abordagem é conversar com os estudantes, ao longo da leitura, sobre aspectos da personalidade dos três personagens principais da história – Cecília, Mariela e Bernardo – e pedir que comparem os hábitos e traços de personalidade desses personagens com essas mesmas características em suas próprias personalidades. Por exemplo: Cecília não gosta de acordar cedo. E os estudantes, como são em relação a isso? Bernardo é tímido. Eles se acham mais tímidos ou mais extrovertidos? Mariela tem medo de altura. E eles, também têm medo? etc. Essas intervenções ajudam os estudantes a se envolverem mais com a história e a se identificarem com os personagens. Converse com eles também, à medida que avança a leitura, sobre as referências externas que aparecem no texto, como a protagonista da série Nancy Drew, o famoso detetive Sherlock Holmes e também o personagem Leôncio, do desenho Pica-Pau, responsável pelo apelido “secreto” que as crianças deram ao síndico. Pergunte se eles conhecem esses personagens, se saberiam descrevê-los e, caso já os conheçam, se gostam das histórias das quais eles fazem parte. Por meio dessa sondagem, você pode propor uma pesquisa mais aprofundada a respeito desses personagens, caso ache interessante fazê-lo. Uma vez finalizada a primeira leitura, pergunte aos estudantes se eles conseguiram reconhecer as características da novela policial, apresentadas durante a conversa sobre o gênero. Confirme se a estrutura, a construção das personagens, o desenrolar da narrativa, com suspeitas e reviravoltas, e também a extensão do texto correspondem aos aspectos tradicionais desse tipo de narrativa. Esse momento é importante para desenvolver nos estudantes um olhar mais aguçado, contextualizado e crítico da leitura. Se achar necessário, proponha uma segunda leitura do livro, agora mais focada nos aspectos formais do texto, já que na primeira leitura o foco sempre paira sobre o enredo. Aproveite também para esclarecer possíveis dúvidas que eles tenham a respeito do vocabulário ou de alguma construção do texto. 14


Esse conteúdo contempla as seguintes habilidades descritas na BNCC para o componente curricular Língua Portuguesa: EF35LP01, EF35LP03, EF35LP04, EF35LP05, EF35LP21, EF35LP22, EF35LP26, EF35LP29, EF15LP01, EF15LP02, EF15LP03, EF15LP09, EF15LP10, EF15LP11, EF15LP13, EF15LP15, EF15LP16 e EF15LP18.

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Fábio Sgroi

Você pode, ainda, explorar a literacia familiar e convidar os estudantes a ler o livro novamente junto com os pais ou responsáveis. Nesse caso, é importante que você faça um preparo prévio dos estudantes e também informe a realização dessa atividade aos pais ou responsáveis, para que eles estejam disponíveis e receptivos para a dinâmica. Aos estudantes, é importante dizer que eles não devem antecipar os principais acontecimentos da história para os adultos que farão a segunda leitura com eles, para que não saibam antes o desfecho da história. Se acha adequado, é possível enviar aos pais ou responsáveis o PDF do Conta pra mim: guia de literacia familiar disponibilizado pelo MEC, e instruí-los a ler pelo menos as páginas dedicadas à leitura dialogada, que apontam, entre outros aspectos fundamentais dessa dinâmica, a importância de realizar essa prática também “com crianças maiores e com adolescentes”, pois isso “reforça os conhecimentos e habilidades adquiridos na escola, além de continuar estimulando o desenvolvimento da linguagem e o amor pela leitura” (BRASIL, 2019a, p. 36, grifo nosso). Estabeleça um prazo para que essa segunda leitura seja realizada em casa e, em seguida, promova uma roda de conversa para que os estudantes relatem como foi a experiência. Faça perguntas que os estimulem a falar sobre alguns aspectos dessa dinâmica, como: Quem fez a leitura? Em que horário e espaço a atividade aconteceu? Como os adultos reagiram aos acontecimentos? Eles descobriram semelhanças entre as três crianças do texto e os próprios estudantes? Quem gostou mais da história e por quê? etc.


Pós-leitura A dinâmica desenvolvida em sala de aula após a leitura e exploração detalhada de um texto literário é tão importante para a assimilação dos conteúdos quanto as duas etapas anteriores. Esse momento serve não apenas para a verificação dos conhecimentos adquiridos com a leitura, mas também para a expansão desses conhecimentos, pois permite extrapolar o que foi lido, levando os estudantes a ir além e a ressignificar suas próprias experiências com a literatura. De acordo com um artigo organizado pelas pesquisadoras Maria Zaíra Turchi e Vera Maria Tietzmann Silva: Ler é muito mais que simplesmente decifrar símbolos. É um ato que requer um intercâmbio constante entre texto e leitor e envolve um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto − quer seja ele verbal ou não verbal − a partir dos objetivos do leitor, do seu conhecimento sobre o assunto, de tudo o que sabe sobre a linguagem (TURCHI; SILVA, 2006, p. 62).

Por isso, esse trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto é de fundamental importância também nesse contexto. O livro Detetive Cecília e a águia de bronze, de Luis Eduardo Matta, possibilita a realização de diferentes atividades de extrapolação da obra, e elencamos algumas delas a seguir.

Sobre cada um, sobre todo mundo Ao longo da narrativa, encontramos uma apresentação da personagem Cecília, feita pela descrição de seus hábitos (não gosta de acordar cedo), de seus gostos (sua cor favorita é o laranja), de seus medos (lugares sombrios) e de sua personalidade (curiosa, observadora) etc. Faça um levantamento, junto com os estudantes, de todas as informações do texto que descrevem Cecília, além das que já apresentamos. Com base nesse levantamento, convide-os a escreverem um texto de apresentação de si mesmos, falando de seus gostos pessoais, de seus escritores e livros preferidos e também de outros aspectos que acham importantes para que outras pessoas os conheçam melhor – músicas ou bandas preferidas, esportes, jogos, outras artes de um modo geral, cor preferida, medos etc. Se necessário, retome a discussão sobre a comparação entre os personagens e os alunos que propomos anteriormente. A criação desse texto deve ser individual, e é importante pedir que os estudantes não se identifiquem, ou seja, que não coloquem os nomes nos textos. Auxilie-os individualmente na produção inicial do texto, em forma de rascunho, caso eles sintam necessidade 16


de leitura extra, e depois peça que façam as correções necessárias antes de produzir o texto final, em uma folha à parte (preferencialmente, distribua folhas iguais entre todos, para que não seja possível identificar o autor do texto pelo tipo de papel utilizado). O texto final deverá ser entregue a você. Em seguida, junte todos os textos e distribua um para cada estudante de forma aleatória, para que todos tenham um texto a ser lido para a turma, de preferência um que não seja o próprio. Organize a turma em círculo e peça que cada um leia para os demais o texto que recebeu. Ao final da leitura de cada texto, a turma deverá tentar descobrir quem é o autor, partindo das informações fornecidas por ele mesmo. A dinâmica tem um caráter investigativo que se aproxima do perfil do livro, além de ser interessante para fazer os estudantes pensarem sobre seus gostos e também para que a turma se conheça melhor, podendo, inclusive, ampliar seu repertório de indicações de livros, músicas, jogos e afins. Fá b io

Sg ro i

Esse conteúdo contempla as seguintes habilidades descritas na BNCC para o componente curricular Língua Portuguesa: EF05LP03, EF05LP06, EF05LP26, EF05LP27, EF35LP01, EF35LP03, EF35LP07, EF35LP08, EF35LP09, EF35LP12, EF35LP14, EF35LP18, EF15LP05, EF15LP06, EF15LP07, EF15LP09, EF15LP10, EF15LP11 e EF15LP13.

Sobre o olhar no outro A produção de textos curtos, como o da atividade anterior, é interessante para que os alunos possam exercitar a escrita em suas diferentes formas. Na primeira parte da atividade, realizada de forma individual, o objetivo era descrever a si mesmo, usando a primeira pessoa e fazendo as adequações necessárias para que os colegas pudessem, por meio da leitura do texto e sem nenhuma outra referência, identificar quem era o autor dele. Agora, aproveitando uma das características fundamentais da detetive Cecília – ela é uma excelente observadora –, releia com os estudantes o capítulo 8 do livro, “Mal-entendido coisa nenhuma!”, e chame a atenção deles para o conteúdo das páginas 44 e 45, em que Cecília descreve seus vizinhos a fim de tentar descobrir quem o Espanador de Lua tinha visitado. Converse com os estudantes sobre o fato de essa característica da 17


personagem Cecília ser fundamental para sua atividade de detetive. Em seguida, proponha uma atividade mais lúdica, na qual os estudantes poderão exercitar sua capacidade de observação. Essa atividade pode ser realizada com a área de Educação Física, com base em uma das competências específicas de Educação Física para o Ensino Fundamental, elencadas pela BNCC: “Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo” (BRASIL, 2018, p. 223). Organize os estudantes sentados em círculo e peça que todos observem bem os colegas. Em seguida, escolha um estudante para sair da sala durante alguns minutos (ou peça que alguém se voluntarie) e, na ausência desse estudante, peça que outros dois troquem de lugar. Ao chamar o estudante de volta à sala de aula, ele ou ela deve ser capaz de descobrir o que há de diferente na sala. Repita a atividade com pelo menos seis estudantes e, a cada saída, opte por diferentes mudanças: um estudante pode colocar um chapéu na cabeça; dois estudantes podem trocar um pé de seus sapatos, com cores diferentes; um estudante pode tirar o casaco; uma mochila pode ser colocada em um lugar inusitado etc. É importante deixar claro que a participação de todos é fundamental para o sucesso da atividade, por isso eles devem ficar concentrados e não dar dicas ao estudante-observador, mantendo-se neutros e em silêncio, para não dar pistas que possam denunciar a diferença. Ao finalizar a dinâmica, convide todos que participaram da brincadeira saindo da sala de aula a verbalizarem as estratégias que adotaram para memorizar os detalhes do ambiente e das pessoas, e como fizeram para identificar a mudança ocorrida. Além da socialização, essa atividade permite que os estudantes aprendam com as experiências dos colegas. Esse conteúdo contempla as seguintes habilidades descritas na BNCC para os componentes curriculares Educação Física e Língua Portuguesa: EF35EF01, EF35EF02, EF35EF04, EF15LP09, EF15LP10, EF15LP11, EF15LP12 e EF15LP13.

De observadores a agentes investigativos Produzir um texto escrito é importante para desenvolver ideias, exercitar a escrita e também aprofundar a própria capacidade de leitura. De acordo com os teóricos Dolz, Gagnon e Decânio: A escrita mobiliza componentes cognitivos. É por isso que ela pode ser considerada como uma atividade mental. Para escrever, o aprendiz precisa de conhecimentos sobre os conteúdos temáticos a abordar, mas também de conhecimentos sobre a língua e sobre as convenções sociais que caracterizam o uso dos textos a serem redigidos (DOLZ; GAGNON; DECÂNIO, 2010, p. 15, grifo nosso). 18


Com base nessa perspectiva, e considerando esses conhecimentos que o estudante deve ter sobre os conteúdos temáticos a abordar, sugerimos que você proponha a escrita de um conto investigativo pelos estudantes. A atividade pode ser realizada em dupla. Faça um levantamento a respeito das características do conto e do que o diferencia da novela: texto mais curto, com um número reduzido de personagens e um único conflito que ocorre em um curto espaço de tempo. Retome também as características de uma narrativa investigativa, para que os estudantes partam delas para criarem suas histórias. Em seguida, ajude-os a pensar em um planejamento prévio de seu conto, antes de partir para a produção em si: Que personagens vão fazer parte da história? Onde a história acontece? Qual é o crime ou mistério em questão? Quando a história aconteceu? Por que o crime foi cometido? Como o culpado (ou os culpados) foi descoberto? Uma vez organizadas essas ideias, eles podem dar início ao rascunho da história. Sempre que possível e necessário, reforce que a história Detetive Cecília e a águia de bronze foi organizada de modo a oferecer pistas no decorrer da narrativa, mas sem que o culpado pudesse ser descoberto antes do clímax da história. Isso ajuda a manter o interesse dos leitores e garante que o desfecho seja surpreendente. Feito o rascunho, proponha que eles releiam a própria produção, corrigindo possíveis erros de ortografia e concordância e prestando atenção aos detalhes do enredo e também ao fato de que uma boa narrativa deve ter começo, meio e fim. Depois que eles finalizarem o texto, proponha que o ilustrem da forma como acharem mais interessante e que fiquem atentos para que as ilustrações não relevem nenhuma informação do mistério que envolve a história. Você pode propor que as duplas troquem de textos, para que possam conhecer as produções dos colegas, ou montar uma coletânea de contos investigativos, que pode circular entre os estudantes e também entre os familiares ou responsáveis de modo que eles possam ler todas as narrativas escritas pela turma. Fá b io

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Esse conteúdo contempla as seguintes habilidades descritas na BNCC para os componentes curriculares Arte e Língua Portuguesa: EF15AR02, EF15AR04, EF15AR05, EF15AR06, EF05LP26, EF05LP27, EF35LP07, EF35LP08, EF35LP09, EF35LP14, EF35LP25, EF15LP05, EF15LP06, EF15LP07, EF15LP15 e EF15LP18. 19


Sugestões de conteúdos complementares As atividades elencadas neste material têm por objetivo auxiliá-lo no trabalho com a obra Detetive Cecília e a águia de bronze e todos os conteúdos que ela evoca. Mas as propostas não se esgotam nessas atividades e você pode ampliar sua formação por meio de outras leituras, filmes, documentários, músicas e manifestações artísticas e culturais que tenham relação direta ou indireta com os temas propostos pelo livro. A seguir, algumas sugestões.

AS AVENTURAS de Tintim. Direção: Steven Spielberg. Estados Unidos, Bélgica e Nova Zelândia: Sony Pictures, 2012. 1 vídeo (107 min). Adaptado dos quadrinhos do escritor belga Hergé, o filme narra a história de Tintim e de seu cachorro Milu, que viajam pelo mundo participando de muitas aventuras ao encontrarem as coordenadas do Licorne, um navio naufragado que já foi comandado por ancestrais do Capitão Haddock, amigo de Tintim.

Columbia Pictures/Paramount Pictures/Sony Pictures

Filme e série

D.P.A. – Detetives do Prédio Azul. Direção: André Pellenz e Vivianne Jundi. Brasil: Conspiração filmes. 2012-2021. 15 temporadas. A série conta as aventuras de três amigos que moram no mesmo prédio: um edifício antigo e cheio de mistérios. Usando capas superequipadas, os três investigadores mirins tentam desvendar esses mistérios passando por situações de muita aventura.

LEBLANC, Maurice. Arsène Lupin, o ladrão de casaca. São Paulo: Principis, 2021. Esse título é uma coletânea de nove histórias que compõem as primeiras aventuras de Arsène Lupin, um personagem audacioso e impertinente, considerado o Robin Hood da Belle Époque, já que, diferente de outros heróis do gênero, ele é, na verdade, um ladrão que deixa poucas pistas por onde passa.

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Editora Principis

Livros


LERNER, Delia. Ler e escrever na escola: o real, o possível e o necessário. Porto Alegre: Artmed, 2012. Aprender a ler e escrever em sala de aula é um processo que passa (e deve passar) por grandes transformações até ganhar sentido para o leitor e o escritor em formação. Para tanto, essas práticas precisam estar inseridas em contextos reais, os quais são discutidos pela autora nessa obra. MATTA, Luis Eduardo. Detetive Cecília e o mistério do riacho. São Paulo: Editora do Brasil, 2018. Nessa segunda narrativa da série, a personagem Cecília se une a seus dois amigos, Bernardo e Mariela, para desvendar a catástrofe ambiental que está fazendo o riacho que passa pelo condomínio ficar cada vez mais poluído, causando a morte de peixes e deixando o ar com um odor insuportável.

Sites LUIS EDUARDO MATTA. Site do autor. Disponível em: www.lematta.com. Acesso em: 8 out. 2021. Site do autor do livro Detetive Cecília e a águia de bronze, no qual é possível conhecer mais sobre seu trabalho como autor de narrativas de investigação para adultos e para o público infantojuvenil, além de ser possível conhecer mais a fundo sua trajetória pessoal e profissional. FÁBIO SGROI. Blog do ilustrador. Disponível em: http://fabiosgroi.blogspot.com/ p/livros.html. Acesso em: 8 out. 2021. No blog do ilustrador é possível conhecer seus livros e seu portfólio de ilustrações, assim como seu projeto de pesquisa “Deu pra entender ou quer que eu desenhe?”, que trata de arte e educação.

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Referências BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/ BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 7 out. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. Conta pra mim: guia de literacia familiar. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2019a. Disponível em: http://al fabetizacao.mec.gov.br/images/conta-pra-mim/conta-pra-mim-literacia.pdf. Acesso em: 8 out. 2021. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Alfabetização. PNA – Política Nacional de Alfabetização. Brasília, DF: Ministério da Educação, 2019b. Disponível em: http://portal. mec.gov.br/images/banners/caderno_pna_final.pdf. Acesso em: 16 set. 2021. DOLZ, J.; GAGNON, R.; DECÂNIO, F. Produção escrita e dificuldades de aprendizagem. Campinas: Mercado de Letras, 2010. KLEIMAN, Angela B. Levantamento de hipóteses de leitura. In: GLOSSÁRIO CEALE. Belo Horizonte: UFMG, [20--]. Disponível em: https://www.ceale.fae.ufmg.br/glossarioceale/ verbetes/levantamento-de-hipoteses-de-leitura. Acesso em: 8 out. 2021. MARINHO, América dos Anjos. De livros, leituras e leitores. São Paulo: Cenpec, 2005. OLIVEIRA, Sirlene Aparecida de. Por entre os espaços do enigma: o gênero conto no Ensino Fundamental. In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE: Produções Didático-Pedagógicas 2016. Curitiba: SEED/PR, 2016. v. 2. (Cadernos PDE). Disponível em: www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/ producoes_pde/2016/2016_pdp_port_unespar-paranavai_sirleneaparecidadeoliveira. pdf. Acesso em: 6 out. 2021. REIS, Carlos; LOPES, Ana Cristina. Dicionário de narratologia. Coimbra: Almedina, 2002. TURCHI, Maria Zaíra; SILVA, Vera Maria Tietzmann (org.). Leitor formado, leitor em formação: leitura literária em questão. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2006. 22


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