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O garoto da camisa vermelha

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Coleção Lá do beco

Copyright © Otávio Júnior (texto)

Copyright © Angelo Abu (ilustrações)

Todos os direitos reservados pela Editora Gutenberg. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida, seja por meios mecânicos, eletrônicos, seja via cópia xerográfica, sem a autorização prévia da Editora.

edição geral

Sonia Junqueira

projeto gráfico e diagramação

Christiane Costa

Diogo Droschi revisão

Carolina Lins

Lúcia Assumpção

informações paratextuais

Juliana Valéria de Abreu

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Júnior, Otávio

O garoto da camisa vermelha [livro eletrônico] / Otávio Júnior ; ilustrações Angelo Abu. -- 1. ed. -- São Paulo: Gutenberg, 2022.

HTML

ISBN 978-65-86553-72-7

1. Literatura infantojuvenil I. Abu, Angelo. II. Título.

21-88467

CDD-028.5

Índices para catálogo sistemático:

1. Literatura infantil 028.5

2. Literatura infantojuvenil 028.5

Inajara Pires de Souza - Bibliotecária - CRB PR-001652/O

Rua Carlos Turner, 422, sala 201 Silveira . 31140-520

Belo Horizonte . MG

Para os senhores Otto Engel e Karl Klokler, que acreditaram no ler é 10 quando era um sonho de papel.

Para meus pais, Otávio e Joana, os pais do garoto da camisa vermelha...

Naquela noite , o céu estava avermelhado. A melodia do grilo foi substituída por uma velha canção, feita de tiros.

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Milhares de meninos e meninas foram dormir escutando essa canção. Juninho preferia ouvir uma história: queria mudar a sua história.

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E o garoto sonhou , primeiro, acordado ...
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Quando despertou , a manhã estava cinza.

O sol tinha sumido, as pipas também .

Ou será que se esconderam?

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Naquela estranha manhã, um garoto de camisa vermelha chamava a atenção de outras crianças. Seu olhar tinha um brilho especial, parecia uma bola de gude novinha em folha.

O garoto da camisa vermelha morava em uma casa amarela, bem no alto da favela . Caminhava por ruas imaginárias, pois a rua de verdade era feita de ilusão.

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cinzenta,

e amarela, o menino caminhou nas nuvens.

Logo, avistou uma porta.

Naquela manhã vermelha
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A porta do lixão . A porta da diversão. A porta da esperança. O campinho. O garoto. O caminho.

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No meio do lixo, encontrou uma caixa.

No meio da caixa , encontrou seu mundo.

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O mundo cabe dentro de uma caixa?

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O mundo cabe dentro de um livro!

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Chuva. Leitura .

Bolinho de chuva. Bem de tardinha , a favela foi tomada por um grande arco-íris . Já era noite, e o menino nem se deu conta: estava em outro planeta.

O garoto da camisa vermelha dormiu – desta vez, ouvindo uma nova melodia .

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Informações paratextuais

A obra e o gênero literário

E aí, você gostou do livro? Reparou que ele está escrito em versos? É porque ele se trata de um poema narrativo de teor autobiográfico. Você sabe o que isso significa? Vamos te explicar!

Um poema narrativo é quando um texto poético, estruturado em versos, realiza uma narração ficcional de acontecimentos. Isso significa que há uma história sendo contada no poema, com uma sequência de acontecimentos que constroem juntos o sentido. E O garoto da camisa vermelha é também uma autobiografia, porque é uma biografia ou história de vida escrita pela própria pessoa da qual se fala. O autor pode escolher contar de maneira mais próxima possível da realidade, ou de modo mais literário, com elementos ficcionais, utilizando linguagem poética. Interessante, não é?

Otávio Júnior, o autor, criou o personagem Juninho para contar os sentimentos, as emoções e as vivências de uma fase da sua vida que foi marcada pela descoberta da leitura literária. Por meio do poema, o autor conta sobre como era sua infância na favela e um momento importante de sua vida: quando encontrou no lixo alguns livros e leu uma história sozinho. Daí pra frente, as narrativas ficcionais tiravam seus pensamentos dos problemas e da seriedade do mundo real. Nelas, ele se sentia transportado para um outro mundo, de imaginação, alegria, sonho...

As ilustrações do Angelo Abu são muito legais, cheias de pequenos detalhes... Elas complementam o poema e atraem nosso olhar. As cores revelam um pouco das emoções do personagem: o laranja está em momentos de alegria, energia. O cinza, em momentos de tristeza. Mas e o vermelho da camisa do garoto? Esse vermelho representa o amor que existe dentro dele. O amor à vida, ao lugar onde mora, e, depois, o amor pelos livros.

O autor

Nasci e moro na zona Norte do Rio de Janeiro. Adoro o ambiente comunitário e decidi escrever sobre a infância nas zonas populares. Escrevo desde 2007, quando iniciei minhas pesquisas de promoção de leitura no projeto Ler é 10 – Leia Favela. Costumo dizer que esse projeto serve como um laboratório de experimentação. Adoro ler e criar brincadeiras para ler.

O ilustrador

Nasci em Belo Horizonte e moro na minha mochila, cada hora em um lugar. Quando ilustrei este livro, morava em Sarajevo, capital da Bósnia e Herzegovina.Uma cidade que, como o Morro do Alemão, traz suas marcas de guerra nos buracos das paredes. Guerra de um passado que, com muito custo, conseguiram deixar para trás.

Comecei a ilustrar em 1995 e não parei mais, já tendo ilustrado, até hoje, inúmeros livros de importantes autores da literatura infantil brasileira.

Foi uma vivência incrível participar desse “laboratório” do Otávio Júnior, experimentando técnicas e estilos de tão longe – e, ao mesmo tempo, tão perto.

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