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RTI Abril 2024

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Ano 25 - Nº - 287

Abril de 2024

Cenário nacional da distribuição de produtos para telecom

Apesar do crescimento em ritmo menor em relação aos anos anteriores, o mercado de banda larga continua em expansão no Brasil. Há muitas oportunidades de negócios para atualização de redes, uso de novas tecnologias e conectividade em áreas rurais, como afirmam os distribuidores de produtos para redes e telecomunicações.

ESPECIAL 18

Projeto e testes de campo de um sistema PoE de alta potência

Com a evolução da tecnologia PoE – Power over Ethernet para criar ambientes seguros e confortáveis para seus ocupantes, é preciso observar se a conectividade (cabos e conectores) será capaz de alimentar dispositivos eletrônicos com segurança, sem riscos de degradação da conexão e desequilíbrio da resistência dentro dos pares. Os testes de campo podem ajudar nesse sentido.

Guia

Sistemas de energia são fundamentais para garantir o desempenho de data centers e instalações de telecomunicações. O guia mostra onde localizar os fornecedores de UPS, retificadores, carregadores de baterias e inversores no Brasil. O levantamento inclui ainda as fontes, estabilizadores, filtros, bancos de carga e chaves de transferência.

Dez problemas que podem ser solucionados por um data center on-premises

Apesar de oneroso, implantar um data center próprio pode auxiliar uma organização a enfrentar diversos problemas relacionados à conectividade, segurança, latência e disponibilidade em comparação com serviços terceirizados de nuvem e colocation, além de possibilitar maior autonomia. INFRAESTRUTURA

Evolução tecnológica e ampliação da largura de banda das redes ópticas submarinas

Estudos indicam uma projeção de crescimento anual em torno de 30% na largura de banda necessária para prover telecomunicações em nível global, com baixa latência e excelentes níveis de confiabilidade e resiliência. O artigo apresenta as principais evoluções tecnológicas dos cabos ópticos submarinos e seus componentes. FIBRA ÓPTICA

Capa: Helio Bettega

Foto: Deposit Photos

SEÇÕES

As opiniões dos artigos assinados não são necessariamente as adotadas por RTI, podendo mesmo ser contrárias a estas.

DESTAQUES
Editorial 6 Informações 8 Interface 54 Segurança 58 Em Rede 60 Produtos 62 Publicações 64 Índice de anunciantes64 ISP em Foco 66
CABEAMENTO 30
de UPS, retificadores e inversores de energia
36
SERVIÇO
38
44

EDITORIAL

esta edição, exploramos o papel vital dos distribuidores de produtos de redes e telecomunicações, destacando entrevistas com executivos do setor e seus planos de crescimento. Essas empresas são elos cruciais entre fabricantes e consumidores, assegurando entregas eficientes e econômicas e ampliando o alcance do mercado para novas regiões e estados.

Em um nicho altamente especializado como o de tecnologia, os distribuidores são importantes para otimizar a cadeia de suprimentos, manter o fluxo de produtos e contribuir para a inovação, eficiência e expansão do setor. As empresas vão além das vendas propriamente ditas, incluindo atendimento personalizado, oferta de soluções completas e integradas de valor agregado, suporte técnico de equipes de engenharia, treinamentos e condições de pagamento favoráveis, alinhadas com as tendências do setor.

Para provedores de Internet, os distribuidores e revendas são essenciais para levar os equipamentos a locais remotos com eficiência. Apesar de uma desaceleração recente, o mercado mantém-se dinâmico. A fibra óptica, em particular, segue em ascensão, com oportunidades em áreas rurais, regiões antes desprovidas de conectividade e localidades que necessitam do acesso em alta qualidade.

A transição do Wi-Fi 5 para o 6 e a introdução do Wi-Fi 7 prometem atender demandas de ambientes corporativos e eventos. Tecnologias como FTTO – fiber to the office, PON LAN e IA – Inteligência Artificial são vistas como as forças motrizes para o futuro, impulsionadas pela modernização das redes de transmissão óptica e pela expansão de sites para transmissões celulares em 5G e 5.5G.

O mercado tem um futuro promissor, com espaço para inovação e adoção de novas tecnologias. Há um legado de soluções limitadas pelas velocidades do GPON que inevitavelmente evoluirão, embora a um ritmo mais lento. A infraestrutura deve naturalmente progredir para tecnologias XGS-PON, que oferecem saltos em velocidade e capilaridade. Da mesma forma, a IA demanda investimentos em processamento de borda e análise de dados em massa.

Para 2024, os distribuidores entrevistados projetam um aumento nas vendas, com foco em soluções sustentáveis e eficiência energética. A tendência é a expansão das redes de fibra óptica e o avanço das tecnologias para data centers edge, acompanhando a transformação digital das empresas.

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RTI Redes, Telecom e Instalações, revista brasileira de infraestrutura e tecnologias de Telecom e Instalações, brasileira infraestrutura de brasileira comunicação, é uma publicação da Aranda Editora Técnica Cultural Ltda. Editora Técnica Aranda Editora Técnica Cultural Ltda. Editora Técnica Redação, Publicidade, Administração, Circulação e Correspondência: Redação, Administração, e Correspondência: Alameda Olga, 315 - 01155-900 - São Paulo - SP - Brasil. Tel.: + 55 (11) 3824-5300 e 3824-5250 inforti@arandanet.com.br – www.arandanet.com.br A revista RTI - Redes, Telecom e Instalações é enviada a 12.000 profissionais das áreas de telecomunicações; redes locais, informática e comunicação de dados; instalações; TV por assinatura; áudio e vídeo; segurança (CFTV e alarmes); automação predial e residencial; e sistemas de energia, aterramento e proteção elétrica. ISSN 1808-3544 ISSN 1808-3544

espanhola ABAI está apresentando ao mercado brasileiro sistemas inteligentes capazes de gerenciar informações com base em diversos parâmetros, bem como avatares de atendimento aptos a se comportar de acordo com os sentimentos expressados pelo cliente.

Presente no Brasil desde 2021, quando adquiriu a empresa de call center Parla!, a ABAI fornece soluções para mercados como saúde, educação, financeiro e telecomunicações.

“A tecnologia está no mercado para auxiliar profissionais a terem mais tempo para realizar atividades que realmente agregam valor ao negócio. Hoje, um dos maiores desafios de uma companhia é ter executivos aptos a detectar um problema e indicar a melhor solução para saná-lo”, afirma Gabriel Haibi Schouchana, executivo de soluções digitais da ABAI.

aparências definidas. Já para marcas que querem criar o humano digital do zero, é possível escolher desde a forma de falar a aparência e o modo de piscar. “Uma seguradora, cujos usuários têm acima de 50 anos, não vai querer ter um avatar infantil, e sim uma persona que vença a resistência daquele público em relação à tecnologia. É o cliente se ver no avatar, o que chamamos de hiperpersonalização”, pontua o executivo.

Além da IA, a ABAI atua no desenvolvimento de RPA – Robotic Process Automation. A tecnologia facilita a construção, implantação e gerenciamento de robôs que simulam ações humanas, interagindo com sistemas e softwares digitais. As automações são concebidas em uma plataforma terceirizada e comercializados no modelo RaaS –Robot as a Service . “Plataformas de RPA servem para democratizar a adoção de tecnologia de forma que pessoas que não sejam especialistas em desenvolvimento e programação possam experimentar os potenciais ganhos da automação”, diz Schouchana.

Um de seus carros-chefes é o We Humans, um avatar cujo objetivo é materializar uma marca em um humano digital, de forma a conseguir proporcionar um atendimento mais humanizado ao usuário final. Cada atendente virtual é capaz de entender os usuários por meio de voz, texto e interação na tela graças a um cérebro de IA – Inteligência Artificial construído com motores de linguagem natural.

“Em uma empresa de crédito pessoal, conseguimos um incremento de 35% nas vendas com o uso do We Humans. Já em uma companhia de credenciamento, tivemos um aumento na eficiência de 75%. O avatar é capaz de realizar 10 mil interações por segundo, servindo como um complemento para o atendimento humano”, afirma Schouchana. O contratante pode personalizar o avatar de diferentes formas. Em alguns casos, a ABAI oferece modelos prontos, com personalidades e

A depender da necessidade, o avatar pode resolver toda uma demanda sozinho. Já em alguns setores, é preciso que a etapa de conclusão da solicitação seja feita por um atendente humano. Segundo Schouchana, os avatares são muito procurados por provedores de Internet para diminuir o churn . “O avatar consegue escalar as demandas de cobrança e renegociação em um volume muito grande. Quando o assinante é cobrado por um robô, por mais humano que ele seja, a pessoa não se sente confrontada. Em telecom, temos casos de sistemas muito antigos, com dados não centralizados. O We Humans consegue puxar informações de diferentes sistemas e pode ser integrado mediante automatização e robótica”, salienta.

Outro exemplo de aplicação de IA da ABAI é o Armatum, uma megacalculadora de quantificação de riscos cibernéticos para empresas. Com algoritmos desenvolvidos e integrados localmente, a plataforma utiliza a tecnologia para quantificar os níveis de riscos cibernéticos, além de realizar técnicas de simulação de ataques multimodais (infraestrutura, fator humano, resgate) para calcular perdas financeiras.

Com escritório em Barueri, SP, a multinacional conta com 2 mil colaboradores no país e um data center próprio com 7 mil m2 e 30 racks. No mundo, a ABAI tem 12 mil funcionários e, além de Espanha e Brasil, tem unidades em Portugal, Colômbia e Peru, responsáveis por atender mais de 20 mercados.

ABAI – Site: https:// www.abaigroup.com/pt-br/abai-brasil/

s concessionárias de rodovias Way112 e Way306, pertencentes ao Grupo Way Brasil, em parceria com a TIM, estão finalizando a ativação do sinal 4G/LTE que proporcionará cobertura celular de 100% em uma das principais ligações entre o norte e o sul do Mato Grosso do Sul. Essas rodovias, com 619 km de extensão, abrangem toda a MS-112 e trechos das BR-158, BR-436 e MS-306. O projeto, iniciado em março do ano passado, envolveu a instalação de 54 torres e equipamentos de transmissão na frequência de 700 MHz.

André Kazuo Silva, Coordenador de Sistemas da Way306 e idealizador do projeto, destaca que esse é um feito

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inédito entre todas as concessionárias de rodovias no Brasil. Além de atender às necessidades de comunicação dos cerca de 350 colaboradores em funções operacionais, que anteriormente dependiam de rádio VHF, o 4G beneficiará mais de 30 mil veículos que circulam diariamente nas vias, bem como 276 mil moradores em oito municípios, povoados e vilas. Esse avanço também alcançará 108 escolas públicas e 46 unidades de saúde.

Nas regiões rurais e remotas do país, a conectividade é praticamente inexistente. O Grupo Way Brasil está trabalhando para mudar essa realidade. O objetivo é levar a Internet também para a população nas cidades lindeiras, permitindo a democratização do acesso e maior inclusão digital. Em localidades como Cassilândia, a Way fechou o sinal para cobrir toda a cidade. A novidade está movimentando a economia regional e despertando o interesse de empresas de agronegócio, fazendas e usinas de madeira em usar a rede móvel recém-instalada ou contratar redes privativas da operadora.

Todo o investimento foi realizado pela Way e, em contrapartida, a TIM se compromete a manter a infraestrutura das torres e equipamentos de transmissão, além de atualizar as tecnologias durante a vigência da concessão rodoviária (30 anos). Quando o sinal 5G for liberado nos municípios, a operadora também poderá fazer a migração.

A cobertura do 4G vem acompanhada da tecnologia NB-IoT - Internet das Coisas possibilitando à concessionária conectividade e automação de seus

sistemas tecnológicos, a chamada “Rodovia 4.0”. Uma central Open Source Zabbix que roda em uma nuvem nos EUA realiza o monitoramento de equipamentos NB-IoT de telemetria.

O projeto prevê cobertura de qualidade para usuários, permitindo a oferta de informações georreferenciadas, em tempo real, com maior segurança durante viagens. Para empresas e o setor de logística, o incremento na cobertura 4G, associada à tecnologia NB-IoT, faz diferença pela possibilidade de uso de rastreamento e telemetria em veículos, além de habilitar comunicação e controle de frotas, conferindo maior segurança e melhor planejamento.

Para a concessionária, há uma série de serviços para sua operação, como comunicação entre as equipes, gestão de tráfego, sistemas de chamada de emergência nas estradas e a possibilidade de monitorar a integridade das estruturas, além de recursos de segurança. “Um acidente na estrada levava tempo para ser notificado. A inspeção de tráfego tinha que localizar o ponto exato da ocorrência. Agora temos agilidade na comunicação com atualização dos dados em tempo real”, afirma. A Way também implantará cerca de 300 câmeras de CFTV em 4G ao longo de todo o trajeto.

Além da comunicação 4G/LTE, a Way utiliza outras tecnologias, como fibra óptica para conexão das torres e praças de pedágio. E está testando os satélites da StarLink para videomonitoramento de ambulâncias, que permitirá o acompanhamento de imagens pelos médicos que ficam na sede regulando o atendimento pré-hospitalar dos usuários nas estradas com os colaboradores.

“Com o 4G, estamos inovando e puxando a bandeira de melhorar a infraestrutura rodoviária como um todo”, afirma o gerente. Os resultados têm sido tão positivos que outras concessionárias do setor entraram em contato com a Way para conhecer o projeto e replicar a iniciativa em suas localidades de atuação.

As operadoras de telecomunicações também estão começando a perceber que a expansão da malha de 4G/5G nos pontos mais remotos do país pode ocorrer em parceria com as concessionárias rodoviárias, que dispõem de condições, estrutura e a administração da faixa de domínio.

Way – Tel. (67) 3562-7650

Site: www.way306.com.br

e acordo com o estudo Brazil Data Center Report, da JLL, empresa global de prestação de serviços imobiliários e gestão de investimentos, o mercado de data centers cresce em ritmo acelerado no país. Há vários projetos em desenvolvimento para dar conta da demanda cada vez maior por infraestrutura tecnológica para processamento e armazenamento de dados.

O mercado está concentrado em São Paulo, pela proximidade com as empresas e com o principal polo consumidor do país, mas o Rio de Janeiro está ampliando sua participação com novos projetos.

Em São Paulo, as regiões de Campinas e Barueri são os destaques, com 410 MW e 221 MW em operação, respectivamente. Estão em construção mais 285 MW em Campinas e 64 MW em Barueri, além de planejados outros 320 MW e 38 MW em cada região.

O mercado imobiliário para o segmento de data center também tem números grandiosos. A demanda é por áreas de 60 mil m², em média, com algumas especificidades. “Tudo isso restringe a oferta de terrenos aptos a receber uma operação de data center e, consequentemente, aumenta o preço das opções disponíveis”, diz Bruno Porto, Gerente de Negócios Imobiliários de Industrial, Logística e Data Center da JLL. Segundo ele, a região de Campinas vai de Jundiaí à área metropolitana de Campinas, que possui um mercado logístico consolidado, com presença de diversas empresas, grandes centros tecnológicos e universidades, que

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fornecem mão de obra especializada e novas oportunidades de negócios no segmento de data center. “Já a região de Barueri, que também compreende Santana de Parnaíba e Osasco, acaba sendo uma extensão do mercado da capital e atrai operadoras de cartão de crédito, transações financeiras e computação de ponta”, explica o especialista da JLL.

Enquanto Campinas continua atraindo data centers de grande porte, com duas grandes operações da AWS, além do início da construção de uma operação da Microsoft em Sumaré, na região de Barueri, a opção é pela modernização (retrofit) de empreendimentos existentes ou expansão das operações em seus sites atuais, devido ao alto preço e baixa disponibilidade dos terrenos.

Em Barueri, apesar da restrição de terrenos, existe o projeto de um campus de data center, com aprovação e início de construção previstos para 2024, que poderá atender tanto a demanda de operadores de colocation quanto de usuários finais.

A capital paulista também possui data centers, com 39 MW em operação, 33 MW em construção e 30 MW planejados. No entanto, essas são operações menores, de 5 mil a 10 mil m². Isso acontece pela baixa disponibilidade de terrenos com potencial para data center e pelo alto custo imobiliário.

O ano de 2023 marcou o início da expansão do segmento de data center do Rio de Janeiro. O estoque cresceu 115% em relação ao ano anterior. Além disso, novas entregas significativas são esperadas para 2024 e 2025.

Atualmente, são 76 MW em operação e 103 MW em construção. Os empreendimentos estão concentrados na Via Dutra e em São João do Meriti. No estado, ainda estão previstos 43 MW para 2025 em operações da CloudHQ, Equinix e Scala, nos quais o investimento total deve ultrapassar R$ 2 bilhões.

“O Rio de Janeiro está se consolidando como o segundo principal estado do Brasil em data centers, atraindo todos os principais players que atuam no Brasil. Nos próximos anos, haverá novos produtos disponíveis e de qualidade. É uma região beneficiada, principalmente, pela questão energética”, avalia Porto.

JLL – Tel. (11) 3043-6900

Site: www.jll.com.br/pt/

mercado local de computação em nuvem é hoje dinâmico, com o país seguindo a tendência de crescimento global e investindo mais nessa área. Finanças, bancos digitais, TI, logística e outras áreas são exemplos que aumentaram a demanda por soluções em nuvem. Portanto, entrar no mercado brasileiro é uma de nossas prioridades. Queremos criar o ambiente adequado para que os usuários trabalhem com serviços em nuvem”, diz Svetlana Sharapova, gerente de projetos da Serverspace.

Segundo ela, o Serverspace oferece implantação automática de infraestrutura virtual baseada em Linux e Windows de qualquer lugar do mundo em menos de um minuto. Ferramentas de API aberta, CLI e Terraform estão disponíveis para integrar os serviços do cliente.

Depois de lançar um escritório de representação no Brasil, a Serverspace planeja expandir sua presença em outros mercados globais. Isso permitirá que um número cada vez maior de usuários trabalhe com os serviços de nuvem do provedor em um formato conveniente e adaptado ao mercado.

Serverspace – Site: https://serverspace.io/pt/

provedor internacional de nuvem Serverspace continua a se expandir para novas regiões e abre uma representação na América Latina. A empresa adere à estratégia de desenvolver escritórios separados em mercados locais. O Brasil se tornou o oitavo local onde o provedor fornece serviços de nuvem adaptados ao mercado local. Os usuários brasileiros agora têm acesso a um site, um painel de controle separado com a possibilidade de pagar em reais e suporte técnico local.

“A economia brasileira está entre as dez maiores em termos de PIB, o que mostra a importância de entrar nesse mercado. O

Commvault, fornecedora de soluções de proteção de dados e resiliência cibernética, é a principal ferramenta de backup na Golden Cloud Technology, provedor de serviços de data center, TI, segurança e cloud sediada em Fortaleza, CE. Ao oferecer para seus clientes um serviço de recuperação rápida e alta taxa de deduplicação, a empresa otimiza lucratividade nos negócios e avança na oferta de infraestrutura como serviço para uma base de 240 clientes atualmente.

Desde o início de sua operação em 2008, a Golden trabalha com dados, BI e nos últimos cinco anos começou a montar a própria infraestrutura com foco em tecnologia de nuvem ofertando serviços, como servidores, backup e DR –recuperação de desastres para clientes em todo o país. Há dois anos a empresa ampliou o escopo para segurança, sempre

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voltada para a área de nuvem. Hoje ela opera com três data centers em São Paulo, Recife e Fortaleza. Com escritórios em vários estados brasileiros, a Golden também conta com uma filial em Portugal.

O projeto com a Commvault começou quando a empresa iniciou sua oferta de infraestrutura para clientes e uma das principais demandas era a de backup.

Edmar Ferraz, CTO na Golden Cloud Technology, relata que o backup de servidores é hoje o carro-chefe da empresa, totalizando cerca de 1118 VMs no backup Commvault, números que atendem cerca de 120 clientes. Também oferecem backup de servidores físicos, backup integrado de diversos tipos de bancos de dados, servidores de arquivos e backup de Microsoft Office 365.

A Golden tem foco na área de governo, com a maior fatia de faturamento da empresa proveniente desse mercado. Para esse setor, é muito forte a demanda de colaboração, como o backup do Office 365 e Google Workspace, em que a empresa contabiliza diversos clientes no estado do Ceará, Sergipe, Bahia, dentre outros. Segundo ele, um dos principais diferenciais da tecnologia Commvault é a deduplicação (redução do espaço utilizado para armazenar blocos de dados repetidos no backup) sem necessidade de equipamento específico para tal. Essa liberdade permite à Golden buscar melhores condições comerciais de infraestrutura de armazenamento do backup sem ficar preso a um único fabricante de hardware. “A compressão e deduplicação da Commvault permitem uma grande otimização de custos ao utilizar discos mais econômicos sem perder a agilidade ao realizar o backup e recuperação”, diz.

armazenamento de dados para backup, conseguimos comprar storages de menor capacidade, pois a Commvault consegue comprimir em uma volumetria muito menor e nos permite armazenar todo o backup do ambiente. Ou seja, há uma economia de compra, que deixamos de desembolsar a quantia de vários storages para armazenar o volume real de dados e o ganho de colocar mais clientes e gerar mais lucro para a empresa”, explica Ferraz.

A Golden Cloud também adotou a solução de segurança Threatwise, que espalha armadilhas na rede do cliente e os hackers acabam por acionar essas armadilhas quando estão buscando vulnerabilidades na rede. A solução visa diminuir a chance de se ter apenas duas as únicas opções em caso de ataque ransomware: recuperar os dados do backup ou pagar o resgate. “A solução tem sido um diferencial enorme para a nossa área de segurança. Ela fica monitorando o ambiente do cliente e trabalha de forma proativa em caso de alguma invasão. Com uma ferramenta dessas a gente não espera o ambiente ser atacado e consegue atuar proativamente”, ressalta Edmar Ferraz.

Commvault – Tel. (11) 2844-1732

Site: www.commvault.com/br

qualidade a ser atribuído pela Agência às prestadoras (modelo do RQUAL), enquanto na dimensão da qualidade são avaliados os atributos da qualidade da informação ao consumidor, qualidade do funcionamento, qualidade do atendimento telefónico e digital e qualidade da cobrança ou recarga dos serviços contratados pelo consumidor.

Além disso, a metodologia da pesquisa permite medir a influência das diferentes dimensões de percepção de qualidade sobre a satisfação geral, o que permitiu aferir, por exemplo, com base nos resultados de 2023, que a satisfação tem forte relação com a qualidade de funcionamento nos cinco serviços pesquisados.

Os resultados permitem aos consumidores comparar, por Unidade da Federação, a satisfação e a percepção de qualidade dos consumidores, por prestadora e por serviço.

As médias nacionais por serviço do Índice de Satisfação Geral (ISG) da pesquisa de 2023, que esse ano foram estatisticamente maiores que as aferidas na pesquisa 2022, foram as seguintes:

• Telefonia celular pré-paga: 7,79;

• Telefonia fixa: 7,73;

• Telefonia celular pós-paga: 7,61;

• Internet fixa: 7,43; e

• TV por assinatura: 7,41.

Com base nas notas, pode-se constatar que os consumidores de telefonia celular pré-paga se mostraram os mais satisfeitos com as prestadoras em 2023, numa escala que vai de 0 (nem um pouco) a 10 (muito satisfeito).

As notas nacionais por prestadora para cada um dos cinco serviços pesquisados seguem abaixo na figura na página seguinte.

Atualmente, o volume total de backup da Golden Cloud é de quase 3 Petabytes de informação, porém, depois de comprimido e deduplicado pela tecnologia da Commvault, o espaço real é de pouco mais de 1 Petabyte. “Em vez de comprarmos storages de alta capacidade de

Anatel divulgou os resultados da Pesquisa de Satisfação e Qualidade Percebida 2023. Realizada anualmente com os consumidores dos serviços de telefonia fixa, telefonia celular (pré-paga e pós-paga), Internet fixa e TV por assinatura, a pesquisa mede simultaneamente duas dimensões: a de satisfação e a de qualidade percebida pelos consumidores.

Na dimensão de satisfação é calculado o ISG - Índice de Satisfação Geral, que é utilizado na composição do selo de

Internet fixa: Apresentou aumento na nota em relação a 2021 e 2022, passou do índice de Satisfação Geral de 7,07 para 7,43. A qualidade do funcionamento do serviço e a qualidade da informação ao consumidor são as dimensões mais relevantes para explicar a satisfação do consumidor usuário de Internet fixa.

Telefonia celular pós-paga: A nota atribuída ao Índice de Satisfação Geral em 2023 é 7,61 para o serviço de telefonia celular pós-paga. Os consumidores de telefonia celular pós-paga são os que pior avaliam a qualidade do funcionamento, com o respectivo índice em 7,56. A qualidade da informação ao consumidor,

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INFORMAÇÕES

qualidade do atendimento telefônico e qualidade do funcionamento são as dimensões que melhor explicam a satisfação do consumidor do serviço de telefonia celular pós-paga.

Telefonia celular pré-paga: Os consumidores de telefonia celular prépaga seguem os mais satisfeitos, dentre os serviços pesquisados. A média nacional do índice de satisfação com o serviço é de 7,79. São, também, os que apresentam melhor avaliação sobre a qualidade da informação ao consumidor – com o respectivo índice tendo nota 7,56 – e os que pior avaliaram a qualidade de cobrança ou recarga, com índice de 7,65. Inclusive este foi o único índice aferido que não teve aumento estatisticamente significativo em relação a 2022. As dimensões de qualidade que mais contribuem para explicar a satisfação geral do consumidor deste serviço são informação ao consumidor e atendimento telefônico.

Telefonia fixa: Os consumidores de telefonia fixa apresentam o segundo maior nível de satisfação, em relação aos demais serviços pesquisados, com média nacional do índice de 7,73. Também demonstram uma percepção da qualidade do funcionamento relativamente elevada, a segunda mais alta na comparação com os outros serviços, com índice de 8,23. Atendimento telefônico e funcionamento são as dimensões de qualidade que mais contribuem para explicar a satisfação geral do consumidor deste serviço.

TV por assinatura: Os consumidores de TV por assinatura foram os que atribuíram menor nota no Índice de Satisfação Geral na Pesquisa 2024, com nota de 7,41. São os que melhor avaliam a qualidade do

funcionamento – com o respectivo índice em 8,34. Todavia, têm a pior percepção de qualidade sobre o atendimento telefônico, com índices de 6,38. Funcionamento, atendimento telefônico e digital e informação ao consumidor são as dimensões de qualidade que contribuem para explicar a satisfação geral do consumidor deste serviço.

Finalmente, importante ressaltar que a pesquisa traz, além de subsídios à atuação da própria Superintendência de Relações com os Consumidores, inúmeras informações e diagnósticos relevantes que contribuem para subsidiar a Anatel no momento de propor ações e medidas regulatórias mais eficazes e efetivas para a melhoria dos serviços de telecomunicações no Brasil.

Os resultados desta edição – e das anteriores – podem ser consultados e baixados no link: https://www.gov.br/ anatel/pt-br/consumidor/compare-asprestadoras/pesquisa-de-satisfacao-equalidade.

umo em direção à governança corporativa, empresas de diversos segmentos têm implementado o Sistema SAP - Sistemas, Aplicações e Produtos em Processamento de Dados em sua estrutura organizacional. A Ibi – Internet Brasileira Incrível, do segmento de telecomunicações, com sede em Governador Valadares, MG, está em processo de finalização da implantação do sistema, que deve estar 100% ativo em todas as todas as cadeias do processo operacional e de produção em maio deste ano. Ao todo foram investidos mais de R$ 1 milhão.

O sistema SAP promete otimizar processos, integrar sistemas e proporcionar uma visão abrangente das operações da empresa. Para a adoção da nova tecnologia,

14 – RTI INFORMAÇÕES

cujo projeto teve início em agosto de 2023, a Ibi contratou uma consultoria nacional, de acordo com o diretor financeiro da empresa, André Matias.

Segundo ele, entre os principais benefícios do sistema SAP está a redução do prazo de realizações e conclusões de auditorias. “Temos um calendário dessas auditorias e, dentro do nosso cronograma, elas levam cerca de 120 dias para serem concluídas. Com o SAP, a expectativa é que esse prazo seja reduzido para 45 dias”, explica. O diretor ainda ressalta que, quanto mais rápida for feita a audição dos números, melhor é a visibilidade da Ibi no mercado financeiro. Ele cita também como ganho a prática da governança corporativa, que só é possível quando se traça toda a materialidade dos números de um negócio. De acordo com Matias, a Ibi, que tem atuação nos Vales do Aço e do Rio Doce, em Minas Gerais, é a única empresa de pequeno e médio porte na região, do setor de telecomunicações, que está implementando o sistema SAP. “A Ibi já é uma empresa reconhecida no nicho de telecomunicações e vai passar a ser reconhecida no mercado de capitais em nível nacional. Com o sistema vamos aumentar a transparência dos números, principalmente para o mercado. Isso significa chances de novos investimentos e parcerias comerciais. A partir do momento que atingirmos o nível de governança, será possível fazermos captações com fundos de investimentos”, enfatiza.

Com mais de 50 mil clientes, a empresa possui rede própria de fibra óptica, que percorre os estados de Minas Gerais, São Paulo e Rio Janeiro. O anel óptico, implementado no final de 2023, faz a interligação entre os três estados e tem extensão de 2000 quilômetros.

Ibi Internet – Tel. (33) 3212-6600

Site: https://ibitelecom.com.br/

15 – RTI – ABR 2024

Alares, operadora independente de serviços de telecomunicações que oferece acesso à Internet via fibra óptica, TV por assinatura, telefonia fixa e streaming, pretende ampliar o número de lojas físicas e os investimentos na tecnologia XGS-PON em 2024.

Recentemente, a companhia inaugurou três novas unidades em Rio Claro, Limeira e Araras, SP. As lojas se juntam às outras 92 espalhadas por 159 cidades nos estados de São Paulo, Bahia, Paraná, Minas Gerais, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, responsáveis por atender aproximadamente 627 mil assinantes, sendo a maioria do mercado residencial.

“Os pontos físicos são fundamentais para comunicar o DNA da marca. Alares é o resultado da fusão das palavras Alado e Ares. A primeira visa passar para o usuário, seja ele corporativo ou residencial, que ele pode decidir o que fazer com a sua Internet quando quiser. Já a segunda mostra a preocupação com a proximidade, e uma loja nos deixa ao lado de nossos clientes”, ilustra Denis Ferreira, CEO da Alares.

Além da banda larga, a gama de serviços inclui diversos tipos de SVA, como

Deezer (música), Globoplay, Paramount+ e Max (streaming de filmes e séries), Docway (telemedicina), Skeelo (audiolivros) e abrange velocidades de até 900 Mbit/s no GPON e até 2 Gbit/s no XGS-PON. Esta última, aliás, é a tecnologia cuja adoção é uma das apostas da empresa. No ano passado, a Alares inaugurou quatro cidades greenfield no interior de São Paulo. Os municípios contemplados foram Rio Claro, Atibaia, Limeira e Araras, cuja tecnologia de redes de fibra oferece largura de banda de até 10 Gbit/s. “Como o XGS-PON está evoluindo de forma rápida, a diferença no valor do investimento em relação ao GPON é muito baixa. Obviamente, tal oferta precisa estar alinhada com equipamentos compatíveis com Wi-Fi 6”, explica o CEO. A rede óptica é majoritariamente própria, com um backbone de mais de 23 mil km de fibra nos sete estados onde está presente. Em alguns pontos, são utilizadas técnicas de swap e troca de capacidade. Uma pequena parte dos assinantes ainda conta com tecnologia HFC – Híbrida FibraCoaxial, que segundo Ferreira deve ser migrada para FTTH a médio prazo.

Atualizações, por sinal, são constantes na Alares. Desde 2015, foram 19 aquisições que resultaram na estrutura atual, com nomes como Webby, Cabo e Multiplay. Já em 2021, o fundo norte-americano Grain tornou-se acionista majoritário da operadora, traçando um projeto de crescimento e unificação que completa dois anos em 2024. Um dos desafios, porém, passa à margem das tecnologias e fusões de mercado e aflige o setor como um todo. Segundo o CEO, a disponibilidade de postes, bem como o alto custo para investimentos e a acirrada “guerra de preços” entre as operadoras são questões fundamentais a serem resolvidas para garantir a saúde operacional e financeira dos provedores. “A questão dos postes, principalmente para operadoras regularizadas junto às distribuidoras de energia, é fundamental para que os provedores regionais possam expandir suas redes. Já do ponto de vista macroeconômico, quando os juros são altos, inviabilizam investimentos. Por fim, temos visto operadoras, de diferentes portes, entrando em guerra de preços, o que é ruim para o segmento.

16 – RTI – ABR 2024
INFORMAÇÕES

Acreditamos que priorizar qualidade e valor para clientes e acionistas ainda é o melhor caminho”, finaliza.

Alares – Site: www.alaresinternet.com.br

NOTAS

Faturamento – O setor de segurança eletrônica encerrou 2023 com um faturamento de mais de R$ 12 bilhões e crescimento médio de 13,75%. A informação é do Panorama do Setor de Segurança Eletrônica divulgado pela Abese - Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança. O estudo ainda destaca a consolidação da indústria, que superou o desempenho geral do mercado e cresceu 18,3% no mesmo período. Link: https://tinyurl.com/ye2xcw2p.

Banda larga – O BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social aprovou um financiamento de R$ 88,5 milhões para a construção de mais de mil quilômetros de rede de fibra óptica em 24 municípios do Rio Grande Norte e da Paraíba, ampliando a Internet banda larga e os serviços de telecomunicações nesses estados. A iniciativa terá recursos do FUST - Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações, para a Proxxima Telecomunicações S.A. Link: https://tinyurl.com/2dk5bz65.

Fusão – A Anatel aprovou o início das operações da InterNexa Brasil pela Mega (ex-Megatelecom), empresa de telecom e tecnologia com sede em Barueri, SP. Com isso, a rede da Mega passa a conectar mais de 450 cidades em 16 estados, além do Distrito Fe-deral, bem como passa a atender o mercado de redes de longa distância (backbones) de alta disponibilidade e densidade, usando a rede elétrica de transmissão, por meio de redes OPGW (siglas em inglês para cabos de aterramento óptico). Link: https:// tinyurl.com/23uvmsfa.

FTTR – A Americanet+Vero, em parceria com a Huawei, passou a oferecer no Brasil a tecnologia FTTR - Fiber to the Room, que funciona como uma espécie de “fibra invisível”. Dessa forma, o usuário consegue ter acesso a uma Internet ultrarrápida sem depender de conexão sem fio. Atualmente, a solução está em teste em Juiz de Fora e em Conselheiro Lafaiete, cidades do interior de Minas Gerais. Link: https://tinyurl.com/yt85u2z2.

As notas acima são um resumo de notícias sobre o mercado veiculadas no RTI in Bits, boletim semanal enviado por e-mail para os leitores de RTI . Mais matérias podem ser acessadas no site : https://www.arandanet.com.br/revista/rti/noticias.

17 – RTI – ABR 2024

Cenário nacional da distribuição de produtos para telecom

OApesar do crescimento em ritmo menor em relação aos anos anteriores, o mercado de banda larga continua em expansão no Brasil. Há muitas oportunidades de negócios para atualização de redes, uso de novas tecnologias e conectividade em áreas rurais, como afirmam os distribuidores de produtos para redes e telecomunicações, foco da reportagem especial a seguir.

s distribuidores de produtos são fundamentais no mercado de redes e telecomunicações, ao facilitar o acesso dos fabricantes a uma ampla rede de pontos de venda e atendimento aos consumidores de maneira ágil e eficaz. Em especial para os provedores de Internet, que estão espalhados de forma pulverizada pelo país, a capilaridade dos canais de distribuição reduz custos e agiliza a entrada e saída de produtos.

Além da facilidade logística, que inclui estoque a pronta entrega, os empresários agregam valor ao produto, oferecendo uma melhor relação custo/benefício para os clientes. Como mostra a reportagem a seguir, que traz entrevistas com vários distribuidores do setor, as empresas oferecem hoje muito mais do que a venda de produtos. Elas oferecem o atendimento personalizado a projetos, suporte técnico, consultoria financeira, treinamentos e facilidade de pagamento, além de difusão de conhecimento entre os clientes, destacando as tendências de mercado.

4eX Solutions

A 4eX Solutions, uma empresa de distribuição e projetos de TI, foi fundada em 2002 com foco em projetos, expandindo suas operações para distribuição em 2018. Com

sede em Porto Alegre, RS, e presença em Joinville, SC, e Fortaleza, CE, a empresa mantém estoque nesses locais e presença comercial em Curitiba, PR, e Recife, PE.

A 4eX Solutions atende principalmente o mercado corporativo e provedores de Internet com infraestrutura de rede interna e externa, wireless, networking e data centers. As redes PON LAN e de cobre para enterprise representam seu principal foco de negócios.

Entre as marcas representadas estão CommScope, Ruckus, Datacom, Zyxel, Parks e Microsoft. Segundo Lucas Parenti, diretor comercial da 4eX Solutions, nos últimos anos, a empresa registrou um crescimento anual médio de 70% no faturamento, resultado de investimentos estratégicos em estrutura, estoque e parcerias com marcas renomadas. A empresa busca crescer com a estrutura existente e está otimista com novas parcerias, como a recente com a CommScope. “Para 2024, adotamos uma postura mais conservadora, aguardando uma posição econômica e política mais estável para retomar investimentos”, diz o executivo.

Segundo o executivo, o diferencial da 4eX Solutions é o valor agregado através de uma equipe técnica interna qualificada, capaz de prestar suporte em projetos, configuração

ESPECIAL 18 – RTI – ABR 2024
Sandra Mogami, da Redação da RTI RTI RTI

de equipamentos e treinamentos constantes em sua matriz e filiais. “Os integradores parceiros podem contar com um time de AutoCad, engenharia e analistas de rede, dentre outras disciplinas técnicas bem preparadas dentro da nossa estrutura”, afirma.

No mercado de provedores de Internet, a empresa observa um aquecimento relacionado a fusões e aquisições, com redes neutras alterando a dinâmica do setor. “A expectativa é de constante transformação e consolidação, com investimentos significativos em edge data centers e tecnologias que aprimorem a experiência do usuário em termos de velocidade, banda e latência”, afirma Parenti.

O mercado de fibra óptica no Brasil continua crescendo, com os provedores e redes PON LAN corporativas impulsionando esse avanço. Tecnologias emergentes, como WiFi 7, IA, PON LAN e redes Cat. 6A de cobre na borda, juntamente com edge data centers, são esperadas para dominar o mercado nos próximos anos.

https://www.4exsolutions.com.br/

Agora Distribuidora

Fundada em 1993, a Agora Distribuidora conta com sede em São Paulo e presença global, com armazéns estratégicos em Miami, EUA, e Shenzhen, na China. No Brasil, tem centros de distribuição no Espírito Santo, Santa Catarina e Barueri, SP. Com uma equipe de quase 150 colaboradores, a empresa

se destaca no fornecimento de soluções de conectividade, cloud, data center, segurança eletrônica, radiocomunicação, telemetria, projetos governamentais e serviços profissionais.

A Agora Distribuidora trabalha com uma gama de marcas, incluindo Huawei para provedores de Internet, Hikvision e Holowits em segurança eletrônica, controle de acesso Assa Abloy, servidores Positivo Supermicro, software VMS ISS e Digifort e Vertiv em data centers, oferecendo produtos como retificadoras, baterias de lítio, PDUs, smart cabinets e UPS. A empresa também fornece soluções de cloud através da Huawei Cloud e de radiocomunicação com Motorola Solutions, além de telemetria com GE.

De acordo com Severino Sanches, CEO da Agora Distribuidora, nos últimos anos, a empresa tem apresentado um crescimento consistente. Para 2024, a expectativa é de um aumento de receita de 40%, impulsionado pela ampliação de soluções de digitalização e automação de processos.

e consultoria técnica para soluções de redes IP e redes de transmissão ópticas (DWDM).

No segmento de provedores de Internet, a Agora Distribuidora acompanha a evolução do mercado de GPON para NG-PON, destacando a importância de serviços de valor agregado, como segurança patrimonial e WiFi Premium com recursos de IAInteligência Artificial, para diferenciar os provedores no mercado.

Na avaliação do CEO, o mercado de fibra óptica no Brasil continua em expansão, com oportunidades significativas de crescimento, especialmente em áreas rurais e regiões anteriormente carentes de acesso à Internet. “Tecnologias como WiFi 6 e muito em breve WiFi 7, soluções de FTTO - Fiber to the Office, PON LAN e IA dominarão o mercado nos próximos anos, impulsionadas pela modernização das redes de transmissão óptica e a expansão de sites para transmissões celulares em 5G e 5.5G”, afirma.

Site: https://agoradistribuidora.com.br/

Connectoway

Entre os diferenciais da Agora Distribuidora está o atendimento personalizado a projetos. “Temos uma equipe de engenharia especializada, proporcionando suporte na seleção de produtos e soluções completas. Dessa forma, o cliente não precisar comprar parte aqui e parte em outro distribuidor”, afirma. Além disso, a distribuidora possui uma área de treinamentos e capacitação para revendas e provedores.

Recentemente, iniciou a oferta de serviços de implementação

Com mais de 23 anos de atuação, a Connectoway oferece soluções para os mercados de telecomunicações, utilities e setor público. Tem sede em Recife, PE, e presença consolidada em todo o país, atendendo a uma variedade de projetos, desde provedores e operadoras competitivas até o mercado corporativo, com a oferta de produtos e serviços em conectividade, infraestrutura de TI, cibersegurança e energia solar.

A empresa organiza seu atendimento comercial em Unidades de Negócios especializadas, cada uma com estrutura dedicada para suportar os clientes em seus projetos específicos. As unidades incluem Telecom, focada em operadoras e provedores de Internet; Enterprise, voltada para utilities, setor público e pequenas e médias empresas; Solar, especializada em distribuição de produtos para projetos de energia limpa; e Distribuição, que atende parceiros de TI e telecom com soluções fim a fim

19 – RTI – ABR 2024
Unidade da 4eX Solutions em Porto Alegre
Severino Sanches, da Agora Distribuidora: crescimento de 40% em 2024

para o setor corporativo. Entre as marcas representadas pela Connectoway estão Huawei, CheckPoint, Hikvision, Skylane e FiberHome.

Segundo Carlo

Cartaxo, CEO da Connectoway, nos últimos anos, a empresa tem experimentado um crescimento notável, alinhando-se às necessidades dos clientes para se tornar um distribuidor de soluções de valor agregado com padrão one-stop shop. “A empresa se destaca por sua sintonia estratégica com clientes e parceiros, especialmente no setor de telecomunicações que, apesar de um crescimento mais moderado recentemente, continua a apresentar oportunidades significativas”, afirma. A expectativa para as outras verticais de negócios permanece alta, com a recuperação dos investimentos em energia limpa e infraestrutura de TI e telecom para o setor público e utilities.

Carlo Cartaxo, da Connectoway: mercado ainda apresenta oportunidades significativas

“O diferencial da Connectoway reside em sua capacidade de atender às necessidades imediatas dos clientes, oferecendo soluções abrangentes e garantindo a continuidade dos negócios. Temos um time completo, desde engenharia de pré-vendas até suporte financeiro e comercial, trabalhando exclusivamente com fabricantes líderes de mercado”, diz o CEO. Dados indicam que cerca de 75% das conexões de banda larga fixa são realizadas via tecnologia GPON. “Após um período de cinco anos de crescimento contínuo, de 2018 a 2022, houve uma desaceleração nos investimentos em equipamentos PON em 2023, com operadoras e provedores focando na realização dos investimentos anteriores. No entanto, há uma retomada nos processos de fusões e aquisições, indicando uma fase de consolidação e convergência de soluções e clientes estratégicos para suporte a novas receitas B2B”, diz.

As perspectivas para o crescimento do mercado de fibra óptica no Brasil continuam positivas, com espaço para expansão e adoção de novas tecnologias. Segundo o executivo, existe ainda um legado de tecnologias limitadas às velocidades já experimentadas em GPON que fatalmente será transformado. Contudo, esse movimento acontecerá de forma mais lenta. “É importante dividir as tecnologias de infraestrutura em relação às tecnologias de aplicação. Em termos de infra, entendemos que o GPON deve evoluir naturalmente para as tecnologias XGSPON, com saltos em termos de velocidade e capilaridade. Em termos de aplicações, todas evoluem e estão sendo aceleradas pelo crescente uso de IA. O alto processamento exigido nesta tecnologia puxa uma série de investimentos em processamento de borda, armazenamento e análise de dados em massa que fará com que todo o mercado se ajuste nos próximos anos. Estaremos ao lado dos clientes para garantir que façam isto no momento correto e que se ajustem às demandas tecnológicas emergentes no momento oportuno”, finaliza. Site: http://connectoway.com.br/

DCA – Delta Cable Americas

A DCA é uma distribuidora de valor agregado especializada em soluções para infraestrutura de rede, conectividade e segurança eletrônica. “As soluções convergem e se integram, oferecendo uma arquitetura completa para as demandas de segmentos diversos, do corporativo ao industrial”, afirma a diretora de Marketing e Gestão de Pessoas Ana Luiza Hellwig.

Em 2024, a empresa está completando 30 anos no mercado brasileiro. Fundada em julho de 1994, em Curitiba, PR, a DCA conta hoje com 12 escritórios e três centros de distribuição, localizados em seis estados, com 150 colaboradores. Além disso, tem uma subsidiária internacional, na Flórida, EUA, para atender, de forma exclusiva, o Brasil.

A DCA trabalha com mais de 25 marcas, sendo distribuidora master da Furukawa desde a sua fundação. “Além disso, temos no portfólio outros fabricantes de referência global, como Dahua, Fluke, Cambium, Zyxel, Brady, D-NET, Eaton, ZKTeco, Invenzi, Senstar e Milestone”, diz Ana Luiza.

Segundo a executiva, historicamente, os cases de sucesso estão mais concentrados nas verticais de cabeamento estruturado, PON LAN, segurança eletrônica e equipamentos de teste. Em 2024, a empresa lançou a vertical de áudio e vídeo IP, para atender ao crescimento exponencial das demandas por soluções em LED e displays profissionais.

O avanço da transformação digital, somado à grande alteração na arquitetura das redes de telecomunicações e preocupações com relação à segurança patrimonial e de dados, está impulsionando a busca por soluções de alto valor agregado, que é o foco da DCA. “Para isso, complementamos nosso portfólio com novas tecnologias,

20 – RTI – ABR 2024 ESPECIAL
Centro de distribuição da DCA

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como é o caso do áudio e vídeo IP, microdutos, gerenciamento de energia e softwares para segurança pública”, diz.

Para 2024, a distribuidora tem uma perspectiva de crescimento em vendas, apostando em soluções sustentáveis pautadas em eficiência energética. “Além disso, com a crescente opticalização das redes, seja através das redes ópticas passivas (PON LAN), seja nos data centers e crescente digitalização das empresas, apostamos em infraestruturas de rede de fibra óptica expansivas e em tecnologias para data centers edge. A cibersegurança também é uma boa perspectiva para 2024, devido ao impacto da tecnologia na privacidade e segurança de dados de organizações”, diz a executiva.

Segundo ela, a DCA é reconhecida no mercado pelo suporte técnico pré e pós-venda a integradores para desenvolvimento de projetos personalizados. “Temos soluções na modalidade IaaS - Infraestrutura Como Serviço e amplo portfólio financeiro”, diz.

Além dos canais tradicionais de compra, a distribuidora conta com uma plataforma de e-commerce que entrega para todo o Brasil, além de atendimento digital consultivo. Site: www.dca.com.br

Dicomp

Fundada em 1998, a Dicomp conta com matriz e um dos CDs – centros de distribuição em Maringá, PR. Atualmente, com 250 colaboradores, a Dicomp tem ainda CDs em Contagem, MG, e Itajaí, SC, além de centros de operações em Ciudad del Este, Paraguai, e em Ningbo, na China. Os principais segmentos atendidos são os de telecomunicações segurança eletrônica, energia solar e automação industrial. O portfólio inclui as marcas Ruijie, Ubiquiti, Sumec, Nazda, Furukawa, Sohoplus, Hikvision, Canadian Solar, ZNShine Solar, Hoymiles, Chint Power, Epever e Delta.

Na avaliação do CEO Filipe Favoto, a evolução nos últimos anos tem sido positiva, principalmente na vertical de telecomunicações, uma das mais importantes da Dicomp. “Na pandemia, houve um crescimento significativo devido ao aumento da demanda de assinantes. Mesmo após esse período, o ramo manteve-se aquecido e consolidado, continuando a crescer”, afirma. Além disso, os segmentos de energia solar e segurança eletrônica ganharam mais espaço e visibilidade no mercado, devido à necessidade de otimizar a economia e tornar grandes projetos mais seguros. “A combinação dessas oportunidades tornou a empresa altamente lucrativa, com uma visão de negócio única no mercado B2B: oferecer multissoluções por meio de projetos e tecnologias integradas”, diz. Para os próximos anos a empresa visa fortalecer a oferta de multissoluções para tornar os negócios mais sustentáveis, por meio de projetos que integram tecnologias de telecomunicações, segurança, energia solar e automação. “Temos o suporte de times técnicos e de P&D, que criam e projetam soluções diferenciadas para atender o mercado”, diz. Além do suporte técnico e desenvolvimento de projetos, treinamentos e certificações, a Dicomp oferece vantagens como o Direct Sales (plataforma de venda direta intermediada para integradores e revenda), Dicomp Fidelidade (clube de fidelidade) e Dicomp Payment (opções de crédito).

Filipe Favoto, da Dicomp: oferta de multissoluções

Na opinião do executivo, o mercado de provedores continua aquecido e tende a permanecer nesse ritmo. “Os provedores podem se diferenciar agregando serviços ao seu negócio e oferecendo soluções práticas e inteligentes aos seus assinantes. Por exemplo, segurança residencial por meio de smart câmeras, que são práticas e fáceis de instalar, e o monitoramento pode ser realizado pelo próprio

usuário. Essa é uma maneira de destacar-se no mercado e aumentar a rentabilidade do negócio”, afirma.

O crescimento do mercado de fibra óptica tem sido orgânico, especialmente na área de conexão para assinantes. “Houve um crescimento significativo nos últimos anos, e os provedores, principalmente os mais competitivos, estão focados em ativar alguns cabos estratégicos na malha de rede, principalmente para ativar novos clientes”, diz.

Quanto às tecnologias que devem dominar o mercado nos próximos anos, a migração do Wi-Fi 5 para o 6 deve ocorrer em grande escala de 2024 para 2025, já pensando em soluções Wi-Fi 7 para o âmbito corporativo, enterprise ou eventos, que exigem capacidade de densidade maior de equipamentos.

Site: www.dicomp.com.br

LAN Networks

Fundada em abril de 2023, a LAN Networks conta com sede em São Paulo e centro logístico em Cariacica, ES. Segundo o diretor de operações Sandro Carvalho, as principais áreas de negócios incluem cabeamento estruturado, CFTV e controle de acesso. “Essas áreas são essenciais para atender às demandas crescentes por infraestrutura de comunicação e segurança nos ambientes corporativos e residenciais”, afirma.

Sandro Carvalho, da LAN Networks: assistência especializada em projetos

Entre as marcas representadas destacam-se a Panduit e Prysmian em cabeamento estruturado; Hikvision e ZKTeco em soluções de segurança; Triunfo Metalúrgica em Racks; Zyxel e TP-Link em equipamentos de rede; e Dutotec em sistemas de canaletas para cabeamento. Segundo o diretor, a evolução nos primeiros sete meses de atividade superou as expectativas. “O início de 2024 está solidificando a confiança de

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que estamos trilhando o caminho certo. Estamos empolgados com os resultados e confiantes em nossa capacidade de crescimento contínuo. As perspectivas para 2024 são extremamente positivas, considerando o sucesso dos primeiros meses e o impulso que estamos mantendo no início deste ano”, afirma.

Na sua avaliação, o principal diferencial em relação ao mercado é a abordagem de parceria com os clientes. “Além de oferecermos suporte técnico dedicado e ágil, também fornecemos assistência especializada em projetos e buscamos agilidade na entrega dos produtos. Nosso compromisso vai além da transação comercial. Estamos empenhados em fornecer indicações de leads, facilitando o crescimento mútuo”, afirma.

O mercado de fibra óptica no Brasil continua a crescer de forma significativa, impulsionado pela demanda crescente por conexões de alta velocidade e maior largura de banda. “Temos acompanhado de perto esse crescimento e mantemos um estoque diversificado de cabos ópticos, além das tendências tecnológicas emergentes que devem dominar o mercado nos próximos anos. Tecnologias como WiFi 6, PON LAN

- rede óptica passiva local e IAInteligência Artificial estão ganhando destaque e devem desempenhar um papel fundamental na evolução do mercado. Acreditamos que ainda há amplo espaço para crescimento, especialmente com o aumento da demanda por conectividade rápida e confiável em diversos setores da economia”, afirma. Site: www.lannetworks.com.br

Next

A Next, empresa especializada em infraestrutura de redes lógicas e digitais, foi fundada em Londrina, PR. Com o passar dos anos, a empresa ampliou suas operações, abrindo uma filial em Anápolis, GO, e mantendo uma unidade de fabricação própria. Atualmente, a Next oferece mais de 220 produtos, totalizando mais de 730 mil itens em seu portfólio.

Os provedores de Internet e distribuidores são o foco principal da Next. A empresa possui

uma linha de produtos de marca própria e distribui produtos de marcas internacionais, como a Huawei.

Flavio Garbuio, da NEXT: taxas de juros competitivas e facilidade de pagamento

Para 2024, a empresa está otimista com o setor de telecomunicações, esperando um ambiente econômico favorável para novos investimentos. “Pela primeira vez, desde o início da pandemia, o país deve viver um momento de maior estabilidade inflacionária, ambiente propício para uma diminuição mais rápida das taxas de juros em comparação ao observado em 2023. Temos grandes expectativas de negócios para este ano, uma vez que os empresários se sentem mais confiantes em expandir sua rede e fazer novos investimentos de melhorias na infraestrutura atual. Nos últimos seis meses, por exemplo, tivemos aumento significativo no faturamento. Estamos crescendo duplo dígito e acreditamos que seguiremos nessa tendência crescente nos próximos meses”, diz Flavio Garbuio, gerente comercial da Next.

24 – RTI – ABR 2024 ESPECIAL

Segundo ele, a Next se diferencia no mercado pelo atendimento ao cliente, preços competitivos, taxas de juros mais baixas em comparação com outras instituições financeiras e flexibilidade de pagamento, como parcelamento em longo prazo e carência. A empresa também oferece suporte técnico especializado e treinamento para revendas e integradores.

Na avaliação do executivo, o mercado de fibra óptica no Brasil continua em crescimento. “Para o futuro, tecnologias como WiFi 6, PON LAN e inteligência artificial são vistas como dominantes no setor. O mercado de provedores no Brasil continuará em constante transformação, exigindo capacidade de adaptação, inovação e diferenciação para se manterem competitivos e relevantes para os consumidores.

Site: www.nextcable.com.br

OIW

A OIW, fundada em 2002 em Taquari, RS, iniciou suas operações quando o fundador, Fabricio Ferreira, viu a oportunidade de importar produtos da China para equipar o provedor de Internet da família, à época chamado TKNet. O negócio expandiu significativamente e a distribuidora conta hoje com 200 colaboradores e seis centros de distribuição espalhados pelo Brasil (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia e Ceará), além de escritórios de venda em Porto Alegre e São Paulo. “A OIW é o maior importador de fibra óptica do país por três anos consecutivos, um reconhecimento da

Siscomex, além de figurar no ranking das maiores empresas do Sul pela Revista Amanhã”, diz o fundador e sócio-diretor.

No segmento de telecom, a OIW atende principalmente pequenos provedores de Internet, além de operadoras, distribuidores e integradores de energia solar no novo segmento. A empresa distribui

25 – RTI – ABR 2024
Centro de distribuição da OIW na Bahia

produtos de fabricantes como Hengtong, Sumec, Huawei, C-Data, Ubiquiti, MikroTik e Raisecom.

Para 2024, as perspectivas são positivas, com expectativa de mercados menos voláteis e uma aproximação mais assertiva com os clientes. “A consolidação dos provedores e a valorização de produtos homologados contribuem para a procura dos produtos da OIW. Isso porque o provedor passou não só a vender planos de Internet, mas se tornou um negócio em si, podendo ser adquirido por operadoras maiores”, afirma Ferreira.

De acordo com ele, os diferenciais da OIW incluem um suporte técnico robusto e a qualidade dos produtos, com todas as unidades logísticas certificadas ISO. “A empresa também se destaca pela importação sob demanda e pelo investimento constante no treinamento de suas equipes de venda”, afirma.

Na avalição do executivo, o mercado ainda está aquecido, mas é um momento de mudanças e a busca por diferenciais dentro do mercado precisa ser constante. “Procuramos oferecer conteúdo rico através de vídeos ou nas conversas com nosso time comercial, a fim de atualizar os clientes e orientar para as novidades que podem fazer o provedor sair na frente de seus concorrentes, como no caso do Wi-Fi 6 e das redes neutras, por exemplo. São tecnologias e atividades que merecem atenção dos donos de provedores e que são, frequentemente, abordadas em nossos materiais de apoio junto aos equipamentos vendidos. Ou seja, além de vender produtos aos seus clientes, a OIW procura auxiliá-los ao agregar conhecimento sobre os nichos em que atuam, destacando as tendências de mercado”, afirma.

Ele lembra que o mercado de fibra brasileiro é bem desenvolvido mas a implantação da tecnologia 5G demandará ainda mais capilaridade, ou seja, ainda mais fibra óptica para construção de novas redes e aumento das já existentes. “Claro que muito ainda precisa ser desenvolvido e

trabalhado, especialmente em áreas mais afastadas dos grandes centros. Assim como a IA, que já se coloca como protagonista de muitas discussões, e que precisa de atenção, estudos e amplo debate”, afirma. Site: https://oiw.com.br/

Supri Nordeste

Com sede em Fortaleza, CE, a Supri Nordeste está no mercado desde 2014, com mais de 50 colaboradores especializados na oferta de produtos e soluções para provedores de Internet (FTTx e wireless), Wi-Fi empresarial e residencial, telefonia VoIP, energia, cabeamento, data centers e infraestrutura de redes. A distribuidora tem presença nacional, com pronta entrega para todo o Brasil, com destaque para a região Nordeste.

Entre as principais marcas representadas estão a Grandstream, MikroTik, Fibracem, Sumec Navigator, Fibercore, TP-Link, Cudy, Orientek, ALGcom, Fujikura, JFA, Duracell e Volt. Em nove anos de mercado, atendeu mais de 3500 clientes, com mais de 1400 itens em estoque, incluindo provedores, operadoras, integradores e revendas.

Segundo o diretor comercial Raoni Bianchi, o crescimento tem sido constante tanto em números como na busca por novas tecnologias. A construção de redes mantém o ritmo de crescimento no país e o mercado está aberto para inovações. “Acreditamos muito na procura pelas tecnologias de Wi-Fi 6 e Wi-Fi 7 devido à alta capacidade de tráfego de dados”, diz.

Entre os diferenciais da empresa estão as facilidades de pagamento e linhas de crédito. “Além disso, contamos com equipe altamente especializada para dar um suporte técnico de qualidade, auxiliando nas dúvidas específicas de cada projeto, e contamos com uma sala de treinamento onde realizamos regularmente cursos de capacitação para os clientes”, afirma Bianchi. Site: www.suprinordeste.com.br

Tellycom

Fundada em 2017 e com sede em Fortaleza, CE, a Tellycom é uma empresa especializada em soluções ópticas para conexões de alta performance, atendendo projetos e mediando alternativas capazes de reduzir custos e promover o crescimento organizado de clientes e parceiros.

A Tellycom atende corporações de todos os segmentos que trabalham com fibra óptica, como telecomunicações, empreiteiros, indústrias, revendedores/ distribuidores, redes corporativas, institutos de pesquisas, governo, educação, operações de TV a cabo e instalações de P&D. “Somos representantes exclusivos na América Latina da Miljet Networks, partner da HPE/Aruba, HP, Lenovo, Fortinet, Huawei e Cisco”, diz o diretor de negócios Fred Brito.

Segundo ele, a Tellycom tem crescido ano após ano em média 20%. O número de clientes na base cresceu 50% somente no último ano de 2023. “Abrimos novos mercados além do habitual de provedores e atualmente estamos crescendo no segmento enterprise, que tem se destacando em nosso negócio”, afirma. Para tanto, a empresa prevê o lançamento de produtos e parcerias com marcas novas. “Estamos no desenvolvimento na abertura de mercado internacional”, diz.

26 – RTI – ABR 2024 ESPECIAL
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O ImVision fornece inteligência em tempo real e descoberta de dispositivos que permitem monitorar e documentar sua infraestrutura de cabeamento, enquanto rastreia a localização de todos os dispositivos de rede conectados. Ele fornece dados acionáveis e insights de desempenho em tempo real que permitem otimizar capacidade, disponibilidade e eficiência.

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A previsão para 2024 é de aumentar o faturamento em 30% e a participação no mercado de transceivers ópticos e cordões ópticos. “Em 2023 lançamos o novo conceito da marca Tellycom, ‘universo de conexões’, e vamos fazer exatamente isso: ofertar mais e manter uma política de preço e prazo que o mercado possa aderir com ainda mais confiança”, diz.

A empresa também abrirá filial no Espírito Santo, lançará uma nova versão do e-commerce e abrirá canais de venda em todo o Brasil. “Vamos cadastrar revendedores da marca Miljet, distribuída com exclusividade pela Tellycom, e expandir a sede no Ceará para aumentar a capacidade de entrega”, afirma.

Na sua opinião, há muito espaço para o crescimento do mercado. “Ainda temos regiões no Brasil carentes de uma Internet de alta performance que precisam ser exploradas e trabalhadas”, diz. Para o diretor, a empresa está sempre em busca de atender os clientes de maneira a entender seu projeto.

“Dessa forma, chegamos juntos no direcionamento do que realmente será atendido. A ideia não é simplesmente vender o produto, mas ter a certeza de que o cliente está realizando a compra certa, com ótimas condições de pagamento e de entrega”, afirma. Site: www.tellycom.com.br

WDC Networks

Fundada em 2003, a WDC Networks atua nos setores de telecomunicações, energia solar e enterprise (áudio & vídeo profissional, cibersegurança, segurança eletrônica, automação e TI). Com sede em São Paulo, a empresa está listada na B3 no segmento de governança corporativa e se destaca por industrializar mais de 50% dos itens que comercializa e manter parcerias com mais de 60 fabricantes nacionais e internacionais.

Em 2019, a WDC expandiu suas operações para a Colômbia e, em 2023, inaugurou um novo escritório em Bogotá. “O país conta um cenário de expansão de banda larga por fibra óptica similar ao cenário brasileiro de

alguns anos atrás”, diz Bruno Rigatieri, diretor comercial da WDC Networks.

Segundo ele, a empresa é pioneira no modelo de negócio TaaS – Tecnologia como Serviço. No último exercício fiscal, a WDC Networks registrou um aumento de 8,2% em receitas futuras contratadas de vendas totais na modalidade TaaS, alcançando R$ 874,8 milhões. As vendas em enterprise também cresceram, com um aumento de 8,7%, totalizando R$ 369,9 milhões.

Entre as principais marcas representadas estão Huawei, Nokia, Leyard, Sophos, Axis, Grandstream, TP-Link, Jinko, Shure, Hikvision, Logitech, Easy4Link, Hillstone, LG, Enel X Way, Hanwha, Panduit, entre outras.

O segmento de telecom representa o maior mercado da WDC, sobretudo com os provedores de Internet, que é a base de sua trajetória, mas em 2024, o objetivo é ampliar a abordagem para novas verticais, como educação, varejo, entretenimento, transportes, indústrias, energia limpa e utilities. “Estamos colocando mais o pé no mercado de enterprise, saindo somente de produtos para a segurança física e para provedores, agregando ao nosso portfólio cibersegurança, videoconferência, painéis de LED e

28 – RTI – ABR 2024 ESPECIAL
Fred Brito, da Tellycom: aumento de 50% na base de clientes

equipamentos de AV profissional”, diz. A empresa oferece um portfólio de soluções completas para essas verticais e outras estão sendo elaboradas pelo Design Center, comercializados no modelo de venda e de locação.

“A WDC está modificando seu posicionamento no mercado a partir de 2024. Vamos ampliar o foco para além da venda de produtos, fortalecendo a venda de soluções completas. Queremos treinar os revendedores e integradores para oferecer aos clientes, ao invés de só um tipo de produto, uma solução completa para resolver o problema representado por aquela compra. Também vamos ofertar aos parceiros provedores novas maneiras de incrementar seus

contratos com clientes, oferecendo serviços combinados e um atendimento de ponta a ponta, com a venda de serviços complementares, como segurança eletrônica e de dados, especialmente a clientes corporativos”, afirma.

Entre os diferenciais à rede de parceiros, estão as modalidades de financiamento no modelo “as a service”, como o TaaS - Technology as a Service e o HaaSHuawei as a Service.

Na opinião de Rigatieri, o mercado de banda larga apresenta um crescimento bem mais reduzido do que nos últimos anos, mas ainda segue em expansão. “O cenário atual é de consolidação dos provedores e isso acaba gerando uma atualização

de parque tecnológico. Ou seja, um provedor adquire outras operações e na consolidação há a tendência de se unificar em uma ou duas marcas para convergir a rede maior e facilitar a gerência. Esse é um cenário que gera crescimento”, afirma.

Entre as tecnologias de destaque, o Wi-Fi 6 já é uma realidade na WDC, que registrou no último trimestre de 2023 um crescimento de 200% do fornecimento de ONUs Wi-Fi 6 em relação ao mesmo período de 2022. “Este é o ano de implementação, venda, instalação do protocolo Wi-Fi 6, de trocar o parque tecnológico, atualizar o produto na ponta, o roteador do cliente final, atuar com quem precisa expandir a conexão para atender à demanda do cliente por banda. E é preciso avançar, porque os fabricantes não param de lançar produtos”, finaliza.

Site: https://wdcnet.com.br

29 – RTI – ABR 2024
Bruno Rigatieri, da WDC Networks: objetivo é ampliar a abordagem para novas verticais

Projeto e testes de campo de um sistema PoE de alta potência

À

Com a evolução da tecnologia PoE –Power over Ethernet para criar ambientes seguros e confortáveis para seus ocupantes, é preciso observar se a conectividade (cabos e conectores) será capaz de alimentar dispositivos eletrônicos com segurança, sem riscos de degradação da conexão e desequilíbrio da resistência dentro dos pares. Os testes de campo podem ajudar nesse sentido.

Fluke Networks, Legrand e Superior Essex

medida que o PoE - Power-overEthernet se torna o método preferido para fornecer simultaneamente energia e dados até os dispositivos, as empresas de tecnologia estão introduzindo novos sistemas e dispositivos específicos de PoE para melhor atender empresas e consumidores em geral. Para funcionar corretamente e em todo o seu potencial, a nova tecnologia requer que instaladores e usuários levem em consideração:

• A necessidade de proteger completamente o seu investimento em novos dispositivos, incluindo hardware de infraestrutura passiva, como conectores e tomadas.

• Vida útil mais longa em comparação com sistemas de rede existentes.

• A importância de dispositivos à prova de futuro de acordo com requisitos emergentes.

• Que os componentes possam resistir a temperaturas mais altas.

• A necessidade de justificar os investimentos de instalação calculando a eficiência energética esperada.

Agora, mais do que nunca, os usuários buscam componentes de acesso a dados de qualidade comprovada, para que possam ter certeza do valor de investir em novas tecnologias e atender aos padrões estabelecidos pelos órgãos governamentais.

O que é PoE?

Nos últimos anos, dispositivos que antes eram estritamente analógicos tornaram-se digitais, funcionando mais como computadores e utilizando a rede IP. Um dos primeiros exemplos de PoE encontrado em edifícios comerciais foi o de serviço de voz sobre IP (VoIP). Desde então, as aplicações para integrações de PoE só cresceram. À medida que os dispositivos se tornam cada vez mais digitais ou “inteligentes”, a tecnologia PoE simplifica a instalação e permite aos usuários monitorar e controlar melhor seus ambientes. Por exemplo, a proliferação de tecnologias digitais e dispositivos que podem ser incorporados em residências e escritórios dão aos proprietários e equipes de manutenção a capacidade de monitorar e controlar as funções do edifício, simplificando as operações.

Enquanto no passado os dispositivos exigiam cabos separados para conexões de energia CA e rede, o PoE permite que ambas as funções sejam entregues através de um único cabo Ethernet. O cabo de par trançado funciona como um pipeline que entrega até 10 Gbit/s de dados e até 100 W de

CABEAMENTO 30 – RTI – ABR 2024

potência para dispositivos inteligentes na rede, incluindo aplicações como iluminação, telefones IP, sistemas de automação predial, pontos de acesso sem fio e muito mais.

Embora a tecnologia PoE esteja em desenvolvimento, o conceito de fonte de alimentação segura e de baixa tensão através do par trançado do cabeamento existe desde as primeiras formas de comunicação cabeada. No passado, a central automatizada de escritórios fornecia tensões de anel de 30 V + 15 V via 1 ou 2 pares para telefones fixos residenciais ou comerciais. Mais recentemente, a tecnologia progrediu a partir de tensões de sinalização de dados de 5 V ou menos para alimentação PoE na mesma rede trançada de 4 pares em quase todas as infraestruturas de cabeamento de comunicação de edifícios comerciais. O objetivo do PoE é fornecer um método de entrega de baixa tensão que pode alimentar de forma eficiente um dispositivo final a partir de uma localização central, como um rack de telecomunicações, usando simultaneamente o mesmo caminho de transmissão de dados Ethernet. A alimentação PoE elimina a necessidade de executar ou utilizar cabeamento separado ou tomadas CA para fornecer energia aos dispositivos finais.

Preocupações e medidas de segurança

À medida que a tecnologia avança e oferece aos usuários melhores ferramentas para controle e monitoramento de ativos, o PoE se torna cada vez mais relevante. Dispositivos PoE não requerem um eletricista para instalação e praticamente elimina o risco de eletrocussão, tornando a instalação significativamente mais fácil. Como a tecnologia PoE continua a se desenvolver, os cabos são equipados para lidar com maiores cargas de transmissão com segurança. Além disso, aplicações potenciais para produtos compatíveis com PoE estão se multiplicando, assim como o valor tanto para fabricantes e usuários finais.

O modelo aprovado pelo IEEE Institute of Electrical and Electronics para PoE é seguro porque:

• A base técnica é construída em torno do NEC - National Electric Code para cabeamento de baixa tensão, semelhante ao que tem sida usada há anos para sistemas telefônicos.

• A energia é fornecida apenas pelo equipamento de fonte de energia

(PSE) no cabeamento que tenha um dispositivo alimentado (PD) válido conectado e seguindo uma negociação de autorização. Quando um PD é removido ou a continuidade do canal é interrompida, a energia não é mais fornecida a esse canal.

PoE e o edifício digital

O Cisco Digital Building lançou as bases para um sistema de cabeamento PoE para atuar como um sistema nervoso central para os edifícios inteligentes de amanhã. A empresa criou um ecossistema de parceiros que une fabricantes de “dispositivos conectados” com fabricantes de infraestrutura PoE/Internet das Coisas (IoT).

Ao usar PoE como meio para fornecer energia e dados para dispositivos conectados, torna-se possível criar um edifício digital. A Cisco também projetou switches para distribuir esse sinal por todo o edifício, capazes de suportar topologias centralizadas e descentralizadas.

Padrões e requisitos

As aplicações PoE e os cabos que as alimentam são governados por diversas organizações de padronização: IEEE, que rege e define todas as aplicações Ethernet (802.3), incluindo PoE, a TIA - Associação da Indústria de Telecomunicações e a ISO/IEC - Organização Internacional de Padronização/Comissão Eletrotécnica Internacional, cujos padrões de cabeamento comercial estabelecem diretrizes de instalação de teste e lançamento de padrões subsequentes.

Embora os aplicativos PoE normalmente rodem em cabeamento definido pela TIA e ISO/IEC, o padrão PoE é controlado inteiramente pelo IEEE. O IEEE solicita contribuições dos órgãos de padrões de cabeamento em relação às suas recomendações e inicia discussões sobre temas e preocupações da tecnologia conjunta. A TIA e a ISO/IEC definem e possuem a versão dominante das diretrizes de projeto, instalação e teste do cabeamento estruturado.

Esses padrões (TIA 568C e ISO/ IEC 11801) têm sido adotados tanto nos Estados Unidos como internacionalmente, desde o final da década de 1990. Tanto a TIA quanto a ISO/IEC agora consideram o impacto na energia do PoE ao montar ou atualizar padrões e práticas de cabeamento. O primeiro padrão oficial Power over Ethernet (IEEE 802.3af) foi introduzido em 2003 e direcionou aplicações que já eram atendidas por cabeamento de par trançado de cobre.

Uma das primeiras aplicações direcionadas para PoE foi a telefonia IP que, junto com as aplicações IEEE PoE subsequentes, foi projetada para implantação em cabeamento de 4 pares através da infraestrutura do edifício ou campus (TIA 568 e ISO/ IEC11801) e cabeamento estruturado, bem como aplicações de infraestrutura específica de cabeamento de 4 pares.

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Fig. 1 - Erosão causada por arco elétrico

Por que a escolha da conectividade é importante

A linha de conectividade deve ser projetada com aplicações PoE em mente. Quando se trata de alimentar dispositivos eletrônicos com segurança, a degradação da conexão e o arco voltaico são duas preocupações comuns.

Uma condição conhecida como erosão do centelhador (figura 1) pode ser causada desacoplando a conexão do plugue sob uma carga PoE. Os contatos devem ser projetados especificamente para atender essa preocupação, separando a área de contato da posição totalmente acoplada do plugue e dos conectores, protegendo a área banhada a ouro da posição totalmente acoplada e garantindo uma conexão de contato de alta qualidade para produtos. Esta é uma forma eficaz de proteger contra a degradação da conexão que pode comprometer o desempenho da rede ou aumentar as taxas de erro de bits. Embora os conectores e painéis tenham pouco impacto na atenuação, em grande parte porque os circuitos dentro dessas partes são muito curtos, esses conectores ainda podem influenciar o rendimento de energia. Muitas tomadas e conectores de painel atuais utilizam circuito impresso para controlar e cancelar ruído e elevar o desempenho do sinal digital legível. A ênfase na transmissão de dados no que se refere ao projeto de placa de circuito impresso (PCB) não causa preocupações quando os valores inferiores iniciais de energia PoE foram lançados, mas é importante observar que os caminhos do circuito PCB (área de superfície total, larguras de traço e conteúdo transversal) podem diferir com cada variação, tornando importante estar ciente das diferenças nas atuais capacidades de carga. Conectores que utilizam placas de circuito impresso projetadas

de acordo com as recomendações da IEC 60512-99 já são projetados para suportar 1 A em cada caminho do circuito. Como um circuito completo é um loop, normalmente contendo 2 traços, esse requisito às vezes pode ser listado como 1 A por par.

Um design de 1 A é suficiente para suportar no máximo 350 mA de 802.3af e 600 mA de 802.3at, mas permitir o 960 mA projetado para 802.3bt tipos 3 e 4 coloca os níveis totais muito perto da capacidade de 1 A e proteção recomendados pela IEC. Para garantir algum nível de margem, a conectividade com PCBs se beneficiaria de traços de circuito projetados para lidar com mais

de 1 A. O mercado já oferece linhas de conectividade projetadas para suportar 1,5 A ou mais por traço de circuito, oferecendo margem adicional além das recomendações da IEC.

Como as maiores larguras de rastreamento de cabos na placa de circuito impresso disseminam melhor o calor, conectores e cabos com bitolas de fio mais grossas (normalmente 22 ou 24 AWG) são mais bem otimizados para aplicações PoE.

Ao escolher dispositivos para conectividade PoE, considere que:

• Se os produtos não estiverem em conformidade com IEC 60512-99, essa conectividade não deve ser descrita como capaz de suportar todos os níveis de PoE.

• Ao depender da única recomendação do órgão de padronização até o momento (IEC 60512-99), a compatibilidade da conectividade pode estar muito próxima dos limites do projeto ao suportar PoE de alta potência. Para eliminar o risco, observe os fabricantes de conectores, que estão projetando produtos com capacidades além do mínimo de 1 A.

• Produtos de conectividade projetados ou especificados com capacidade de 1,5 A ou acima oferecem maior margem do caminho da energia.

Escolha do cabo

Como os usuários esperam que a tecnologia PoE seja adequada para até 100 W energizados em 4 pares, emergiu um novo conjunto de preocupações em relação a padrões, segurança, instalação, eficiência energética, desempenho de transmissão de dados e vida útil.

As altas temperaturas geradas por operações PoE em categoria de cabos chamam atenção para a segurança do edifício e o impacto na transmissão de dados. Como resultado, tanto o NEC e TIA regulam o aumento máximo de calor para cabos em operação. A figura 2 demonstra a relação entre aumentos de temperatura e a potência.

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CABEAMENTO
Fig. 3 - Menor aumento de temperatura com condutor 22 AWG Fig. 2 - Aumento de temperatura do feixe com 91 cabos

A figura 3 mostra a diferença de temperatura dependendo do design do cabo.

Pela primeira vez, o PoE está sendo adotado em aplicações como iluminação, que precisará resistir a décadas de uso em ambiente de calor e alta potência. Estas duras condições têm implicações significativas para os materiais utilizados como isolamento e capa. A introdução de operações 4PPoE significa que os cabos PoE suportarão temperaturas mais altas por mais períodos, promovendo estudos que buscam estimar a vida útil do isolamento de cabos por OIT - Tempo de Indução Oxidativo. Este é um método prático de primeira vista que ajuda os pesquisadores a compreender o impacto de aumentos de temperatura em materiais de isolamento. Quando testados, os materiais de isolamento FEP e PE mostraram, com base na primeira amostra de cabo examinada, que o cabo deve atender à expectativa de vida da indústria de 20 anos em condições de operação normal, mas não na classificação de temperatura mais baixa da UL. Em temperaturas mais baixas, o isolamento é mais sujeito à degradação por danos térmicos a 60°C e exibe uma vida útil estimada de menos de 5 anos. Em contrapartida, os dados da segundo amostra sugeriram que o cabo não atenderá às metas de expectativa de vida, mesmo nas condições ambientais típicas de temperatura de operação de 40°C. Por inspeção visual, a segunda amostra de cabo mostra grave degradação do isolamento após apenas 10 dias a 120°C (figura 4).

O mercado oferece cabos eficientes e capazes de suportar os desafios de alto calor e alta potência. A eficiência energética do sistema de cabeamento está diretamente relacionada à resistência CC do cabo, que tem uma influência direta no custo total de operação devido ao consumo de energia do sistema e sua relação com

a perda de potência gerada pelo cabo. O custo do cabeamento de um sistema de 100 W 4PPoE seria o equilíbrio certo entre o custo do projeto do cabo e a eficiência de potência do cabo. Cabos que minimizam a geração de calor e a perda de potência têm um impacto positivo no custo operacional da instalação, permitindo que o sistema de refrigeração opere menos e reduza o consumo de energia. Concluindo, usar cabos dedicados aos sistemas PoE garante a segurança da instalação, minimiza a geração de calor e a perda de energia, maximiza a dissipação de temperatura e otimiza os custos de fabricação.

Sistemas de cabeamento sinérgico: por que o canal de cabeamento é importante

A conformidade com a DCRResistência à Corrente Contínua garante os requisitos de que o fornecimento de energia não degrade o desempenho dos dados, mantendo uma tensão consistente entre dois pares. Para atender aos requisitos descritos no IEEE 802.3bt Draft 3, a DCR não deve

exceder 21 Ω. A diferença de resistência entre dois pares não deve exceder 200 m Ω ou 7% e a diferença entre dois condutores do mesmo par não pode exceder 100 m Ω ou 3%. A norma também reconhece que medições de campo podem ter limitações de precisão abaixo de 200 mΩ . Esses padrões existem para evitar desequilíbrio de DCR, que pode ser causado por fabricação defeituosa do cabo ou práticas de instalação inadequadas e, às vezes, até pela bitola específica do fio do cabo. Medições de teste DCR são conduzidos pelo fabricante do cabo; valores menores de DCR indicam que um sistema está mais bem protegido do que aquele com uma classificação mais alta. Produtos fabricados com atenção ao DCR tendem a ter vida útil mais longa e menores custos porque equilibrar a entrega de energia e dados evita um excesso de potência em um único traço e oferece maior eficiência sem degradação de dados.

Ao avaliar um sistema PoE, é importante analisar o desequilíbrio de DCR dentro de um par, par a par e DCR geral para garantir a entrega ideal de energia e dados.

Por que os testes de campo PoE são importantes

Durante anos, as especificações de cabeamento foram formuladas para comunicações de dados de alto desempenho. Sistemas certificados de cabeamento para atender aos requisitos apropriados para perda e NEXT – end end crosstalk, por exemplo, podem ser confiáveis para suportar taxas de dados de 10 Gbit/s ou até mais. No entanto, requisitos para garantir o desempenho de alta potência de sistemas PoE só recentemente apareceram, conforme a tecnologia foi sendo desenvolvida. Durante esse período, as organizações de padronização

34 – RTI – ABR 2024 CABEAMENTO
Fig. 5 - Danos nos cabos e degradação do isolamento após 10 dias a 120°C Fig. 4 - Exemplo de cabo em condições normais

determinaram que as medições relevantes para garantindo o desempenho do PoE são:

• Resistência do circuito CC.

• Desequilíbrio de resistência CC entre pares.

• Desequilíbrio de resistência CC dentro de um par.

Medida em ohms ( Ω), a resistência do circuito CC é a soma da resistência CC de dois condutores em um par enrolados em uma extremidade do link. Uma resistência mais alta significa mais perdas ao longo do comprimento do cabo, definindo a quantidade de energia que pode ser entregue por um comprimento específico de cabo.

O desequilíbrio da resistência CC dentro de um par afeta a transmissão de dados em cabos PoE e o desequilíbrio excessivo causa saturação do transformador do receptor e distorce as formas de onda dos sinais de dados Ethernet, causando erros de bits, retransmissões e até mesmo links

de dados que não funcionam. Além disso, em sistemas PoE de quatro pares Tipo 3 e Tipo 4, não é mais apenas o desequilíbrio da resistência em cada par que importa. Um desequilíbrio excessivo de resistência entre múltiplos pares pode fazer com que o PoE pare de funcionar. Embora não seja incomum os fornecedores listarem os valores de desequilíbrio da resistência CC nas especificações do cabo, os padrões TIA não requerem teste de desequilíbrio de qualquer forma de resistência ou resistência de loop como uma medição de campo. Ao contrário dos testes de resistência do circuito CC, a falta de exigência para realizar testes de campo para desequilíbrio de resistência CC foi em parte devido à incapacidade dos testadores mais antigos de realizar essas medições. Portanto, permaneceu principalmente como uma medição de laboratório feita por fornecedores de sistemas de cabeamento.

O teste de campo do desequilíbrio da resistência CC é a única maneira de garantir resistência igual entre condutores ou pares após a instalação.

Conclusão

A tecnologia PoE tem gerado aplicações interessantes para gerenciar uma nova geração de edifícios digitais e criar ambientes seguros e confortáveis para seus ocupantes. Para maximizar os benefícios da tecnologia, fabricantes têm somado seus conhecimentos e soluções para criar um sistema capaz de conservar recursos, priorizar a segurança e aumentar a vida útil do produto ao longo do tempo.

Publicação com autorização da Fluke Networks. O artigo original em inglês se encontra disponível no site: https://www.flukenetworks.com.

35 – RTI – ABR 2024

Guia de UPS, retificadores e inversores de energia

Sistemas de energia são fundamentais para garantir o desempenho de data centers e instalações de telecomunicações. O guia mostra onde localizar os fornecedores de UPS, retificadores, carregadores de baterias e inversores no Brasil. O levantamento inclui ainda as fontes, estabilizadores, filtros, bancos de carga e chaves de transferência.

UPS estáticos (BT)

Empresa, telefone e e-mail

Adelco (11) 4199-7500 condenergia@adelco.com.br

ALGcom (54) 9139-8546 n vendas@algcom.com.br

Apice Sistemas (19) 3754-5000 n vendas@apice.com.br

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Legrand (11) 98457-6915 sac@legrand.com.br

Leistung (35) 3622-5010 leistung@leistung.ind.br

Logmaster (51) 2104-9005 logmaster@logmaster.com.br

Multi Industrial contatopro@grupomulti.com.br

NHS (41) 2141-9201 n falecom@nhs.com.br

Proteco (11) 99602-6452 n comercial@proteco.com.br

Ragtech (11) 2147-3019 n comercial@ragtech.com.br

RTA (11) 95302-5648 n rta@rta.com.br

Union (11) 97309-4094 n comercial@unionsistems.com.br

Vertiv (11) 3618-6600 leticia.correa@vertivco.com

WEG (47) 3276-4000 automacao@weg.net

Monofásicos Correção linear Correção em degraus Estabilizadas CA Chaveadas CC Reguladas CC Operação em média tensão Até 400 kVA Com bateria Com motor diesel integrado Com flywheel Descentralizada Monobloco (3) > 20 kVA De 5 a 20 kVA Até 5 kVA Trifásicos Tri–mono (2) Monofásicos Off-line Interativo Modular Centralizada Partida redundante do motor Acima de 400 kVA Ferrorressonante Trifásicos Monofásicos Trifásicos Monofásicos Trifásicos IP Bus –Isolated Paralell PDU –power distribution unit Banco de carga Automática (ATS) Estática (STS) Chaves de transferência (BT)

Filtros ativos

UPS dinâmicos (rotativos) FontesEstabilizadores On-line (1) Potência Versões Com chave estática Potências Tipo Retificadores, carregadores de bateria Inversores ••••••••••• •••••••••••• •••••• •••••• ••• ••••••• ••••••••••••• ••••••• ••••••••

Notas: (1) (1) Dupla conversão; (2) (2) Entrada trifásica e saída monofásica; (3) (3) Em gabinete autoportante. Obs: Os dados constantes deste guia foram fornecidos pelas próprias empresas que dele participam, de um total de 110 empresas pesquisadas. Fonte: Revista Redes, T T Telecom e Instalações elecom e elecom , abril de 2024.

Este e muitos outros Guias RTI RTI RTI RTI estão disponíveis on-line, para consulta. Acesse www.arandanet.com.br/revista/rti e confira. Também é possível incluir a sua empresa na versão on-line de todos estes guias.

36 – RTI – ABR 2024 SERVIÇO
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CA-CC com bateria interna

Dez problemas que podem ser solucionados por um data center on-premises

Zeittec Data Center Solutions

Apesar de oneroso, implantar um data center próprio pode auxiliar uma organização a enfrentar diversos problemas relacionados à conectividade, segurança, latência e disponibilidade em comparação com serviços terceirizados de nuvem e colocation, além de possibilitar maior autonomia. Sua implantação, porém, demanda uma série de cuidados. O artigo mostra quais são os principais benefícios das instalações onpremises e o que é preciso observar na hora de escolher tal modelo de site.

A implantação de um data center dentro de uma corporação é uma decisão de impacto que traz ótimo retorno, colaborando para solucionar problemas que costumam dificultar os negócios, como a insegurança de dados gerada por instalações obsoletas ou sem planejamento; indisponibilidades frequentes; baixo desempenho e perda de qualidade dos serviços de TI; altos custos com manutenções emergenciais; e falta de flexibilidade para escalar a capacidade de processamento frente às crescentes demandas.

Manter um site bem projetado tem ajudado empresas de

diferentes segmentos e portes a substituir esses problemas por benefícios. Com um data center on-premises, as companhias ganham autonomia, confiabilidade e estabilidade nas operações, conquistando o suporte necessário às mudanças e inovações. Com isso, elas se tornam livres para ajustar a TI aos seus negócios.

Quais problemas um data center próprio pode solucionar?

A implantação de um data center dentro de uma corporação possibilita organizar toda a infraestrutura de TI dentro de um

INFRAESTRUTURA 38 – RTI – ABR 2024
Data center corporativo do IBGE no Rio de Janeiro

ambiente próprio, com proteções e condições ambientais adequadas à conservação dos equipamentos e à preservação dos dados.

É claro que planejar e construir essa infraestrutura exige requisitos específicos de arquitetura, climatização, energia e redes. Com o auxílio de uma empresa especializada na engenharia de data centers, o processo se torna tranquilo e confiável, com a infraestrutura sendo projetada na medida certa para cada modelo de negócio.

Normalmente, a construção costuma levar de três a seis meses, a depender do sistema construtivo escolhido para o perfil da empresa. Infraestruturas modulares, por exemplo, costumam ter implantação muito mais rápida e até 30% mais econômica, uma vez que exigem poucas obras civis e já saem de fábrica pré-configuradas. O nível de complexidade na implantação varia de acordo com o grau de proteção projetado para o data center.

Em geral, qualquer modelo escolhido, seja ele um data center instalado em um contêiner, uma salacofre com a mais elevada proteção contra incêndios, um site tradicional implantado em uma sala de alvenaria ou em um espaço seguro certificado, certamente elevará o nível de confiabilidade e proteção de uma empresa a um novo patamar.

O data center contará com proteções como:

• Redundâncias de fontes de energia para evitar interrupções das operações em caso de apagões na rede.

• Climatização de precisão com controle de qualidade do ar.

• Monitoramento ambiental por sensores e câmeras.

• Mecanismos de controle de entrada, como crachás e biometria.

• Backup de dados para casos extremos.

• Redes de Internet e equipamentos de processamento de alto desempenho.

A soma desses requisitos eliminará todos os dez problemas a seguir.

1) Falhas na proteção de dados Muitas empresas que cresceram sem planejamento de TI operam com hardware instalado em locais inadequados, sem as proteções necessárias para conservar dados e equipamentos.

Ao optarem por um data center próprio, as organizações que lidam com informações sensíveis elevam a segurança física e lógica de suas operações.

Um dos principais motivos é que a construção de um centro de dados on-premises inclui a implementação de medidas de segurança física que limitam o acesso físico ao ambiente de TI, como barreiras para controle de acesso e restrição de entrada com mecanismos como crachá e biometria. Geralmente, o data center corporativo também possui um controle do ambiente por câmeras que dificultam tentativas de intrusão.

Por outro lado, a implantação de um centro de dados é o momento certo para também adotar medidas lógicas de segurança de dados, com senhas, firewalls e criptografia.

2) Ameaças ambientais

Manter os equipamentos de TI em ambientes aleatórios ou mesmo improvisados é um risco à continuidade das operações.

Por exemplo, downtimes, paralisações não programadas, podem ser causadas por um incêndio vindo da cozinha ou por um alagamento no banheiro. Isso significa que os equipamentos de TI não podem ser acomodados em qualquer local.

De acordo com Fabrício Costa, engenheiro e diretor técnico da Zeittec Data Center Solutions, esses equipamentos precisam estar longe de ameaças, como tubos da instalação hidráulica, locais com risco de explosão ou fogo, interferências magnéticas e acesso de pessoas não autorizadas.

Além dessas medidas de controle ambiental, a sala ou construção onde o data center é instalado recebe proteções antichamas, portas cortafogo e dispositivos de detecção e combate a incêndios.

Assim, ao implantar um site, a corporação tem seus equipamentos de TI abrigados em um ambiente preparado adequadamente, com os requisitos necessários para salvaguardar seus ativos mais valiosos: os dados.

3) Ausência de controle sobre interrupções

Empresas que não possuem um ambiente devidamente configurado para suas operações de TI correm um sério risco de sofrer indisponibilidades e paralisações não programadas.

Geralmente, elas enfrentam eventos recorrentes de downtimes que podem derrubar sistemas e operações corporativas por longos períodos, gerando queda de eficiência e prejuízos financeiros.

Essas indisponibilidades costumam ser causadas por falhas em equipamentos, tanto por ausência de manutenção e monitoramento quanto pela falta de uma infraestrutura organizada para evitar essa ameaça.

Para combatê-la, um data center corporativo possui racks de servidores personalizados e sistemas automatizados de monitoramento dos equipamentos.

Com as redundâncias nesses sistemas essenciais, se o dispositivo principal falhar, um outro, sobressalente, assume a função. Isso evita interrupções, permitindo que as operações de TI corporativas nunca “saiam do ar”.

4) Equipamentos obsoletos e fora das normas

Dispositivos antigos e mal dimensionados consomem muita energia, demandam custos com manutenções frequentes e reduzem a eficiência das equipes e dos negócios. Infraestruturas que não possuem redundâncias de energia e climatização e operam fora das normas, costumam ter suas manutenções adiadas constantemente, colocando toda a operação em risco.

Ao projetar um data center dedicado, é possível migrar para as

39 – RTI – ABR 2024

tecnologias mais recentes do mercado, prevendo sempre uma arquitetura que permita continuar evoluindo com o tempo.

Caso uma falha ocorra, a equipe terá o controle da situação, mas uma interrupção na rede, por exemplo, não poderia ser controlada em um serviço de nuvem.

A implantação de um site próprio traz outro grande aliado para evitar interrupções que afetam a produtividade: a adoção de um protocoto contínuo de manutenção preventiva. Tal prática garante a conservação da infraestrutura, além de evitar ameaças e indisponibilidades, e pode ser realizada por equipe própria ou terceirizada.

5) Modelos antigos para novos negócios?

Empresas tecnologicamente defasadas tendem, cada vez mais, a perder mercado. Infraestruturas antiquadas e sem planejamento não permitem que os negócios evoluam com novas tecnologias, como IA – Inteligência Artificial, IoT – Internet das Coisas, RA –Realidade Aumentada, RV –Realidade Virtual, e tantas outras. Isso significa perder competitividade.

Parece uma realidade distante, mas não é. Atualmente, a TI está integrada a diversos modelos de negócios baseados em dados, e o data center corporativo é o coração das operações.

Um data center dedicado pode ser personalizado para atender necessidades específicas em termos de desempenho de redes, latência e capacidade de processamento.

Isso significa otimizar a infraestrutura de acordo com os requisitos do negócio, evitando problemas como desempenho abaixo do planejado e o não cumprimento de metas.

Como todo o layout estará sob controle, será possível incorporar novas tecnologias, testando-as inicialmente em determinadas seções.

6) Falta de autonomia para planejar o futuro

Esse é um problema que costuma acontecer com empresas que utilizam exclusivamente a nuvem para armazenar suas cargas de TI.

Na nuvem, a autonomia é mais restrita pois o layout da empresa fica submetido aos padrões do provedor escolhido. Essa dependência pode limitar a liberdade de controle em casos de mudanças de rumos na corporação.

Em contrapartida, um data center próprio oferece a possibilidade de configurar a infraestrutura, desde os equipamentos e proteções físicas até as políticas de segurança de dados.

É possível definir a arquitetura do projeto de acordo com os padrões da companhia, garantindo espaço para crescimento de modo totalmente planejado e controlado, sem compatilhar servidores ou equipamentos com outras corporações.

7) Baixo desempenho de redes

Ter uma conectividade ruim, com redes mal projetadas e Internet lenta, reduz a qualidade dos serviços de TI e a produtividade das equipes, interferindo nos serviços prestados.

Com a implantação de um data center dentro da corporação, uma rede de alta eficiência pode ser projetada para organizar a comunicação de dados.

Isso dará suporte às operações corporativas, entregando velocidade e segurança por meio de caminhos e fornecedores redundantes que garantirão o funcionamento ininterrupto das redes.

Com um bom planejamento, será possível também incorporar soluções híbridas, combinando recursos próprios com serviços em nuvem privada ou pública para garantir backups de dados e um crescimento programado de cargas no futuro.

O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística é um exemplo dessa flexibilidade. O órgão implantou um site novo para processar grandes quantidades de dados, como os do Censo 2022.

40 – RTI INFRAESTRUTURA

Nesse projeto, o IBGE optou por uma rede de Internet com cabeamento de 10 Gbit/s, ou seja, 100 vezes mais rápido que o padrão utilizado até então pelo instituto, além de links redundantes para evitar paralisações na transmissão de dados em caso de um deles falhar.

A capacidade de armazenamento foi multiplicada combinando essa nova rede mais eficiente com a criação de uma nuvem privada, onde 200 servidores físicos geraram entre 800 e 900 máquinas virtuais.

8) Problemas de latência

Para muitas organizações, os problemas com redes vão além de baixo desempenho, oscilações e lentidões.

Atualmente, muitos negócios estão incorporando tecnologias que exigem baixa latência para garantir uma comunicação praticamente em tempo real.

Para que isso seja viável, as empresas precisam ter seus servidores o mais perto possível dos consumidores, reduzindo a distância entre o local onde os dados estão armazenados e o ponto de recepção. Com isso, a comunicação se torna ultrarrápida, viabilizando serviços instantâneos.

Data centers em nuvem, por exemplo, podem estar muito longe dos consumidores, às vezes até em outros estados ou países. Se isso for um problema, uma boa estratégia para reduzir a latência é implantar pequenos data centers físicos perto dos usuários, os chamados “edge data centers” ou “data centers de borda”.

Com uma rede edge bem planejada, a velocidade da comunicação de dados será elevada, e os serviços de TI prestados ou utilizados terão mais qualidade e eficiência.

9) Falta de conformidade

Essa é uma questão séria para corporações que precisam manter altos padrões de segurança das informações ou seguir normas relacionadas ao tratamento e armazenagem de dados.

Com a LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados, em vigor desde setembro de 2020, esse cuidado se tornou essencial para todos. Basta lembrar que vazamentos ou a utilização de informações sem o consentimento dos consumidores podem gerar multas de até R$ 50 milhões às empresas.

As conformidades são ainda mais cruciais para organizações que precisam atender a regulamentações específicas, como os setores financeiro e de saúde.

Instalar um data center próprio é uma alternativa para garantir o controle sobre o atendimento a essas normas e regulamentações. Isso porque manter o controle total sobre a infraestrutura de TI possibilita a implementação de práticas e protocolos que atendam aos requisitos regulatórios.

10) Elevação de custos

Ter dentro da companhia equipamentos tecnológicos sem manutenção adequada ou deixar de implantar protocolos de verificação de segurança, atualizações de sistemas, antivírus e backup pode ser um problema do tipo bomba-relógio.

A qualquer momento, sistemas podem sair do ar. Equipamentos quebrados podem paralisar a operação, gerando custos que envolvem desde a perda de negócios e redução da eficiência a gastos com consertos emergenciais.

Nesse sentido, a construção de um data center corporativo costuma ser um divisor de águas para as empresas, que ganham uma infraestrutura de TI confiável, de alta disponibilidade e munida de todos os recursos de segurança necessários para elevar o desempenho da operação.

Embora exija um investimento inicial importante, no longo prazo, muitas companhias conseguem ótimo retorno em comparação com serviços de sites terceirizados, uma vez que os custos de nuvem e colocation não são baixos e tendem a aumentar progressivamente com a elevação contínua da quantidade de dados armazenada.

Conclusão

Os dez gargalos citados afetam o crescimento das corporações, incluindo a insegurança no controle de dados e ameaças frequentes de paralisações geradas por equipamentos obsoletos e redes defasadas.

Juntos, esses nós ocasionam a perda de qualidade em serviços de TI que são fundamentais em negócios cada vez mais baseados em dados. Quem não acompanha a evolução digital, fica para trás e perde competitividade.

A implantação de um data center corporativo próprio surge como solução, permitindo que as empresas contem com instalações extremamente confiáveis, personalizáveis e escaláveis.

Embora envolva altos investimentos e planejamento, ter um site permite a uma companhia contar com sobras de infraestrutura e layouts flexíveis para aumentar a capacidade de processamento de acordo com a evolução da empresa.

Qualquer empresa pode incorporar novas tecnologias, redes híbridas e equipamentos de última geração na medida em que novos negócios surgirem. Tudo isso envolvendo a escolha de hardware, software e configurações de rede que atendam melhor aos objetivos comerciais.

A utilização de um data center próprio fornece alta segurança e escalabilidade para a companhia personalizar a infraestrutura de acordo com as necessidades específicas da corporação, sem depender do regime de terceiros. Tudo isso com custos transparentes e programáveis.

Esta é uma edição adaptada do artigo 10 problema que um data center próprio solucionará em sua empresa! produzido pela Zeittec Data Center Solutions. A versão original pode ser acessada pelo link: https://zeittec.com.br/ problemas-que-um-data-center-soluciona/.

42 – RTI – ABR 2024 INFRAESTRUTURA

Evolução tecnológica e ampliação da largura de banda das redes ópticas submarinas

Ozorio da Costa, engenheiro na Ciena

NEstudos indicam uma projeção de crescimento anual em torno de 30% na largura de banda necessária para prover telecomunicações em nível global, com baixa latência e excelentes níveis de confiabilidade e resiliência. O artigo apresenta as principais evoluções tecnológicas dos cabos ópticos submarinos e seus componentes, responsáveis pelo transporte de 99% do tráfego internacional de dados.

o cenário de telecomunicações mundial, com o crescimento de conexões de Internet de alta velocidade e confiabilidade, do mercado de computação em nuvem e digitalização de serviços e interações sociais, incluindo o surgimento e evolução dos diversos mecanismos de IAInteligência Artificial, a infraestrutura de cabos ópticos submarinos instalada no fundo dos oceanos desempenha uma função essencial para prover elevada largura de banda, baixa latência e excelentes níveis de confiabilidade e resiliência para interconectar países e continentes globalmente.

Havia 484 cabos submarinos conectando todos os continentes, exceto a Antártida, em julho de 2021, segundo a Submarine Cable Map, responsáveis pelo transporte de 99% do tráfego internacional de dados. Nas últimas décadas tivemos uma evolução significativa em todos os componentes de uma rede submarina, com destaque para o SLTE - Submarine Line Terminal Equipment, que utiliza estações terminais do tipo WSS ROADM altamente configuráveis e gerenciáveis, com ampla capacidade de comutação óptica, o que possibilita um nível de flexibilidade sem precedentes, interconexão entre as redes de cabos terrestres e submarinas sem necessidade de regeneração e automação da rede com o emprego de plano de controle de camada óptica. A tecnologia também agrega a funcionalidade de

provisionamento automático de serviços e a capacidade de adicionar rotas de proteção, criando uma configuração de rede tipo mesh restorable e aumentando significativamente a confiabilidade e resiliência das conexões submarinas.

Aliado à capacidade de comutação óptica e flexibilidade de configuração, temos uma nova geração de transponders ópticos, que empregam modernas técnicas de modulação e detecção coerentes PM16QAM, PM32QAM e PM64QAM e, mais recentemente, moduladores do tipo PCS – Probabilistic Constelation Shaping, o que garantiu a evolução da taxa de transmissão de 10 Gbit/s para os atuais 400 Gbit/s por canal, através de distâncias transoceânicas de milhares de quilômetros.

Componentes básicos de uma rede óptica transoceânica

A estrutura de um enlace de cabo óptico submarino transoceânico é dividida em duas categorias de hardware (figura 1):

• Dry plant : é onde ficam os equipamentos que compõem a estação costeira (land station): o SLTESubmarine Line Terminal Equipment e o PFE - Power Feeding Equipment.

• Wet plant: engloba todo o hardware que fica submerso no leito dos oceanos: o cabo óptico submarino, os repetidores, os equalizadores e branching units

FIBRA ÓPTICA 44 – RTI – ABR 2024

SLTE

O SLTE é um terminal DWDM responsável pela interconexão da rede terrestre com a submarina. De forma geral compreende os seguintes itens:

• Transponders – placas de circuitos eletrônicos onde temos os moduladores/detectores ópticos, unidade responsável pela geração do canal óptico que transporta efetivamente a informação, gerando e modulando um sinal óptico a taxas de até 400 Gbit/s.

• MUX/DEMUX – filtro óptico responsável pela multiplexação de vários canais DWDM (64 canais de 400 Gbit/s), formando o sinal multiplexado que será transmitido/recebido por um par de fibras ópticas.

• WSS - Wavelength Selective Switch –switch óptico responsável por selecionar, ajustar níveis ópticos e rotear determinado canal/

comprimento de onda para uma porta específica do switch de saída, possibilitando a configuração

ROADM – Reconfigurable Optical Add Drop Multiplex.

• Dry amplifier – amplificador do tipo EDFA responsável por fornecer o ganho de potência óptica necessário para que o sinal óptico possa vencer os primeiros quilômetros de cabo óptico.

PFE – Power Feeding Equipment

Responsável por fornecer alimentação elétrica para os componentes ativos, como repetidores, equalizadores e unidades de derivação (branching units). O PFE funciona como uma grande e complexa fonte de CC, sendo responsável pela alimentação constante em corrente contínua para todo o cabo submarino. Devido ao alto nível de confiabilidade exigido, sempre são utilizados dois PFEs,

um em cada extremidade (land station) do cabo submarino.

Tipicamente cada PFE pode fornecer uma alimentação da ordem de até 15 kV. Cada uma das duas land stations equipadas com um PFE alimenta com tensão positiva e negativa que corresponde à metade da tensão total necessária para cobrir toda a distância do cabo óptico submarino. Em caso de falha de um dos PFEs, a unidade restante na extremidade oposta do cabo óptico é capaz de elevar a tensão de maneira a suprir completamente a necessidade de alimentação elétrica do sistema, mantendo de forma segura e constante a operação do cabo submarino.

O PFE realiza também as funções de gerenciamento das branching units, monitoramento da resistência CC do cabo, detecção de curtos-circuitos e introdução de um sinal CA de baixa frequência para localização do cabo submarino.

Modulação de ordem mais altaQPSK (& BPSK)16 QAM (&BPSK, QPSK, 8QAM)32 QAM (& abaixo) 64 QAM (& abaixo)

Principais tecnologias novasCD Coerente & PMD CompCaracterísticas de 1a a a a a- geraçãoCaracterísticas de 2a a a a a- geração Características de plus: SD-FEC plus: formatos mod 4D/8D, 3a a a a- geração plus: Const. Tx CD pré-dispersãomodulações customizadas, formataçãoShaping (PCS), FEC NCG melhorado, Nyquist, FEC NCG melhorado taxas variáveis de baud, comp não linear (NLC), entre outras

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Tab. I - Evolução dos transponders e técnicas de modulação/detecção 1 1 a a a a - geraçã geraçã o o o o coerente coerente 2 a a a a - geraçã - geraçã o o o o coerente 3 3 a a a a - geraçã - geraçã o o o o coerente 4 4 a a a a - geraçã - geraçã o o o o coerente Ano Ano Ano Ano 2010 2012-1025 2016-2019 2020+ Taxa de dados 40G 50/100/150/200G 200-400G 200-800G Taxa (Gbaud) 11 28 - 35 40 - 60 62 -
Fig. 1 – Componentes de uma rede óptica transatlântica
95
Processo de silício 90 mm 28 - 64 mm 16
28 mm 7 mm
-

Repetidores submarinos

É um conjunto de amplificadores do tipo EDFA - Erbium Doped Fiber Amplifier distribuídos ao longo de todo o cabo submarino, em intervalos típicos de 70 a 100 km. São responsáveis por fornecer o ganho de potência óptica necessário para compensar a atenuação total do trecho para que o sinal possa atravessar distâncias transoceânicas.

Branching units e equalizadores

São responsáveis por proporcionar divisão-ramificação do cabo óptico para atendimento à localidade específica, enquanto os equalizadores ajustam os níveis de potência óptica dos canais de modo a manter uma referência de equalização.

Evolução da capacidade de transmissãoModulador coerente e modulação tipo PCS

Ao longo das últimas décadas o desenvolvimento de tecnologias para modulação/detecção coerente tem sido o fator responsável pelo incremento na capacidade de transmissão dos cabos submarinos de 10 para 400 Gbit/s (tabela I).

A utilização de transponders com moduladores coerentes e DSP – Digital Signal Processor, com alta capacidade de compensação eletrônica da dispersão cromática, e do PMD – Polarization Mode Dispersion, tem impulsionado a adoção de fibras ópticas com maior área efetiva e coeficiente de dispersão, limitando o acúmulo de efeitos não lineares, aumentando a potência por canal e reduzindo o espaçamento necessário entre canais adjacentes.

A modulação/detecção coerente, juntamente com o DSP, proporcionou um aumento de mais de 20 vezes na capacidade de transmissão de um canal DWDM. Atualmente os moduladores de terceira geração trabalham com taxas de até 400 Gbit/s, promovendo uma capacidade total do sistema de aproximadamente 25 Tbit/s para cada par de fibra óptica, o que representa uma redução do custo por bit transmitido da ordem de 200 vezes. Dessa forma, o avanço nas tecnologias de modulação coerente trouxe a melhor relação custo/ benefício para expansão e ampliação da capacidade de transmissão das redes ópticas submarinas nas últimas décadas.

As primeiras gerações de transceiver coerente usavam modulação do tipo

46 – RTI FIBRA ÓPTICA
Fig. 2 – Diagrama de constelação QAM Fig. 3 – Distribuição de potência QAM vs. PCS

PM-QPSK, também conhecida como PM-4QAM. Cada um dos dois eixos ortogonais Polarização-X e Polarização-Y

usam 4 pontos no diagrama de constelação para transmitir 2 bits, com total de 4 bits por símbolo. A

modulação PM-8QAM utiliza 8 pontos na constelação para transmitir 3 bits em cada eixo de polarização, com um total de 6 bits por símbolo. A modulação 16QAM usa 16 pontos na constelação para transmitir 4 bits em cada eixo de polarização, com um total de 8 bits por símbolo. As mais recentes gerações de moduladores são o PM-32QAM, utilizando 32 pontos na constelação para transmissão de 5 bits por eixo de polarização, com um total de 10 bits por símbolo, e o PM-64QAM, com utilização de 64 pontos na constelação transmitindo 6 bits por eixo de polarização com um total de 12 bits por símbolo (figura 2).

Apesar da grande evolução na taxa de transmissão e da eficiência espectral com a utilização de moduladores coerentes, o QAM convencional apresenta importantes limitações relacionadas com a distância máxima e o aumento de pontos na constelação, o que reduz o limiar da relação sinal/ruído aceitável. Com o objetivo de contornar as limitações apresentadas pela modulação QAM convencional, a indústria de transmissores para cabos submarinos criou os moduladores coerentes de próxima geração, utilizando a modulação do tipo PCS – Probabilistic Constelation Shaping.

48 – RTI – ABR 2024 FIBRA ÓPTICA
Fig. 4 – Tipos de cabos ópticos SDM

Na modulação do tipo PCS, diferentemente do QAM convencional, existe uma distribuição de potência do tipo probabilística onde os pontos da constelação que representam as sequências de bits com maior probabilidade de transmissão empregam um nível mais baixo de potência, ao passo que as sequências de bits com menor probabilidade de transmissão utilizam um nível mais alto de potência (figura 3).

A modulação PCS apresenta alguns benefícios em comparação com o QAM

convencional. Devido à maior eficiência na distribuição de potência, o PCS permite maximizar o número de bits por símbolo, melhorando a eficiência espectral e a capacidade de transmissão.

Outros benefícios da modulação do tipo PCS incluem a melhor tolerância ao ruído devido à redução de potência para os símbolos com maior probabilidade de ocorrência e a flexibilidade com relação à taxa de transmissão, possibilitando a seleção da taxa de símbolos mais otimizada para determinada velocidade de transmissão.

O futuro da rede óptica submarina - Cabos ópticos de próxima geração

Continuar com a tarefa de aumentar a largura de banda disponível, ampliando a taxa de transmissão dos cabos submarinos apenas com os tradicionais canais DWDM e avançadas técnicas de modulação coerente e modulação tipo PCS, está chegando muito rapidamente ao seu limite. Um limiar físico/ matemático conhecido como limite de Shanon estabelece a capacidade máxima de transmissão de uma fibra óptica considerando-se a largura do canal individual em GHz, a taxa de informação em bit/s, a potência do sinal transmitido em W e a potência de ruído em W.

Para atender à demanda global por capacidade de transmissão e seguir com a evolução e ampliação da largura de banda das redes de cabos submarinos, é necessário o estudo de novas tecnologias e conceitos construtivos de redes ópticas.

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Fig. 5 – Diagrama amplificador tipo pumping farming

Nesse cenário, a indústria começa a investigar e produzir tecnologias que permitam a ampliação da quantidade de fibras ópticas disponíveis no cabo submarino. No modelo de construção tradicional anteriormente empregado, os cabos possuem no máximo 8 pares de fibras (limite imposto devido particularmente à necessidade de amplificação e fornecimento de alimentação elétrica).

Cabos ópticos do tipo SDM – Spatial Division Multiplexing

Mais recentemente, uma nova tecnologia para confecção de cabos submarinos conhecida como SDMSpatial Division Multiplexing começou a ser utilizada. Nesse conceito a ampliação da capacidade total de transmissão do cabo é obtida com a utilização de um número maior de fibras ópticas. Em vez de apenas oito pares de fibras, os cabos SDM contam com 12, 24 ou mais pares. A figura 4 ilustra os tipos de cabos SDM. A utilização da tecnologia SDM em redes ópticas submarinas começou com a implantação do projeto Suboptic’16 (desenvolvido pela Alcatel Lucent Submarine Networks - ASN), que foi o primeiro sistema a utilizar um cabo óptico com 16 pares de fibras. Essa primeira geração de cabos SDM apresenta as seguintes características:

• Maior número de fibras: 16 pares ao invés de somente 8, ampliando a capacidade total do cabo.

• Otimização de custo com utilização de fibras com menor área efetiva que demandam menos amplificação e repetidores.

• Implementação de uma nova tecnologia conhecida como pump farming repeaters . Trata-se de um conjunto de lasers de bombeamento que são compartilhados de modo a prover amplificação para um grupo de pares de fibras.

Com relação ao modelo construtivo dos cabos tipo SDM, existem basicamente três opções:

• Multiplicação do número de fibras convencionais, várias fibras de único núcleo e monomodo em um feixe

paralelo (tecnologia BuSMF), utilizando um elemento que promova a integração espacial, como por exemplo o compartilhamento das bombas de laser SMF – monomodo.

• Multiplicação do número de núcleos de uma mesma fibra (tecnologia MCF – fibra multicore ).

• Multiplicação do número de modos de transmissão de uma mesma fibra (MMF – fibra multimodo).

Repetidores do tipo pump farming

A abordagem tradicional para ampliar a capacidade de transmissão dos cabos

submarinos consiste na utilização de modulação coerente e consequente aumento da potência de saída dos repetidores (até acima de 20 dBm). Porém, essa solução enfrenta limitações devido à capacidade máxima de alimentação do PFE – power feeding equipment, atualmente em torno de 15 kV, e aos custos associados. A figura 5 ilustra um diagrama amplificador tipo pumping farming

A próxima geração de cabos submarinos do tipo SDM apresenta necessidades especiais sobretudo em relação à amplificação óptica. Os lasers de bombeio ( pump lasers ) deverão necessariamente ser recursos

50 – RTI – ABR 2024 FIBRA ÓPTICA
Fig. 6 – Repetidores tipo core pumping, cladding pumping e híbrido

Tab. II – Amplificador tipo core pumping vs. cladding pumping

Modo Monomodo Multimodo

Potência da bomba (W) Baixo (-5)

Alto (-30)

Comprimento de onda λ (nm) 1480 980

Direção Para trás

Para frente

Número de bombas LDs N-núcleos 1

Presença de subsistema de resfriamento Sim Não

compartilhados devido à grande quantidade de pares de fibras, necessidade de redução de custos e aumento da confiabilidade do sistema através do uso de redundâncias. Um conceito inovador é o repetidor do tipo RPF – Repeater Pump Farming.

A estrutura de um repetidor do tipo RPF é composta por um grupo de amplificadores EDFA – Erbium Doped Fiber Amplifier conectados a um grupo de pares de fibras ópticas FP – fiber pump . Dessa forma, é possível aumentar a confiabilidade de um sistema submarino, pois caso ocorra uma falha de algum amplificador, sempre haverá um outro disponível para suprir as necessidades de potência e manter a fibra em operação.

A tecnologia RPF consiste no compartilhamento de X amplificadores (X > 2) com Y pares de

fibras (Y > 1), que são “crossconectados” através de acopladores ópticos de dois estágios, de modo a garantir a contínua operação do cabo óptico elevando a disponibilidade geral do sistema.

Existe uma variedade de propostas de esquemas de configuração dos repetidores do tipo RPF, incluindo:

• 4 bombas/2 pares de fibra ou 4 bombas/4 pares de fibra.

• 8 bombas/4 pares de fibra ou 8 bombas/8 pares de fibra.

• 16 bombas/8 pares de fibra ou 16 bombas/16 pares de fibra.

Repetidores core pumping (EDFA) e cladding pumping (EDFA)

Para cabos do tipo SDM MCF (fibras múltiplo core ) os repetidores

podem ser classificados de acordo com a configuração do laser de bombeamento: repetidores do tipo core pumping quando o laser de bombeamento é inserido diretamente no núcleo da fibra óptica, repetidores do tipo cladding pumping quando o laser de bombeamento é conectado ao cladding (camada de revestimento) da fibra óptica, ou ainda repetidores do tipo híbrido (figura 6).

Corepumping (bombeamento de núcleo)

O esquema de amplificação da primeira categoria de repetidores é o de bombeamento no núcleo da fibra ( core pumped MC-EDFA), baseado no compartilhamento das fontes de luz dos diodos lasers (LDs), diretamente conectados ao núcleo do meio de propagação e amplificação. Um esquema básico para o MC-EDFA pode ser visto na figura 6, onde é possível verificar a conexão do laser de bombeamento diretamente no núcleo das fibras ópticas.

Na tabela II temos um comparativo das principais características do amplificador do tipo core pumping e cladding pumping .

Centros de pesquisa propuseram o ensaio de um amplificador do tipo

52 – RTI – ABR 2024 FIBRA ÓPTICA
Cladding Cladding
Cladding
Core pumping Core Core pumping Core Cladding pumping
pumping

MC-EDFA - Multicore Erbium Doped

Fiber Amplifier provendo amplificação simultânea para sete núcleos de fibra com utilização de acopladores de baixa perda de inserção. O ganho alcançado foi da ordem de 30 dB, com ruído menor que 4 dB. Com isso foi demonstrado um recorde de 1,03 Exabit/s x km para uma distância de transmissão de 7326 km com a utilização de um amplificador MC-EDFA 7 core.

Cladding pumping (bombeamento de revestimento)

A tecnologia de cabos ópticos do tipo SDM pressupõe integração e compartilhamento de hardware, bem como redução da energia e da potência óptica necessária, especialmente para aplicações transoceânicas, típicas das redes de cabos submarino do tipo repeatered. Nesse cenário torna-se mandatário o desenvolvimento de amplificadores especiais para tecnologia SDM. Um amplificador do tipo cladding pumping MC-EDFA pode com sucesso apresentar todas essas características necessárias na tecnologia SDM e reduzir o número de lasers de bombeamento conectado com as fibras multicore comparado com as fibras single core tradicionais. Vários ensaios e

demonstrações já foram realizados, impulsionando cada vez mais o desenvolvimento dos amplificadores do tipo cladding pumping

Em uma demonstração foi obtido um ganho óptico maior que 15 dB com ruído menor que 5 dB utilizando a implementação de um amplificador duplo do tipo cladding pumping MC-EDFA. Os autores apresentam também uma solução combinada com amplificação para banda C/L e amplificação do tipo 7core MC-EDFA, onde foi verificado um ganho óptico da ordem de 18 e 13,1 dB com ruído, respectivamente, de 6,1 e 5,8 dB, mostrando que a absorção no núcleo é efetiva para incrementar a potência óptica de saída num amplificador do tipo cladding pumping

Conclusões

Todos os indicadores sugerem um contínuo e forte desenvolvimento no mercado de cabos submarinos. Estudos indicam uma projeção de crescimento anual em torno de 30% na largura de banda necessária para prover telecomunicações em nível global. Em conferências e apresentações, os especialistas sugerem que muito dificilmente esse crescimento irá arrefecer.

A maioria dos projetos recentes de redes ópticas submarinas tem optado por migrar para utilização de cabos ópticos com tecnologia do tipo SDM, com uma importante redução no custo por bit transmitido aliado a uma maior eficiência na distribuição de potência e confiabilidade.

Os estudos, ensaios e análises mostram que os cabos do tipo SDM têm grande potencial de ser a solução tecnológica adotada para a nova era de evolução das redes submarinas, oferecendo uma maneira alternativa de resolver o problema da constante necessidade de ampliação da largura de banda das redes, através da multiplicação do número total de fibras disponíveis em um mesmo cabo óptico, contornando desta forma o limite de Shannon.

REFERÊNCIAS

[1] Submarine Cable Map (2021) www.submarinecablemap.com.

[2] Brake D. Submarine Cables: Critical Infrastructure for Global Communications . Disponível em: www2.itif.org/2019submarinecables.

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Quais são as fibras ópticas utilizadas em redes PON, suas especificações, características e padronização? Parte 2

Na edição passada de Interface discutimos as especificações das fibras ópticas recomendadas pelo ITU-T para redes PON, mais especificamente a Recomendação G.652:2016. Nesta edição, vamos abordar as especificações do ITU-T para as fibras ópticas monomodo capazes de garantir desempenho ótimo em condições em que as fibras são submetidas a dobras muito acentuadas (ou raios de curvatura muito “fechados”) em relação às fibras ópticas G.652. Trata-se da Recomendação ITU-T G.657 -

1

A Recomendação G.657:2016 descreve duas categorias (A e B) de fibras ópticas monomodo com melhor desempenho de perda devido à macrocurvatura, em comparação com as fibras ITU-T G.652. A fibra G.657 foi originalmente desenvolvida para uso em redes de acesso, inclusive

Parâmetro

ITU-T G.657.A1

ITU-T G.657A

G.657.A2

1260 nm e 1625 nm. As fibras ópticas e os requisitos dessa categoria são um subconjunto da Recomendação ITU-T G.652.D e estão, portanto, em conformidade com as especificações desse

subconjunto. Dessa forma, as fibras ITU-T G.657.A podem ser utilizadas em todas as redes que têm as fibras G.652.D como requisito.

As fibras Categoria B são otimizadas para raios de cur vatura ainda menores em relação aos especificados para as fibras Categoria A e utilizada em curtas distâncias, ou seja, até (1 km) no

G.657.B2

G.657.B

G.657.B3

Raiodecurvatura151015107,515107,5107,55 mínimo(mm)

Númerode10110111011111 voltas(fibraóptica individual,semcabo)

Atenuaçãomáxima0,250,750,030,10,50,030,10,50,030,080,15 (dB)@1550nm

Atenuaçãomáxima11,50,10,2110,210,10,250,45 (dB)@1625nm

Characteristics of a bending-loss insensitive single-mode optical fibre and cable , que especifica as características do cabo de fibra óptica monomodo insensível à perda por dobras (macrocurvaturas).

Esta seção se propõe a analisar tópicos de cabeamento estruturado, incluindo normas, produtos, aspectos de projeto e execução. Os leitores podem enviar suas dúvidas para Redação de RTI, e-mail: inf orti@arandanet.com.br.

dentro de edifícios. Ambas as categorias (A e B) contêm duas subcategorias que se diferem em termos de perda por macrocurvaturas. As fibras Categoria A são otimizadas para perda reduzida por macrocurvatura em comparação às fibras ITU-T G.652.D e podem ser empregadas ao longo da rede de acesso. As fibras G.657 podem ser utilizadas nas bandas O, E, S, C e L, ou seja, entre os comprimentos de onda de

final da rede de acesso, dentro de edifícios ou para o backbone entre prédios. A aplicação dessas fibras depende das características dos serviços a serem oferecidos pelos provedores de serviços e são compatíveis com as bandas O, E, S, C e L, ou seja, entre os comprimentos de onda de 1260 nm e 1625 nm. Essas fibras não são exatamente compatíveis com ITU-T G.652.D, especialmente em termos de coeficiente de dispersão

INTERFACE 54 – RTI – ABR 2024 Paulo Marin
Fig. - Comparação entre os raios de curvaturas das diferentes categorias e subcategorias das fibras ópticas ITU-T G.657 Tab. I – Características das fibras ópticas ITU-T G.657A e ITU-T G.657.B
ITU-T
ITU-T
ITU-T
ITU-T

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5,3 milhões de nomes registrados

1,6 milhão de domínios protegidos por DNSSEC

6ª posição entre os ccTLDs mais populares do mundo Mais de 130 categorias disponíveis

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Internet em plena evolução
A

cromática e especificações de dispersão de modo de polarização PMD - Polarization Mode Dispersion. Entretanto, conforme especificações do ITU-T, são compatíveis em nível de sistema com as fibras G.657.A e G.652.D quando utilizadas em redes de acesso.

A fibra óptica G.657.A tem duas subcategorias: G.657.A1 e G.657.A2, com diferentes características de raio de curvatura. Da mesma forma, a fibra óptica G.657.B é dividida nas subcategorias B2 e B3, também com diferentes características de raio de curvatura. A tabela I apresenta algumas características das fibras ópticas G.657.A e G.657.B segundo a Recomendação ITU-T G.657 (11/2016).

A demanda por serviços de banda larga de alta velocidade está levando a fibra óptica cada vez mais para dentro da rede de acesso para entregar serviços de banda

distribuição e, portanto, possui muitas conexões em gabinetes e bastidores nos quais as fibras são instaladas e/ou sofrem remanejamentos até que cheguem a seus usuários finais. As fibras precisam suportar instalação em espaços muito reduzidos e curvaturas críticas sem perder o desempenho de transmissão. Nesse cenário, as fibras têm de suportar raios de curvatura muito pequenos com garantia de desempenho conforme os requisitos das aplicações que precisam suportar. Além disso, os cabos ópticos com fibras ITU-T G.657 são mais leves e flexíveis, o que viabiliza a distribuição em edifícios, residências e antenas de redes móveis celulares.

A figura 1 apresenta uma representação gráfica comparando as características de raio mínimo de curvatura de cada categoria e subcategorias das fibras ópticas

larga FTTx e suporte para serviços de banda larga móvel 4G, 5G e 6G no backhaul. A implantação de cabos ópticos nessas redes traz desafios que as fibras ITU-T G.657, com menor perda por macrocurvatura, podem ajudar a abordar de forma efetiva.

A rede de acesso de planta externa é por natureza uma rede de

G.657. Já a figura 2 retrata as especificações em termos de perdas por macrocurvatura (dB/volta) para as fibras ópticas G.657.A e suas subcategorias A.1 e A.2. Por fim, a figura 3 apresenta as especificações em termos de perdas por macrocurvatura (dB/volta) para as fibras ópticas G.657.B e suas subcategorias B.2 e B.3.

56 – RTI INTERFACE
Fig. 2 - Perda por macrocurvatura das fibras ópticas G.657.A1 e A.2. Fonte: Recomendação ITU-T G.657:2016

Nas últimas edições de Interface, conhecemos algumas tecnologias de redes ópticas passivas, como o padrão PON (G.983.1), GPON (G.984.1), XG-PON (G.987.1) e NG-PON2 (G.989.1), suas características, aplicações e especificações. Revisamos questões relacionadas à distribuição de redes PON em edifícios, e os parâmetros alcance lógico e alcance físico. Vimos, também, que a recomendação de fibra óptica do ITU-T para todos esses padrões PON é a Recomendação G.652. Nesta edição conhecemos a Recomendação G.657, que complementa a G.652, introduzindo as fibras ópticas com capacidade de oferecer desempenho ótimo em condições de macrocurvaturas críticas. Para finalizar, há uma tendência de que a evolução da rede de acesso faça com que o padrão GPON (1 Gbit/s) coexista com o padrão XGPON, com taxa de transmissão de 10 Gbit/s.

No entanto, o comprimento de onda no sentido de transmissão upstream do XGPON diminui de 1310 nm (o comprimento de onda upstream do GPON) para 1270 nm, que é um comprimento de onda que apresenta inerentemente uma perda de transmissão maior do que em 1310 nm.

Para a implantação do XGPON em uma infraestrutura de rede GPON, a perda adicional no comprimento de onda no sentido upstream pode representar um desafio em termos de alcance e cobertura. De qualquer

maneira, há fibras ópticas G.652.D de baixas perdas disponíveis no mercado, que apresentam atenuação em 1270 nm próximas àquela no comprimento de onda de 1310 nm das fibras G.652.D legadas. Isto poderá facilitar o upgrade do padrão GPON para o XGPON com impacto mínimo na infraestrutura óptica existente.

Paulo Marin é engenheiro eletricista, mestre em propagação de sinais e doutor em interferência eletromagnética aplicada à infraestrutura de TI. Marin trabalha como consultor independente, é palestrante internacional e ministra treinamentos técnicos e acadêmicos. Autor de vários livros técnicos e coordenador de grupos de normalização no Brasil e EUA. Site: www.paulomarin.com.

57 – RTI – ABR 2024
Fig. 3 - Perda por macrocurvatura das fibras ópticas G.657.B.2 e B.3. Fonte: Recomendação ITU-T G.657:2016

Nossos dados e a perda deles

Eu não costumo focar meus artigos exclusivamente em relatórios das empresas em que trabalho, a fim de que meus comentários e reflexões sejam agnósticos, mas hoje irei abrir uma exceção, dada a quantidade de informações que o relatório Data Loss Landscape ( Panorama da Perda de Dados) 2024 da Proofpoint trouxe. O documento pode ser baixado pelo link: https://tinyurl.com/mryczda3.

A prevenção de perda ou vazamento de dados é uma disciplina bem antiga na segurança da informação, e eu me lembro de ter participado de discussões e palestras sobre o assunto há longínquos 20 anos. E tal qual tantas outras disciplinas, continua como um problema não resolvido e uma grande dor de cabeça para os gestores, ainda mais em tempos de leis de proteção de dados. Se já era difícil proteger as informações de uma empresa e seus funcionários, imagine as dos clientes, ainda mais em um ambiente como o atual, na qual os dados estão espalhados em nuvens, laptops, celulares e tablets mundo afora, nas mãos de usuários que possuem agora uma infinidade de meios de enviá-los e vazá-los. Além disso, a legislação aumentou o leque de dados a proteger de maneira significativa. Pode-se argumentar que há hoje muito mais conhecimento, técnicas e soluções bem mais maduras e avançadas que no passado, podendo usufruir dos avanços da

IA – Inteligência Artificial em geral, começando pelas técnicas mais antigas de machine learning

O relatório abrangeu 600 empresas em 12 países, incluindo o Brasil, e 17 segmentos de negócios. A primeira informação é que 85% dos entrevistados disseram ter tido problemas de perda de dados no último ano, tendo reconhecido em média mais de um incidente por mês. Como é de supor, os incidentes variaram bastante de abrangência e impacto, mas mesmo um pequeno vazamento pode acarretar multas ou afetar os negócios e, portanto, deveriam ser evitados.

A informação mais interessante da análise é sobre a responsabilidade dessas perdas. Imaginamos sempre, até porque são os eventos que alcançam a mídia e geram ruído, que criminosos ou militantes cibernéticos estejam por detrás dos vazamentos, mas não. O grande responsável é o nosso colega descuidado ao lado. De acordo com o relatório, 71% dos entrevistados os apontaram como responsáveis pelos vazamentos. Não estavam tentando roubar os dados para se vingar de seu empregador ou ganhar dinheiro. Eram usuários bem-intencionados que, por negligência, deixaram os dados sob seu poder chegar a pessoas que nunca deveriam ter acesso a eles. Indo um pouco mais além, 1% dos usuários foram responsáveis por 88% dos incidentes, embora mês a mês as pessoas que compunham esse grupo mudassem. Os meios de vazamentos variaram de e-mails com anexos confidenciais enviados a pessoas erradas, responsável por um em cada três

eventos, a uploads não autorizados à nuvem (ou a nuvens não autorizadas) ou download a dispositivos USB, sendo que esses métodos serviram tanto para perda por negligência como intencional. Mas também entrou na conta da negligência o usuário que instalou software não autorizado, e infectado, e outros que visitaram sites maliciosos.

O levantamento nos leva, portanto, a priorizar a questão do usuário, seja funcionário, terceirizado, fornecedor ou parceiro da empresa. É claro que antes vem a tarefa de classificação de dados, responsabilidade daquele que cria, obtém ou gera o dado, e que também está na mão de pessoas que podem ser negligentes. Para esse grupo, composto, entre outros, por profissionais de RH, comercial, serviço ao cliente, TI e produtos, vejo duas ações. A primeira é a de treinamento, para que todos saibam classificar corretamente seus dados. Obviamente, a capacitação deve ser revisada de tempos em tempos. A segunda é a de punição, o que abrange inclusive o desligamento. Tais ações são preventivas e devem existir mesmo se a companhia utilizar software de classificação automática de documentos.

Em seguida temos as ações de conscientização, treinamento e punição dos usuários em geral, funcionários e não funcionários. Todos devem tratar o dado corretamente de acordo com sua classificação e até mesmo reconhecer um erro. Por exemplo, um dado pessoal, seja de quem for, será sempre confidencial, independentemente de estar classificado como

58 – RTI – ABR 2024 SEGURANÇA Marcelo Bezerra

“público”. Mas esse tratamento dependerá também de os usuários saberem usar corretamente as ferramentas de TI a que tem acesso, como o e-mail. Mesmo que a empresa possua algum software de reconhecimento de mensagens mal direcionadas, o usuário deverá ter o cuidado e o treinamento para evitar que uma situação dessa natureza ocorra. Nesse caso, as empresas que conseguem identificar seus usuários relapsos levam uma grande vantagem, podendo focar em ações de treinamento especialmente para esse grupo, ou determinar quem deve ser punido pela reincidência do comportamento negligente.

As ações de treinamento, é claro, servem para remediar a negligência, mas não impedem o vazamento intencional. Para estes, a única medida é a tecnologia. O desafio é alcançar a máxima eficiência com o orçamento sempre apertado. Um primeiro caminho é focar em pessoas e não

apenas dados. Quem está vazando tem mais efeito a médio e longo prazo do que o que está sendo vazado. Resolver 1% de usuários que a cada mês vazam os dados terá um efeito mais duradouro do que buscar os 88% de dados que eles estão desviando. E, nesse ponto, alguns grupos merecem atenção especial: novos usuários e aqueles que estão deixando a empresa. A maior parte dos vazamentos intencionais ocorrem nesses dois grupos.

O segundo ponto de ação é identificar e tratar os meios pelos quais os dados estão sendo vazados. Conhecemos os métodos mais comuns: e-mail, nuvem e USB; mas qual será o mais usado em uma determinada empresa ou organização é algo particular. Empresas que permitem o WhatsApp ou similar nos computadores de trabalho também podem ter problemas via essas aplicações. Porém, apenas ferramentas irão

identificar quais são os métodos mais usados, e se deve ter em conta que uma pessoa mal-intencionada irá sempre buscar o meio não monitorado para atingir seu objetivo. Daí o sucesso de soluções baseadas em agentes instalados nos computadores. A maior parte dos fabricantes atuam nesse nicho.

E assim sempre voltamos ao velho e bom pilar da segurança da informação: pessoas, processos e tecnologia. Por mais que o mundo evolua e fique mais complexo e dinâmico, os velhos princípios não mudam.

Marcelo Bezerra é especialista em segurança da informação, escritor e palestrante internacional. Atua há mais de 30 anos na área, com experiência em diferentes áreas de segurança cibernética. No momento, ocupa o cargo de Gerente Sênior de Engenharia de Segurança na Proofpoint. Email: marcelo.alonso.bezerra@gmail.com.

59 – RTI – ABR 2024

EM REDE

Valdir Pandolfi, responsável pelo comitê de dados e IA da ABINC – Associação Brasileira de Internet das Coisas

A convergência disruptiva entre IA e IoT no Brasil

A convergência entre IoTInternet das Coisas e a IAInteligência Artificial está definindo o futuro da tecnologia. Segundo previsões do IoT Analytics, em 2027 o número de dispositivos conectados chegará a 29 bilhões frente aos 11 bilhões atuais. Esse crescimento simboliza uma revolução na interação entre os mundos digital e físico, evidenciando a IoT como um motor de transformação. A integração com a ciência de dados e IA permite análises preditivas avançadas, otimização de desempenho e detecção de padrões em tempo real, transformando profundamente como vivemos e interagimos com o ambiente ao nosso redor. O panorama aponta para uma era de inovações sem precedentes, onde a eficiência operacional e a tomada de decisões são significativamente aprimoradas pela análise de dados em grande escala. A IoT, com sua rede de dispositivos conectados, embora seja uma inovação mais recente, oferece um incontável volume de dados. A IA, por outro lado, traz ferramentas como machine e deep learning para analisar esses dados, transformando-os em insights para decisões estratégicas. Enquanto a IoT foca na conectividade e

Esta seção aborda aspectos tecnológicos das comunicações corporativas, em especial redes locais, mas incluindo também redes de acesso e WANs. Os leitores podem enviar suas dúvidas para Redação de RTI, e-mail: inforti@arandanet.com.br.

interação de dispositivos, a IA se dedica à análise e interpretação de dados, abrangendo desde questões filosóficas até análises estatísticas. Juntas, facilitam a implementação de soluções tecnológicas, otimizando processos e decisões através da análise preditiva e automação, essenciais para avanços em monitoramento e serviços automatizados.

Essa integração, conhecida como AIoT – Inteligência Artificial das Coisas, eleva o potencial de automatização e eficiência, permitindo sistemas mais inteligentes e adaptativos que podem prever falhas, otimizar operações e melhorar a experiência do usuário. Além de promover transformações significativas em diversos setores, incluindo saúde, indústria, mobilidade e desenvolvimento urbano, também possibilita avanços como cirurgias remotas, fábricas inteligentes, sistemas de transporte eficientes e cidades conectadas e sustentáveis.

No Brasil, diversas iniciativas destacam a aplicação da AIoT em setores variados. Uma delas é o AIoT Lab Brasil, uma colaboração entre a PUC-Campinas e a JumpCorp, com foco em desenvolvimento e capacitação de profissionais em IoT e IA. Outro exemplo de aplicação da AIoT no país é encontrado nas cidades inteligentes, que buscam melhorar a qualidade de vida dos cidadãos e promover o desenvolvimento sustentável urbano. Essas iniciativas abrangem a adoção de tecnologias inovadoras para suportar a comunicação entre pessoas, serviços e organizações, tanto públicas quanto privadas, em diferentes setores da cidade. O foco é criar um ambiente sinérgico de apoio que promova

inovações, o engajamento dos cidadãos e o desenvolvimento de conhecimento, bem como integrar soluções tecnológicas para abordar desafios urbanos.

Embora o potencial de inovação da convergência tecnológica seja grande no Brasil, há desafios significativos relacionados à adoção e integração que precisam ser superados para maximizar os benefícios da tecnologia em setores como saúde, indústria, mobilidade e desenvolvimento urbano.

Um dos principais desafios é a infraestrutura de conectividade, especialmente para suportar o 5G, que é fundamental para a eficácia da AIoT. A necessidade de uma rede robusta e de ampla cobertura é crítica para permitir a rápida transmissão de dados entre dispositivos IoT e para processamento por sistemas de IA. Isso inclui a instalação de antenas e equipamentos compatíveis com a nova tecnologia, exigindo investimentos consideráveis e planejamento estratégico.

A regulamentação também aparenta ser um desafio. Para que a IA e a IoT sejam utilizadas de forma ética e segura, é essencial estabelecer normas e leis claras que regulem o uso, a proteção e a governança dos dados e das tecnologias envolvidas. Isso inclui preocupações com a privacidade dos dados e com o uso responsável da IA, evitando outros rumos e garantindo transparência nas decisões automatizadas.

Além disso, a educação e capacitação são fundamentais para acompanhar o ritmo da evolução tecnológica. É necessário desenvolver e atualizar constantemente as habilidades dos profissionais para que possam compreender, utilizar e criar soluções baseadas em AIoT. Isso envolve tanto a formação técnica

60 – RTI – ABR 2024

em IA e IoT quanto a sensibilização sobre suas implicações éticas e sociais.

Para superar tais desafios, é preciso uma abordagem colaborativa envolvendo governo, indústria e instituições acadêmicas, trabalhando juntos para desenvolver a infraestrutura necessária, criar um ambiente regulatório adequado e fomentar um ecossistema educacional que prepare a força de trabalho para o futuro da AIoT.

O mercado global de AIoT está projetado para crescer significativamente, impulsionado pela demanda por automação e inteligência em processos e serviços. Esse crescimento apresenta oportunidades para inovações disruptivas, mas também desafios relacionados à interoperabilidade, escalabilidade e gestão de grandes volumes de dados.

Um aspecto crucial é a importância da segurança e privacidade. À medida que a AIoT se expande, cresce também a necessidade de proteger os dados contra acessos não autorizados e garantir a privacidade dos usuários. Isso requer o desenvolvimento de soluções robustas de segurança cibernética e políticas claras de governança de dados.

A AIoT representa uma fronteira tecnológica com vasto potencial de transformação. Seu desenvolvimento e adoção responsáveis são fundamentais para maximizar os benefícios e mitigar riscos, garantindo um futuro em que a tecnologia atua como uma força positiva para a sociedade.

61 – RTI – ABR 2024

Câmera bullet

A AXIS Q1808-LE, da Axis Communications, é uma câmera modelo bullet com qualidade de imagem em 4K e sensibilidade à luz ultra alta. Com saída PoE – Power over Ethernet, é possível conectar e alimentar outro dispositivo sem cabeamento adicional. Site: www.axis.com.

conta com perfis de alumínio, permitindo flexibilidade no fornecimento de modelos com elevado grau de personalização. Site: www.fibracem.com.

Cidades inteligentes

A Americanet atua em projetos complexos de cidades inteligentes. Entre as soluções de tecnologia oferecidas estão câmeras analíticas, Wi-Fi público, central de monitoramento, semáforos inteligentes, salas de aula conectadas e ser viço de conectividade de ultravelocidade. Site: www.americanet.com.br.

Roteador Wi-Fi 6

Shelter outdoor

O Shelter FBC Robust , da Fibracem, foi projetado para suportar condições climáticas

adversas em uso outdoor. Com graus de proteção contra pó e água IP55, e de impacto IK10, sua construção

dispositivos por meio de rede sem fio. Site: www.intelbras.com.br.

SSD

Fabricados pela Kingston Technology, os SSDs SATA i-Temp são voltados para dispositivos de autoatendimento, sinalizações digitais, robôs, controle de tráfego, distribuição de energia, aplicações militares e agrícolas.

O GX 1001 , da Intelbras, é um roteador 5G com tecnologia Wi-Fi 6 que fornece alta velocidade de banda larga e mobilidade, além de

oferecer mais liberdade de escolha ao usuário para trafegar dados, por meio de conexão via cabo de rede ou USB-C. Permite conectar até 32

analisar fibras dos tipos única, duplex e multimodo. Otimizada para uso em campo, a solução permite automatizar todas as etapas do processo de inspeção, incluindo configurações de testes, ponteira, panorâmica e foco de imagem, teste de análise de final de fibra e armazenamento de dados. Site: www.viavisolutions.com.br.

Proteção anti-DDoS

Com suporte à interface SATA, estão disponíveis em capacidades de 128 GB a 1 TB para operar em faixas de temperaturas climatizadas e não climatizadas (-40°C a 85°C). Site: www.kingston.com.br.

Microscópio de inspeção

O microscópio de probe de inspeção INX 760, da Viavi Solutions, possibilita

O Anti-DDoS, da ALT Telecom, é uma ferramenta corporativa contra ataques DDoS –Distributed Denial of Services. A solução possibilita a uma empresa detectar e interromper ataques à conexão e transmissão de dados. Site: www.alt.net.br.

Estações de telefonia móvel

A CellProject trabalha com serviços de projeto, implantação e

manutenção corretiva de estações de telefonia móvel. Site: https:// cellproject.com.br/.

62 – RTI – ABR 2024 PRODUTOS

m Ciência de Dados: Fundamentos e Aplicações, André Carlos Ponce de Leon Ferreira de Carvalho, Ângelo Menezes e Robson Bonidia abordam a sequência completa de um projeto na área, desde noções básicas e necessárias de estatística, a coleta e tratamento das informações, engenharia de atributos, modelagem e exemplos das aplicações recentes. Trata-se de um livro que abrange os conceitos fundamentais, porém de uma forma prática. A obra não demanda conhecimento prévio, oferecendo uma introdução curta a Python e códigos para aplicar os conceitos cobertos. Publicada pela editora LTC, do Grupo GEN, a obra de 376 páginas pode ser adquirida no site: https://tinyurl.com/mrv53y7u.

Médio e África (EMEA), os serviços financeiros foram alvo de 66% de todos os ataques de DDoS, enquanto na América do Norte essa proporção foi de 28%. Com 15 páginas, a análise completa em inglês está disponível na página da empresa: https://tinyurl.com/whkm9sb9.

infraestrutura no Brasil. Com 282 páginas, a análise pode ser aferida pelo link: https://tinyurl.com/4dcap9cw.

relatório DDoS: Here to Stay, da Akamai Technologies em parceria com a organização sem fins lucrativos FS-ISAC, aponta um aumento de 154% nos ataques contra o setor de serviços financeiros e seus clientes entre 2022 e 2023, especialmente durante o segundo e terceiro trimestres do ano passado. Na região da Europa, Oriente

ABDIB – Associação Brasileira de Infraestrutura e Indústrias de Base disponibilizou a edição 2023 do Livro Azul da Infraestrutura. Na obra, o leitor encontrará oportunidades e perspectivas de investimentos para os próximos anos, com projetos nos âmbitos federal, estadual e municipal (capitais). São apresentadas iniciativas no setor de telecomunicações, além de energia, hidrovias, rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, saneamento e mobilidade urbana. Segundo a entidade, as iniciativas retratadas são essenciais para a recuperação dos investimentos em

estudo Tendências TIC 2024: Rumo a uma Estratégia de TI Consolidada para Resiliência, com análise de Wendy Martínez e Claudia Medina, respectivamente analista de software e soluções de cloud e gerente sênior de soluções empresariais, ambas do IDC México, investiga as tendências de tecnologia que impulsionam os negócios da América Latina, segundo

CIOs das 5 mil maiores empresas da região. Realizada pela IDC com patrocínio da DocuSign, a análise aponta como as companhias latino-americanas devem se preparar para criar modelos de negócios mais resilientes e competitivos, com foco em cinco áreas: IA – Inteligência Artificial generativa, segurança e conformidade, competitividade e negócios digitais, automação e ESG –Environmental, Social and Governance. Com 16 páginas, o documento pode ser acessado pelo link: https://tinyurl.com/5h5bfd8u.

Índice de anunciantes

AGORA Distribuidora23

AIRSYS ........................7

Americanet ................47

Cabletech.........3ª - capa

D2W...........................16

Datacom ....................17

DZS.............................52

Embrastec .................40

Expo ISP ....................63

Fibracem ....................15

Forte Telecom ...........43

Gamma-K ..................57

Klint ............................35

L8 Group ....................27

Megatron ...................29

Merkant TI .................33

Nexusguard ...............28

NIC.br.........................55

Olé TV.........................25

Panduit 14,24,41,46

Pematel ....................59

Rosenberger Domex13

SMH Sistemas.4ª - capa

TecFiber .....................53

TP-Link ..............2ª - capa

Vertiv .........................37

Vigo ............................56

Watch TV ..................49

WDC Networks ...........21

WZTECH Networks ....11

ZielTec .......................48

PUBLICAÇÕES 64 – RTI – ABR 2024

ISP EM FOCO

Claudio Placa, diretor geral da Azza

Estratégias para reduzir os cancelamentos de assinantes

Quando os assinantes optam por cancelar seus serviços, isso não apenas reduz a receita imediata, mas também pode indicar problemas subjacentes, como insatisfação com o serviço ou concorrência mais atrativa. O primeiro passo para tratarmos o problema é realizarmos algumas perguntas para detectar onde temos os principais impactos, e assim podemos criar estratégia de atuação. Uma compreensão profunda das razões pelas quais os assinantes cancelam seus serviços é fundamental para implementar estratégias eficazes de retenção. Isso deve ser feito pelo motivo de encerramento (diagnóstico) de cada atendimento, análise de dados e interações diretas com os assinantes. Por exemplo, ao analisar os dados de cancelamento, um provedor pode descobrir que muitos assinantes estão abandonando o serviço devido a problemas de conectividade ou atrasos no suporte.

Melhore a experiência do assinante

Investir na melhoria da experiência do assinante ajuda a reduzir as taxas de cancelamento. Isso inclui oferecer um serviço confiável e de alta qualidade, fornecer um suporte ao cliente responsivo e eficaz e simplificar processos como faturamento e atualizações de serviço. Além disso, precisa ser criado um acompanhamento desde a instalação do assinante, fazendo o provedor ser mais proativo e ter uma assertividade melhor.

Ofereça incentivos para permanecer

Criar programas de fidelidade e oferecer incentivos exclusivos para

Esta seção aborda aspectos técnicos, regulatórios e comerciais do mercado de provedores de Internet. Os artigos são escritos por profissionais do setor e não necessariamente refletem a opinião da RTI

assinantes existentes podem aumentar a retenção. Por exemplo, descontos especiais para assinantes que permaneçam por um certo período ou que se inscrevam em planos de longo prazo. Lembrando que, ao reter o cliente, precisamos incentivar e realizar o acompanhamento.

Personalize comunicações e ofertas

A personalização é uma ferramenta poderosa para aumentar a retenção de clientes. Ao segmentar os assinantes com base em seus comportamentos, preferências e histórico de uso, as empresas podem oferecer comunicações e ofertas altamente relevantes, aumentando assim o valor percebido do serviço.

Monitore indicadores chave de desempenho (KPIs)

O monitoramento regular de indicadores chave de desempenho, como taxa de cancelamento, churn safra (churn precoce), satisfação, dentre outros pontos, é essencial para identificar tendências e problemas potenciais precocemente. Isso permite que os provedores tomem medidas proativas para mitigar o cancelamento e melhorar a retenção de clientes. Por exemplo, se uma empresa notar um aumento repentino na taxa de cancelamento, ela pode investigar e abordar rapidamente as causas subjacentes.

Mantenha-se atualizado com a concorrência

Estar ciente das ofertas e estratégias da concorrência é crucial para manter a relevância e a competitividade. Ao acompanhar de perto as tendências do mercado e as iniciativas da concorrência, o provedor pode identificar as oportunidades para inovar e diferenciar seus próprios serviços, tornando-os mais atraentes para os assinantes. Um exemplo é a constante evolução do Google Workspace, que introduz regularmente novos recursos e atualizações para competir eficazmente com outras suítes de produtividade online.

Um alerta: preço não é tudo, não devemos basear as ações em preços baixos e alta velocidade apenas. Precisamos mostrar aos assinantes o valor agregado disponível no seu produto.

Ofereça opções de incentivo aos adimplentes

O incentivo aos bons pagadores pode, em um primeiro momento, parecer tirar o foco dos inadimplentes, porém faz com que o provedor seja diferente do mercado, que ele promove e cuida do assinante bom pagador.

Aprenda com o feedback dos clientes

O feedback é uma fonte inestimável de insights sobre como melhorar os serviços e reter mais assinantes. As empresas devem incentivar ativamente os clientes a fornecer feedback e, mais importante, agir para implementar melhorias tangíveis. Um exemplo é a maneira como a Apple constantemente atualiza seu software com base nas avaliações dos usuários, abordando bugs, introduzindo novos recursos e aprimorando a usabilidade para manter os clientes satisfeitos e engajados.

Em conclusão, controlar o cancelamento de assinantes em um provedor requer uma abordagem multifacetada que abrange desde a compreensão das suas razões até a implementação de estratégias proativas de retenção. Ao investir na melhoria da experiência do assinante, oferecer incentivos para permanecer, personalizar comunicações e ofertas, monitorar KPIs, atualizando-se com a concorrência, propor opções de cancelamento flexíveis e aprender com o feedback dos assinantes, as empresas podem reduzir essas taxas e aumentar a fidelidade dos assinantes a longo prazo.

Temos que pensar em tratar as causas raízes do cancelamento e criar variações e ofertas que põem o produto ou plano em um cenário sem concorrência.

66 – RTI – ABR 2024
NOSSOS PRODUTOS LISA ODU IANOS HARNESS PATCHCORD LC E MPO OPTIPACK TRUNK (12) 98125-0582 (12) 99791-3402 (12) 3221-1352 comercial@cabletech.com.br cabletech TECNOLOGIA EM SOLUÇÕES PARA DATACENTER
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