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Sexto Propércio

Origem: Wikiquote, a coletânea de citações livre.
Sexto Propércio
Sexto Propércio
Nascimento 47 a.C.
Assis
Morte 16 a.C.
Roma
Cidadania Roma Antiga
Ocupação poeta, escritor, elegista

Sexto Propércio (?) foi um poeta romano.


Verificadas[editar]

  • "Evita desprezar meus cantos com orgulho: / O Amor tardio cobra imensos juros."
- "Tu caue nostra tuo contemnas carmina fastu: / Saepe uenit magno faenore tardus Amor."
- Elegias. 1.7.25-6. Sexto Propércio; tradução e organização de Guilherme Gontijo Flores.
- Esta profecia, que vem a se cumprir em 1.9, é dirigida ao poeta épico Pôntico, que segundo Propércio desprezava a elegia (poesia amorosa), e que este desprezo cobraria um alto preço, pois quando Pôntico se apaixonasse, não saberia como proceder, e que chegado este momento, já seria tarde de mais para agir.[1]
  • "Só pode ser feliz com uma amada apenas / quem nunca traz no peito a liberdade."
- "Is poterit felix una remanere puella, / qui numquam uacuo pectore liber erit."
- Elegias. 1.10.29-30. Sexto Propércio; tradução e organização de Guilherme Gontijo Flores.
  • "A medicina cura toda a dor dos homens / - somente Amor não ama o seu remédio."
- "Omnis humanos sanat medicina dolores: / solus Amor morbi non amat artificem."
- Elegias. 2.1.57-8, Sexto Propércio; tradução e organização de Guilherme Gontijo Flores.
  • "Tal como um touro no começo nega o arado / e, afeito ao jugo, manso ruma ao prado, / também jovens se agitam rebeldes no Amor, / mas domados aceitam justo e / injusto."
- "Ac ueluti primo taurus detractat aratra, / post uenut assueto mollis ad arua iugo, / sic primo iuunes trepidant in Amore feroces, / dehinc domiti post haec aequa et iniqua ferunt."
- Elegias, 2.4.(3.47-50). Sexto Propércio; tradução e organização de Guilherme Gontijo Flores.
  • "Pois se faltarem forças, a audácia merece / louvor – nas coisas grandes, querer basta!"
- "Quod si deficiant uires, audacia certe / laus erit: in magnis et uoluisse sat est."
- Elegias. 2.10.5-6. Sexto Propércio; tradução e organização de Guilherme Gontijo Flores.
- Ovídio, provavelmente influenciado por Propércio, diz algo semelhante em Epistulae ex Ponto. 3.4.79: "Vt desint uires, tamen est laudanda uoluntas" ("Se faltam forças, o desejo inda é louvável").[2]
  • "Nenhuma noite com presentes eu comprei: / tudo que tive foi da tua vontade."
- "Nec mihi muneribus nox ulla est emta beatis: / quidquid eram, hoc animi gratia magna tui."
- Elegias. 2.20.25-6. Sexto Propércio; tradução e organização de Guilherme Gontijo Flores.
  • "Vês que servem aos céu, ora o Sol ora a Lua: / uma só moça é pouco para mim. / Que uma me prenda em quentes braços desejosos, se a outra não me deixar estar com ela."
- "Aspice uti caelo modo Sol modo Luna ministret: / sic etiam nobis una puella parum est. / Altera me cupidis teneat foueatque lacertis, / altera si quando non sinit esse locum."
- Elegias. 2.22a.35-38. Sexto Propércio; tradução e organização de Guilherme Gontijo Flores.
- Estes versos provavelmente serviram de modelo para Ovídio, em Amores. 2.4.44-49.[3]
  • "No Amor muito auxiliam constância e lealdade: / quem muito pode dar, muito há de amar."
- "Multum in Amore fides, multum constantia prodest: / qui dare multa protest, multa et amare prodest"
- Elegias. 2.26b.27-8. Sexto Propércio; tradução e organização de Guilherme Gontijo Flores.
- Segundo Flores, este dístico é considerado como espúrio por S. J. Heyworth.[4]
  • "Mas não deves ceder as línguas inimigas: / fofocas sempre punem as mais belas."
- "Sed tu non debes inimicae cedere linguae: / semper formosis fabula poena fuit."
- Elegias. 2.32.25-6; Sexto Propércio; tradução e organização de Guilherme Gontijo Flores.
  • "Quando o amante está distante, mais quente se faz o desejo; / o hábito deixa o amado fastidioso."
    • Variante: "O ardor é mais feliz se amantes estão longe: / longa fartura arrasa os mais frequentes."
- "Semper in absentis felicior aestus amantis: / eleuat assiduos copia longa"
- Elegias. 2.33c.43-4. Sexto Propércio; tradução e organização de Guilherme Gontijo Flores.
- Por não se conectar com o restante do poema, Heyworth considera que estes versos sejam fragmentos de outras elegias, proposta que é seguida por G. P. Goold e Simone Viarre. Paolo Fideli acredita que se trata do fechamento de uma elegia maior.[5]
  • "Pois nem piramides que atingem as estrelas, / nem lar de Jove Eleu que imita o céu, nem as riquezas do sepulcro de Mausolo / fogem a condição final da Morte. / Chuvas ou chamas dão um fim a sua glória: / tombam no peso tácito dos anos. Mas o renome ganho com talento nunca / passa - o talento em glória não tem morte."
- "Nam neque pyramidum sumptus ad sidera ducti, / nec Iouis Elei caelum imitata domus, / nec Mausolei diues fortuna sepulcri / Mortis ab extrema condicione uacant. / Autillis flamma aut imber subducet honores, / annorum auttacito pondere uicta ruent. / at non ingenio quaesitum nomen ab aeuo / excidet : ingenio stat sine Morte decus."
- Elegias. 3.2.19-26. Sexto Propércio; tradução e organização de Guilherme Gontijo Flores.
- Estes versos abordam a temática da imortalidade alcançada através da fama obtida pela obra poética. É feita uma comparação com grandes construções do mundo antigo, todas destinadas a ruína com o passar dos tempos. Três das setes maravilhas do mundo antigo são citadas: A Pirâmide de Quéops; a Estátua de Zeus em Olímpia e o Mausoléu de Halicarnasso. Das três apenas uma ainda continua de pé, e já bem deteriorada em comparação com a época de seu apogeu. Horácio, em Odes. 3.30 aborda temática semelhante.[6]
  • "Nem tudo cabe bem a todos igualmente."
- "Omnia non pariter rerum sunt omnibus apta."
- Elegias. 3.9.7. Sexto Propércio; tradução e organização de Guilherme Gontijo Flores.
  • "Todo o Amor se alimenta de si mesmo."
- "Ipse alimenta sibi maxima praebet Amor."
- Elegias. 3.21.4. Sexto Propércio; tradução e organização de Guilherme Gontijo Flores.
  • "Todas as palmas que alcançares com suor / uma só moça arrasará brincando."
- "Nam tibe uictrices quascumque labore parasti, / eludet palmas una puella tuas."
- Elegias. 4.1.138-39. Sexto Propércio; tradução e organização de Guilherme Gontijo Flores.
- Flores acredita que a passagem seja uma fala de Apolo parafraseada por Hóros, personagem possivelmente fictício e criado por Propércio, com quem o poeta dialoga no poema. Hóros aqui não deve ser confundido com o deus egípcio Hórus. Hóros parece fazer o papel de um astrólogo cujo o nome oriental indicaria as suas origens. A passagem é ao mesmo tempo um alerta para os perigos da elegia como um jogo de sedução enganoso e passional.[7]
  • "Fingir marido aumenta o preço - arma pretextos! / O Amor aumenta, se adiar a noite."
- "Et simularem uirum pretium facit: uteri causes! / Maior dilata nocte recurret Amor."
- Elegias. 4.5.29-30. Sexto Propércio; tradução e organização de Guilherme Gontijo Flores.
Referências
  1. Sexto Propércio. Elegias de Sexto Propércio; organização, introdução, tradução e notas: Guilherme Gontijo Flores. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014. página 327. Nota referente a elegia 1.7.
  2. Sexto Propércio. Elegias de Sexto Propércio; organização, introdução, tradução e notas: Guilherme Gontijo Flores. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014. página 356. Nota referente a elegia 2.10.5-6.
  3. Sexto Propércio. Elegias de Sexto Propércio; organização, introdução, tradução e notas: Guilherme Gontijo Flores. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014. página 367. Nota referente a elegia 2.22.
  4. Sexto Propércio. Elegias de Sexto Propércio; organização, introdução, tradução e notas: Guilherme Gontijo Flores. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014. página 371. Nota referente a elegia 2.26b.27-8.
  5. Sexto Propércio. Elegias de Sexto Propércio; organização, introdução, tradução e notas: Guilherme Gontijo Flores. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014. página 379. Nota referente a elegia 2.33.41-44.
  6. Sexto Propércio. Elegias de Sexto Propércio; organização, introdução, tradução e notas: Guilherme Gontijo Flores. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014. página 387. Nota referente a elegia 3.2.19-26.
  7. Sexto Propércio. Elegias de Sexto Propércio; organização, introdução, tradução e notas: Guilherme Gontijo Flores. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2014. página 415. Nota referente a elegia 4.1.