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Identificação de manifestações Patológicas em marquises na região Central de Manaus Identification of manifestations Patho
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Brazilian Journal of Development
ISSN: 2525-8761
75427
Brazilian Journal of Development, Curitiba, v.8, n.11, p. 75427-75442, nov., 2022
Identificação de manifestações Patológicas em marquises na região
Central de Manaus
Identification of manifestations Pathology in marquises in the region
Manaus center
DOI:10.34117/bjdv8n11-314
Recebimento dos originais: 28/10/2022
Aceitação para publicação: 28/11/2022
João Pedro Trajano Xavier
Graduando em Engenharia Civil
Instituição: Universidade Nilton Lins
Endereço: Av. Professor Nilton Lins, 3259, Parque das Laranjeira, Manaus – AM,
CEP: 69058-030
E-mail: joaopedro.jep@gmail.com
Jair Pantoja Lima
Especialista Estrutura de Concreto Armado
Instituição: Universidade Nilton Lins
Endereço: Av. Professor Nilton Lins, 3259, Parque das Laranjeira, Manaus – AM,
CEP: 69058-030
E-mail: jair_fisica@hotmail.com
Érika Cristina Nogueira Marques Pinheiro
Especialista em Didática do Ensino Superior
Instituição: Universidade Nilton Lins
Endereço: Av. Professor Nilton Lins, 3259, Parque das Laranjeira, Manaus – AM,
CEP: 69058-030
E-mail: erikamarquespinheiro@gmail.com
Antônio Estanislau Sanches
Doutor em Aplicações, Planejamento e Estudos Militares
Instituição: Universidade Nilton Lins
Endereço: Av. Professor Nilton Lins, 3259, Parque das Laranjeira, Manaus – AM,
CEP: 69058-030
E-mail: novo.sanches@gmail.com
RESUMO
As marquises são estruturas de concreto armado ou protendido que ficam suspensas
presas em media em uma extremidade e estão sujeitas a diversos ataques de agentes
internos e externos que se nao tratado ocasionam sua deterioração, levando a diversas
manifestações patológicas, que diminuem sua durabilidade e vida útil. A ação desses
agentes afeta gravemente as estruturas, podendo leva-las ao colapso. Por sua concepção
estrutural caracterizada por lajes em balanço ou lajes apoiadas sobre vigas em balanço,
por estarem localizadas nas fachadas das edificações, projetando-se sobre o logradouro
público e por sua exposição a intempéries, no Brasil varios acidentes tem ocorridos com
essas estruturas são comumente encontrados na literatura, com consequências graves,

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envolvendo vítimas fatais e por esse motivo, suas causas são objeto de estudos a décadas.
As principais causas dos problemas relacionados às marquises estão relacionadas a
fatores mecânicos, químicos, físicos ou biológicos, que que são decorrente de inumeros
fatores que iremos observar aqui neste trabalho e propiciam a instalação de processos que
degradam a estrutura. Atuam de forma agravante a esses mecanismos, a falta de
manutenção, a agressividade do meio e falhas ou vícios construtivos, principalmente
relacionados à impermeabilização. Este estudo tem por objetivo analisar e identificar
visualmente nas marquises da região central de Manaus, indícios e vestígios de
manifestações patológicas, abordando estruturas problemáticas com a finalidade de
indicar as suas possíveis causas e propor algumas soluções. Considerando a idade
construtiva avançada da maioria das marquises e a ocorrência de acidente com vítima
fatal com esse tipo de estrutura na cidade, sua importância torna-se relevante. Para a sua
realização, recorreu-se à revisão bibliográfica, por tratar-se de área de extenso
conhecimento acumulado, sendo um tema já explorado em diversos trabalhos. Verificou-
se, por meio do levantamento realizado, que diversas marquises apresentam indícios
visíveis de manifestações patológicas, sendo necessárias intervenção, manutenção e até
mesmo demolição. Como já era esperado, o estudo comprovou a necessidade de
implantação de um plano de ação, por parte do poder público municipal, que vise à
intervenção em estruturas problemáticas, em curto prazo, por meio de manutenções
urgentes, limpezas e escoramentos. Em longo prazo, faz-se necessário um estudo
aprofundado sobre o grau de deterioração das estruturas para que sejam propostas as
intervenções corretivas mais adequadas para cada marquise. Justifica-se a implantação de
um plano de manutenções preventivas, com vistorias e laudos técnicos específicos.
Cabem ressaltar que, tanto intervenções quanto vistorias, precisam ser realizadas por
profissionais capacitados, engenheiros civis, com conhecimento específico em
recuperação de estruturas.
Palavras-chave: marquises, estruturas de concreto armado:manifestações patológicas,
manutenção, durabilidade.
ABSTRACT
The marquees are reinforced or prestressed concrete structures that are suspended
attached in average at one end and are subject to several attacks from internal and external
agents that if left untreated cause their deterioration, leading to several pathological
manifestations, which reduce their durability and service life. The action of these agents
seriously affect the structures, and may lead them to collapse. For its structural conception
characterized by cantilever slabs or slabs supported on cantilever beams, for being located
on the facades of the buildings, projecting over the public space and for its exposure to
bad weather, in Brazil several accidents have occurred with these structures are
commonly found in literature, with serious consequences, involving fatal victims and for
this reason, its causes have been the object of studies for decades. The main causes of the
problems related to marquees are related to mechanical, chemical, physical or biological
factors, which are the result of many factors that we will observe here in this work and
propitiate the installation of processes that degrade the structure. The lack of maintenance,
the aggressiveness of the environment, and construction flaws or vices, mainly related to
waterproofing, aggravate these mechanisms. This study aims to analyze and visually
identify the signs and traces of pathological manifestations on marquees in the central
region of Manaus, approaching problematic structures with the purpose of indicating their
possible causes and proposing some solutions. Considering the advanced constructive age
of most of the marquees and the occurrence of accidents with fatal victims with this type

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of structure in the city, its importance becomes relevant. For this study, a bibliographic
review was used, since this is an area of extensive accumulated knowledge, being a theme
already explored in several works. It was verified, through the survey carried out, that
several marquees present visible signs of pathological manifestations, requiring
intervention, maintenance, or even demolition. As expected, the study proved the need
for the implementation of an action plan, by the municipal government, which aims at the
intervention in problematic structures, in the short term, through urgent maintenance,
cleaning and shoring. In the long term, an in-depth study of the degree of deterioration of
the structures is necessary in order to propose the most appropriate corrective
interventions for each marquee. The implementation of a preventive maintenance plan is
justified, with specific inspections and technical reports. It should be noted that both
interventions and inspections need to be carried out by qualified professionals, civil
engineers, with specific knowledge in structural restoration.
Keywords: marquises, estruturas de concreto armado:manifestações patológicas,
manutenção, durabilidade.
1 INTRODUÇÃO
Marquises são elementos de fachadas pertencentes às edificações que possuem a
característica de projetar-se sobre o logradouro público. Estruturalmente, caracterizam-se
como balanços engastados no plano da fachada (JORDY; MENDES, 2006). Para
Medeiros e Grochoski (2007) marquises são projetadas com a finalidade de proteger o
pedestre quanto à queda de objetos, chuva e sol. Localizam-se principalmente nas áreas
comerciais dos centros urbanos, observadas principalmente em edificações comerciais e
lojas, sendo utilizadas também para outros usos como a instalação de engenhos de
publicidade e aparelhos de ar-condicionado, normalmente diversa da aplicação a que
foram projetadas.
Formadas por vigas e lajes em balanço, as marquises avançam horizontalmente
em relação a construção. As principais patologias existentes em marquises provêm de
fases diferentes do processo construtivo, como as fases de projeto, construção, utilização
e manutenção (SILVA et al., 2016, p. 4). Fatores como mau posicionamento das
armaduras, corrosão, perfuração da laje, falta de manutenção, sobrecarga e escoramento
incorreto são os mais comuns, afetando assim, a segurança das marquises.
Por se tratar de elementos expostos à ação do tempo, deficiências na qualidade
dos materiais, problemas nos sistemas de impermeabilização e drenagem, a avançada
idade da grande maioria e, principalmente, a falta de inspeção e manutenção, as marquises
apresentam-se vulneráveis à ação desses patógenos (GONÇALVES, 2011).

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Acidentes envolvendo esse tipo de estrutura são frequentemente encontrados na
literatura, sendo suas causas objeto de estudos a décadas. De acordo com Medeiros e
Grochoski (2007), as principais causas do colapso de marquises estão relacionadas à falta
de manutenção preventiva. Advertem Jordy e Mendes (2006) que “a maioria destes
acidentes estruturais resulta em consequências imprevisíveis, geralmente com vítimas
fatais e interdições em calçadas e vias de passagem”. Complementam Medeiros e
Grochoski (2007) que “marquises apresentam uma tendência a sofrerem ruptura brusca,
sem aviso, por se tratar de estrutura isostática e com um único vínculo”.
As principais manifestações patológicas que acometem as marquises estão
relacionadas à durabilidade das estruturas que, por sua vez, está diretamente ligada a
diversos fatores como: falhas no concreto, cobrimento inadequado de armaduras, detalhes
construtivos, sistemas de proteção e impermeabilização e ainda, ao grau de agressividade
do meio (JORDY; MENDES, 2006).
Encontra-se em marquises da Região Central de Manaus evidências visuais de
diversos tipos de manifestações patológicas, algumas em estágio avançado, que
demonstram a necessidade de intervenções. A constante presença de CO2 e água, gerada
pela condensação de aparelhos de ar-condicionado ou pela chuva, podem acelerar o
processo de Carbonatação que, juntamente com outras deficiências das estruturas, podem
acelerar o processo de corrosão das armaduras.
O objetivo deste trabalho é apresentar um levantamento, por imagens, de
evidências de processos patológicos em marquises e justifica-se por ser uma oportunidade
de abordagem, com perspectiva científica, de estruturas problemáticas, que apresentem
algum grau de deterioração, deficiências construtivas ou de manutenção e operação.
Pretende-se apresentar algumas soluções que poderão ser empregadas na recuperação das
marquises que apresentarem indícios de manifestações patológicas visíveis, indicando
possíveis planos de manutenção preventiva com o intuito de se prolongar a vida útil
dessas estruturas.
Construções executadas em concreto armado possuem um estado chamado de vida
útil que pode ser entendida como o período de tempo que essas estruturas desempenham
as funções às quais foram projetadas (HELENE, 2004). As estruturas de concreto armado
estão sujeitas a diversos ataques de agentes responsáveis por causar a sua deterioração e
consequentemente, o aparecimento de diversas manifestações patológicas. Essas
deteriorações podem ter origem em processos mecânicos, físicos, químicos ou biológicos

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e são responsáveis por diminuir a durabilidade e a vida útil das construções (AGUIAR,
2016).
Considera-se o fato desse levantamento ser inédito na cidade, pois não consta
nenhum outro trabalho acadêmico com mesmo enfoque ou ênfase. Portanto este é o
primeiro passo para outros trabalhos ou pesquisas que tenham como foco uma
investigação mais profunda dos possíveis problemas que essas estruturas apresentam.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
A preocupação com a vida útil e durabilidade das estruturas vem se aprimorando
nos últimos anos, estando atrelada à modernização das técnicas construtivas e aos avanços
tecnológicos. Melo (2011), afirma em seu estudo que até o início da década de 1970, a
preservação era voltada para monumentos históricos, e que a durabilidade de edificações
de modo geral, não era um assunto de grande interesse no Brasil, onde buscava-se mais
destruir o antigo para dar lugar ao novo. Entretanto, com a crise econômica da década de
1970, a preocupação com os custos tornou-se necessária, com o objetivo de reduzir os
gastos ao máximo, interferindo diretamente na preocupação com a vida útil das
edificações e a conservação destas.
Quando falamos em comportamento e segurança estrutural, de acordo com
Medeiros e Grochoski (2007) afirmam que uma das grandes vantagens das estruturas de
concreto armado é o caráter de ruptura dúctil. Apesar do concreto por si só ser um material
frágil, quando utilizamos o composto formado pela união do concreto com o aço, fornece
a estrutura um comportamento intermediário que chamamos de concreto armado. Devido
a essa característica advinda da junção com o aço, é que as estruturas de concreto armado
dão “avisos” antes de ruir, pois a ductilidade da armadura permite que a peça produza
fissuras evidentes antes do colapso.
Em geral as marquises na sua grande maioria principalmente as edificações
antigas, há uma tendência maior a ruptura frágil, uma vez que essa estrutura quando
engastada em uma viga, produz torção neste elemento de apoio, com isso, a viga deve ser
dimensionada de modo que a resistência do concreto seja superior aos esforços de torção
e cortante, atendendo o item 17.7.2.2 da NBR 6118, intitulada Projeto de estruturas de
concreto - Procedimento (ABNT, 2014), que instrui as devidas recomendações a serem
cumpridas acerca de tais solicitações.

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Deve-se atentar ao fato de que, caso a marquise seja submetida a algum tipo de
sobrecarga, haverá um aumento do momento torsor atuante na viga, podendo superar a
resistência à compressão diagonal do concreto de projeto, que consequentemente levaria
a ruptura frágil da estrutura. Ainda de acordo com Medeiros e Grochoski (2007), pelo
fato da marquise ser uma estrutura em balanço, ela está sujeita a momentos negativos.
Sendo assim, para resistir aos esforços atuantes, as armaduras principais devem estar
posicionadas na face superior da laje, como ilustra a Figura 1, abaixo.
Figura 1: Esforços atuante em uma viga em balanço.
Fonte: laudoportoalegre.com
De acordo com Petrucci(1998) as principais causas da porosidade do concreto: é
sempre necessário utilizar uma quantidade de água superior à que se precisa para hidratar
o aglomerante, e essa água, ao evaporar, deixa vazios; com a combinação química,
diminuem os valores absolutos de água e cimento que entram em reação e o ponto crítico
das marquises está na armadura superior, pois ela é a primeira afetada quando há alguma
falha na impermeabilização ou quando ocorre algum tipo de trinca na parte superior da
estrutura Dorigo et al. (1996).
Quando isto ocorre, o processo de corrosão inicia-se transformando ferro em
óxido de ferro, que é expansivo e encunha o concreto, levando a um efeito 510 de
07/11/2016 que fala da vida útil das estruturas de concreto, abrindo cada vez mais
rachaduras no concreto, o que propicia a penetração de agentes agressivos e acelera esse
processo. Neste sentido, segundo Carmo (2009) a manifestação patológica mais frequente
nas marquises são as fissuras, pelas quais percolam agentes agressivos que causam a
corrosão da armadura.
O cobrimento por sua vez, tem grande importância na prevenção contra a
corrosão, pois busca realizar a proteção do aço, impedindo o contato direto com o meio

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ambiente e por consequência, a penetração de agentes externos na estrutura. Para
determiná-lo de forma adequada deve-se utilizar a NBR 6118 (ABNT, 2014), a qual
relaciona a classe de agressividade do ambiente com o tipo de elemento de concreto
executado, visando desse modo, aumentar a durabilidade e a vida útil das estruturas.
Acidentes envolvendo marquises são bastante comuns. Isto ocorre principalmente
pela falta de manutenção preventiva, como será discutido neste artigo. Os acidentes tem
ocorrido tanto nas marquises cuja configuração estrutural é de laje diretamente engastada,
quanto nas quais a configuração é de laje sobre vigas engastadas, e em edificações novas
ou antigas. As causas mais frequentes dos acidentes são: a corrosão de armaduras, a
sobrecarga na estrutura, o erro de projeto, o mau uso da edificação, as falhas na execução
e a infiltração de água, sendo a maioria delas passíveis de serem evitadas por um
programa de inspeção e manutenção periódica da marquise.
3 O MÉTODO
O trabalho baseou-se na inspeção visual e revisão bibliográfica, a fim de obter o
embasamento teórico voltado às marquises em concreto, em especial para os tipos,
origens e causas das manifestações patológicas mais comuns nesta estrutura. Foi realizado
em corredores e passagens de grande fluxo de pessoas onde observamos as marquises do
Centro de Manaus Capital do estado do Amazonas, localizadas na Avenida 7 de
Setembro, Avenida Joaquim Nabuco, Rua Xavier de Mendonça e Rua Winkens de Matos,
conforme ilustrado na Figura 3. Inicialmente percorreu-se as ruas em estudo com o
objetivo de determinar as amostras.

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Figura 2: Mapa do centro de Manaus
Fonte: Google maps
No estudo foram avaliadas através da análise visual 11 marquises, consideradas
mais danificadas. Além dessas, a amostra contou com cinco marquises escondidas por
revestimento, mas confirmadas devido à presença de guarda-corpo em alvenaria e/ou
construções acima das marquises. Observamos também cerca de 15 edificações contendo
elementos construtivos que se caracterizavam como marquises, devido ao prolongamento
existente nas calçadas, mas que não puderam ser confirmados como sendo de concreto
armado, pois a estrutura escondida por forros de revestimento e letreiros também poderia
ser composta de outro material como madeira ou metálica. A mostra se baseou, no total,
em 30 marquises, distribuídas nas classificações acima. Diante das amostras escolhidas,
anotou-se todas as não conformidades encontradas nas estruturas, buscando através da
literatura identificá-las e propor soluções.
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES
Das edificações analisadas, todas as marquises, nas quais foram possíveis realizar
uma análise visual, apresentaram algum tipo de manifestação patológica. Algumas delas

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não eram expostas diretamente, estando escondidas através de forros tipo PVC e letreiros
dos pontos comerciais, conforme ilustrado na Figura 3. Isso acaba servindo como
“maquiagens” para as construções, escondendo de fato os perigos relacionados as
manifestações patológicas, em especial, àquelas que podem vir a causar o colapso da
estrutura, colocando em risco a vida dos indivíduos que circulam embaixo desse elemento
construtivo.
Figura 3: Edificação com Marquise revestica com PVC.
4 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS IDENTIFICADAS
A seguir tem-se os registros fotográficos das amostras analisadas, comprovando
as manifestações patológicas existentes.
Figura 4: (a) Marquise 01 , (b) Marquise 02, (c) Marquise 03
(a)
(b)
(c)

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Figura 5: (a) Marquise 04, (b) Marquise 05, (c) Marquise 06
(a)
(b)
(c)
Figura 6: (a) Marquise 07, (b) Marquise 08, (c) Marquise 09
(a)
(b)
(c)
Figura 7: (a) Marquise 10, (b) Marquise 11
Diante das imagens acima, verificou-se que muitas das patologias se repetem, e
desse modo, organizou-se os problemas apresentados e as possíveis causas no Quadro 1,
abaixo, onde é possível perceber que a maioria das marquises apresentam mais de um
problema.
Descrição
Patologias encontradas
Possíveis causas
Marquise 01
Presença elevada de umidade e
manchas de tonalidade escura na
marquise. Característico de
mofo/bolor
Infiltração e queda do
revestimento, decorrente de
chuvas,
devido
a
impermeabilização deficiente e
falta de manutenção.

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Marquise 02
Fissuras,
escoramento
preventivo
improvisado,
remendos.
Perfuração na marquise para a
instalação de um elemento de
proteção de antenas, Presença de
remendos,
possivelmente
utilizados como uma solução,
mesmo que ineficaz, para as
fissuras ao longo do engaste e
marquise muito longa.
Marquise 03
Fissuras,
escoramento
preventivo
improvisado,
remendos.
Falha de projeto e/ou execução,
falta de manutenção, corrosão da
armadura, falhas no sistema de
impermeabilização.
Marquise 04
Mofo/bolor, desplacamento do
concreto, armadura exposta,
corrosão.
Infiltrações decorrente das
chuvas, falta de manutenção.
Marquise 05
Umidade, bolor, desplacamento
do revestimento e do concreto, e
o surgimento de fissuras laterais
e longitudinais.
Falhas de execução/ projeto,
furos na marquise, cobrimento
insuficiente e falta de
manutenção.
Marquise 06
Desplacamento do concreto,
armadura exposta, corrosão,
fissuras
Infiltrações decorrente das
chuvas, cobrimento insuficiente,
falta de manutenção.
Marquise 07
Desplacamento do concreto,
armadura exposta, corrosão,
fissuras
Infiltrações decorrente das
chuvas, falta de manutenção.
Marquise 08
Mofo, desplacamento do
concreto, armadura exposta,
corrosão.
Infiltrações decorrente das
chuvas, falta de manutenção
Marquise 09
Mofo
Bom revestimento e manutenção
Marquise 10
Desplacamento do concreto,
armadura exposta, corrosão,
fissuras
Infiltrações decorrente das
chuvas, falta de manutenção
Marquise 11
Colapso de Marquise
Falta de manutenção.
A falta de manutenção, utilização de métodos preventivos tardio bem como a
implementação de Mão francesa em alguns casos como solução para tais problemas são
erros na execução são algumas das conclusões para os problemas encontrados. As
principais patologias detectadas foram: umidade, corrosão, fissuras, mofo e
desplacamento tanto do concreto como da pintura bem como métodos paliativo de
escoramentos. A fim de visualizar melhor os dados, foi contabilizada a quantidade total
de patologias identificadas e elaborado o Gráfico 1, referente a incidência de cada tipo de
manifestação patológica, onde constata-se que a corrosão, fissuras e desplacamento e
métodos paliativo do concreto possuem o maior percentual.

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Figura 8: Incidência das Manifestações patológicas em percentual
Observamos que resultados indicam que tais patologias são recorrente em
diferentes regiões do Brasil, o estado de deterioração e incidência de manifestações
patológicas é semelhante. Apesar de não causar danos estruturais a estes elementos, a
presença de mofo/bolor indica problemas de infiltração, que coincidente com a existência
de fissuras ao longo da vida útil pode resultar na oxidação e resultar na perda de
capacidade resistente das armaduras, aumentando a probabilidade de ruptura brusca da
estrutura e ocorrência de acidentes.
4.1 PROPOSTAS DE TRATAMENTO
A partir da inspeção visual e da análise realizada com o auxílio de anotações e
registros fotográficos, foi possível indicar tratamentos para as patologias identificadas. É
importante ressaltar que os possíveis tratamentos e soluções dependem estritamente da
origem do problema, dessa forma é necessário um estudo mais minucioso para
identificação precisa do surgimento de algumas patologias, entretanto, estão descritos
abaixo possíveis terapias para as principais patologias encontradas:
4.2 FISSURAS
As peças fissuradas são facilmente identificadas e esta patologia é uma das mais
freqüentes e recorrentes nas estruturas de concreto. Quanto ao desempenho das
edificações, o surgimento de fissuras pode comprometer a estanqueidade, a vedação
% DE ANOMALIAS
MOFO
100%
TRINCAS 5%
FISSURAS 90%
DESPLACAMENTO NO
REVESTIMENTO 95 %

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contra o ambiente externo, o isolamento térmico e acústico e comprometer a estética dos
ambientes (SAHADE, 2005). Somado a isto, a penetração de água na estrutura por meio
das fissuras pode provocar ou acelerar o processo de corrosão das armaduras,
comprometendo sua resistência e durabilidade. Além disso, de acordo com Veiga (1998),
as fissuras causam sensação de desconforto visual e insegurança nos usuários. Segundo
Oliveira (2012) essa patologia é classificada de acordo com o tamanho da abertura,
seguindo os valores da tabela 02. De modo genérico, quando não for especificado o
tamanho da abertura, o presente trabalho tratará esse tipo de manifestação patológica
como “fissura”.
Tabela 2: Classificação das trincas, fissuras e rachaduras de acordo com a abertura. Fonte:
adaptado de Oliveira (2012)
PATOLOGIA
ABERTURA
Fissura
≤ 0,5(mm)
Trinca
0,5 ≤ e ≤ 1,5 (mm)
Rachadura
1,5 ≤ e ≤ 5,0(mm)
4.3 UMIDADE
A umidade, como vista nos resultados, provém de diversas causas, desde furos na
marquise até acumulo de água das chuvas. Em geral, esse acúmulo ocorre por falta de
sistemas eficazes de drenagem, ou ausência de inclinação mínima da marquise, necessária
para que o escoamento da água. Desse modo, deve-se atentar-se para uma manutenção
desses sistemas, ou realizar/reforçar o sistema impermeabilizante, atentando-se para os
furos existentes, de modo a identificar as falhas.
4.4 CORROSÃO DA ARMADURA
A corrosão da armadura é um processo que ocorre quando agentes externos
penetram no concreto e muitas vezes está relacionado à falha de projeto/execução, na qual
o cobrimento adotado não é necessariamente o adequado para a região, estando o aço
desprotegido. Outro fator que interfere nessa patologia é a relação água/cimento pois
quando menor ela for, menor será a porosidade do concreto e, portanto, menores as
chances de penetração dos agentes prejudiciais. Logo, torna-se imprescindível a
utilização da NBR 6118 (ABNT, 2014) para determinação da qualidade do concreto. O

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tratamento dessa manifestação pode ser realizado seguindo os passos a seguir, descritos
pelo Professor Marcelo Medeiros em uma matéria para a revista AECWEB:
1. Delimitação da área deteriorada;
2. Escarificação do concreto solto deteriorado;
3. Limpeza do produto de corrosão formado;
4. Pintura na superfície do metal para maior proteção através da utilização do zarcão;
5. Preenchimento com argamassa de reparo e acabamento da superfície;
6. Cura da argamassa de reparo, geralmente feita com água de rede de abastecimento de
água potável.
4.5 DESPLACAMENTO
Ao longo da vida útil as edificações sem manutenções preventivas têm como
conseqüências do processo de corrosão, ocorrem as fissuras e o posterior desplacamento
do cobrimento de concreto, uma vez que ao oxidar-se, o ferro vai criando o óxido de ferro
hidratado. O tratamento indicado para esta anomalia pode ser realizado da forma indicada
abaixo:
1. Corte e remoção do revestimento descolado;
2. Aplicação de chapisco no traço;
3. Aplicação de reboco novo, com traço semelhante ao do antigo reboco.
5 CONCLUSÕES
Considerando os resultados obtidos com o presente estudo, é notória a freqüência
de marquises com manifestações patológicas no centro da Cidade de Manaus –AM.
Muitos são os fatores que levam as edificações estudadas a apresentarem tais patologias
como podemos destacar o processo de deterioração da edificação em função da vida útil,
pois, inúmeras das edificações no centro de Manaus são do século passado e por esse fator
e a falta manutenção preventiva, de modo que na maioria dos casos o problema é apenas
ocultado com a realização de pinturas e utilização de letreiros comerciais. Com isso os
riscos de acidentes são amplificados, uma vez que essa ocultação impede que os pedestres
tomem ciência do nível de deterioração destes elementos, eliminando a chance de alerta
visual para prevenção de acidentes. Marquises que aparentam ter sido realizada uma
recente manutenção preventiva e incorreta que é o caso da marquise 02 e 03 onde as

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mesmas estão apoiadas com sistemas de Mão francesa e escoramentos para reduzir os
momentos cortantes das estruturas e evitar o seu colapso total.
E a grande maior parte como podemos observar as marquises 01,04,05,06,07,10
possuem um abandono total, ao qual isso implicará em problemas graves futuros, uma
vez que o abandono da estrutura faz com que a mesma tenha sua vida útil comprometida
e incidam sobre ela patologias semelhantes, chegando a ter até inúmeras patologias
agregadas a elas aumentando o risco de colapso da estrutura e elevando o grau de perigo
para as pessoas que trafegam nas regiões onde tais edificações estão situadas isso irá
contribuir dessa forma, para um maior número de patologias que irão desencadear a
exposição e contato das armaduras com o meio externo e, consequentemente com agentes
agressivos, o que com o passar do tempo levará à sua corrosão, caracterizando a estrutura
em um grau crítico, ou seja, sem condições para o uso, apresentando risco de segurança
para seus usuários. Conclui-se, portanto, que o estudo nas marquises de concreto armado
é de grande importância, a fim de evitar danos e até o colapso da estrutura. Os objetivos
do trabalho foram atendidos, possibilitando realizar o levantamento das manifestações
patológicas e identificar suas possíveis causas, propondo tratamentos para amostra
estudada.

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