Idade de Ouro da cultura judaica no Al-Andalus: diferenças entre revisões
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A '''Idade de Ouro da cultura judaica no Al-Andalus''' refere um período da história durante o qual uma parte importante da [[
A natureza e a duração desta "Idade de Ouro" é objeto de debate. Segundo alguns estudiosos, o seu começo poderia situar-se:
:* Entre [[711]]—[[718]], após a conquista dos [[omíadas]].
:* Em [[912]], sob o governo de [[
Para o seu final, as datas propostas são:
:* [[1031]], com o final do [[Califado de Córdova]].
:* [[1066]], data do massacre de judeus em [[Granada (Espanha)|Granada]].
:* [[1090]], com a conquista [[almorávidas|almorávida]].
:* Meados do [[século XII]], com a invasão [[
== A natureza da Idade de Ouro ==
O tratamento outorgado aos não [[muçulmano]]s durante o [[Califado de Córdova]] foi objeto de debate, especialmente o fato de existir uma época de coexistência pacífica entre muçulmanos e não muçulmanos. Foi argumentado que os judeus (e outras minorias religiosas) viveram uma época de tolerância, respeito e harmonia sob o governo muçulmano que não aconteceu no restante da [[Europa]] ocidental cristã, o que ocasionaria esta "Idade de Ouro". Apesar do [[Al-Andalus]] ter tido uma importância chave para a sociedade judaica durante a [[Alta Idade Média]], gerando importantes figuras e uma das comunidades judaicas mais ricas e estáveis, não há acordo entre os acadêmicos a respeito de se esta convivência entre judeus e muçulmanos era realmente uma convivência real inter-religiosa, ou se, no fundo, o tratamento que receberam foi similar ao dado em outros lugares durante a mesma época.
María Rosa Menocal, especialista em literatura ibérica na [[Universidade de Yale]], comentou que ''"a tolerância era um aspecto inerente da sociedade andaluzi"''.<ref>{{en}} [http://www.twbookmark.com/books/52/0316566888/press_release.html A joia do mundo: muçulmanos, judeus e cristãos, e a cultura da tolerância no "Al-Andalus", por María Rosa Menocal] {{Wayback|url=http://www.twbookmark.com/books/52/0316566888/press_release.html#|date=20051109071705}}, acessado [[12 June]], 2006.</ref> No seu livro, ''The jewel of the world'', Menocal defende que os judeus dhimmidas que viviam sob o governo do Califado, apesar de possuírem menos direitos que os muçulmanos, estavam melhor que em outras partes da Europa cristã. Judeus do restante da Europa emigraram para o Al-Andalus, no que conviviam com uma tolerância muito relativa.
[[Bernard Lewis]] argumenta, que, embora frequentemente se mencione a convivência inter-religiosa sob governo muçulmano durante a [[Idade Média]], isto é apenas um mito criado por apologistas muçulmanos e partidários do [[Islão]], pois, como poderia alguém dar o mesmo tratamento àqueles que se submetem à verdadeira fé e aos que voluntariamente a recusam? Isto seria considerado como um descumprimento do dever."''<ref>Capítulo 1, página 4 do seu livro ''Os judeus no Islão''.</ref>
[[Mark R. Cohen|Mark Cohen]], professor de estudos do [[Oriente Próximo]] na [[Universidade de Princeton]], no seu livro ''Under Crescent and Cross'' , afirma que ''"o mito duma utopia inter-religiosa"'' foi promulgado em primeiro lugar por historiadores judeus, como [[Heinrich Graetz]] no [[século XIX]] como um reproche para os países cristãos (especialmente a [[Europa do Leste]]) pelo seu comportamento para os judeus. Esta visão não foi posta em dúvida até ser adotada pelos árabes como ''"uma arma propagandística contra o [[sionismo]]"'',<ref>Cohen, ''Under Crescent and Cross'' , 1995, p. 6.</ref> para mostrar que o estabelecimento do moderno estado de [[Israel]] destroçou a suposta harmonia entre judeus e árabes existente na [[Palestina (região)|Palestina]] sob o [[Império Otomano]]. Esta "exploração árabe da polêmica" foi ligada ao ''"contra-mito"'' da ''"neo-lacrimosa concepção da história árabo-judaica"'' por historiadores como [[Bat Yeor]],<ref>Cohen, ''Under Crescent and Cross'' , 1995, p. 9.</ref> que "também não pode ser mantido dadas as circunstâncias da realidade histórica".<ref>* Daniel J. Lasker, Review of Under Crescent and Cross. The Jews in the Middle Ages by Mark R. Cohen, The Jewish Quarterly Review, New Ser., Vol. 88, No. 1/2 (Jul., 1997), pp. 76-78 * Ver também Cohen (1995) p. xvii:De acordo com Cohen, ambos os pontos de vista distorcem o passado.</ref>
[[Frederick Schweitzer]] e [[Marvin Perry]] concordam em que há duas concepções do que foi realmente o status judeu sob o
== Nascimento da Idade de Ouro ==
Em [[589]], os [[Visigodos]] cristãos da [[Hispânia]] efetuaram uma severa perseguição contra os judeus; consequentemente, no
Começou assim um período de tolerância para os judeus, cujo número incrementar-se-ia consideravelmente devido à imigração procedente da [[África]]. Especialmente após [[912]], durante o reinado de
O ministro e físico da Corte de [[
Durante um tempo, os judeus gozaram de uma autonomia parcial como [[dhimmidas]], graças ao pagamento da [[gízia]], a qual era administrada separadamente do [[zakat]], o qual era pago por muçulmanos. A
== Fim da chamada "Idade de Ouro" ==
Com a morte de [[
A princípios de [[1090]] a situação piora com a invasão dos [[Almorávidas]], uma seita puritana procedente de [[Marrocos]]. Sob o seu governo, alguns judeus prosperaram (sobretudo sob [[Ali
Durante o reinado destas dinastias berberes, muitos judeus, e, até mesmo, alguns eruditos muçulmanos abandonaram o [[
Vários eruditos judeus participaram na chamada [[Escola de tradutores de Toledo]], que traduziu, pela primeira vez para o [[latim]], os trabalhos de árabes tão notáveis quanto [[Averróis]], ou do poeta e filósofo judeu [[Salomão Ibn Gabirol]], conhecido como [[Avicebron]]. Quase 40 000 destes emigrados unir-se-iam às filas de [[Afonso VI de Castela]] na sua luta contra os Almorávidas, os quais também contavam com judeus entre as suas tropas.
Até mesmo após esta "Idade de Ouro" terminar, a comunidade judaica da [[
== Figuras notáveis ==
* [[Abu
* [[Abu Ruiz ibn Dahri]] lutou na guerra contra os Almóadas.
* [[Amram ben Isaac ibn Shalbib]], erudito e diplomático ao serviço de [[Afonso VI de Castela]].
* [[Bahya ibn Paquda]], filósofo e autor de ''[[Chovot ha-Levavot]]''
* [[Bispo Bodo]]-Eleazar; de acordo com a Enciclopédia Judaica, "um converso ao Judaísmo
* [[Dunash ben Labrat]] (920-990), poeta.
* [[Isaac ibn Albália]], astrônomo e rabi em [[Granada (Espanha)|Granada]]▼
▲* [[Isaac ibn Albália]], astrônomo e rabi em [[Granada]]
* [[Yequtiel ibn Isaac]], ministro do rei em Saragoça, seria mais tarde executado.
* [[Joseph ibn Hasdai]], poeta, pai de [[Abu
* [[Joseph ibn Migash]], diplomático de Granada
* [[Maimônides]], rabi, físico, e filósofo.
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* [[Hasdai ibn Shaprut]], físico real e estadista.
== {{#if:|{{ELES|Bibliografia|}}|Bibliografia }} ==
* Mark Cohen, ''Under Crescent and Cross : The Jews in the Middle Ages'' 1995 ISBN 0-691-01082-X
* Joel Kraemer, "Comparing Crescent and Cross," The Journal of Religion, Vol. 77, No. 3. (Jul., 1997), pp. 449–454. (Book review)
{{Referências}}
{{Tradução/ref|es|Edad de oro de la cultura judía en España}}
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* [[Sefardita]]
* [[Al-Andalus]]
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* [[História judaica]]
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{{DEFAULTSORT:Idade Ouro Cultura Judaica Al Andalus}}
[[Categoria:Cultura do Al-Andalus]]
[[Categoria:História judaica]]
[[Categoria:Eras de ouro (metáfora)]]
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