Vaanes I de Siúnia: diferenças entre revisões
Linha 14: | Linha 14: | ||
== Nome == |
== Nome == |
||
Baanes ({{lang|el|Βαάνης}}, ''Baánes'') é a [[helenização|forma grega]] do [[nome teofórico|teofórico]] [[língua armênia|armênio]] ''Vahan'' (Վահան), que derivou de ''Vahagn'' (Վահագն).{{sfn|Ačaṙyan|1942–1962|p=9}} ''Vahagn'', por sua vez, foi um [[Vaagênio|deus]] da [[mitologia armênia]] que derivou seu nome do [[língua parta|parta]] Varragne (''*Warhragn'') / Vartagne (''*Warθagn''), do [[persa antigo]] Vertragna (''Vṛθragna'') e do [[língua avéstica|avéstico]] Varetragna (''vərəθraγna''), que era o nome de um dos [[Artagnes|deuses]] do panteão iraniano. Como teofórico foi citado em armênio como Vrã (''Vrām''), em [[persa médio]] como Varrã (''Warahrān'') e Varã (''Wahrām''), em [[língua grega|grego]] como Boanes ({{lang|el|Βοάνης}}, ''Boánes''), Baanes ({{lang|el|Βαάνης}}, ''Baánes''), Baranes ({{lang|el|Βαρανης}}), Baânio ({{lang|el|Βαανιος}}, ''Baanios''), Uarrames / Varrames ({{lang|el|Ουαρράμης}}, ''Ouarrámes''), Barã ({{lang|el|Βαραμ}}, ''Baram''), Baramo ({{lang|el|Βάραμος}}, ''Báramos'') e |
Baanes ({{lang|el|Βαάνης}}, ''Baánes'') é a [[helenização|forma grega]] do [[nome teofórico|teofórico]] [[língua armênia|armênio]] ''Vahan'' (Վահան), que derivou de ''Vahagn'' (Վահագն).{{sfn|Ačaṙyan|1942–1962|p=9}} ''Vahagn'', por sua vez, foi um [[Vaagênio|deus]] da [[mitologia armênia]] que derivou seu nome do [[língua parta|parta]] Varragne (''*Warhragn'') / Vartagne (''*Warθagn''), do [[persa antigo]] Vertragna (''Vṛθragna'') e do [[língua avéstica|avéstico]] Varetragna (''vərəθraγna''), que era o nome de um dos [[Artagnes|deuses]] do panteão iraniano. Como teofórico foi citado em armênio como Vrã (''Vrām''), em [[persa médio]] como Varrã (''Warahrān'') e Varã (''Wahrām''), em [[língua grega|grego]] como Boanes ({{lang|el|Βοάνης}}, ''Boánes''), Baanes ({{lang|el|Βαάνης}}, ''Baánes''), Baranes ({{lang|el|Βαρανης}}), Baânio ({{lang|el|Βαανιος}}, ''Baanios''), Uarrames / Varrames ({{lang|el|Ουαρράμης}}, ''Ouarrámes''), Barã ({{lang|el|Βαραμ}}, ''Baram''), Baramo ({{lang|el|Βάραμος}}, ''Báramos'') e Baram(a)anes ({{lang|el|Βαραμ(a)άνης}}, ''Baram(a)anes''), {{sfn|Justi|1895|p=363}}{{sfn|name=Mu|Vários autores|1988}} em [[língua georgiana|georgiano]] como Barã ({{lang|ka|ბარამ}}, ''Baram''),{{sfn|Rapp|2014|page=203}} em [[latim]] como Veramo (''Veramus''){{sfn|Moisés de Corene|1736|p=292}} e ''Vararanes''{{sfn|Martindale|1971|p=945}} e em [[persa novo]] como Barã ({{lang|fa|بهرام}}, ''Bahrām'').<ref name=Mu /> Por sua vez, seu apelido é composto por seu nome e o sufixo ''-ik'' (-իկ). Segundo Hrach Martirosyan, ele se associa ao iraniano ''*-ika-'',{{sfn|Martirosyan|2021|p=21}} que era utilizado para construção de adjetivos e substantivos, bem como formava nomes de países. No armênio, em particular, era comumente empregado para formar diminutivos.{{sfn|J̌ahukyan|1998|p=5–48}}{{sfn|Schmitt|Bailey|1986|p=445-465}} |
||
== Biografia == |
== Biografia == |
Revisão das 02h33min de 19 de junho de 2024
Baanes I de Siúnia | |
---|---|
Bandeira da Igreja Apostólica Armênia | |
Morte | 974 |
Nacionalidade | Armênio |
Ocupação | Bispo |
Título | Católico |
Religião | Igreja Apostólica Armênia |
Baanes I de Siúnia (em armênio/arménio: Վահան Ա Սյունեցի; romaniz.: Vahan I Syunets’i; m. 974), apelidado Pequeno Baanes (em armênio: Վահանին; romaniz.: Vahanik), foi o católico de todos os armênios de 967 até sua deposição em 969.
Nome
Baanes (Βαάνης, Baánes) é a forma grega do teofórico armênio Vahan (Վահան), que derivou de Vahagn (Վահագն).[1] Vahagn, por sua vez, foi um deus da mitologia armênia que derivou seu nome do parta Varragne (*Warhragn) / Vartagne (*Warθagn), do persa antigo Vertragna (Vṛθragna) e do avéstico Varetragna (vərəθraγna), que era o nome de um dos deuses do panteão iraniano. Como teofórico foi citado em armênio como Vrã (Vrām), em persa médio como Varrã (Warahrān) e Varã (Wahrām), em grego como Boanes (Βοάνης, Boánes), Baanes (Βαάνης, Baánes), Baranes (Βαρανης), Baânio (Βαανιος, Baanios), Uarrames / Varrames (Ουαρράμης, Ouarrámes), Barã (Βαραμ, Baram), Baramo (Βάραμος, Báramos) e Baram(a)anes (Βαραμ(a)άνης, Baram(a)anes), [2][3] em georgiano como Barã (ბარამ, Baram),[4] em latim como Veramo (Veramus)[5] e Vararanes[6] e em persa novo como Barã (بهرام, Bahrām).[3] Por sua vez, seu apelido é composto por seu nome e o sufixo -ik (-իկ). Segundo Hrach Martirosyan, ele se associa ao iraniano *-ika-,[7] que era utilizado para construção de adjetivos e substantivos, bem como formava nomes de países. No armênio, em particular, era comumente empregado para formar diminutivos.[8][9]
Biografia
Baanes era o filho de Javanxir, senhor de Balque, em Siúnia.[10] Em 958, no concílio de Kapan que colocou ordem na organização da Igreja Apostólica Armênia na região, é consagrado pelo católico Ananias I de Moxoena como metropolita de Siúnia.[11] Permaneceu no cargo até a morte de Ananias, em 967,[12] quando foi eleito católico no concílio de Siracavão.[10] Seus pareceres favoráveis ao calcedonianismo levaram a convocação dum sínodo em Ani em 969 pelo rei Asócio III (r. 951–977), ao qual decidiu não comparecer.[13] No sínodo decidiu-se pela remoção de Baanes e a nomeação de Estêvão III. Baanes refugiou-se na corte do rei Abusal Amazaspes (r. 953–968) de Vaspuracânia, onde foi considerado como católico titular. Imprudentemente, Estêvão III deslocou-se depois à corte de Vaspuracânia admoestar pessoalmente seu rival e Abusal mandou prendê-lo. Baanes morreu em 974 e não é substituído em Vaspuracânia, deixando o sucessor de Estêvão III, Cachique I Arsaruni, como católico.[12]
Ver também
Precedido por Ananias I de Moxoena |
Católico de todos os armênios 967-969 |
Sucedido por Estêvão III |
- ↑ Ačaṙyan 1942–1962, p. 9.
- ↑ Justi 1895, p. 363.
- ↑ a b Vários autores 1988.
- ↑ Rapp 2014, p. 203.
- ↑ Moisés de Corene 1736, p. 292.
- ↑ Martindale 1971, p. 945.
- ↑ Martirosyan 2021, p. 21.
- ↑ J̌ahukyan 1998, p. 5–48.
- ↑ Schmitt & Bailey 1986, p. 445-465.
- ↑ a b Grousset 1947, p. 486.
- ↑ Dédéyan 2007, p. 256.
- ↑ a b Dédéyan 2007, p. 280.
- ↑ Grousset 1947, p. 487.
- Este artigo foi inicialmente traduzido, total ou parcialmente, do artigo da Wikipédia em francês cujo título é «Vahan Ier de Siounie», especificamente desta versão.
Bibliografia
- Dédéyan, Gérard (2007). Histoire du peuple arménien. Tolosa: Éd. Privat. ISBN 978-2-7089-6874-5
- Grousset, René (1947). Histoire de l’Arménie des origines à 1071. Paris: Payot
- J̌ahukyan, Geworg (1998). «-իկ». Hin hayereni verǰacancʻneri cagumə [The Origin of Old Armenian Suffixes]. Erevã: Anania Širakacʻi
- Justi, Ferdinand (1895). «Werepraghna 24». Iranisches Namenbuch. Marburgo: N. G. Elwertsche Verlagsbuchhandlung
- Martindale, J. R.; A. H. M. Jones (1971). «Vararanes». The Prosopography of the Later Roman Empire, Vol. I AD 260-395. Cambridge e Nova Iorque: Cambridge University Press
- Martirosyan, Hrach (2021). «Faszikel 3: Iranian Personal Names in Armenian Collateral Tradition». In: Schmitt, Rudiger; Eichner, Heiner; Fragner, Bert G.; Sadovski, Velizar. Iranisches Personennamenbuch. Iranische namen in nebenüberlieferungen indogermanischer sprachen. Viena: Academia Austríaca de Ciências
- Moisés de Corene (1736). Historiae Armeniacae libri III. Londres: Caroli Ackers
- Rapp, Stephen H. Jr. (2014). The Sasanian World through Georgian Eyes: Caucasia and the Iranian Commonwealth in Late Antique Georgian Literature. Farnham: Ashgate Publishing, Ltd. ISBN 1472425529
- Schmitt, R.; Bailey, H. W. (1986). «ARMENIA AND IRAN iv. Iranian influences in Armenian Language». Enciclopédia Irânica Vol. II, Fasc. 4-5. Nova Iorque: Editora da Universidade de Colúmbia
- Vários autores (1988). «Bahrām». Enciclopédia Irânica Vol. III, Fasc. 5. Nova Iorque: Universidade de Colúmbia