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Por Bruno Ravazzolli, Débora Padilha, g1 RS e RBS TV


Turismo na Serra Gaúcha tem prejuízo milionário com as enchentes históricas

Turismo na Serra Gaúcha tem prejuízo milionário com as enchentes históricas

O frio chegou, mas os turistas ainda não chegaram. A cidade de Gramado, na Serra do Rio Grande do Sul, passa por um momento de apreensão em virtude do número reduzido de visitantes e estima prejuízo de R$ 100 milhões apenas para o mês de maio.

Em outra frente a ser encarada, a prefeitura do município contabiliza mais de mil pessoas fora de casa, sendo 200 em abrigos, em função dos deslizamentos de terra que vitimaram sete pessoas no município. Ao todo, o RS soma 149 mortes.

Com o Aeroporto Salgado Filho fechado em Porto Alegre e as principais estradas bloqueadas, como a BR-116, no trecho de Nova Petrópolis, e a ERS-115, Gramado registra uma queda drástica de turistas e as ruas estão praticamente vazias, conforme relato da reportagem da RBS TV.

A estimativa do Sindicato das Empresas de Turismo do Rio Grande do Sul (Sindetur) é que o coração do turismo gaúcho deixe de arrecadar mais de R$ 100 milhões somente no mês de maio. O setor representa 86% da economia do município.

"Os números realmente são muito ruins com relação ao que estávamos projetando. O cenário estava aquecendo bastante, maio é um mês muito bom, o outono aqui é muito bonito. Tivemos redução muito significativa. Temos uma média de ocupação na casa dos 12%. Ano passado tínhamos pelo menos 60% a mais", explica Ricardo Reginato, secretário do Turismo de Gramado.

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Gramado elabora plano para retomar turismo a partir de junho — Foto: Reprodução/RBS TV

O fluxo reduzido coincide com o início do frio no estado. Gramado registrou temperaturas entre 2ºC e 16º C nesta quarta-feira (15), segundo o Climatempo. As temperaturas mais baixas atraem turistas para a Região da Serra. Maio e junho são meses de média temporada, enquanto julho e agosto são o 'pico'. Em 2023, a cidade recebeu cerca de 8 milhões de pessoas.

O centro, os parques e as principais atrações não foram afetados pelos desmoronamentos. A maioria das empresas continua aberta, mas os comerciantes estão preocupados com o movimento abaixo do projetado. Há um esforço conjunto para que não haja uma série de demissões.

"Nossa solicitação é que remarquem as viagens e não cancelem. Estamos em negociações com o sindicatos para que os empregos sejam mantidos", apela Cláudio Souza, presidente do Sindetur.

Gramado estima prejuízo de R$ 100 milhões em maio por baixo número de turistas — Foto: Reprodução/RBS TV

A expectativa é que a situação melhore a partir de junho. De acordo com a secretaria de turismo, muitas pessoas reagendaram as reservas de maio para os próximos meses e não houve cancelamentos para julho. Uma das estratégias para retomar o caminho é apostar em novos mercados.

"Estamos empenhados em trabalhar na retomada do nosso turismo. Isso não significa insensibilidade com o que o estado está passando. Ao contrário. Nossa matriz econômica é o turismo. E se a gente não consegue fazer turismo, gera um problemaço para Gramado e para o Rio Grande do Sul. Trabalhar junho e julho de maneira muito intensa em novos mercados. Mercosul, região sul, turismo rodoviário, novos voos para aeroporto de Caxias", explicou Reginato.

Temporal no RS: Em Gramado, mais de mil pessoas estão fora de suas casas

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Consequências do temporal em Gramado

Mais de mil pessoas foram obrigadas a sair de casa em Gramado por questões de segurança em função dos temporais entre o fim de abril e o início de maio. Cerca de 800 estão em casa de familiares e aproximadamente 200 em abrigos.

Sete pessoas morreram na cidade por conta de deslizamentos de terra no começo deste mês. Entre outros problemas, uma rua desmoronou no bairro Piratini. De acordo com a prefeitura, uma infiltração consequente da chuva fez com que o asfalto cedesse. Além disso, casas desmoronaram na região.

"Quando a gente tem eventos extremos de muita chuva num curto período, a tendência é que esse solo tenha algumas rupturas, que acabam ocasionando aquilo no bairro Piratini. O solo faz a movimentação de romper, e as fissuras começam a abrir e as edificações e infraestrutura começam a mover", explica Cristiane Bandeira, Secretária Municipal de Meio Ambiente.

Rua desmoronada em Gramado, na Serra Gaúcha — Foto: Halder Ramos

A prefeitura do município mapeou 150 pontos com problemas em virtude do excesso de chuvas e criou um grupo de trabalho para monitorar as áreas de risco. Entretanto, ainda não sabe detalhar qual será o futuro das famílias que tiveram de deixar os locais onde moram.

"Algumas terão direito a aluguel social e as demais situações, que envolvem casas danificadas que talvez as pessoas não possam mais retornar, estamos analisando para poder encontrar o melhor caminho para auxiliar as pessoas no momento", comenta Mariana Reis, Procuradora Geral de Gramado.

Na terça-feira à tarde (14), o prefeito Nestor Tissot dialogou com o Ministro do Turismo, Celso Sabino, e apresentou as dificuldades enfrentadas pelo setor turístico, além de apontar a necessidade de execução de diversas obras para recuperar a infraestrutura de alguns bairros e do interior do município

Mais de mil pessoas estão fora de casa em Gramado

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