www.fgks.org   »   [go: up one dir, main page]

Por Fernanda Bastos, g1 DF


  • Participantes do projeto conseguem uma renda de R$ 2.8 mil com o crochê e bordado.

  • As costureiras também fecharam uma parceria com um festival de música em Itaipava, no Rio de Janeiro, que vai acontecer em novembro.

  • E elas estão ainda em quatro rodas: o novo trabalho é encapar por dentro e por fora o fusca, chamado ‘Xuxu’, do Instituto Proeza.

Instalações em lojas e em prédios em Paris, Milão e Londres do crochê do Instituto Proeza.

Instalações em lojas e em prédios em Paris, Milão e Londres do crochê do Instituto Proeza.

Linhas coloridas, diferentes desenhos e pelo menos 108 agulhas de crochê. São com estes três pontos que o Instituto Proeza costura sua história para enfeitar e transformar a estética de prédios e lojas ao redor do mundo.

🧵 A linha começou a ser colocada na agulha em 2020, durante a pandemia da Covid-19,. A ideia era ensinar bordado e crochê para mulheres que haviam perdido o emprego e estavam em situação de vulnerabilidade no Recanto das Emas e no Riacho Fundo II, no Distrito Federal.

"A gente sempre vê capa de liquidificador, capa de botijão. Eu pensei, vamos fazer a capa do prédio do instituto", diz Kátia Ferreira, diretora do Instituto Proeza.

Depois de quase dois anos de trabalho, as costuras da parte de dentro e de fora do prédio foram finalizadas em 12 de setembro de 2022, com cenografias de até 15 metros de crochê

Jardins floridos e chuva dentro das salas, colmeia com abelhas enormes, teto de corações e paredes de beijos: o prédio foi o primeiro resultado palpável da imaginação destas mulheres (confira fotos abaixo) que este ano têm projetos para "encapar" prédios em Nova York, Roma e Paris.

Prédio do Instituto Proeza

1/9

Prédio do Instituto Proeza encapado com crochê. — Foto: Reprodução/Instituto Proeza

2/9

Gotas de chuva de crochê colocadas no teto de uma das salas do instituto. — Foto: Reprodução/Instituto Proeza

3/9

Sala de aula encapada com crochê. — Foto: Reprodução/Instituto Proeza

4/9

Corações no teto de um dos corredores do Instituto Proeza. — Foto: Reprodução/Instituto Proeza

5/9

Salas coloridas com imagens de flores e plantas em crochê. — Foto: Reprodução/Instituto Proeza

6/9

Parede com formato de colmeia e abelhas enormes. — Foto: Reprodução/Instituto Proeza

7/9

Parede de beijos colorida em uma das salas. — Foto: Reprodução/Instituto Proeza

8/9

Parede de flores em uma das salas do instituto. — Foto: Reprodução/Instituto Proeza

9/9

Quadros e elementos de crochê em uma das salas do prédio. — Foto: Reprodução/Instituto Proeza

⚠️O grupo antigo será desativado. Mesmo se você já faça parte da nossa comunidade, é preciso se inscrever novamente.

Do DF para o mundo

A partir da inauguração do edifício onde fica o instituto com a nova capa, propostas para a realização de projetos de cenografia ao redor do mundo foram surgindo. A primeira, ainda no ano passado, foi em Milão, na Itália, para uma loja de roupas brasileira.

Durante três meses, as mulheres fizeram o crochê e duas costureiras foram à Europa para realizar a montagem. Depois, o crochê produzido no Recanto das Emas e no Riacho Fundo II foi exposto em Paris, em Londres.

"Onde esse desenrolar de linhas, onde o crochê nos levou, vamos tecendo de pedacinho em pedacinho e conseguimos tecer esse mundo de possibilidade", diz Kátia Ferreira.

🧶 🎵 As costureiras fecharam uma parceria até com um festival de música em Itaipava, no Rio de Janeiro, em novembro. "Inovar é pegar tudo que existe e fazer algo diferente com que está disponível. Nós ressignificamos o crochê", explica Kátia Ferreira.

🚗🧶 E continuam ressignificando, mas agora em quatro rodas. O novo projeto é encapar por dentro e por fora o fusca, chamado "Xuxu", do Instituto Proeza de crochê.

Arte acessível

Mulher participante do curso de crochê faz costura em sala do instituto. Segundo diretora, agulhas simples de crochê custam cerca de R$ 4. — Foto: Reprodução/Instituto Proeza

O curso de crochê e bordado surgiu com o objetivo de capacitar as mulheres para conseguir uma nova fonte de renda durante o período de isolamento social em 2020. Hoje, em média, as 108 mulheres conseguem uma renda de R$ 2,8 mil só com o crochê e bordado. Algumas fecham o mês com até R$ 4,8 mil.

"Crochê é muito democrático, ele é muito simples, é muito comum, é uma arte acessível" afirma Kátia Ferreira.

Em média, agulhas mais simples de crochê custam R$ 4, segundo a diretora do projeto.

Além das linhas e agulhas

O Instituto Proeza é uma Organização Social (OSC) que atua no combate a pobreza e as desigualdades sociais no Recanto das Emas e no Riacho Fundo II, em Brasília

Além dos cursos de costura para as mulheres, o instituto oferece atendimento para cerca de 500 crianças e jovens de 6 a 17 anos que recebem café da manhã, almoço e jantar e realizam atividades artísticas, culturais, de lazer e esportivas. O projeto é em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDES). Outros cursos são oferecidos no local:

🎥 Vida na Quebrada: 50 adolescentes produzem curtas metragem sobre as cidades onde moram no DF;

🍯 Realização de compotas e geleias: 50 mulheres participam da oficina.

LEIA TAMBÉM:

Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!