ISSN: 1980-900X (online)
INVESTIGAÇÃO AMBIENTAL DE CEMITÉRIO UTILIZANDO O MÉTODO
GEOFÍSICO DE RESISTIVIDADE CAPACITIVA
ENVIRONMENTAL INVESTIGATION OF CEMETERY USING THE CAPACITIVE RESISTIVITY
GEOPHYSICAL METHOD
Wagner França AQUINO, Francisco Carlos da SILVA, Paulo Sérgio TONELLO
Universidade Estadual Paulista. Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba. Avenida Três de Março, 511 - Alto da Boa Vista,
Sorocaba – SP. E-mails: wagnergpr@gmail.com; fracarlos@hotmail.com; paulo.tonello@unesp.br
Introdução
Descrição da área
Metodologia
Contaminação de solo em necrópoles
Métodos geofísicos aplicados em cemitérios
Método de Resistividade Capacitiva
Aquisição de dados de resistividade elétrica
Resultados e discussões
Conclusões
Referências
RESUMO - O objetivo do presente estudo é demonstrar a aplicabilidade do método geofísico de Resistividade Capacitiva para
detecção de anomalias de baixas resistividades elétricas associadas à contaminação do solo por metais-traço em área utilizada como
cemitério. O levantamento geofísico foi realizado em porção da Necrópole Nossa Senhora Aparecida, localizada no município de
Piedade (SP), como parte integrante de investigação ambiental confirmatória do local, adotando-se os pontos com anomalias de
resistividades mais proeminentes para definir o posicionamento das sondagens para coletas de solo e determinação das concentrações
dos metais-traço através de análises químicas. Os resultados obtidos apontaram a correspondência entre as maiores concentrações dos
contaminantes metálicos em subsuperfície e a reduções dos valores de resistividade elétrica verificadas pela Resistividade Capacitiva,
apontando a capacidade desta metodologia de rastreamento subterrâneo como ferramenta de apoio em avaliação confirmatória de locais
suspeitos de contaminação para tomada de decisão quanto à definição dos pontos mais adequados à realização de sondagens e
amostragens de solo.
Palavras-chave: Cemitério. Resistividades elétricas. Metais-traço. Contaminação.
ABSTRACT - The objective of the present study is to demonstrate the applicability of the geophysical method of Capacitive Resistivity
for the detection of anomalies of low electrical resistivities associated with possible contamination by trace metals in the soil of an area
used as a cemetery. The geophysical survey was carried out in a portion of the Necropolis Nossa Senhora Aparecida, located in the
municipality of Piedade (SP), as part of confirmatory environmental investigation of the site, with the points with the most prominent
anomalies of resistivities used to define the positioning of the soundings for soil collection and determination of trace metal
concentrations through chemical analyses. The results obtained indicated the correspondence between the highest concentrations of
metallic contaminants in the subsurface and the reductions in the electrical resistivity values verified by Capacitive Resistivity, pointing
out the ability of this underground tracking methodology as a support tool in confirmatory evaluation of suspected contamination sites
for decision making regarding the definition of the most suitable points for carrying out soundings and soil samplings.
Keywords: Cemetery. Electrical resistivities. Trace metals. Contamination.
INTRODUÇÃO
Inúmeros são os esforços que as autoridades e impedindo, dessa forma, o uso pleno desses bens
os órgãos de controle ambiental têm dispendido naturais (Prestes da Silva et al., 2019).
Apesar das questões religiosas e culturais, não
na tentativa de prevenir ou minimizar os
impactos negativos ao solo, água e ar e que se pode deixar de abordar o delicado tema dos
envolvam as atividades antrópicas, tendo sido cemitérios como fontes potenciais de contaminabem perceptível, nas últimas décadas, o incre- ção subterrânea, onde os sepultamentos humanos
mento de leis e normas técnicas para garantir que de maneira inadequada podem apresentar risco
essas atividades, mesmo que sejam necessárias, decorrente da infiltração no solo de substâncias
orgânicas, inorgânicas ou metálicas, principalnão agridam o meio ambiente.
Dentre os vários tipos de intervenções antro- mente em áreas onde faltam medidas de proteção
pogênicas com potencial de gerar contaminação, ambiental, podendo se agravar em caso de alta
merecem destaque aquelas cujos processos de vulnerabilidade do meio físico.
Diante deste quadro, é preocupante o aumento
descarte de materiais e de infiltração no meio
subterrâneo podem comprometer tanto a verificado do número de sepultamentos registrados
qualidade do solo, como da água subterrânea, nos dois últimos anos em função do acréscimo de
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 41, n. 3, p. 739 - 753, 2022
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óbitos proveniente da epidemia de Covid-19,
conforme dados da Prefeitura Municipal de São
Paulo (2022), o que pode potencializar uma eventual
contaminação subterrânea em cemitérios desprovidos de instalações de controle ambiental.
Em geral, os cemitérios públicos no Brasil
foram implantados de uma forma aleatória durante
muitos anos, sobre terrenos imprestáveis para
qualquer outro uso e sem levar em consideração
os aspectos técnicos construtivos para preservação da qualidade do meio físico, cuja consequência é a contaminação do solo local e o
aquífero freático por necrochorume, este oriundo
da decomposição de cadáveres e degradação dos
invólucros (caixões) e dos adereços que acompanham os mesmos, como aponta Silva (2018).
De maneira agravante a essa situação, este
mesmo autor cita o reaproveitamento de sepulturas de algumas necrópoles do município de São
Paulo como fonte de recarga constante de substâncias potencialmente contaminadoras no solo,
onde, findado o prazo de sepultamento, em torno
de três a cinco anos, têm-se a exumação dos restos
cadavéricos e caixões, dando espaços e condições
de reutilização às covas para a mesma finalidade.
Neste contexto, é de conhecimento que os
corpos humanos desprovidos de vida entram,
rapidamente, em decomposição pela atuação de
microrganismos, com liberação de substâncias
tóxicas, que podem afetar à qualidade do solo e
água subterrânea e, consequentemente, à saúde
pública, tornando, portanto, imprescindível que os
cemitérios sejam implantados, adequadamente,
em termos sanitário e ambiental, sem prejuízo ao
ambiente onde se encontram, o que é preconizado nos objetivos da Resolução CONAMA nº
335 de 28 de maio de 2003.
A capacidade do solo em acumular compostos
aponta sua importância como compartimento para
avaliação do nível de contaminação subterrânea,
uma vez que, no caso de cemitérios, os indicadores de desconformidades ambientais podem
ser contaminantes orgânicos e/ou inorgânicos e
metais-traço, estes últimos com tendência a
ficarem retidos em uma fração da matriz do solo
ou serem carreados para o aquífero freático
(Kemerich et al., 2012).
Assim, de acordo com Silva & Malagutti Filho
(2010), é de suma importância investigar a contaminação de solos de necrópoles por meio da
aplicação de métodos geofísicos que se utilizam
de medições de resistividade elétrica, uma vez
que em suas pesquisas com o método de Eletrorresistividade foram observadas correlações diretas
entre a presença de necrochorume e os baixos
valores de resistividade medidos. Dentro desse
escopo, este trabalho tem por objetivo avaliar a
capacidade do método de Resistividade Capacitiva,
que opera com injeção de corrente elétrica de
forma distinta da metodologia empregada pelos
autores anteriores, quanto à detecção de anomalias
geofísicas de resistividade elétrica associadas à
eventual presença de contaminação por metaistraço no solo subsuperficial do cemitério Nossa
Senhora Aparecida, a fim de contribuir com a
seleção dos locais mais adequados à realização
de sondagens confirmatórias e amostragens de
material para diagnóstico ambiental.
DESCRIÇÃO DA ÁREA
A Necrópole Nossa Senhora Aparecida, local
do levantamento geofísico, se situa no município
de Piedade, sudeste no estado de São Paulo,
possuindo como coordenadas centrais de posicionamento no sistema UTM 23K 253.337,02 m
E e 7.375.265,78 m S e, topograficamente,
apresenta declividade de sul para norte, com
cotas variando entre 812 e 838 m.
Este cemitério é bem antigo, tendo sido utilizado para sepultamentos há mais de 120 anos, e,
no presente, se encontra dentro da área urbana do
município em questão, onde é circundado por
residências, estabelecimentos comerciais e locais
ainda remanescentes com vegetação mais ao sul
(Figura 1), ocupando em sua totalidade aproximadamente 17.000 m².
No local, existem dois tipos de sepultamento,
740
que são por inumação, que são os enterramentos
propriamente ditos, e por tumulação, quando os
caixões são dispostos dentro dos jazigos construídos em concreto armado, podendo ser constatado que quase a totalidade da área do cemitério
é densamente ocupada por sepulturas, não
existindo áreas de ampliação dentro de seus
limites, mas apenas o reaproveitamento dos
túmulos já existentes, havendo poucas ruas no
interior de suas quadras, as quais são revestidas
com pavimento de concreto e bloquetes na maior
parte (Figura 2), ou asfalto.
Ressalta-se que esta condição de quase total
impermeabilização do terreno, por exemplo,
apresentaria dificuldade à execução do método
geofísico de Eletrorresistividade galvânica, que
necessita de cravamento de eletrodos para injeção
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Figura 1 – Localização do município de Piedade e da Necrópole Nossa Senhora Aparecida.
Figura 2 – Interior do cemitério Nossa Senhora Aparecida.
de corrente elétrica no solo, como também a
presença de objetos metálicos existentes no local,
tais como portinholas, cruzes, grades e outros
adereços dos jazigos, poderia afetar as medidas
de condutividade elétrica pelo método Eletromagnético Indutivo (EM), o que não seriam, a
princípio, impeditivos à aplicação da Resisti-
vidade Capacitiva.
Quanto à geologia da região, o município de
Piedade se localiza ao sul da zona de cisalhamento
Taxaquara, onde se encontram rochas de alto grau
metamórfico do Domínio Embu e os batólitos
Ibiúna e Piedade (Godoy et al., 2010), sendo que
as descrições de material extraídos de sondagens
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realizadas na área investigada do cemitério
(porção norte) apontaram, de modo geral,
predominância de solo de argila média até cerca
de 1,0 m de profundidade e material mais arenoso
abaixo deste nível, cujas amostras coletadas e
analisadas indicaram uma permeabilidade
hidráulica da ordem de 10-4 cm/s, o que é
condizente a um material mais permeável.
METODOLOGIA
Contaminação por metais em solo de necrópole contaminantes de interesse a serem investigados,
Como descrito anteriormente, o necrochorume uma vez que poderão apresentar contrastes nas
possui substâncias orgânicas, inorgânicas e metá- medidas geofísicas realizadas de resistividade
licas em sua total composição, porém, neste elétrica em função de suas baixas resistividades
estudo de caso, são os metais-traço os potenciais elétricas (Tabela 1).
Tabela 1 - Resistividade e condutividade elétricas de metais potencialmente contaminantes (adaptado de Borner et al.,
1993 e Loke, 2004).
Resistividade Elétrica
Condutividade Elétrica
Metais
(ohm.m)
-8
Ferro
9,09x10
Chumbo
Alumínio
Cobre
Níquel
Cromo
Manganês
Arsênio
Mercúrio
Cádmio
Zinco
Bário
Cobalto
Molibdênio
2,2×10−7
2,92×10−8
1,72×10−8
6,99×10−8
1,27x10-7
1,6x10-3
3,0x10-7
9,6×10−7
6,8x10-8
5,9x10-8
3,57x 10-7
5,81x10-8
5,78x10-8
Tanto os caixões usados em enterros, como suas
peças metálicas, são passíveis de sofrerem degradação e corrosão liberando substâncias potencialmente tóxicas que poderão ser transportadas a
partir das sepulturas através de infiltração difusa,
podendo, daí, contaminar as águas subterrâneas e
implementar risco à saúde dos residentes em
áreas ao redor das necrópoles, como apontado
por Kemerich et al. (2012
O tempo necessário para estes metais contaminarem o meio físico a partir da decomposição
dos materiais dependerá de vários fatores, tais
como níveis de precipitação pluviométrica, taxa
de infiltração de água no local de enterramento,
temperatura em subsuperfície, características do
solo, em destaque a capacidade de troca catiônica, entre outros (Baum et al., 2021).
Segundo Silva (2018), metais como o bronze,
chumbo, níquel, prata, ouro, zinco, cobre, ferro e
selênio são normalmente utilizados durante a
construção de caixões para decoração e melhoria
da durabilidade, especialmente chumbo, zinco,
742
(siemens/m)
1,10x107
4,54x106
3,42x107
5,81x107
1,43x107
7,87x106
625
3,33x106
1,04x106
1,47x107
1,69 x107
2,80x10-6
1,72x107
1,73x107
cobre, cromo e níquel e ferro para as alças e ornamentos. Além desses, outros produtos químicos
nocivos compõem tintas, vernizes, seladores e
conservantes usados em caixões de madeira,
podendo conter em sua composição chumbo,
mercúrio, cádmio, cromo cobre, arsênio, manganês, bário e níquel, sendo que o arsênio é usado
como um pigmento, conservante de madeira e
como ingrediente contra a incrustação, enquanto
o bário é usado também como pigmento e
inibidor de corrosão para os metais.
Vários dos metais apontados anteriormente
como potenciais contaminadores foram identificados nas investigações de solo em cemitérios
por diversos pesquisadores, tais como Spongberg
& Becks (2000), Barros et al. (2008), Jonker &
Olivier (2012), Neckel et al. (2016) e Prestes da
Silva et al. (2019), tendo sido muito frequentemente detectados chumbo e cromo nas análises
químicas desses estudos e até mesmo elementos
não tão comuns, tais como rubídio, estrôncio e
césio.
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Métodos geofísicos aplicado em cemitérios
Os métodos geofísicos se constituem em metodologias indiretas de investigação subterrânea, a
partir de medidas por instrumentos, caracterizando-se, portanto, como métodos não invasivos
ou não destrutivos, permitindo, assim, avaliar as
condições geológicas locais através dos contrastes
das diferentes propriedades físicas dos materiais
de subsuperfície e que podem ter como origem as
heterogeneidades naturais ou por efeito de ações
antrópicas (Aquino et al., 2021).
No caso da determinação de contaminação por
necrochorume por métodos geofísicos, as variações
das propriedades elétricas do solo são aquelas que
têm apresentado os melhores resultados, sendo que
os precursores no Brasil foram Mendes et al. (1989)
ao utilizarem o método Eletromagnético Indutivo
(EM) para correlacionar anomalias de condutividade elétrica aparente com a contaminação procedente de sepultamentos em pesquisa desenvolvida
pelo Centro de Pesquisas de Águas Subterrâneas
(CEPAS) da Universidade de São Paulo.
Posteriormente, outras pesquisas relativas a este
tema foram desenvolvidas, devendo ser registrado
o trabalho de Bastianon et al. (2000), que empregaram os métodos de Eletrorresistividade, Eletromagnético Indutivo e GPR (Ground Penetrating
Radar) em levantamentos no Cemitério de Vila
Nova Cachoerinha, município de São Paulo (SP),
tendo sido reportadas, respectivamente para esses
métodos, as presenças de anomalias de menores
resistividades elétricas, de maiores condutividades
e de atenuação da reflexão do sinal quando da
presença de maior contaminação subterrânea.
Em Portugal, Senos Matias et al. (2004) utilizaram os mesmos métodos anteriores para
comparar seus desempenhos na investigação de
dois cemitérios e onde correlacionaram as plumas
de contaminação definidas no levantamento
geofísico com os compostos inorgânicos e metais
presentes na água subterrânea.
Reporta-se, também, o levantamento de Silva &
Malagutti Filho (2010) aplicando a Eletrorresistividade, por meio de sondagem elétrica vertical
e imageamento elétrico no Cemitério Municipal
de Vila Rezende em Piracicaba (SP), bem como
o trabalho de Xavier (2015) para diagnóstico do
Cemitério Municipal de Rio Claro, aplicando
essas mesmas técnicas, além do método Eletromagnético Indutivo, cujos baixos valores obtidos
de resistividade elétrica em ambos os casos determinaram os locais potencialmente impactados.
Além desses estudos, cita-se aqui a pesquisa
de Saraiva (2010) sobre os efeitos nos dados
geofísicos obtidos pelo enterramento e decomposição de corpos e carcaças de animais, que simulam
os sepultamentos humanos, aplicando os métodos
de Eletrorresistividade, Potencial Espontâneo
(SP), Eletromagnético Indutivo e GPR, tendo como
melhor resposta as medidas de resistividades
elétricas do primeiro método. Apesar de diversos
exemplos da Eletrorresistividade em casos de
contaminação por cemitérios, até o momento, não
existe publicação mais completa em periódico
sobre a aplicação da Resistividade Capacitiva
neste tema, mas apenas registro de resultados
parciais no trabalho de Aquino et al. (2021) e que
se refere à apresentação geral dos métodos geofísicos nos estudos de contaminação subterrânea.
Método de Resistividade Capacitiva
O método de Resistividade Capacitiva (RC) se
caracteriza por se constituir num sistema de
acoplamento capacitivo que provoca a passagem
de corrente alternada, numa frequência de sinal
igual a 16,5 kHz, através de um cabo coaxial que
age como uma placa capacitora, enquanto a
superfície do terreno age como a outra placa
capacitora, onde o acoplamento de cabo-terra é
caracterizado por uma capacitância elétrica
variável e que depende das condições de
resistência do solo (Yamashita et al. 2004).
Após a injeção de corrente de forma capacitiva
no solo (Figura 3), o nível de tensão recebido no
receptor é convertido num sinal digital e transferido
para o registrador de dados para armazenamento
e conversão interna em valores de resistividade
elétrica (Kuras, 2002).
Deste modo, a resistividade aparente do
terreno (ρa) é calculada pela equação:
onde I é a corrente elétrica injetada pelo transmissor,
∆V é a tensão elétrica medida no receptor e K é o
fator geométrico do arranjo dipolo-dipolo capacitivo e que se relaciona ao comprimento individual
do dipolo L e à distância X entre os centros dos
dipolos transmissor e receptor (Figura 3).
Na realização da técnica de imageamento
elétrico, são executadas varreduras em níveis de
profundidades diferentes ao longo de um perfil
de interesse (Figura 4), com intuito de se
investigar as variações laterais de resistividade
elétrica associadas à continuidade das feições ou
estruturas e de se apresentar os resultados em
forma de seções de subsuperfície.
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Figura 3 - Corrente e potenciais elétricos nos dipolos capacitivos.
Figura 4 - Diagrama de execução de imageamento elétrico.
Aquisição de dados de Resistividade Elétrica
No levantamento geofísico e investigação
confirmatória posterior, foi selecionada a porção
norte do Cemitério Nossa Senhora Aparecida,
com aproximadamente 4.900 m2, que é a área mais
antiga desta necrópole, onde foram executadas
linhas geofísicas perpendiculares nas ruas de
acesso internas, contornando as diferentes
quadras, além da realização da linha L9 adjacente
ao muro externo, cujos posicionamentos podem
ser vistos a seguir na figura 5. Em função do
instrumento Ohmmapper TR1 utilizado ser
monorreceptor, foi necessária a repetição de mais
vezes a mesma linha de medidas com separações
sucessivamente maiores entre o dipolo transmissor
e o dipolo receptor para possibilitar amostragens
de porções geológicas gradativamente mais
profundas.
744
Desta maneira, na aquisição de dados em
campo, foram utilizadas as separações entre as
extremidades dos dipolos transmissor e receptor
de 1,0, 5,0 e 10,0 m (comprimentos dos “cabos
não condutores”), que resultam num espaçamento entre os centros dos dipolos de 6,0, 10,0 e
15,0 m considerando a extensão de dipolo de 5,0
m, tendo sido adotada medidas por amostragem
em tempo a cada 1,0 s.
Após o levantamento, os dados dos perfis
elétricos individuais de diferentes separações
foram agrupados e convertidos em resistividade
aparente para a mesma linha de levantamento por
meio do programa Magmap2000 da Geometrics
Incorporated (2001). Numa etapa posterior de
processamento, foram geradas as pseudo-seções
de resistividade elétrica pela interpolação desses
dados e, finalmente, as seções de modelamento
São Paulo, UNESP, Geociências, v. 41, n. 3, p. 739 - 753, 2022
Figura 5- Localização dos perfis geofísicos executados na área investigada.
geofísico para interpretação, através do emprego
do programa de inversão Res2Dinv, versão 3.54
(2004).
Neste levantamento, foi empregado o
equipamento Ohmmapper modelo TR1, marca
Geometrics Inc., que, além do dipolo transmissor, possui apenas um dipolo receptor de
tensão (Figura 6).
Para visualização em planta da variação das
resistividades elétricas na área e elaboração dos
mapas de anomalias em níveis de corte de profundidade (slice) a serem apresentados, foi utilizado
o programa Oasis Montaj, versão 6.4, da Geosoft
Latinoamerica (2007), através da plotagem dos
pontos de medidas e da interpolação dos valores
medidos pelo método de krigagem.
Figura 6 - Equipamento Ohmmapper TR1 utilizado.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na sequência, são apresentadas as seções de escalas cromáticas de valores abaixo de cada
resistividade elétrica obtidas a partir da inversão imagem gerada, e na determinação de seus focos
e modelamento de dados (Figuras 7 e 8), dando- principais e que podem corresponder aos locais
se ênfase aqui à verificação de zonas anômalas com maiores concentrações de metais-traço em
de baixas resistividades elétricas, conforme as subsuperfície.
Figura 7 - Seção de resistividade das linhas L1 a L5 e interpretações.
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Figura 8 - Seção de resistividade das linhas L6 a L9 e interpretações.
De modo geral, ao se observar as seções anteriores constata-se um comportamento bem variável
e irregular das resistividades elétricas de subsuperfície, bem contrastante ao apresentado de forma
mais homogênea para a linha L8, que foi realizada
mais ao sul fora da área dos jazigos (Figura 8).
Essas heterogeneidades do sinal obtido, representadas pelas zonas anômalas e focos de baixos
valores de resistividades elétricas nesta interpretação, indicam a existência de fator proeminente
causador das alterações das propriedades elétricas
subterrâneas na área de sepultamento, o que,
muito provavelmente, está associado a contaminação de caráter inorgânico do necropercolado. É
importante frisar que as sondagens da área indicaram a presença de solo de alteração, variando
de material argiloso raso à mais arenoso um pouco
mais profundo, condizente ao comportamento
verificado na seção L8, mas que, no entanto, não
provocariam as intensas oscilações de resistividade elétrica constatadas e nem tampouco valores
anômalos tão baixos verificados nas demais seções.
Outra observação em destaque diz respeito ao
apresentado na linha L9, que é externa ao cemitério, onde não se verificam anomalias rasas como
na área de sepultamentos, mas apenas anomalias
pouco mais profundas, o que indica uma eventual
migração da contaminação nos níveis inferiores
para o exterior no sentido leste da área.
Assim, tomando-se como referência as
variações de resistividade elétricas verificadas nas
seções, é possível estabelecer intervalos de valores
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representativos das feições ambientais interpretadas (anomalias e focos principais) e do material
geológico presente no local (solo de alteração),
os quais constam da Tabela 2 a seguir.
Tabela 2 - Resistividades elétricas das feições identificadas nas seções.
Seção Anomalias (ohm.m) Focos principais (ohm.m) Solo de alteração (ohm.m)
Observação
L1
L2
L3
L4
L5
L6
L7
L8
L9
< 1,84 x 101
< 1,90 x 101
< 2,00 x 101
< 1,89 x 101
< 2,24 x 101
< 2,07 x 101
< 1,74 x 101
< 1,09 x 101
< 0,73 x 101
< 1,50 x 101
< 1,60 x 101
< 1,47 x 101
< 1,03 x 101
< 1,57 x 101
< 1,32 x 101
< 0,28 x 101
Para avaliação do comportamento das resistividades elétricas na área e locação das sondagens
confirmatórias com coleta de solo para análises,
foram elaborados mapas de dados interpolados
para as profundidades de corte de 2,0 e 5,2 m,
sendo este primeiro nível selecionado por estar
> 1,84 x 101
> 1,90 x 101
>2,00 x 101
> 1,89 x 101
> 2,24 x 101
> 2,07 x 101
> 1,74 x 101
> 1,56 x 101
> 1,09 x 101
cano metálico superficial
cano metálico superficial
executada na parte externa
logo abaixo do fundo das sepulturas onde o necrochorume poderia ter sido infiltrado de imediato,
e o segundo nível referente à possibilidade de
migração de contaminação para profundidades
inferiores, cujos resultados são apresentados na
sequência nas figuras 9 e 10.
Figura 9 – Mapa de resistividade na profundidade de corte de 2,0 m e locais de menores valores (letras).
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Figura 10 – Mapa de resistividade na profundidade de corte de 5,2 m e locais de menores valores (letras).
Nos mapas anteriores (Figuras 9 e 10), se observa
que parte significativa do local investigado
apresenta resistividades elétricas abaixo de 2,1 x
101 ohm.m (valor de background), abrangendo
cerca de 60% da área total, o que, a princípio já
indica alterações anômalas desta propriedade
elétrica nos níveis de corte considerados.
Destaca-se que as resistividades elétricas acima
deste valor indicado são condizentes ao previsto
para os solos de alteração argiloso e arenoso, que
foram constatados na análise do material amostrado nas sondagens da área, ressaltando aqui que
quanto maior forem as resistividades nos mapas
anteriores, maiores serão os teores da fração areia.
Mais detalhadamente nesses mapas, é possível
verificar a existência de algumas regiões com
anomalias geofísicas mais proeminentes, com
resistividades elétricas menores que 1,5 x 101
ohm.m, as quais foram denominadas de regiões
B, C, D, E, F, G e A3, constituindo-se, possivelmente, nos locais principais com maior grau
de contaminação, ocupando posições mais ao
norte, central e mais a leste.
Assim, é possível se inferir que esses pontos
anômalos de baixas resistividade elétricas
apresentem maior concentração subterrânea pela
presença de metais-traço, passíveis, portanto, à
investigação confirmatória por sondagens, amostragens de solo e análises químicas do material
coletado.
Outra verificação importante ao se observar as
imagens anteriores diz respeito ao posicionamento
da região anômala A3 do mapa de corte de 5,2 m
de profundidade e que indica a possibilidade de
migração da contaminação nos níveis inferiores
para porções externas no sentido leste da área, o
que exige um diagnóstico e um monitoramento
mais detalhado nesta direção.
Deste modo, foram selecionados cinco locais
para sondagens e coleta de material, tendo sido
quatro desses pontos posicionados nos diferentes
quadrantes dentro da região investigada (A2, A3, B
e C) e um mais ao sul fora dos limites do cemitério
(R1), em local arborizado sem influência dos
sepultamentos e que seria o ponto de referência
(background) para comparação dos resultados.
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Dos quatro pontos locados para sondagens no
interior da área investigada, A3, B e C são aqueles
que apresentaram os menores valores de resistividade elétrica, enquanto que na região do ponto
A2 é perceptível alteração de resistividade, mas
não tão intensa, conforme observado na Figura 9,
o que serviu para correlacionar a amplitude das
anomalias geofísicas verificadas e os resultados
das análises químicas das concentrações dos
metais-traço.
Assim, em cada ponto de sondagem foi coletado
cerca de 5,5 kg de solo por meio de trado manual
e realizadas amostragens compostas nas profundidades de 0-0,1 m; 0,4-0,5 m; 0,9-1,0 m; 1,4-1,5 m,
1,9-2,0 m, 2,4-2,5 m, 2,9-3,0 m. Posteriormente,
essas amostras foram submetidas às análises
seguindo os métodos m e Standard Methods, 22ª
edição, Método 3120-B, respectivamente, utilizando-se o equipamento Thermo Scientific mod.
iCAP 6300 Duo de Espectrometria de Emissão
Atômica por Plasma Acoplado Indutivamente
(ICP-OES) para detecção dos parâmetros bário,
cádmio, cobalto, cromo, cobre, manganês,
molibdênio, níquel, chumbo e zinco, com
concentração final expressa em unidades de mg
kg-1 de solo.
Dentre esses metais, bário, cobalto e zinco
foram aqueles que as análises químicas indicaram
concentrações no solo acima dos valores de
prevenção (VP) indicados pela CETESB (2016),
que são de 120,0 mg/kg, 25,0 mg/kg e 86,0
mg/kg respectivamente, cujos resultados são
apresentados nos gráficos a seguir (Figuras 11,
12 e 13).
Figura 11 – Concentrações de bário nas amostras de solo.
Figura 12 – Concentrações de cobalto nas amostras de solo.
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Figura 13 – Concentrações de zinco nas amostras de solo.
Neste caso, os valores desses três elementos que
ultrapassaram os limites ambientais anteriores, comceitualmente, se referem às concentrações desses
metais-traço que podem implicar em alterações prejudiciais à qualidade do solo e da água subterrânea.
Adicionalmente, são apresentados os resultados
analíticos para manganês (Figura 14), os quais apontaram discrepâncias significativas nas leituras que,
apesar de não ter padrões estabelecidos, podem
apontar alterações geoquímicas locais e acréscimos
na concentração deste metal no solo de forma
anômala.
Figura 14 – Concentrações de manganês nas amostras de solo.
De acordo aos gráficos anteriores (Figuras 11
a 14), as concentrações de metais-traço acima
dos valores de prevenção (VP) se dão,
comumente, a partir de 1,0 m de profundidade,
sendo mais expressivos à medida que se aprofundam, o que aponta uma contaminação a partir
dos níveis dos sepultamentos, indicando, consequentemente, que os jazigos deste cemitério se
constituem em fontes de contaminação subterrânea como previsto e com provável infiltração
dos contaminantes no material mais permeável
(solo arenoso) logo abaixo.
Verifica-se, também, que as presenças mais
frequentes dos metais ocorrem nos pontos A3, B
e C e que correspondem aos focos das anomalias
de menores de resistividade elétricas, com
valores abaixo de 1,5 x 101 ohm.m indicados no
mapeamento geofísico das figuras 9 e 10.
Em contrapartida, a ocorrência acima do valor
de prevenção só é observada no ponto A para o
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elemento zinco (Figura 13) e é restrita às maiores
profundidades amostradas, o que pode ser correlacionado aos valores não tão discrepantes de
resistividade elétrica (anomalias geofísicas menos
intensas) determinados neste local (Figura 9).
Assim, comparando os dados adquiridos pelas
metodologias indireta e direta aplicadas nesta
pesquisa, é possível constatar que as análises
químicas do material coletado em subsuperfície
apontaram a existência de metais-traço em
desconformidade acima dos limites ambientais
nos pontos indicados pelas anomalias geofísicas
deste levantamento.
Portanto, esses resultados apontam a correlação
inversa entre as maiores concentrações verificadas dos metais-traço no solo e os decréscimos
dos valores de resistividade elétrica que foram
observados nas medidas obtidas pelo método de
Resistividade Capacitiva, tendo esta metodologia
proporcionado, de maneira adequada, a escolha
dos locais para a execução da investigação
confirmatória e aferição da presença de contaminação subterrânea na área, o que acabou se
comprovando.
CONCLUSÃO
Inicialmente, destaca-se o ineditismo deste sua capacidade como metodologia de rastreaestudo pela aplicação do método geofísico de mento em investigação ambiental confirmatória
Resistividade Capacitiva na investigação ambiental para a tomada de decisão quanto aos locais mais
de cemitério e também nenhuma intercorrência adequados às sondagens e amostragens de solo.
Outra observação importante a partir da
de alteração nas condições locais ou das
instalações avaliadas em função da metodologia observação do posicionamento das anomalias
utilizada ser não invasiva, adequada, portanto, a deste levantamento geofísico, é a indicação de
uma área onde os aspectos religiosos e culturais uma eventual migração da contaminação em
devem ser preservados obrigatoriamente. Neste níveis inferiores para pontos externos, em sentido
contexto, as condições de superfície encontradas leste da área investigada, necessitando, assim, da
na área avaliada, tanto pela impermeabilização ampliação de diagnóstico e monitoramento para
do local, como pela presença de objetos metálicos avaliar sua dispersão em subsuperfície.
Conclui-se, assim, que a metodologia de
nos jazigos, não se mostraram empecilhos ao
emprego do método geofísico em questão, como Resistividade Capacitiva aqui apresentada
apontam os resultados obtidos, o que demonstra demonstra sua importância como método de
sua potencialidade de aplicação neste tipo de varredura (screening) no gerenciamento ambiental
de áreas contaminadas, destacando que, a partir
cenário.
Quanto à correlação dos resultados apresen- do aumento de sepultamentos provocados pela
tados, estes apontaram a correspondência entre as epidemia de Covid-19, poderá ocorrer uma maior
maiores concentrações dos contaminantes metá- incidência de casos de contaminação subterrânea
licos oriundos das sepulturas e a redução provenientes de cemitérios, o que demandará a
anômala dos valores de resistividade elétrica utilização de diversos tipos de técnicas e métodos
verificadas pelo sistema capacitivo, apontando de diagnóstico, como é o caso.
AGRADECIMENTOS
Os autores deste artigo agradecem à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior (CAPES) pelo apoio proporcionado a esta pesquisa.
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Submetido em 10 de dezembro de 2021
Aceito para publicação em 15 de outubro de 2022
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