"É o grupo que mais se destaca. Será muito difícil, mas se nos prepararmos bem, estou convencido que faremos um bom trabalho", declarou o técnico italiano.

"As partidas serão difíceis porque é um Mundial. Estaremos bem motivados e entusiasmados com o desafio", continuou Prandelli, que traçou como objetivo "chegar o mais longe possível na competição".

Enquanto isso, na Itália, várias vozes criticam o sistema de distribuição dos potes antes do sorteio.

Como haviam nove equipe europeias que não eram cabeça de chave, uma foi sorteada para integrar o pote 2, junto com os países africanos e sul-americanos que não estavam no primeiro pote.

Os italianos acabaram sendo escolhidos, quando outro países, especialmente a França, tinham classificação pior no ranking da Fifa e só se garantiram vaga no Mundial pela repescagem (contra a Ucrânia).

"É injusto que a gente se classificou com duas rodadas de antecedência e estamos na mesma situação que a França", criticou o atacante do Milan Mario Balotelli, em mensagem via Twitter.

O atual treinador da Rússia, o italiano Fabio Capello, também criticou a má sorte de seus país. "É uma situação absurda. É incrível que a Itália, que venceu quatro Mundiais, não ocupe um lugar que é seu por direito nos potes do sorteio", lamentou.

Os alemães mantiveram negociações avançadas com as duas cidades e decidiram esperar a definição dos locais das partidas. Na primeira fase, a equipe fará três jogos no nordeste (Salvador, Fortaleza e Recife). Assim preferiu ficar na Bahia.

A saída dos alemães, no entanto, abre espaço para a Rússia ficar em Itu. Representantes do país que sediará a Copa do Mundo de 2018 já visitaram o município e demonstraram interesse em ficar lá, caso os alemães optassem por Porto Seguro.

A cidade conta com dois centros de treinamento e também deve receber a seleção do Japão.

Com jogos em Brasília, Salvador e Manaus, a Suíça também deve desistir de ficar numa cidade paulista. O interesse era o Guarujá.

"Nosso primeiro jogo é em Salvador, depois iremos para temperaturas mais amenas no Rio de Janeiro e, depois, vamos jogar em Curitiba, a cidade mais fria e a nossa sede no Mundial", declarou o treinador.

Cabeça de chave do Grupo B, a Espanha fará sua estreia contra a Holanda, na Bahia, em uma reedição da última final da Copa, depois jogará contra o Chile, no Maracanã, e encerrará a fase de grupos contra a Austrália, na capital do Paraná e cidade mais povoada do sul do Brasil, com 1,8 milhão de habitantes.

A missão do Fluminense, no entanto, é mais difícil desta vez: além de vencer o Bahia na Fonte Nova, a equipe precisa de tropeços de Vasco e Coritiba para não cair. Uma vitória de um destes já decretaria a ida do Tricolor para a Série B.

Vasco x Atlético-PR

Vasco e Atlético-PR têm pela frente uma decisão no último jogo do Campeonato Brasileiro. Os cariocas precisam da vitória e de uma combinação de resultados para assegurar a vaga na elite nacional em 2014. O objetivo é evitar o segundo rebaixamento em cinco anos e terminar a temporada de forma tranquila.

Caso tenha sucesso na principal partida de 2013, o Vasco pode colocar fim ao principal sonho do rival. Os paranaenses têm a segunda chance de conquistar a vaga na Libertadores após a derrota na final da Copa do Brasil para o Flamengo.

O técnico, que caiu nas graças da torcida após a boa campanha e o título do Campeonato Brasileiro da Série C, ficará na Cobra-coral até o final de 2014.

A negociação para a renovação de contrato não foi nada fácil. Já há dois meses, Vica alertava que ainda não tinha sido procurado para uma renovação.

Depois, com o acesso para a Série B garantido, a diretoria conversou com o treinador, que preferiu não renovar até o final da Série C.

Agora, já campeão, o Santa Cruz lutou e conseguiu a permanência do treinador para o próximo ano.

Com 52 anos, Vica é um treinador muito vitorioso no Nordeste. Campeão alagoano pelo ASA, ele fez bons trabalhos pelo Fortaleza e agora no Santa Cruz. Além dos clubes nordestinos, Vica teve passagens por clubes de São Paulo, Amazonas e Goiás.

Tem em seu currículo três acessos na Série C. O deste ano, pelo Santa Cruz e em 1998, com o Anapolina e em 2009 com o ASA.

A estimativa do número de assentos ainda não tinha sido divulgada pela Fifa. A entidade até atrasou a venda de bilhetes para o estádio paulistano por conta de falta de uma precisão no total de lugares disponíveis.

A arena corintiana será concluída para 48 mil assentos fixos e permanentes. E o governo do Estado viabilizará uma arquibancada temporária com mais 20 mil lugares para atingir a capacidade da abertura. Mas, com a contingência para instalações como imprensa e outros itens, o número inicial de 68 mil cairá para cerca de 60 mil.

"Com toda a área de apoio, vamos construir a arquibancada para completar 60 mil. Esse é o combinado com a Fifa", contou o representante do Estado de São Paulo.

O documento da federação internacional sobre ingressos, de fato, indicava uma capacidade bruta de 67.349, com assentos disponíveis de 59.955. Só que havia a expectativa de que, na construção, esse número pudesse aumentar o mapa de lugares, o que foi descartado pelo governo.

No limite da capacidade mínima, o Itaquerão também está no limite de prazo de entrega. Governos, Odebrecht e Corinthians têm um certo desencontro sobre a real data para finalizar o estádio.

Tanto a construtora quanto o clube informaram que 15 de abril é a data para a entrega do estádio. Só que governo do Estado, prefeitura e Fifa veem o meio de abril como data para realizar o primeiro grande jogo do estádio.

"Será um teste oficial com 100% de capacidade. Vamos testar tudo, inclusive transporte", afirmou Semeghini. Para isso, a obra tem de ficar pronta em março. "Vamos ajustar um cronograma com a Odebrecht."

As arquibancadas provisórias demoram três meses para ficar prontas, e serão instaladas em paralelo à construção da parte permanente do estádio.

A diferença de clima entre as sedes será sentida principalmente na primeira fase. Honduras é quem mais terá esse problema pela frente: com estreia em Manaus, os hondurenhos viajam em seguida para Curitiba e voltam à capital amazonense para encerrar a fase de grupos. Além de ter que enfrentar condições térmicas diferentes, outro problema será a distância percorrida (um total de 5.476 km).

A situação promete ser dura também à Austrália. Após estreia em Cuiabá, a seleção australiana segue para Porto Alegre para enfrentar a Holanda e se mantém em climas temperados ao viajar para Curitiba para jogo com Espanha. A Nigéria também fará trajetos complicados, uma vez que inicia a Copa na capital paranaense, prossegue para o Mato Grosso e encerra a primeira fase no Rio Grande do Sul.

As prováveis altas temperaturas em algumas sedes preocupam as seleções. O técnico da Itália Cesare Prandelli solicitou que sejam realizadas paradas técnicas para que os jogadores possam se reidratar. Em entrevista na Costa do Sauípe, o secretário-geral da Fifa Jérôme Valcke admitiu que as paralizações podem ocorrer.

E Prandelli tem motivos para se preocupar. A Itália vai jogar em Manaus, Recife e Natal, e, apesar de não atuar no verão, deve encarar altas temperaturas. A Alemanha é outra multicampeã que terá calor pela frente: joga em Salvador, Fortaleza e Recife.

A quente Manaus também será casa dos Estados Unidos. Os americanos, que são a equipe que mais viaja na fase de grupos da Copa, estreiam em Natal, seguem para a capital amazonense e encerram a primeira fase no Recife. Do outro lado da moeda está a Argélia. A seleção africana, que é de um país que abriga o deserto do Saara, jogará nas amenas Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba.

No mesmo grupo que Alemanha, Portugal e Gana, a seleção americana faz sua estreia contra os africanos em Natal. A seguir, o time do técnico Jurgen Klinsmann viaja 2.770 km para chegar a Manaus, quando tem jogo contra os lusitanos. Por fim, o G4 encerra a primeira fase contra os alemães com trajeto de 2.838 km para Recife, o que soma um giro de 5.608 km pelo Brasil.

A capital amazonense está presente no caminho de algumas das seleções que mais viajam. É o caso da Croácia, que depois de fazer a abertura da Copa do Mundo com a Seleção Brasileira, em São Paulo, seguirá para Manaus (distante 2693 km) para jogar com Camarões, e depois vai para Recife enfrentar o México (trajeto de 2838 km, o que dá uma soma de 5.531 km).

O próprio Brasil é um dos que mais tempo passará no avião. A equipe do técnico Luiz Felipe Scolari sai de São Paulo depois da estreia e viajará 2.372 km para chegar a Fortaleza para jogo com o México. Depois da partida no Castelão, a Seleção encerra a fase de grupos com Camarões em Brasília, percorrendo ao todo 4.062 km.

A sorte ficou com a Bélgica. Cabeça de chave do Grupo H, a equipe europeia não sai do Sudeste na primeira fase. Depois de estreia com a Argélia em Belo Horizonte, os belgas seguem para o Rio de Janeiro para enfrentar os russos, e terminam a fase contra a Coreia do Sul em São Paulo, um giro de apenas 698 km. Outro que viaja pouco é o "nordestino" México. A seleção mexicana passa por Natal, Fortaleza e Recife, totalizando um percurso de 1.066 km.

Na transmissão global, Galvão esteve acompanhado de Júnior e Casagrande, comentaristas da emissora no Rio de Janeiro e em São Paulo, respectivamente. Ambos foram pouco acionados durante o sorteio e só apareceram após a definição dos grupos, quando ganharam o reforço de Ronaldo. - o ex-jogador foi contratado como comentarista pelo canal para a Copa do Mundo de 2014.

Contudo, o ex-atacante apareceu na transmissão global sem a roupa que o apresentador e os outros dois globais estavam - terno azul-marinho, com o símbolo da emissora. O terno cinza de Ronaldo, padrão para o sorteio, foi motivo de uma "bronca" bem-humorada de Galvão, que criticou a ausência de "uniforme" do contratado. Na hora de dispensar o ex-atacante, ainda cutucou: "depois ele volta aqui de uniforme".

A presença de Ronaldo deu início para um espaço de comentários, que contou também com Alex Escobar e Caio Ribeiro. Foi então que Galvão passou a comentar gafes em sequência. Primeiro, parabenizou Ronaldo por um gol contra a Croácia em 2006, adversária do Brasil também em 2014 - contudo, quem fez o gol da vitória por 1 a 0 na época foi Kaká.

Na sequência, ao analisar os adversários do Brasil soltou a pérola: "Drogba não está fazendo gol em ninguém", sobre a seleção de Camarões. Ronaldo teve que corrigi-lo e lembrá-lo que Drogba é da Costa do Marfim, enquanto Eto'o é o atacante perigoso que enfrentará a Seleção Brasileira. 

Transmissão do sorteio tem comemoração por Brasil e "zica" contra Inglaterra

A transmissão do sorteio em si teve Galvão um pouco perdido no início. O narrador irritou muitos internautas por "invadir" a fala dos apresentadores Rodrigo Hilbert e Fernanda Lima - em muitos momentos, se confundia os que os três comentavam, o que rendeu críticas nas redes sociais. O apresentador reduziu ao mínimo as entradas no decorrer da transmissão e deixou a comunicação mais coesa.

Na hora da retirada das bolinhas, contudo, Galvão se soltou. Com a Seleção Brasileira, foram só comemorações - a primeira delas após o Brasil se livrar da equipe europeia do Pote X. "Já deu a primeira sorte a Seleção Brasileira, elimina um europeu", exaltou o narrador. "Olha só do que o Brasil escapou, olha o tamanho da encrenca", falou ao mostrar que a Itália caiu no grupo do Uruguai - o time nacional poderia ser o sorteado, já que o europeu cairia no grupo sul-americano. 

A sequência da revelação dos grupos mostrou que Camarões estaria na chave brasileira, motivo de uma celebração bastante efusiva do carismático narrador. ""Olha o que eu estava falando! Camarões, legaaaal, bacaaaaana!", comentou. "Adversário tradicional, está ficando booom", completou sobre o México no grupo da equipe de Felipão.

Já a escolha do "Grupo da Morte" do Mundial, que contará com Uruguai, Itália, Costa Rica e Inglaterra foi prevista pelo apresentador, que azarou a Inglaterra. "Se vir uma Inglaterra, o chão vai tremer. E esse cara é inglês", disse, sobre quem sorteava as bolinhas europeias, o ídolo inglês Geoff Hurst. "Inglaterra!", gritou ao aparecer a bolinha dos europeus.

Por fim, o apresentador teve mais um momento curioso, com a derrubada de uma bolinha pelo ex-jogador uruguaio Alcides Ghiggia. "Segura a bolinha! Não deixa a bolinha sumir!", berrou quando o objeto contendo a posição das seleções passou a rolar pelo chão. Fernanda Lima, com classe, foi atrás da bolinha e deu sequência ao evento.

Fouda é corintiano e sempre acompanhou o futebol brasileiro. Quando chegou no Brasil, em 2009, parou de torcer para o país. "Achava que o futebol brasileiro não estava bom. A seleção tinha jogadores de que não gostava. Mas hoje reconheço que o Brasil é bom."

Ele não acredita que o Camarões vá perder no jogo contra o Brasil. "Vai dar empate, 2 a 2, ou Camarões vai ganhar por 1 a 0", diz.

O cozinheiro esperava o sorteio para decidir que jogo iria assistir no estádio. Agora, faz questão de ir a Brasília ver Brasil x Camarões. "Temia que o jogo fosse na Amazônia. Mas em Brasília eu consigo ir", disse.

Croácia, México, Camarões e Brasil irão se enfrentar na 1ª fase da Copa de 2014.

Nigerianos lamentam

Já os clientes nigerianos de Fouda lamentaram o confronto com a Argentina na 1ª fase da Copa do Mundo de 2014. O sorteio ocorreu nesta tarde na Costa do Sauípe, na Bahia. A Nigéria caiu no grupo F com Argentina, Irã e Bósnia.

Sam, de 31 anos, reagiu quando a Nigéria foi sorteada para o grupo da Argentina. "A Argentina vai nos dar problema", explicou enquanto repetia "por que Argentina? Por que a Argentina?”.

Ele comemorou o sorteio do Irã para o mesmo grupo. "A gente consegue vencer o Irã", afirmou o nigeriano, que joga futebol e torce para o Flamengo. Durante as apresentações antes do sorteio, os clientes aplaudiram muito os jogadores Cafu e Zidane, que participaram do evento.

O nigeriano Manuel Naji, 35 anos, é funcionário do restaurante. "Estou torcendo para a Nigéria pegar um grupo forte. Se eles jogarem bem, eles vão ganhar", disse antes do sorteio. Ele mora no Brasil há 5 anos e parou de ir ao estádio assistir a jogos por causa da violência. "Tem muita violência entre os torcedores", explicou.

O sandalheiro Smich Gozie, de 38 anos, preferia que a Nigéria pegasse um grupo fácil, para que chegasse mais longe na Copa. Ele chama a atenção para o racismo no futebol. "A gente defende que os racistas do futebol não participem da Copa", afirmou.

Apesar da torcida pela Nigéria, Gozie também estava de olho no grupo do Brasil. "Eu torço para o Brasil e para a Nigéria. Nós também somos brasileiros", resumiu.